quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

NAPÓLEÃO III - IMPERADOR FRANCÊS

Napoleão III de FrançaOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Napoleão III

Imperador dos Franceses e Co-príncipe de Andorra

Imperador Napoleão III
Governo
Reinado 2 de dezembro de 1852–
4 de setembro de 1870
Consorte Eugénia de Montijo
Antecessor Louis-Eugène Cavaignac
como Primeiro-ministro da França
Herdeiro Napoleão Eugénio, Príncipe Imperial
Sucessor Louis Jules Trochu
como Primeiro-ministro da França
Casa Real Bonaparte
Dinastia Bonaparte
Vida
Nascimento 20 de abril de 1808
Paris, Primeiro Império Francês
Morte 9 de janeiro de 1873 (64 anos)
Chislehurst, Kent, Inglaterra
Filhos Napoleão Eugénio, Príncipe Imperial
Pai Luís Bonaparte
Mãe Hortênsia de Beauharnais
ver
Napoleão III de França, nascido Carlos Luís Napoleão Bonaparte (Charles Louis Napoléon Bonaparte) (Paris, 20 de abril de 1808 — Chislehurst, Kent, Inglaterra, 9 de janeiro de 1873), sobrinho do grande Napoleão, foi presidente e posteriormente imperador da França (1852-1870). Era o terceiro filho de Luís Bonaparte (1778-1846), rei da Holanda, e Hortênsia de Beauharnais (Hortense de Beauharnais), respectivamente, irmão e enteada de Napoleão Bonaparte.

Índice [esconder]
1 Biografia
2 Imperador de França
3 Decadência
4 Galeria
5 Ver também
6 Ligações externas

[editar] BiografiaCom a deposição de seu tio, Napoleão I, do trono francês em 1815, passou a juventude exilado na Alemanha e na Suíça. Atraído pelos ideais nacionalistas, participou da Carbonária (1830-1831), sociedade revolucionária formada na Itália e ativa na França). Em 1832, com a morte do único filho de Napoleão Bonaparte, o rei de Roma, Luís Bonaparte tornou-se o pretendente bonapartista ao trono francês.

Em 1836, tentou amotinar a guarnição de Estrasburgo contra a monarquia de Luís Filipe de Orléans. Derrotado, refugiou-se no Reino Unido e publicou Des idées napoléoniennes (1839; As idéias napoleônicas), no qual traça para Napoleão um perfil que combinava autoridade, liberdade e progresso. Deixou o exílio confiante na boa acolhida de suas idéias e embarcou, em 1840, na desastrada "Conspiração de Bolonha", contra Luís Filipe. Novamente derrotado, foi condenado à prisão perpétua na fortaleza de Ham, onde escreveu L'Extinction du paupérisme (1844; A extinção do pauperismo), que lhe valeu o apoio do proletariado. Em 1846, conseguiu fugir para Londres disfarçado de pedreiro, com o nome de Badinguet, que depois ficou sendo seu apelido.

Instaurada a república, durante as Revoluções de 1848, voltou para a França. Apresentou-se, então, como o defensor dos ideais napoleônicos, ao mesmo tempo que propugnador dos princípios da ordem e da estabilidade social. Com apoio do recém-fundado Partido da Ordem, foi eleito deputado à Assembléia Constituinte francesa em vários departamentos. Ganhou a então simpatia dos conservadores, amedrontados com a difusão das idéias socialistas; dos burgueses liberais, ansiosos pela pacificação e a retomada do progresso; e das forças armadas, saudosas de glórias militares. Em dezembro do mesmo ano, com a nova Constituição, foi eleito Presidente da República da França com 5,5 milhões de votos (73% do total de votos) contra 1,5 milhões do seu concorrente, o general Louis Eugène Cavaignac.

Luís Napoleão desejava a ampliação de seus poderes e passou a perseguir qualquer pessoa ou partido, inclusive o seu próprio, que pretendesse limitar sua autoridade. O descontentamento popular pela redução do sufrágio em 1850, bem como a recessão de 1851, lhe serviram de pretexto para controlar a imprensa e reforçar o ensino clerical nas escolas. O mandato do presidente francês era de quatro anos e a Constituição proibia a reeleição. Em 1852, ele deixaria o poder, o que não era sua intenção. Luís Bonaparte era o chefe da Sociedade 10 de Dezembro, cujo nome era uma homenagem ao dia de sua eleição à presidência. Essa sociedade era constituída de amigos do presidente, todos inescrupulosos e envolvidos em negociatas com o dinheiro público. Luís Napoleão, junto com os amigos dessa sociedade, articulou um golpe contra o Parlamento. Se bem que houvesse prestado juramento de fidelidade à Constituição, mandou prender e deportar (1851) personalidades republicanas e realistas. Em 2 de dezembro, baixou um decreto declarando a dissolução da Assembléia Legislativa. Em 20 de dezembro, procedeu a um plebiscito: 7.500.000 sufrágios ratificaram o Golpe de Estado. Luís Napoleão ganhou poderes para elaborar uma nova Constituição, que o transformou num cônsul, como o tio, dando-lhe poder ditatorial por dez anos, e restabeleceu o sufrágio universal, entre outras medidas. Uma tentativa de insurreição republicana contra o Golpe de Estado irrompeu em Paris. O levante foi brutalmente esmagado pelo exército. Por ironia, Karl Marx, dirigente socialista, chamou o golpe de 18 de brumário de Luís Bonaparte numa alusão segundo a qual o sobrinho procurou imitar o tio.

