Henrique I de PortugalOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Cardeal-Rei D. Henrique I
Monarca de Portugal
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc.
Ordem: 17.º monarca de Portugal
Cognome(s): O Casto
Início do reinado: 4 de Agosto de 1578
Término do reinado: 31 de Janeiro de 1580
Aclamação: Lisboa, 1578
Predecessor(a): D. Sebastião I
Sucessor(a): Conselho de Governadores do Reino de Portugal
D. António I
Pai: D. Manuel I
Mãe: D. Maria
Data de nascimento: 31 de Janeiro de 1512
Local de nascimento: Lisboa
Data de falecimento: 31 de Janeiro de 1580
Local de falecimento: Almeirim
Local de enterro: Mosteiro de Santa Maria de Belém, Lisboa
Consorte(s):
Príncipe herdeiro: Reivindicaram: D. Catarina de Portugal, D. António, Prior do Crato e Filipe II de Espanha
Dinastia: Avis-Beja
D. Henrique I de Portugal (31 de Janeiro de 1512 — Almeirim, 31 de Janeiro de 1580) foi o décimo-sétimo Rei de Portugal, tendo governado entre 1578 e a sua morte, 1580. Ocasionalmente é chamado de D. Henrique II por alguns autores, em virtude de ser o segundo chefe de estado de Portugal chamado Henrique, tendo-se em linha de conta o Conde D. Henrique, por aqueles chamado de D. Henrique I. É conhecido pelos cognomes de O Casto (devido à sua função eclesiástica, que o impediu de ter descendência legítima), O Cardeal-Rei (igualmente por ser eclesiástico) ou O Eborense / O de Évora (por ter sido também arcebispo daquela cidade e aí ter passado muito tempo, e inclusivamente fundado a primeira Universidade de Évora, entregue à guarda dos Jesuítas), transformando Évora num pólo cultural importante, acolhendo alguns vultos da cultura de então: Nicolau Clenardo, André de Resende, Pedro Nunes, António Barbosa, entre outros.
“Que o cardeal-rei dom Henrique
Fique no Inferno muitos anos
Por ter deixado em testamento
Portugal, aos castelhanos”
— Quadra popular
Índice [esconder]
1 Vida religiosa
2 Regente e Rei
3 Morte e Crise de 1580
4 Ver também
5 Ligações externas
[editar] Vida religiosa
Painel de azulejos representando o cardeal D. Henrique em ÉvoraCardeal
Henrique de Portugal
da Igreja Católica
[[Imagem:|200px|Imagem de Henrique de Portugal]]
Arcebispo de Évora
título
Cardeal-presbítero dos Santos Quatro Coroados
'''''
Nascido em
Data de nascimento
Local de nascimento
Falecimento
Data de falecimento
Local de falecimento
Ordenado
sacerdote
Consagrado
bispo
Elevado
arcebispo 13 de abril de 1539
Nomeado
patriarca
Funções
exercidas
Proclamado
cardeal 16 de dezembro de 1545, pelo Papa Paulo III
Cardeais · Todas as dioceses
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Henrique era o quinto filho varão de D. Manuel I e sua segunda mulher Maria de Aragão, e era irmão mais novo do Rei D. João III. Como se compreende, Henrique não tinha tido a esperança de subir ao trono.
Bem cedo na sua vida, Henrique recebeu o sacramento da ordenação, para promover os interesses portugueses na Igreja Católica, na altura dominada pela Espanha. Ele subiu cedo na hierarquia da Igreja, tendo sido rapidamente Arcebispo de Braga, primeiro Arcebispo de Évora, Arcebispo de Lisboa e ainda Inquisidor-mor antes de receber o título de Cardeal (sendo portanto um cardeal-infante), com o título dos Santos Quatro Coroados (1546).
Não pelas suas mãos, mas com sua autorização dada ao Frei Luís de Granada (dominicano)que editou em português uma obra sua, intitulada "Meditações e homilias sobre alguns mysterios da vida de nosso Redemptor, e sobre alguns logares do Santo Evangelho, que fez o Serenissimo e Reverendissimo Cardeal Infante D. Henrique por sua particular devoção" em Lisboa, editada por Antonio Ribeyro, em 1574. Esta obra, em português, visava substituir a palavra oral pela escrita, num esforço de chegar às recuadas aldeias onde dificilmente chegava, pela escassez de religiosos conhecedores do Latim. Foram publicadas em Latim pelos Jesuítas em 1576 e depois em 1581.
