quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Américo de Deus Rodrigues TomásOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Américo Tomás

13º presidente de Portugal
Mandato 9 de Agosto de 1958 até
a 25 de Abril de 1974
Antecessor(a) Craveiro Lopes
Sucessor(a) Junta de Salvação Nacional
Vida
Nascimento 19 de Novembro de 1894
Lisboa, Portugal
Falecimento 18 de setembro de 1987 (92 anos)
Cascais, Portugal
Primeira-dama Gertrudes Ribeiro da Costa Tomás
Partido União Nacional, depois Acção Nacional Popular
Profissão Oficial da Marinha de Guerra
ver
Américo de Deus Rodrigues Tomás[1] GC C • GO A • O SE (Lisboa, 19 de Novembro de 1894 — Cascais, 18 de Setembro de 1987) foi um político e militar português. Foi o décimo terceiro Presidente da República Portuguesa, último do Estado Novo português.

Índice [esconder]
1 Biografia
1.1 Carreira Académica
1.2 Carreira Militar
1.3 Presidente da República
1.4 Após o 25 de Abril
2 Obra
3 Referências

[editar] BiografiaEra filho de António Rodrigues Tomás (Ferreira do Zêzere, Ferreira do Zêzere, c. 1870) e de sua esposa, Maria da Assunção Marques (Lisboa, Alcântara, c. 1874).

Em outubro de 1922 desposou Gertrudes Ribeiro da Costa (Lisboa, 23 de Fevereiro de 1894 - 25 de Maio de 1991), conhecida como Dona Gertrudes, filha de António José da Costa e de sua esposa, Adelaide do Carmo Ribeiro, de quem teve duas filhas: Maria Natália Rodrigues Tomás (c. 1925) e Maria Madalena Rodrigues Tomás (c. 1930), casada com Antero de Campos de Figueiredo.

[editar] Carreira AcadémicaIngressou no Liceu da Lapa em 1904, e concluiu a sua formação secundária em 1911. Frequentou a Faculdade de Ciências durante dois anos, entre 1912 e 1914, ano em que ingressou na Escola Naval, como aspirante no corpo de alunos da Armada.

[editar] Carreira MilitarEm 1916, ao concluir o curso da Escola Naval, e durante a Primeira Guerra Mundial, desempenhou funções no serviço de escolta no Couraçado Vasco da Gama, depois no cruzador auxiliar Pedro Nunes e nos contratorpedeiros Douro e Tejo[2].

Em 1918 foi promovido a 1º tenente.

A 17 de março de 1920, entra ao serviço do navio hidrográfico 5 de Outubro, onde serviu nos dezasseis anos seguintes, desempenhando ainda as funções de chefe da Missão Hidrográfica da Costa Portuguesa e vogal da Comissão Técnica de Hidrografia, Navegação e Meteorologia Náutica e do Conselho de Estudos de Oceanografia e Pesca e perito do Conselho Permanente Internacional para a Exploração do Mar[3].

Foi nomeado chefe de gabinete do Ministro da Marinha em 1936, presidente da Junta Nacional da Marinha Mercante de 1940 a 1944 e Ministro da Marinha de 1944 a 1958.

Durante o desempenho de funções como Ministro da Marinha, foi o principal responsável pela elaboração e aplicação do Despacho 100, diploma que reestruturou e modernizou a Marinha Mercante portuguesa, permitindo também a constituição da moderna indústria da construção naval no país. Esta ação fez com que, nos meios navais, ao contrário do resto da sociedade portuguesa, o nome do Almirante Américo Tomás seja, ainda hoje, muito respeitado.

[editar] Presidente da RepúblicaEm 1958 foi o candidato escolhido pela União Nacional para suceder a Craveiro Lopes, com o beneplácito de António de Oliveira Salazar, não só por ser afeto ao regime mas também por ser pouco interventivo. Teve como adversário o General Humberto Delgado. A massiça fraude eleitoral permitiu a sua vitória por 75%, contra apenas 25% atribuídos a Delgado. O próprio Tomás não votaria na sua eleição. Na sequência das eleições presidenciais, cujos resultados oficiais nunca seriam publicados oficialmente no Diário do Governo, conforme estipulava a legislação vigente, o regime determinaria, na revisão constitucional de 1959, que estas deixariam de ser directas, passando a ser da responsabilidade de um colégio eleitoral, constituído exclusivamente por membros da União Nacional. Desta forma, o regime punha de parte qualquer tipo de mudança democrática encetada pelo voto da população portuguesa. Em 1961 tornou-se Cavaleiro da Real e Distinguida Ordem de Carlos III de Espanha. Foi dessa forma reeleito em 1965 e 1972.

O 25 de Abril encontrou-o a poucos meses de cessar funções, uma vez que determinara deixar o cargo quando completasse 80 anos. Foi então demitido do cargo e expulso compulsóriamente da Marinha, tendo sido enviado para a Madeira, donde partiu para o exílio no Brasil.[4]

Américo Tomás, durante o desempenho das funções de Presidente da República, residiu sempre na sua residência particular, apenas usando o Palácio de Belém como escritório e para cerimónias oficiais.

Foi pouco mais do que um chefe de estado cerimonial, aparecendo muitas vezes a inaugurar exposições de flores, a ponto de lhe darem o apodo de "o corta-fitas".

[editar] Após o 25 de AbrilEm 1978, o general Ramalho Eanes permitiu o seu regresso a Portugal. Em 1980, morre, subitamente, a sua filha mais velha, Natália.

Foi-lhe negado o reingresso na Marinha e o regime de pensão extraordinária actualmente em vigor para ex-presidentes da República.

A 18 de Setembro de 1987, Américo Tomás morreu numa clínica em Cascais, após uma cirurgia, com 92 anos.

[editar] ObraSem Espírito Marítimo Não É Possível o Progresso da Marinha Mercante, Lisboa, s.e., 1956.
Renovação e Expansão da Frota Mercante Nacional, prefácio de Jerónimo Henriques Jorge, Lisboa, s.e., 1958.
Citações, Lisboa, República, 1975.
Últimas Décadas de Portugal, 4 volumes vols., Lisboa, Fernando Pereira, 1980 e 1981.
Referências↑ Pela grafia arcaica: Americo de Deus Rodrigues Thomaz.
↑ Mascarenhas, João Mário; António José Telo (1997). Américo de Deus Rodrigues Tomás (em pt). A República e seus presidentes.
↑ Mascarenhas, João Mário; António José Telo (1997). Américo de Deus Rodrigues Tomás (em pt). A República e seus presidentes.
↑ Lei 1/74 que destituiu Américo Thomaz.
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