sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

D. MARIA I- A PIEDOSA ( A LOUCA NO BR4ASIL)

Maria I de PortugalOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Nota: Se procura pela peça de teatro, veja D. Maria, a Louca.
D. Maria I
Monarca de Portugal

Pela Graça de Deus, Rainha de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhora da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. (1777-1815)
Pela Graça de Deus, Rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhora da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. (1815-1816)

Ordem: 27.º monarca de Portugal
Cognome(s): A Piedosa
A Louca (no Brasil)
Início do reinado: 24 de Março de 1777
Término do reinado: 20 de Março de 1816
Aclamação: 13 de maio de 1777
Predecessor(a): D. José I
Sucessor(a): D. João VI
Pai: D. José I
Mãe: D. Mariana Vitória de Bourbon
Data de nascimento: 17 de Dezembro de 1734
Local de nascimento: Lisboa, Portugal
Data de falecimento: 20 de Março de 1816 (81 anos)
Local de falecimento: Rio de Janeiro, Brasil
Local de enterro: Primeiramente na Igreja de São Francisco de Paula, no Rio de Janeiro, Brasil, e depois transladada para a Basílica do Sagrado Coração de Jesus da Estrela, Lisboa
Consorte(s): D.Pedro III, Infante de Portugal
Príncipe herdeiro: D. José, Príncipe do Brasil (filho)
D. João, Príncipe do Brasil (filho)

Dinastia: Bragança
D. Maria I de Portugal (Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de Bragança); Lisboa, 17 de dezembro de 1734 — Rio de Janeiro, 20 de Março de 1816) foi Rainha de Portugal de 24 de março de 1777 a 20 de março de 1816, sucedendo ao seu pai, o Rei José I. D. Maria foi, antes de assumir o trono, Princesa do Brasil, Princesa da Beira e duquesa de Bragança.

Jaz na Basílica da Estrela, em Lisboa, para onde foi transladada.

Ficou conhecida pelos cognomes de A Piedosa ou a A Pia, devido à sua extrema devoção religiosa à Igreja Católica - demonstrada, por exemplo, quando mandou construir a Basílica da Estrela, em Lisboa. No Brasil, é conhecida pelo cognome de Dona Maria, a Louca, devido à doença mental manifestada com veemência nos últimos 24 anos de vida.[1]

Índice [esconder]
1 Biografia
1.1 Casamento
1.2 Reinado
1.3 Regência do filho
1.4 Mudança para o Brasil
1.5 Reino Unido
2 Ascendência
3 Descendência
4 Na cultura popular
4.1 Maria-vai-com-as-outras
5 Referências
6 Ver também

[editar] Biografia[editar] CasamentoA continuidade dinástica da Casa de Bragança ficou assegurada com o seu casamento com o tio Pedro de Bragança. O casamento foi realizado no Palácio de Nossa Senhora da Ajuda, em Lisboa, a 6 de julho de 1760. Ele subiu ao trono como Pedro III, sendo feito 19.º duque de Bragança, 16º duque de Guimarães e 14.º duque de Barcelos, 12.º marquês de Vila Viçosa, 20º conde de Barcelos, 16.º conde de Guimarães, de Ourém, de Faria, e de Neiva, 22.º conde de Arraiolos. Tiveram quatro filhos e três filhas.

[editar] ReinadoEmbora D. Maria I seja tradicionalmente reconhecida como a primeira Rainha reinante em Portugal, isso é questionável, visto que Teresa de Leão já havia sido reconhecida como tal pelo papa, em 1112. Seu primeiro acto como rainha, iniciando um período que ficou conhecido como a Viradeira, foi a demissão e exílio da corte do marquês de Pombal, a quem nunca perdoara a forma brutal como tratou a família Távora durante o Processo dos Távoras. Rainha amante da paz, dedicada a obras sociais, concedeu asilo a numerosos aristocratas franceses fugidos ao Terror da Revolução Francesa(1789-1799). Era, no entanto, dada a melancolia e fervor religioso de natureza tão impressionável que quando ladrões entraram em uma igreja e espalharam hóstias pelo chão, decretou nove dias de luto, adiou os negócios públicos e acompanhou a pé, com uma vela, a procissão de penitência que percorreu Lisboa.