[editar] Imperador de França
A família Imperial, 1865.Em novembro de 1852, apoiado pela grande burguesia, conclamou outro plebiscito, que, com 95% dos votos favoráveis, instituiu o império e transformou o príncipe-presidente Luís Napoleão em Imperador da França, com o título de Napoleão III. Com o golpe, Bonaparte criou o Segundo Império Francês. Em janeiro de 1853, casou-se com a condessa espanhola Eugénia de Montijo. Da união nasceu, em 1856, Napoleão Eugénio, Príncipe Imperial. Teve como amante Virginia Verasis, Condessa de Castiglioni.

De 1852 a 1858, Napoleão III exerceu poder absoluto (Império Autoritário), limitando a oposição parlamentar e amordaçando a imprensa. A partir de 1860, cresceram as pressões liberais, e, de 1858 a 1867, algumas liberdades foram concedidas aos cidadãos; de 1867 a 1870, desenvolveu-se o regime que se chamou Império Liberal, que ampliou os poderes da Assembléia Legislativa e suspendeu as restrições às liberdades civis.

Apoiado pela burguesia, o clero e as forças armadas, o imperador, para obter o apoio dos trabalhadores, empreendeu grandes e numerosas obras públicas, especialmente em Paris, realizadas pelo prefeito Barão Georges-Eugène Haussmann; construiu ferrovias e casas populares; abriu canais; encorajou a agricultura, a indústria e o comércio; favoreceu as instituições de crédito; fundou sociedades de ajuda mútua e organizações de trabalhadores.

No exterior, Napoleão III, querendo exercer hegemonia na Europa, participou da Guerra da Criméia (1854-1856) e presidiu o Congresso de Paris (1856), que assinalou o fim da guerra (derrota da Rússia), assumindo o papel de árbitro do continente. Com a efervescência dos nacionalismos, das lutas pela independência de povos dominados desde antes do Congresso de Viena, Napoleão III passou a defender a política das nacionalidades. Entretanto, em alguns momentos, fez a França tornar-se dominadora de outros Estados. Posicionou-se a favor da independência dos Estados romenos da Moldávia e da Valáquia, contra o Império Turco-Otomano, e a formação do reino da Romênia (1856). Partidário de uma política liberal na Argélia, encontrou oposição dos colonos e interveio decididamente na pacificação em 1857. Enviou, com a Inglaterra, tropas à China (1857-1860) e apoderou-se da Cochinchina, sul do Vietnam (1859-1862).

Apoiou, a princípio, o Risorgimento, atuando com destaque nas lutas pela unificação italiana, voltando-se contra os austríacos, que reinavam sobre a região desde o Congresso de Viena. Pressionado, entretanto, pela violenta campanha dos católicos franceses, que protestavam contra o ataque aos Estados da Igreja) e consideravam as ambições sardo-piemontesas uma ameaça aos domínios da Igreja, e pela possibilidade da Prússia entrar no conflito em apoio ao imperador austríaco Francisco José (a Prússia concentrou poderoso exército nas fronteiras com a França), concluiu um tratado de paz com a Áustria em Villafranca em 1859. Em 1860, conquistou a Savóia e Nice, graças ao apoio contra a Áustria.

Com a grande influência da França, Napoleão III apoiou a construção do canal de Suez e protegeu os cristãos maronitas na Síria. Entre 1862 e 1867, Bonaparte interveio no México, numa guerra que arruinou as finanças francesas. Com o objetivo de garantir o comércio francês na América, conter a crescente hegemonia norte-americana e pôr fim à instabilidade política entre grupos locais, as tropas francesas invadiram e prestaram apoio à oposição ao governo do México, derrubando seu presidente Benito Juárez. Organizando no México uma nova estrutura política, Bonaparte e os monarquistas mexicanos oferecem o trono mexicano ao arquiduque Maximiliano da Áustria.

