sábado, 6 de outubro de 2012

ANTERO DE QUENTAL


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Matérias relativas às disciplinas do 12º ano de escolaridade







Matemática Português Química

lBinômio de newton

Análisecombinatória

Antero de Quental

Fernando Pessoa

Frei Luís de Sousa

Cesário verde

T.P.

Exercicios

Oxidação redução





Antero de Quental





ÍNDICE





Antero de Quental - a vida

A obra de Antero de Quental

A inserção Histórica

Correntes Literárias que o influenciaram

Questão Coimbrã

As Conferencias do Casino













A vida





Antero Tarquínio de Quental, poeta português que nasceu em Ponta Delgada numa família de formação liberal em 1842. Teve uma educação católica e tradicionalista, mas construiu por si mesmo a personalidade intelectual e moral na reacção ao ambiente livresco e conservador da Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Direito entre 1858 e 1864, e em leituras estimuladoras: Balzac, Hegel, Victor Hugo, Proudhon, entre outros autores representativos da grande viragem mental do século XIX.



O seu temperamento de revolucionário levou-o a ser o ideólogo da sua geração literária, desempenhando um papel central na Questão Coimbrã e nas Conferências do Casino, começando desde Coimbra a exercer uma influência profunda na sua geração. Datam do periodo coimbrão as primeiras poesias: Raios de Extinta Luz, Primaveras Românticas, Odes modernas (um testemunho lapidar e vibrante da «poesia como voz da Revolução, a voz que Antero retomará nas conferências do Casino em 1871). O ideário socialista, de inspiração primacialmente proudhiana, absorveu o interesse e a acção do escritor nos anos seguintes. Mas a doença afectou cada vez mais acentuadamente e levou-o ao progressivo isolamento (sobretudo nos 9 anos que passou em Vila do Conde) e, regressando a Ponta Delgada, para se suicidar em 1891. Entretanto, em 1881 fora publicada a primeira edição dos Sonetos, em 1886 a dos Sonetos Completos e em 1890 o grande ensaio Tendências Gerais da Filosofia na Segunda Metade do Século XIX. Como prosador deixou ensaios sócio-históricos e filosóficos. Como poeta, o seu lirismo de temática filosófica concentra-se na severidade do sonho, relatando o seu itinerário íntimo desde a dúvida religiosa até ao panteísmo de inspiracão orientalista. A autenticidade dolorida do seu lirismo em Sonetos só tem paralelo na lírica de Camões. No entanto em Odes Modernas adopta um tom mais revolucionário. Escritor de personalidade fascinante sob todos os aspectos, impegnado de uma estatura intelectual, de uma inspiração poética e de uma elvação moral admiráveis, era uma apaixonado pela causa revolucionária dos trabalhadores e pelo seu destino. A sua filosofia, como ele próprio defeniu «um espiritualismo realista enxertado no tronco robusto do materialismo», afirmou-se num pensamento ao mesmo tempo lúcido e ardente. Antero de Quental foi uma das mais poderosas mentelidades de toda a história da nossa cultura. .