O seu reinado foi de grande actividade legislativa, comercial e diplomática, na qual se pode destacar o tratado de comércio que assinou com a Rússia em 1789. Desenvolveu a cultura e as ciências, com o envio de missões científicas a Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique, e a fundação de várias instituições, entre elas a Academia Real das Ciências de Lisboa e a Real Biblioteca Pública da Corte. No âmbito da assistência, fundou a Casa Pia de Lisboa. Fundou ainda a Academia Real de Marinha para formação de oficiais da Armada.

A 5 de janeiro de 1785 promulgou um alvará impondo pesadas restrições[2] à atividade industrial no Brasil. Durante seu reinado ocorreu o processo, condenação e execução do alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

[editar] Regência do filhoMentalmente instável, desde 10 de fevereiro de 1792 foi obrigada a aceitar que o filho tomasse conta dos assuntos de Estado. Obcecada com as penas eternas que o pai estaria sofrendo no inferno, por ter permitido a Pombal perseguir os jesuítas, o via como "um monte de carvão calcinado".

Para tratá-la veio de Londres o Dr. Willis, psiquiatra e médico real de Jorge III, enlouquecido em 1788, mas de nada adiantaram seus "remédios evacuantes".

Em 1799, sua instabilidade mental se agravou com os lutos pelo seu marido D. Pedro III (1786) e seu filho, o príncipe herdeiro José, Duque de Bragança, Príncipe da Beira, Príncipe do Brasil, morto aos 26 anos (1788), a marcha da Revolução Francesa, e execução do Rei Luís XVI de França na guilhotina e o filho e herdeiro João assumiu a regência : D. João VI de Portugal.


Dona Maria I e Dom Pedro III de Portugal.[editar] Mudança para o BrasilA Família Real Portuguesa transfere-se para o Brasil, fruto do receio de ser deposta, à semelhança do que ocorrera nos países recentemente invadidos pelas tropas francesas: Napoleão acumula o título de rei de Itália, dando o título de rei de Nápoles ao seu irmão Joseph Bonaparte; nos Países Baixos a coroa é dada a seu irmão Luís Bonaparte (Luís I da Holanda). Em 1801, o primeiro-ministro de Espanha, Manuel Godoy apoiado por Napoleão invadiu Portugal por breves meses e, no subsequente Tratado de Badajoz, Olivença passou para a coroa de Espanha. Portugal continuou a fazer frente à França e, ao recusar-se a cumprir o bloqueio naval às Ilhas Britânicas, foi invadido pela coligação franco-espanhola liderada pelo Marechal Junot. A família real foge para o Brasil a 13 de Novembro de 1807 deixando Portugal a mercê do invasor. Junot invade Lisboa sendo nomeado governador de Portugal. A 1 de Agosto de 1808, o Duque de Wellington desembarcou em Portugal e iniciou-se a Guerra Peninsular. Entre 1809 e 1810, o exército luso-britânico lutou contra as forças invasoras de Napoleão, nomeadamente na batalha das Linhas de Torres. Quando Napoleão foi derrotado em 1815, Maria e a família real encontravam-se ainda no Brasil. Segundo consta, a rainha teve de embarcar à força. Muito religiosa, acreditava que estava indo para o próprio inferno. Dos membros da realeza, porém, foi a que se manteve mais calma, chegando a declarar: Não corram tanto, vão pensar que estamos a fugir.

[editar] Reino UnidoProclamada Rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves em 16 de dezembro de 1815.

