Sebastião de PortugalOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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D. Sebastião
Monarca de Portugal
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. (pintura a óleo atribuída a Cristóvão de Morais, patente no Museu Nacional de Arte Antiga). A representação do rei vestido com armadura e acompanhado por um galgo retomam simbolicamente a imagética imperial do seu bisavô D. Manuel e do seu avô Carlos V da Alemanha.
Ordem: 16.º monarca de Portugal
Cognome(s): O Desejado
Início do reinado: 11 de Junho de 1557, regência até 20 de Janeiro de 1568
Término do reinado: 4 de Agosto de 1578
Aclamação: Lisboa, 16 de Junho de 1557
Predecessor(a): D. João III
Sucessor(a): D. Henrique I
Pai: Príncipe D. João
Mãe: Princesa D.Joana
Data de nascimento: 20 de Janeiro de 1554
Local de nascimento: Palácio da Ribeira, Lisboa
Data de falecimento: 4 de agosto de 1578 (24 anos)
Local de falecimento: Alcácer Quibir, Marrocos
Local de enterro: Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa
Consorte(s):
Príncipe herdeiro: Cardeal D. Henrique (tio-avô)
Dinastia: Avis-Beja
D. Sebastião I de Portugal (Lisboa, 20 de Janeiro de 1554 — Alcácer-Quibir, 4 de Agosto de 1578) foi o décimo sexto rei de Portugal, cognominado O Desejado por ser o herdeiro esperado da Dinastia de Avis, mais tarde nomeado O Encoberto ou O Adormecido. Foi o sétimo rei da Dinastia de Avis, neto do rei João III de quem herdou o trono com apenas três anos. A regência foi assegurada pela sua avó Catarina da Áustria e pelo Cardeal Henrique de Évora.
Aos 14 anos assumiu a governação manifestando grande fervor religioso e militar. Solicitado a cessar as ameaças às costas portuguesas e motivado a reviver as glórias do passado, decidiu a montar um esforço militar em Marrocos, planeando uma cruzada após Mulei Mohammed ter solicitado a sua ajuda para recuperar o trono. A derrota portuguesa na batalha de Alcácer-Quibir em 1578 levou ao desaparecimento de D. Sebastião em combate e da nata da nobreza, iniciando a crise dinástica de 1580 que levou à perda da independência para a dinastia Filipina e ao nascimento do mito do Sebastianismo.
Índice [esconder]
1 Herdeiro do trono
2 Reinado
3 Desaparecimento e lenda
4 Cultura popular
5 Descoberta de retratos perdidos
6 Referências
7 Bibliografia
8 Ver também
[editar] Herdeiro do trono
Litografia representando D. Sebastião quando criançaEra neto do rei João III, tornando-se herdeiro do trono depois da morte do seu pai, o príncipe João de Portugal, duas semanas antes do seu nascimento, e rei com apenas três anos, em 1557. Em virtude de ser um herdeiro tão esperado para dar continuidade à Dinastia de Avis, ficou conhecido como O Desejado; alternativamente, é também memorado como O Encoberto ou O Adormecido, devido à lenda que se refere ao seu regresso numa manhã de nevoeiro, para salvar a Nação.
Durante a sua menoridade, a regência foi assegurada primeiro pela sua avó, a rainha Catarina da Áustria, viúva de D. João III, e depois pelo tio-avô, o Cardeal Henrique de Évora. Neste período, para além da aquisição de Macau em 1557 e Damão em 1559, a expansão colonial foi interrompida. A premência era a conjugação de esforços para preservar, fortalecer e defender os territórios conquistados.
Durante a regência de D. Catarina e do cardeal D. Henrique e o curto reinado de D. Sebastião, a Igreja continuou a sua ascensão ao poder. A actividade legislativa centrou-se em assuntos do foro religioso, como por exemplo a consolidação da Inquisição e sua expansão até à Índia, a criação de novos bispados na metrópole e nas colónias. A única realização cultural importante foi o estabelecimento de uma nova universidade em Évora – e também aqui a influência religiosa na corte se fez sentir, pois foi entregue aos Jesuítas.
Investiu-se muito na defesa militar dos territórios. Na rota para o Brasil e a Índia, os ataques dos piratas eram constantes e os muçulmanos ameaçavam as possessões em Marrocos, atacando, por exemplo, Mazagão em 1562. Procurou-se assim proteger a marinha mercante e construir ou restaurar fortalezas ao longo do litoral.
Os bastiões no Norte de África, pouco interessantes em termos comerciais e estratégicos, eram autênticos sorvedouros de dinheiro, sendo necessário importar quase tudo, além do que, sujeitos a constantes ataques, custavam muito em armamento e homens. Assim, Filipe II em 1589 viria prudentemente a devolver aos mouros Arzila, oferecida a D. Sebastião em 1577 por Mulay Mohammed. Filipe II retirou-se.