Participou do conclave de 1549-1550, que elegeu ao Papa Júlio III e dos conclaves de Abril e Maio de 1555, nestes chegou a ser apontado como um dos favoritos a suceder no trono de São Pedro. Inclusivamente, o seu irmão João III de Portugal pediu ao cunhado, o imperador Carlos V que favorecesse a ascensão do seu irmão ao sólio pontifício, através da compra dos votos do Colégio dos Cardeais. Porém, não participou dos conclaves de 1559, 1565-1566 e de 1572.
Henrique, mais do que ninguém, empenhou-se em trazer para Portugal a ordem dos Jesuítas, tendo utilizado os seus serviços no Império Colonial.
[editar] Regente e ReiQuando João III de Portugal morreu, muitos discordavam da atribuição do poder da regência a Catarina de Áustria, irmã de Carlos I de Espanha. Henrique sucedeu assim à sua cunhada, em 1562, servindo como regente para Sebastião, seu sobrinho de segundo grau.
Após a desastrosa Batalha de Alcácer-Quibir em 1578, depois de receber a confirmação da morte do rei, no Mosteiro de Alcobaça, acabou por suceder ao sobrinho-neto. Henrique renunciou então ao seu posto clerical e procurou imediatamente uma noiva por forma a poder dar continuidade à Dinastia de Avis, mas o Papa Gregório XIII, que era um familiar dos Habsburgos, não o libertou dos seus votos.
Foi aclamado rei na igreja do Hospital de Todos-os-Santos, no Rossio, sem grandes festejos. Caberia-lhe resolver o resgate dos muitos cativos em Marrocos. O reino, então jubilante pela juventude com que D. Sebastião liderava, perdia o ânimo com a notícia e exigia vingança ao rei que, entretanto, adoecia.
[editar] Morte e Crise de 1580Mesmo com o sério problema da sucessão em mãos, D. Henrique nunca aceitou a hipótese de nomear o Prior do Crato, outro seu sobrinho, herdeiro no trono, pois não reconhecia a legitimidade de D. António. Por consequência, após a sua morte, de facto D. António subiu ao trono mas não conseguiu mantê-lo, perdendo-o para seu primo Filipe II de Espanha, na batalha com o duque de Alba.
O Rei-Cardeal morreu durante as Cortes de Almeirim de 1580, deixando uma Junta de cinco governadores na regência: o arcebispo de Lisboa D. Jorge de Almeida, D. João Telo, D. Francisco de Sá Meneses, D. Diogo Lopes de Sousa e D. João de Mascarenhas.
Em Novembro de 1580, Filipe I de Portugal enviou o Duque de Alba para reivindicar o Reino de Portugal pela força. Lisboa caiu rapidamente e o rei espanhol foi aclamado rei de Portugal, com a condição de que o reino e seus territórios ultramarinos não se tornassem províncias espanholas.
Foi sepultado inicialmente em Almeirim, mas em 1582 o seu sobrinho Filipe II de Espanha transladou o seu corpo para o transepto da igreja do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. Encontra-se junto ao túmulo construído para D. Sebastião, cuja sepultura foi também aí colocada por ordem de Filipe II.