Índice







A obra de Antero de Quental





Raios da Extinta Luz e Primaveras Românticas Os Temas destes versos na juventude de Antero são um misto de erotismo romântico de ideias pseudo-filosóficas então em voga: Niilismo, religiosidade cósmica, satanismo, pampsiquismo. As poesias Juvenilia apresentam-se com uma característica que as distinge de outra que Antero escreveu mais tarde: a insistencia nos temas amorosos. Ele vê a mulher como um anjo e o amor que lhe dedica é puro, sagrado, espiritual, isto é, o amor platonizante petrarquista. Por outro lado, em algumas composições, o amor de Antero é um abandono após o cansaço, um atirar-se semimorto para os braços da amada, ficando lá descontraído e calmo, como uma criança a dormir no colo da mãe. Anjo, mãe, criança pequenina: foi assim que o poeta viu a mulher. Odes Modernas - um livro que é a "voz da revolução" Antero insurgiu-se abertamente contra a poesia romântica. Ao escrever as Odes Modernas, pôs de parte os subjectivismos românticos e começou a olhar e palpar as realidades socias que o cercavam. A obra oferece-nos uma interpretação evolutiva da história, faz considerações metafísicas acerca do homem e do Mundo, não ocultando uma aspiração de transformações sociais. Por outro lado, inspirou-se em duas fontes doutrinárias muito em voga na época: o evolucionismo iedalista de Hegel e o humanitarismo democrático de alguns autores franceses, sobretudo Proudhon. O livro abre com o poema Panteísmo, que é uma mistura de pampsiquismo e de idealimismo Hegeliano. Além de hegel, devem ter influenciado Antero nesta poesia: Vitor Hugo, Michelet e Nerval. Panteísmo insurge-se contra o Absoluto transcendente em rebate o cristianismo afectivo dos românticos. No poema A História há uma visão pessimista do passado (ódios, vinganças, desgraças, misérias). Os males do passado evitar-se-ão no presente e no futuro desde que se faça guerra aos tiranos, aos reis sem fé e aos deuses enganosos e se preste culto ao Amor e à Liberdade. Então, numa civilização assente sobre a rocha da Igualdade, reinará o Amor de Irmãos e haverá a verdadeira paz. Na poesia No Tempo volta a prognosticar o triunfo da voz do povo que fará evolucionar a história para a Igualdade e a Justiça. Ao mesmo tempo, num ciclo de sonetos, Antero tenta a explicação do Mundo pelo Absoluto imanente. Conclui-se do soneto que um mundo ordenado tal qual o percebe só se pode entender omo expressão, manisfestação da Ideia, a qual, em contínua evolução se conscencializa no Homem e no Estado. Na poesia Et Coelum Et Virtus, refere-se a um Deus moribundo que desaparece para dar lugar ao Deus imanente da consciência. No poema Pater insurge-se contra os sacerdotes que erradamente julgam ter na mão o monopólio da Terra e do Céu. Verdadeiros padres são para ele o mar, o firmamento, o vento, o cedro, a natureza, as mães, os poetas, os poscritos, os heróis, isto é, uma mistura confusa de mundo inanimado e de mundo humano.No poema Tentanda via Antero esconde uma certa melancolia ante o fatal desaparecimento das coisas que a evolução desgasta, que o ímpeto revolucionário há-de fazer ruir. Evolução Ideológica Educado no catolicismo, viu Antero a sua crença profundamente abalada nos primeiros anos da vida universitária. "Varrida num instante toda a minha educação católica e tradicional, caí num estado de dúvida e incerteza, tanto mais pungentes quanto, espírito naturalmente religioso, tinha nascido para crer placidamente e obedecer sem esforço a uma regra reconhecida. Achei-me sem direção, estado terrível de espírito, partilhado mais ou menos por todos da minha geração". Carta autobiográfica de 14 de Maio de 1887. A partir dessa incerteza e dúvida, o poeta começou a sentir na alma uma aspiração pelo