De facto, a preservação das praças em Marrocos devia-se sobretudo à questão de prestígio e tradição. No entanto, estas evidências pouco interessavam a D. Sebastião, pois o seu grande sonho era conquistar Marrocos.
O jovem rei cresceu educado por Jesuítas e tornou-se num adolescente de grande fervor religioso, embora a sua falta de experiência militar e política viesse a conduzir o exército português a grandes perdas no Norte de África e à própria morte ou desaparecimento do rei.
[editar] ReinadoAos 14 anos, D. Sebastião assume a governação. Sonhava com batalhas, conquistas e a expansão da Fé, profundamente convicto de que seria o capitão de Cristo numa nova cruzada contra os mouros do Norte de África.
Sebastião começou a preparar a expedição contra os marroquinos da cidade de Fez. Filipe II de Espanha, seu tio, recusou participar e adiou o casamento de Sebastião com uma das suas filhas para depois da campanha.
O exército português desembarcou em Marrocos em 1578 e Sebastião rumou imediatamente para o interior. Tinha 24 anos de idade.
[editar] Desaparecimento e lendaNa batalha de Alcácer-Quibir, o campo dos três reis, os portugueses sofreram uma derrota às mãos do sultão Abd al-Malik (Mulei Moluco) e perderam uma boa parte do seu exército. Quanto a Sebastião, morreu na batalha ou foi morto depois desta terminar. Mas para o povo português de então o rei havia apenas desaparecido. Este desastre teria as piores consequências para o país, colocando em perigo a sua independência. O resgate dos sobreviventes ainda mais agravou as dificuldades financeiras do país.
Batalha de Alcácer-Quibir, 1578. in: Miscellanea (Miguel Leitão de Andrade, 1629.).Em 1582, Filipe I de Portugal mandou transladar para o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, um corpo que alegava ser o do rei desaparecido, na esperança de acabar com o sebastianismo, o que não resultou, nem se pôde comprovar ser o corpo realmente o de Sebastião I. O Túmulo de Mármore, que repousa sobre dois elefantes, pode ainda hoje ser observado em Lisboa. A dúvida que persiste há mais de 425 anos poderia provavelmente hoje ser resolvida com um simples teste de ADN (DNA).
Tornou-se então numa lenda do grande patriota português - o "rei dormente" (ou um Messias) que iria regressar para ajudar Portugal nas suas horas mais sombrias, uma imagem semelhante à que o Rei Artur tem em Inglaterra ou Frederico Barbarossa na Alemanha.
Durante o subsequente domínio espanhol (1580-1640) da coroa portuguesa, quatro pretendentes afirmaram ser o rei D. Sebastião, tendo o último deles - o calabrês Marco Tulio Catizone - sido enforcado em 1603.
Já em fins do século XIX, no sertão da Bahia, no Brasil, camponeses sebastianistas acreditavam que o rei iria regressar para ajudá-los na luta contra a "república ateia brasileira", durante a chamada Guerra de Canudos. O mesmo repetiu-se no sul do Brasil, no episódio da Guerra do Contestado.
No dia 13 de Dezembro a historiadora Maria Luísa Martins da Cunha apresentou no terceiro volume do livro ‘Grandes Enigmas da História de Portugal' que o rei D. Sebastião sobreviveu à batalha de Alcácer-Quibir e reapareceu no ano de 1598 em Itália, onde foi mais tarde preso em Veneza, Florença e Nápoles, com a cumplicidade dos espanhóis. Segundo a mesma historiadora, o corpo do rei encontra-se sepultado na capela de São Sebastião, no Convento dos Agostinhos de Limoges.[1]
[editar] Cultura popularD. Sebastião é personagem principal nos romances históricos O Desejado, do escritor brasileiro Aydano Roriz (2002-Brasil; 2003-Portugal), e D. Sebastião e o Vidente de Deana Barroqueiro.
[editar] Descoberta de retratos perdidos
Retrato d'El Rei Dom Sebastião (óleo sobre tela datável dos finais do século XVI ou início do século XVII, patente na Câmara dos Azuis).Em novembro de 2010 foi encontrado na Áustria um retrato do rei, dado como desaparecido há 400 anos. O quadro estava no Castelo Schönberg, mas o protagonista era identificado como sendo um nobre austríaco. A obra é da autoria de Alonso Sanchez Coello e foi pintada na corte portuguesa em 1562[2].
Um outro retrato encontrado recentemente na Itália[3], de autor ainda não identificado, mostra o soberano em idade adulta, com barba e bigode, numa representação de busto a 3/4 envergando armadura de gala com gola de folhos. Da decoração da armadura sobressai a Cruz de Cristo, de que é visível o braço superior, com uma forma mal representada, o que nos leva à conclusão da autoria por um pintor espanhol ou italiano, mais familiarizados com este tipo de cruz do que com as formas rectas da Cruz de Cristo.