[editar] Ver tambémRealeza Portuguesa
Casa de Avis
Descendência
João I[Expandir]
Filhos
Infante Duarte (futuro Duarte I)
Infante Pedro, Duque de Coimbra
Henrique, o Navegador (Infante Henrique, Duque de Viseu)
Infanta Isabel, Duquesa da Borgonha
Infante João, Senhor de Reguengos
Infante Fernando, o Infante Santo
Afonso, Duque de Bragança (ilegítimo)
Beatriz, Condessa de Arundel (ilegítima)
Netos
Infanta Isabel de Avis, Rainha de Portugal
Duarte I[Expandir]
Filhos
Afonso, Príncipe de Portugal (futuro Afonso V)
Infante Fernando, Duque de Viseu
Infanta Leonor, Sacra Imperatriz Romana
Infanta Catarina
Infanta Joana, Rainha de Castela
Netos
Infante Manuel, Duque de Beja (futuro Manuel I)
Infanta Leonor de Avis, Rainha de Portugal
Bisnetos
Jaime, Duque de Bragança e Príncipe de Portugal
Afonso V[Expandir]
Filhos
João, Príncipe de Portugal
Santa Joana, Princesa de Portugal
João, Príncipe de Portugal (futuro João II)
João II[Expandir]
Filhos
Afonso, Príncipe de Portugal
Jorge, Duque de Coimbra (ilegítimo)
Manuel I[Expandir]
Filhos
Miguel da Paz, Príncipe de Portugal e das Astúrias
João, Príncipe de Portugal (futuro João III)
Infanta Isabel, Imperatriz do Sacro-Império Romano-Germânico
Infanta Beatriz, Duquesa de Sabóia
Infante Luís, Duque de Beja
Infante Fernando, Duque da Guarda e de Trancoso
Cardeal-Infante Afonso
Cardeal-Infante Henrique (futuro Henrique I)
Infante Duarte, Duque de Guimarães
Infanta Maria, Duquesa de Viseu
Netos
Filipe II de Espanha (futuro Filipe I de Portugal)
António, Prior do Crato (ilegítimo)
Infanta Maria de Guimarães, Duquesa de Parma e Piacenza
Infanta Catarina de Guimarães, Duquesa de Bragança
Bisnetos
Teodósio II, Duque de Bragança
Ranuccio I Farnese de Parma
Trinetos
João II, Duque de Bragança (futuro João IV de Portugal)
João III[Expandir]
Filhos
Maria Manuela, Princesa de Portugal e das Astúrias
João Manuel, Príncipe de Portugal
Netos
Sebastião, Príncipe de Portugal (futuro Sebastião I)
Carlos, Príncipe das Astúrias
Sebastião I[Esconder]
Henrique I[Esconder]
Arcebispo de Braga
Arcebispo de Évora
Arcebispo de Lisboa
Crise de sucessão de 1580
Árvore genealógica dos reis de Portugal
Cardeais de Portugal
[editar] Ligações externasThe Cardinals of the Holy Roman Church (em inglês)
Catholic Hierarchy (em inglês)
GCatholic (em inglês)
Precedido por
Catarina de Áustria
Regente de Portugal
1562 - 1568 Sucedido por
-
Precedido por
D. Sebastião I
Rei de Portugal e dos Algarves
daquém e dalém-mar em África
1578 - 1580 Sucedido por
Conselho de Governadores
do Reino de Portugal
Precedido por
D. Sebastião I
Rei Titular de Leão, Castela, Galiza, Toledo, Sevilha,
Córdova, Múrcia, Jaén, Algarve, Algeciras e Gibraltar,
Senhor da Biscaia e de Molina
de jure 1578 — 1580 Sucedido por
António I
Precedido por
Diogo de Sousa
Arcebispo Primaz de Braga
1533 – 1540 Sucedido por
Frei Diogo da Silva
Precedido por
Cardeal Infante D. Afonso
(último bispo de Évora)
Arcebispo de Évora
(1.ª vez): 1540 – 1564 Sucedido por
D. João de Melo
Precedido por
Roberto Pucci
Cardeal-presbítero dos Santos Quatro Coroados
1547 – 1580 Sucedido por
Giovanni Antonio Facchinetti de Nuce
Precedido por
Fernando de Menezes
Coutinho e Vasconcelos
Arcebispo de Lisboa
1564 – 1570 Sucedido por
Jorge de Almeida
Precedido por
D. João de Melo
Arcebispo de Évora
(2.ª vez): 1574 – 1578 Sucedido por
D. Teotónio de Bragança
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Dinastia Afonsina Afonso I • Sancho I • Afonso II • Sancho II • Afonso III • Dinis I • Afonso IV • Pedro I • Fernando I
Dinastia de Avis João I • Duarte I • Afonso V • João II • Manuel I • João III • Sebastião I • Henrique I
Dinastia Filipina Filipe I • Filipe II • Filipe III
Dinastia de Bragança João IV • Afonso VI • Pedro II • João V • José I • Maria I (com Pedro III) • João VI • Pedro IV • Maria II • Miguel I • Maria II (com Fernando II) • Pedro V • Luís I • Carlos I • Manuel II
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