[editar] DecadênciaNo final da década de 1860, a estrela de Napoleão III começou a apagar.

Os problemas financeiros e militares e a instabilidade política e militar na Europa fizeram suas tentativas de estender os interesses coloniais franceses ao México malograrem. Em 1866 Napoleão retirou suas tropas do país americano, deixando o novo regime virtualmente sem proteção. O imperador Maximiliano montou uma resistência mas acabou sendo aprisionado no cerco de Querétaro. Maximiliano acabou fuzilado.

Napoleão III firmou com o Reino Unido um tratado de redução das tarifas alfandegárias, o que provocou reação dos industriais franceses. Fundou instituições de crédito para desenvolver o país, mas a deterioração econômica da França, somada à oposição do clero, dos industriais, da burguesia e do operariado descontente, levou-o a conceder o direito de greve em 1864. Em 1867, chamou o líder da oposição para compor seu ministério e, em 1868, permitiu a liberdade de imprensa e de reunião.

Subestimando Bismarck, permitiu que o beligerante 'Telegrama de Ems' (versão adulterada por Bismarck de um telegrama do rei da Prússia que buscava justamente dar fim à crise) provocasse a guerra franco-prussiana (1870 - 1871), que trouxe a ruína do Segundo Império. Capturado então em Sedan (02/09/1870) pelos exércitos prussianos, assinou a capitulação da França. Dias depois, a Assembléia Nacional proclamou sua deposição e, em Paris, foi proclamada a Terceira República Francesa. Foi então levado sob prisão para o Schloss Wilhelmshöhe, em Kassel (Alemanha), onde permaneceu entre 5 de Setembro de 1870 e 19 de Março de 1871, antes de seguir para o exílio em Chislehurst (Inglaterra), onde morreria em 9 de janeiro de 1873.

[editar] GaleriaO Commons possui multimídias sobre Napoleão III de FrançaBaile no palácio das Tulherias (incediado em 1871)
O Palácio das Tulherias, de onde Napoleão III e Eugênia governaram a França
O Palácio das Tulherias, 1868
Galeria da paz, Palácio das Tulherias
Salão Luís XIV no Palácio das Tulherias
As "jóias da coroa" francesa, destaque para as tiaras da imperatriz Eugênia
Jantar oferecido por Napoleão III à rainha Vitória, quando esta visitou a França em 1855, quadro de Eugène Lami
Embaixadores do Sião sendo recebidos por Napoleão III e Eugênia no Palácio de Fontainebleau
Napoleão III e Bismarck na manhã seguinte Batalha de Sedan.
Sobrinho de Napoleão Bonaparte, Napoleão III restaurou o trono francês com um golpe de estado.
Efígie de Napoleão III com coroa de louros.
Napoleão III em 1863.
Le regime parlementaire, charge de Coide, retratando Napoleão III.
Retrato de Luís Napoleão.
Xilogravura publicada na Illustrierte Zeitung mostrando as eleições de 1848 na França. Dois meninos lutam, um por Luís Napoleão e o outro por Cavaignac.
Quadro de Wilhelm Camphausen (1818-1885) mostrando Napoleão e Bismarck na manhã seguinte à Batalha de Sedan, após a rendição que provocou a queda do regime imperial e a instauração da república francesa.
[editar] Ver tambémBando de 10 de Dezembro
[editar] Ligações externas"O 18 de brumário de Luís Bonaparte", de Karl Marx



Casa de Bonaparte
Precedido por
Louis-Eugène Cavaignac
(como Primeiro-ministro da França)
Imperador de França
como Napoleão III
1852–1870 Sucedido por
Louis-Jules Trochu
(como Primeiro-ministro da França)




[Expandir]v • eMonarcas de França
França Medieval
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França Medieval
Casa de Valois Filipe VI • João II • Carlos V • Carlos VI • Carlos VII • Luís XI • Carlos VIII
Idade Moderna Francesa
Casa de Valois Luís XII • Francisco I • Henrique II • Francisco II • Carlos IX • Henrique III
Idade Moderna Francesa
Casa de Bourbon Henrique IV • Luís XIII • Luís XIV • Luís XV • Luís XVI • Luís XVII (de jure)
Primeiro Império Francês
Casa de Bonaparte Napoleão I
I Restauração dos Bourbon
Casa de Bourbon Luís XVIII
Cem Dias
Casa de Bonaparte Napoleão I • Napoleão II
II Restauração dos Bourbon
Casa de Bourbon Luís XVIII • Carlos X • Luís XIX • Henrique V
Monarquia de Julho
Casa de Orléans Luís Filipe I
Segundo Império Francês
Casa de Bonaparte Napoleão III

[Expandir]v • ePretendentes ao trono francês desde 1792
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