[editar] Ascendência[Expandir] Ancestrais de Maria I de Portugal


16. João IV de Portugal



8. Pedro II de Portugal



17. Luísa de Gusmão



4. João V de Portugal



18. Filipe Guilherme, Conde Palatino do Reno



9. Maria Sofia Isabel de Neuburgo



19. Isabel Amália



2. José I de Portugal



20. Fernando III, Sacro Imperador Romano-Germânico



10. Leopoldo I, Sacro Imperador Romano-Germânico



21. Maria Ana de Espanha



5. Maria Ana de Áustria, Rainha de Portugal



22. Filipe Guilherme, eleitor palatino



11. Leonor Madalena de Neuburgo



23. Isabel Amélia de Hesse-Darmstadt



1. Maria I de Portugal



24. Luís XIV de França



12. Luís, o grande delfim de França



25. Maria Teresa de Áustria (1638-1683)



6. Filipe V de Espanha



26. Fernando Maria, Eleitor da Baviera



13. Maria Ana de Baviera (1660-1690)



27. Adelaide Henriqueta de Sabóia



3. Mariana Vitória de Bourbon



28. Ranuccio II Farnésio (Duque de Parma)



14. Eduardo Farnésio



29. Isabella d'Este (1635-1666)



7. Isabel Farnésio



30. Filipe Guilherme, eleitor palatino



15. Sofia Dorotéia de Neuburgo



31. Isabel Amélia de Hesse-Darmstadt




[editar] DescendênciaRealeza Portuguesa
Casa de Bragança
Descendência

João IV[Expandir]
Filhos
Teodósio, Príncipe do Brasil
Joana, Princesa da Beira
Infanta Catarina, Rainha de Inglaterra
Afonso, Príncipe do Brasil (futuro Afonso VI)
Infante Pedro, Duque de Beja (futuro Pedro II)

Afonso VI[Esconder]
Pedro II[Expandir]
Filhos
Isabel Luísa, Princesa da Beira
João, Príncipe do Brasil (futuro João V)
Infante Francisco, Duque de Beja
Infante António
Infante Manuel, Conde d'Ourém
Infanta Francisca
Luísa, Duquesa do Cadaval
José, Arcebispo de Braga

João V[Expandir]
Filhos
Infanta Bárbara, Rainha de Espanha
José, Príncipe do Brasil e Duque de Bragança (futuro José I)
Pedro, Príncipe do Brasil e Duque de Bragança (futuro Pedro III)

José I[Expandir]
Filhos
Maria Francisca, Princesa do Brasil (futura Maria I)
Infanta Mariana Francisca
Infanta Doroteia
Benedita, Princesa do Brasil

Maria I e Pedro III[Expandir]
Filhos
José, Príncipe do Brasil
João, Príncipe Real e Duque de Bragança (futuro João VI)
Infanta Mariana Vitória

João VI[Expandir]
Filhos
Infanta Maria Teresa
Infanta Maria Isabel, Rainha de Espanha
Infante Pedro, Príncipe Real e Duque de Bragança (futuro Pedro I do Brasil e IV de Portugal)
Infanta Maria Francisca
Infanta Isabel Maria
Infante Miguel, Duque de Bragança (futuro Miguel I)
Infanta Maria da Assunção
Infanta Ana de Jesus Maria, Marquesa de Loulé

Pedro IV (I do Brasil)[Expandir]
Filhos
Infanta Maria da Glória, Duquesa do Porto (futura Maria II)
Januária, Princesa Imperial do Brasil
Francisca, Princesa de Joinville
Pedro, Príncipe Imperial do Brasil (futuro Pedro II do Brasil)

Miguel I[Expandir]
Filhos
Infanta Maria das Neves, Duquesa de São Jaime
Miguel II de Bragança
Infanta Maria, Arquiduquesa de Áustria
Infanta Maria José, Duquesa na Bavaria
Infanta Adelgundes, Duquesa de Guimarães, Condessa de Bardi
Infanta Maria Ana, Grã-Duquesa do Luxemburgo
Infanta Maria Antónia, Duquesa de Parma
Netos
Duarte Nuno de Bragança
Bisnetos
Duarte Pio de Bragança
Miguel Rafael de Bragança
Henrique Nuno de Bragança
Trinetos
Afonso de Bragança
Maria Francisca de Bragança
Dinis de Bragança

Maria II e Fernando II[Expandir]
Filhos
Pedro, Duque de Bragança (futuro Pedro V)
Infante Luís, Duque do Porto (futuro Luís I)
Infante João, Duque de Beja
Infanta Maria Ana, Princesa da Saxónia
Infanta Antónia, Princesa de Hohenzollern-Sigmaringen
Infante Augusto, Duque de Coimbra

Pedro V[Esconder]
Luís I[Expandir]
Filhos
Carlos, Príncipe Real e Duque de Bragança (futuro Carlos I)
Infante Afonso, Duque do Porto