Absoluto, que foi a grande obsessão da sua vida. Com pouco mais de 18 anos converteu-se de vez ao «Germanismo», começando a encher grande parte da sua produção poética com lucubrações metafísicas radicadas no evolucionismo idealista de Hegel. Segundo o Idealismo as coisas sá se entendem como manifestações de Ideia, que nelas se vai determinando até tomar consciência de si. A única realidade intelegível é então a Ideia, da qual o Mundo é produto. Hegel ensina que a Ideia é movida por uma necessidade intrínseca para a sua determinação e manifestação. Mas ao determinar-se, cada manifestação da Ideia (tese) esbarra-se necessariamente na sua contrária (antítese) e logo se transforma numa nova (síntese). Mas de esta forma deixava-lhe me aberto o problema da finalidade do homem na Terra. Num soneto pergunta Antero aos Deuses: "para que nos criastes?" Deparamos então com Antero à procura do sentido prático da vida através de um socialismo utópico . Antero trabalhou afincadamente pela implantação de uma ordem nova na sociedade portuguesa. Ele acreditava que o bem estar social devia provir da evolução pacífica, baseada na moralidade, na instrução e na consequente autopromação da classe trabalhadora. Por outro lado, a morte de pessoas a quem muito queria, a doença e outras contrariedades inundaram-lhe a alma de pessimismo. Antero chegou ao conhecimento de que o Universo é um sofrimento sem finalidade e que tudo caminha invariavelmente para o nada. Tudo menos a Consciência, que se deve esforçar para atingir o Nirvana, onde há o repouso completo. Pensamentos do poeta Antero viu a burguesia triunfante de 1834 degenerar num capitalismo de especulação que nada produzia. Retomando a doutrina de Proudhon apela em alguns sonetos Antero para a Justiça; o Pensamento, a Ideia, que será luz do mundo; a Revolta e A Luta, até tudo estar no seu lugar; o Trabalho, de que alguma coisa ficará; o Cristo, avô da plebe; a Liberdade, sob o império da razão. Na sua fase pessimista, os sonetos estão repassados de emoção e contruídos de imagens: vê-se a dor em todo o lado e estamos continuamente a ouvir que é preferível o "não ser" ao "ser como se é". Sentem-se nestas poesias influências de Hartmann e do budismo. O pessimismo levou Antero a evadir-se, a fugir sempre para mais além. Essa região onde procura refugiar-se, aparece como um mundo indefinido, longínquo e vago; uma acção material, absorvente e enérgica; o sono no colo da mãe; o desprendimento do sensível; a aspiração a um Deus clemente, que o leve para o céu. A morte é considerada nos seus sonetos sob variados aspectos: liberdade, fim de todos os sofrimentos, irmã do Amor e da Verdade, consoladora das tribulações, berço onde se pode pode dormir, paz santa e inefável. E, em última análise, o ingresso no Nirvana, no "não ser". Antero fala de um Deus transcendente, no qual não acredita; num Deus que anima tudo, mas que é inconsciente nos deuses invenção do homem. Na metafísica de Antero devemos ver um primeiro esforço para explicar o mundo sem o Deus pessoal dos cristãos. Com ela Antero pretende ter encontrado a razão do Universo na Ideia. A ideia, o sumo Bem, o Verbo, a Essência, só se revela aos homens e às nações no céu incorruptível da Consciência ! Antero sente lá dentro uma voz misteriosa que lhe afirma: a existencia do Bem, da glória do amor, o Amor puro e sempiterno onde estão mergulhados todos os que amou. No fim de tantos desenganos e dores, o poeta descobriu num lampejo o Amor. Na Carta Autobiográfica, confessa o poeta com não oculta satisfação: " No psiquismo, isto é, no Bem e na Liberdade moral, é que encontrei a explicação última e verdadeira de tudo, não só do homem moral mas de toda a natureza, ainda nos seus momentos físicos elementares.".