O retrato está carregado de simbolismo, não apenas pela inclusão da Cruz de Cristo, como pela legenda que encima o quadro "Sebastianus I Lusitanor R" (Sebastião I Rei dos Portugueses), que remete para o início do mito de D. Sebastião.
Referências↑ Mascarenhas Paulo Pinto, D. Sebastião foi preso em Itália, consultado a 14 de Dezembro de 2011
↑ http://aeiou.expresso.pt/descoberto-na-austria-quadro-de-d-sebastiao-perdido-ha-400-anos=f617869
↑ http://ipsilon.publico.pt/artes/texto.aspx?id=297806
[editar] BibliografiaOutros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
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Antonio Villacorta Baños-García. D. Sebastião Rei de Portugal. A Esfera dos Livros.
Maria Augusta Lima Cruz. D.Sebastião. Temas e Debates.
Bernardo da Gama Lobo Xavier. Retratos Ignorados de D. Sebastião. Principia.
Deana Barroqueiro. D. Sebastião e o Vidente. Porto Editora.
Fernando Campos. A Ponte dos Suspiros. Difel.
[editar] Ver tambémLista de militares portugueses falecidos na Batalha de Álcacer Quibir
Arcos do Jardim
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Sebastianismo
História de Portugal
Crise de sucessão de 1580
Realeza Portuguesa
Casa de Avis
Descendência
João I[Expandir]
Filhos
Infante Duarte (futuro Duarte I)
Infante Pedro, Duque de Coimbra
Henrique, o Navegador (Infante Henrique, Duque de Viseu)
Infanta Isabel, Duquesa da Borgonha
Infante João, Senhor de Reguengos
Infante Fernando, o Infante Santo
Afonso, Duque de Bragança (ilegítimo)
Beatriz, Condessa de Arundel (ilegítima)
Netos
Infanta Isabel de Avis, Rainha de Portugal
Duarte I[Expandir]
Filhos
Afonso, Príncipe de Portugal (futuro Afonso V)
Infante Fernando, Duque de Viseu
Infanta Leonor, Sacra Imperatriz Romana
Infanta Catarina
Infanta Joana, Rainha de Castela
Netos
Infante Manuel, Duque de Beja (futuro Manuel I)
Infanta Leonor de Avis, Rainha de Portugal
Bisnetos
Jaime, Duque de Bragança e Príncipe de Portugal
Afonso V[Expandir]
Filhos
João, Príncipe de Portugal
Santa Joana, Princesa de Portugal
João, Príncipe de Portugal (futuro João II)
João II[Expandir]
Filhos
Afonso, Príncipe de Portugal
Jorge, Duque de Coimbra (ilegítimo)
Manuel I[Expandir]
Filhos
Miguel da Paz, Príncipe de Portugal e das Astúrias
João, Príncipe de Portugal (futuro João III)
Infanta Isabel, Imperatriz do Sacro-Império Romano-Germânico
Infanta Beatriz, Duquesa de Sabóia
Infante Luís, Duque de Beja
Infante Fernando, Duque da Guarda e de Trancoso
Cardeal-Infante Afonso
Cardeal-Infante Henrique (futuro Henrique I)
Infante Duarte, Duque de Guimarães
Infanta Maria, Duquesa de Viseu
Netos
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António, Prior do Crato (ilegítimo)
Infanta Maria de Guimarães, Duquesa de Parma e Piacenza
Infanta Catarina de Guimarães, Duquesa de Bragança
Bisnetos
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Ranuccio I Farnese de Parma
Trinetos
João II, Duque de Bragança (futuro João IV de Portugal)
João III[Expandir]
Filhos
Maria Manuela, Princesa de Portugal e das Astúrias
João Manuel, Príncipe de Portugal
Netos
Sebastião, Príncipe de Portugal (futuro Sebastião I)
Carlos, Príncipe das Astúrias
Sebastião I[Esconder]
Henrique I[Esconder]
Precedido por
D. João Manuel
Príncipe herdeiro de Portugal
1554-1557 Sucedido por
Manuel de Portugal
Precedido por
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Rei de Portugal e dos Algarves
daquém e dalém-mar em África
1557 - 1578 Sucedido por
Henrique I
Precedido por
João III
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Córdova, Múrcia, Jaén, Algarve, Algeciras e Gibraltar,
Senhor da Biscaia e de Molina
de jure 1557 — 1578 Sucedido por
Henrique I
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Dinastia Afonsina Afonso I • Sancho I • Afonso II • Sancho II • Afonso III • Dinis I • Afonso IV • Pedro I • Fernando I
Dinastia de Avis João I • Duarte I • Afonso V • João II • Manuel I • João III • Sebastião I • Henrique I
Dinastia Filipina Filipe I • Filipe II • Filipe III
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