Carlos I[Expandir]
Filhos
Luís Filipe, Príncipe Real e Duque de Bragança
Infante Manuel, Duque de Beja (futuro Manuel II)
Manuel II[Esconder]
José, Duque de Bragança e príncipe do Brasil (1761-1788), casou com a tia, a infanta Maria Benedita de Bragança.
João de Bragança, natimorto no Palácio de Nossa Senhora da Ajuda, Lisboa, 20 de outubro de 1762.
João Francisco de Paula Domingos António Carlos Cipriano de Bragança nascido em Lisboa a 16 de setembro e morto em Lisboa a 10 de outubro de 1763.
João Maria José Francisco Xavier de Paula Luis António Domingos Rafael de Bragança (futuro João VI)
Mariana Vitória Josefa Francisca Xavier de Paula Antonieta Joana Domingas Gabriela de Bragança nascida no Palácio de Queluz a 15 de Dezembro de 1768, morta em San Lorenzo de El Escorial em 2 de Novembro de 1788, tendo tido dois filhos e uma filha. Casou-se com Gabriel António Francisco Xavier João Nepomuceno José Serafim Pascoal Salvador de Bourbon e Saxe, Infante de Espanha, nascido em Portici a 12 de maio de 1752 e morto no Escorial a 23 de Novembro de 1788, quarto filho de Carlos III, rei da Espanha e de sua esposa Maria Amália de Saxe.
Maria Clementina Francisca Xavier de Paula Ana Josefa Antónia Domingas Feliciana Joana Michaela Julia de Bragança, nascida em Queluz em 9 de junho de 1774 e morta em Lisboa em 27 de junho de 1776.
Maria Isabel de Bragança nascida em Queluz 12 de dezembro de 1776 e morta em Lisboa em 14 de janeiro de 1777.
[editar] Na cultura popularA Rainha D. Maria I já foi retratada como personagem no cinema, televisão e no teatro, interpretada por Rita Cleós na novela "Dez Vidas" (1969), Maria Fernanda no filme "Carlota Joaquina, Princesa do Brazil" (1995), Eva Wilma na mini-série "O Quinto dos Infernos" (2002) e Maria Emília Correia na mini-série "Bocage" (2006). No Carnaval de 2008, foi representada no desfile da Escola de Samba São Clemente pelo ator transformista brasileiro Rogéria, em enredo sobre o Rei D. João VI. Em 2011, no Teatro, Maria do Céu Guerra é "D. Maria, A Louca" de um texto do autor brasileiro Antônio Cunha apresentado pela Cia Portuguesa A Barraca.

[editar] Maria-vai-com-as-outrasO termo "maria-vai-com-as-outras" é muito popular na lusofonia, onde é usado para designar uma pessoa fraca, sem opinião própria, que se deixa levar pelos outros. Segundo o pesquisador Brasil Gerson, autor do livro Histórias das Ruas do Rio, o termo foi cunhado a partir da figura da rainha Maria I, que viveu seus últimos anos no Rio de Janeiro. Declarada mentalmente incapaz desde 1792, D. Maria vivia reclusa e só saía na companhia de suas damas, que costumavam levá-la para passear às margens do rio Carioca, no antigo bairro de Águas Férreas (atual Cosme Velho). Ao ver a monarca sendo conduzida pelas mãos por suas damas, as pessoas exclamavam: lá vai a Maria Vai-com-as-Outras.[3].

Referências↑ Le monde. Crônica: "Muito obrigado, Napoleão"
↑ Alvará de D. Maria I sobre a indústria no Brasil
↑ [1]
[editar] Ver tambémAnexo:Lista de rainhas de Portugal
Árvore genealógica dos reis de Portugal
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Casa de Bragança
Nascimento: 17 de Dezembro de 1734; Morte: 20 de Março de 1816
Precedida por
D. Maria Bárbara
como varoa mais velha
de D. João V
Princesa da Beira
como D. Maria Francisca
1734–1816 Sucedida por
D. José II
de Bragança
Precedida por
D. José I
Princesa do Brasil
como D. Maria Francisca
1750–1777

Duquesa de Bragança
como D. Maria I de Bragança
1777–1816

Rainha de Portugal e dos Algarves
d'Aquém e d'Além-Mar em África, etc.
como D. Maria I de Portugal
1777–1816 Sucedida por
D. João VI
Precedida por
Nenhum
Rainha do Reino Unido
de Portugal, Brasil e Algarves, etc.
como D. Maria I de Portugal
1815–1816

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