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Inserção Histórica





A Inserção Histórica DO LIBERALISMO À REPUBLICA As novas ideias políticas dos filósofos franceses do séc. XVIII começam a entrar em Portugal no tempo do Marquês de Pombal. A censura, a polícia e a Inquisição não conseguem travar o aumento do número de «jacobinos» e dos «afrancesados», entre os quais figuram nobres e, sobretudo, homens de letras. A luta da Inglaterra contra a França revolucionária envolve-nos na campanha do Rossilhão e obriga-nos a não acatar o Bloqueio Continental, decretado por Napoleão, sendo o nosso país invadido pelos exércitos franceses (1808-1810). Não conseguem, porém, nem prender a família real, que embarcara para o Brasil, nem subjugar a Nação, que se levanta em armas e, ajudada pelo exército inglês, vence os invasores em Roliça, Vimeiro, Porto, Buçaco, Linhas de Torres, e os obriga a retirar. As invasões francesas deixam o país arruinado e ocupado pelo exército inglês. O descontentamento alastra, reforçado pela propaganda das ideias liberais. Após a malograda conspiração de 1817, triunfa a Revolução de 1820, organizada no Porto, sob a direcção de Manuel Fernandes Tomás, sendo eleita uma Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, destinada a governar em nome do rei e a reunir Cortes Constituintes. A Constituição de 1822 transforma a monarquia absoluta em monarquia liberal, e ao domínio soberano do rei substitui três poderes: legislativo; executivo; judicial. D. João VI regressa, jura a Constituição e enceta nova fase governativa. No Brasil, D. Pedro, que ali ficara com a categoria de regente, recusa-se a voltar a Portugal e proclama a independência (1822). A situação política portuguesa deu origem à formação de dois partidos rivais: absolutistas ou realistas, que pretendiam a continuidade das instituições anteriores; liberais ou constitucionais, defensores da ordem nova. À primeira revolta realista de Trás-os-Montes, seguiram-se a Vila-Francada e a Abrilada pronunciamentos militares comandados pelo infante D. Miguel. D. Pedro, considerado herdeiro do trono, outorga ao País uma Carta Constitucional (1826), destinada a substituir a Constituição de 1822, e abdica em sua filha. Durante a menoridade desta, D. Miguel deveria governar de harmonia com a Carta. Os seus partidários, porém, aclamam-no «rei de Portugal», enquanto os liberais formam na ilha Terceira um governo oposicionista, apoiado por D. Pedro, que deixa o Brasil e organiza uma expedição com a qual desembarca no Mindelo. Desencadeada a guerra, são vencidas as forças de D. Miguel e assinada a Convenção de Évora Monte (1834). Os liberais voltam definitivamente ao poder e continuam a decretar as reformas iniciadas por Mouzinho da Silveira. D. Maria II, que subiu ao trono após a morte de seu pai, viu-se logo de início em sérias dificuldades para manter o equilíbrio entre os partidos que dividiam os liberais, uns defensores da Constituição de 1822 («radicais» ou «vintistas»), outros da Carta Constitucional («conservadores» ou «cartistas»). Daqui uma série de lutas, que perturbam o seu reinado: Revolução de Setembro e Belenzada (1836), Revolta dos Marechais (1837), Revolta de Costa Cabral (1842), Revolução da Maria da Fonte (1846), Regeneração (1851). A acalmia foi-se estabelecendo lentamente, acompanhada de medidas de vasto alcance, entre as quais se distinguem as de Costa Cabral (agricultura, comunicações, cultura, administração), Fontes Pereira de Melo (caminhos de ferro, estradas, telégrafo, instrução agrícola e industrial) e Passos Manuel (instrução primária, ensino liceal). É abolida a escravatura e a pena de morte. Sá da Bandeira decreta importantes providências de interesse para as colónias. Revelam-se alguns dos nossos melhores génios literários (Herculano, Garrett, Castilho, Antero de Quental, Oliveira Martins, Eça de Queirós) e artísticos (escultores Soares dos Reis e Teixeira Lopes, pintores Malhoa e Columbano). Em meados do séc. XIX, o continente negro começa a despertar a atenção das potências, que favorecem expedições de exploradores e cientistas. Portugal acompanha este movimento. Às viagens do começo do século, como a de Silva Porto, seguem-se as de Capelo e Ivens, Serpa Pinto e António Maria Cardoso. As grandes potências, começam, entretanto, a disputar a posse da África e, em especial, dos nossos domínios. A Conferência de Berlim (1884) fixa determinados princípios basilares que levam os Estados a delimitarem as fronteiras das colónias. A Inglaterra, não concordando com as nossas alegaçõe em favor da posse do território situado entre Angola e Moçambique, impõe-nos a sua vontade pelo Ultimato de 1890. Só então Portugal inicia as campanhas de ocupação africana, nas quais se distinguem Mouzinho de Albuquerque, Paiva Couceiro, Alves Roçadas e João de Almeida. O fim da monarquia liberal é precipitado pela crise que sucedeu ao Ultimato. Renasce a agitação política, e o Partido Republicano, revigorado mercê dessa crise, organiza uma revolução que rebenta no Porto, em 31de Janeiro de 1891, sem conseguir triunfar. As lutas partidárias tornam-se mais violentas.D. Carlos fecha o Parlamento e confia o governo a João Franco, mas é assassinado em 1908. D. Manuel II procura evitar, sem o conseguir, a derrocada da monarquia. A República é proclamada em 5 de Outubro de 1910 .











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Correntes literárias que o influenciaram





Niilismo



O niilismo é a doutrina da negação radical, da absolutização do nada. No seu pessimismo radical, está latente a negação do mundo, dos valores e da própria sociedade. Em filosofia, o niilismo leva ao cepticismo, em moral ao amoralismo e em política ao anarquismo. O niilismo é fruto de uma opção vital: a sua refutação, faz-se com uma opção contrária, baseada esta na força da evidência, de uma fé inabalável no sentido do mundo e da vida.



Satanismo



É a atitude assumida por certos escritores, de revolta contra a divina ordenação da existência e como culto voluptuoso da danação, com a consequente inversão dos valores éticos e profanação dos actos litúrgico-religiosos.



Pampsiquismo



Pampsiquismo é a doutrina segundo a qual toda a matéria é não só viva mas também possuidora de uma natureza psíquica análoga à do espírito. Renasceu com os cientistas modernos, como E. Haeckel, como fundamento da sua tese do evolucionismo universal. Renegando a noção de criação, buscam em vão no pampsiquismo a razão de ser das características e finalidade verificadas em todas as coisas existentes.



Petrarquismo



Movimento que surgiu com o poeta e humanista italiano Petrarca. Cria do amor irrealizável a imagem cristalizada de uma perfeição incoruptível, que faz do tempo humano um reflexo da eternidade divina. Ao mesmo tempo exprime a sua divisão entre as aspirações ascéticas e as seduções do mundo por meio de múltiplos jogos de antiteses.



Realismo



O realismo é a disposição ou tendência de conformar-se com a realidade ou de considerar as coisas como elas são. Designa em filosofia a doutrina que ensina a existência da realidade independentemente do nosso conhecimento, e o conhecimento desta, ao menos dentro de certos limites. Tanto na literatura como nas artes plásticas, o realismo pretende dar a reprodução exacta da realidade, sem a modificar, idealizar ou deformar. De um mesmo objecto, pode haver um realismo que falseia a realidade e um realismo que o revele com muito maior objectividade.



Panteísmo



É a palavra grega que significa «tudo é Deus» representando a doutrina filosófica segundo a qual Deus e o mundo se não distinguem no ser. Identifica Deus e o mundo, o criador e a totalidade da criação. Há diversas formas de panteísmo, que está na origem de muitas religiões da Índia. Ignorando a participação e a analogia dos seres, o panteísmo não mantém a diferença ontológica entre o finito e o infinito, entre a imanência e a transcendência, assimilando os dois termos. Exemplos de sistemas filosóficos subsidiários do panteísmo são os de Espinosa e de Hegel.



Hegelianismo



Filosofia que intenta chegar à compreensão da realidade total identificando-a com o absoluto (Ideia) do qual a natureza e o espírito não são senão formas sucessivas. E a ideia absoluta desenvolve-se através de um processo dialéctico de 3 fases: tese, antítese e síntese. No hegelianismo não há lugar para um Deus transcendente nem para a independência da pessoa humana. A História, os povos, os heróis, o direito, o Estado, a Arte, a religião e a Filosofia não seriam mais do que formas sucessivas de a Ideia ir tomando consciência de si própria.



Socialismo utópico



O Socialismo surgiu como movimento e doutrina político-económica que, visando suprimir a desigualdade e as classes sociais, preconiza a supressão da propriedade privada dos meios de produção. O socialismo começou por ser «utópico», isto é, é igualitarista, cooperativista, mas sem uma estratégia de poder, com o inglês Owen e depois, em França, com Saint-Simon e Fourier, entre outros.



Metafísica



Pretende-se, com esta disciplina da filosofia, ultrapassar o domínio da experiência e atingir o próprio ser e os seus atributos essenciais, procurando, assim, resolver problemas suscitados pela experiência, mas que só encontram a sua solução num outro plano. Deste modo, tem sido entendida, por oposição às ciências positivas, como uma disciplina do inteligível, das primeiras causas e dos primeiros princípios como a definiu Aristóteles.



Budismo



A doutrina de Buda tem como base dois dogmas: reencarnação e libertação final. O método da via de libertação consiste em descobrir a realidade que existe para além das aparências, superando as ilusões, as paixões e a dor. Para o budismo a morte é sempre seguida de um renascimento (reencarnação), o que significa que o ideal seria a quebra desta sucessão de mortes e renascimentos para se atingir a extinção (Nirvana). O Nirvana é a última etapa da existência que apenas se atinge fora da Lei das acções (Karma) e da reencarnação. .











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Questão Coimbrã







A Questão Coimbrã é a mais célebre polémica literária portuguesa , tendo ocorrido entre 1865 e 1866. A uma carta-posfácio, escrita por A. Feliciano de Castilho, patriarca das letras e inserida num livro de Pinheiro Chagas, respondeu Antero de Quental, com a fogosidade dos seus 23 anos, publicando o opúsculo Bom-Senso e Bom-Gosto. Vieram a lume mais de meia centena de peças literárias e houve até um duelo (entre Antero de Quental e Ramalho Ortigão). Fruto da Questão Coimbrã foi o nascimento do naturalismo em Portugal. Com a morte de Garrett e o afastamento voluntário das lides literárias de Alexandre Herculano, ficou Castilho como mestre único dos que cultivavam o Romântismo, constituindo aqueles que se acolhiam à sombra do Mestre a escola do Elogio Mútuo. Entretanto as doutrinas de Conte e dos filósofos alemães apoderaram-se da juventude coimbrã e Antero de Quental surgiu a chefiar um grupo com ânsia demolidora dos conceitos velhos. Contra Castilho e os seus seguidores, cuja mentalidade e literatura estavam fechadas ao espírito inovador do século. Antero publica em 1865 Odes Modernas e oferece um exemplar a Castilho, seu velho mestre em S. Miguel. Castilho agradece por carta, desenvolvendo considerações críticas á poesia filosófica das Odes, que lhe parece "aparatosa, pertenciosa, impenetrável". Algum tempo depois, Pinheiro Chagas publica o Poema da Mocidade, que traz como prefácio uma carta dirigida por Castilho ao editor, elogiando o livro e o seu autor e criticando severamente o grupo chefiado por Antero. A resposta de Antero saiu imediatamente, num opuscluo que intitulou de Bom Gosto e Bom Senso, para demonstrar a banalidade da escola romântica e os ridículos produzidos pelo grupo do Elogiu Mútuo. A Escola de Lisboa e a Escola de Coimbra travaram então a mais célebre luta literária que se travou em Portugal, conhecida por Questão Coimbrã. Neste conflito tomaram parte alguns escritores de grande nomeada: Teófilo Braga, Pinheiro Chagas, Luciano Cordeiro, Camilo Castelo Branco, Ramalho Ortigão, Brito Aranha, Teixeira de Vasconcelos e muitos outros. Dele saíram alguns folhetos igualmente célebres,entre os quais se destacam: Vaidades Irritadas e Irritantes, de Camilo; Literatura de Hoje, de Ramalho; A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficias, de Antero. A Questão Coimbrã revestiu-se de alguns aspectos impulsivos mas teve o mérito de imprimir um abanão decisivo ao convencionalismo degenerado do Romantismo e de chamar a atenção para as novas correntes que apontavam para os problemas objectivos do Homem e da Sociedade. .







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Conferências do Casino





As Conferências do Casino foram um ciclo de palestras promovidas pelo grupo cultural do Cenáculo, a que presidia Antero de Quental. Das 12 previstas realizaram-se apenas 5, de 22 de Maio a 19 de Junho de 1871. Pretendendo os organizadores tratar «as grandes questões contemporâneas com radicalismo»,criticando o decadentismo e atraso da sociedade portuguesa, foram suspensas pelo Governo. Uns jovens de Letras formaram um grupo para discutir assuntos das suas perferências artísticas, ao qual decidiram chamar Cenáculo. Dele faziam parte todos os rapazes de talento que viam no Romantismo uma ideologia ultrapassada, muitos dos quais haviam tomado parte activa na Questão Coimbra: Antero de Quental, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Jaime Batalha Reis, Guerra Junqueiro, José Fontana, e outros jovens. Do Cenáculo saíu a ideia de se organizar uma série de conferências democráticas em cujo program figuravam: Investigar como a sociedade é e com deve ser; Estudar todas as corretes do século; Ligar Portugal com os movimentos Modernos. O grupo era formado por: Oliveria Martins, Carlos Lobo de Ávila, Eça de Queirós, Conde de Ficalho, Ramalho Ortigão, António Cândido, Guerra Junqueiro, Carlos Mayer, Marquês de Soveral, Conde de Sabugosa, Conde de Arnoso, Antero de Quental. Protesto Contra a proibição das Conferências É de Antero de Quental o seguinte protesto, redigido no Café Central, e levado às redacções dos jornais de Lisboa: « Em nome da liberdade de pensamento, da liberdade de palavra, da liberdade de reunião, bases de todo o direito público, únicas garantias da justiça social, protestamos, ainda mais contristados que indignados, contra a portaria que mandou arbitrariamente fechar a sala das conferências democráticas. Apelamos para a opinião pública, para a conciência libreral do país, reservando-nos a plena liberdade de respondermos a este acto de brutal violência como nos mandar a nossa consciência de homens e cidadãos.» Lisboa, 26 de Junho de 1871.







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