domingo, 7 de outubro de 2012

ALEXANDRE HERCULANO

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Alexandre HerculanoAlexandre Herculano de Carvalho e Araújo nasceu em Lisboa no ano1810, descendente de comerciantes e de predreiros. Era filho de um modestofuncionário administrativo. Preparou-se no colégio dos Oratorianos paramatricular-se na Universidade, mas a morte do pai obrigou-o a desviar-se paraum curso mais utilitário e rápido com vista a um emprego no funcionalismo. Asua informação cultural realizou-se na época incerta que sucede às Invasões.Fugiu em Inglaterra porque em 1831 compromete-se na revolta contra o regimede D. Manuel. Depois regressou em Portugal e foi nomeado segundo- bibliotecário da Biblioteca Pública. Em 1866 casa-se com uma senhora de quemse enamorara na juventude e com quem interompera o noivado alegando que omatrimónio era incompatível com a vida literária. O seu falecimento, em 1877,deu lugar a uma grande manifestação nacional de luto.Desde as primeiras produções conhecidas, a poesia de Herculano insere-seem pleno ambiente pomântico. Herculano nunca se afastou do tipo de poesiadefinido na sua mais antiga composição conhecida: uma meditação a propósitode uma paisagem, de um facto, de um monumento ou de ruínas; reflexões muitoexplícitas sobre a morte, sobre Deus, sobre a liberdade, sobre o contraste emtre atransitoriedade humana e o infinito que a transcende. Todas as poesias deHerculano tendem para problemas genéricos ou sentimentais: a paisagem, comoas próprias atitudes emotivas, servem de veículo a meditações filosóficas,morais religiosas e outras. Falta a esta poesia o lirismo confessional. Em trocaabundam a reflexão e o testemunho. Salientemos de entre o conjunto os poemasque se referem à querra civil e ao exílio. É um dos raros testemunhos poéticos dagrande crise social da instauração do liberalismo em Portugal.Semlhantemente a Vítor Hugo, Herculano atrbui à poesia uma função pública, doutrinária e intervencionista, e tenta também dar através dela1

expressão à contemporaneidade, versando temas de interesse político, social ereligioso. Interessam-lhe predominantemente questões como a apologia doCristianismo contra a irreligião iluminista ( A Cruz Matildapor exemplo); aresponsabilidade do clero monástico na querra civil; o apoio à legislaçãoantimonástica; o perdão para os vencidos da querra. O amor quase não tem lugar na posesia de Herculano.Formalmente, ela justapõe o discurso solene e retórico insistindo numvocabulário evocativo do belo horrível, apocalíptico ou sepulcral, usandocircunlóquios eufemísticos e até certos recursos clássicos como o hipérbato, aexpressão directa de ideias e factos. É certo que, entre a grandiloquência profética e a factualidade, faltam ao estilo poético de Herculano as imagenstransfiguradoras do esquema conceptual. Quanto a versificação, predominam emHerculano a estrofe livre em verso branco, segundo a tradição arcádica, e aquadra, sobretudo em redondilha. Pode considerar-se romântica a diversidademétrica dos seus poemas longos.Alexandre Herculano introduziu em Portugal o novo género do romanceconsagrado por Walter Scott, o romance histórico. Nos seus romances enarrativas históricas, Herculano deu expressão a múltiplas tendências einteresses que As Poesias, as obras polémicas e as obras históricas apenas parcialmente revelam. O sentimento da eternidade em contraste com o efémerodas vidas humanas é o sentimento muito característico das narrativas históricasdo autor. São igualmente de origem religiosa certos temas característicos dosromances de Herculano. Em quase todos eles ocupa posição central o tema dosacrilégio, isto é, a violção de mandados divinos, que precipita os protagonistasna expiação cruciante.As principais personagens dos romances de Herculano são como queencarnações, dotadas de forças sobre-humanas, anjos ou diabos, consagrados auma obra da maldição ou de santificação. A polarização bem romântica entre osdois extremos do sagrado (o divino e o demoníaco) transparece também na2

adjectivação e em imagens tiradas do culto. É uma estrutura comum à poesia deHerculano.Outra característica geral do seu romance é o gosto da reconstituiçãominuciosa de trajos, interiores, arquitecturas, ceremónias e festividades. Háainda a considerar como característica geral do romance histórico de Herculanoo culto do cavaleiresco.Finalmente, passando por alto vários spectos, Herculano deixouassinalado na novelística o seu interesse pelos estudos históricos e toda umaconcepção da história. Os seus diversos romances abarcam o conjunto da IdadeMédia portuguesa, a cuja investigação se consagrou especialmente: no Eurico,no Alcaide de Santarém, o domínio árabe; na Dama Pé de Cabra, a época daReconquista; no Bobo, a formação da nacionalidade; em Arras por Foro de Espanha, n’O Monge de Cister , na Abóbada, a crise que marca o advento dacentralização régia.A prosa de Herculano tem uma intenção poética em que o ritmo,combinado com o vocabulário nobre, com o vigor sugerido pela tendênciaamplificadora e pela dinâmica dos contrastes que reside ainda hoje um dosatractivos da sua leitura.Em lugar das histórias dos indivíduos e perípecias, Herculano procura dar-nos a da colectividade através das instituições, direito, sentimentos colectivos,relações políticas entre as diversas forças e classes sociais. História de Portugal é uma história das instituições, completada com ados factos políticos. Os limites desta obra são de duas ordens – por um lado, ainsuficiente informação relativa às estruturas económicas e laborais e por outrolado – a quase ausência da problemática etnolóica, linguística e cultural.A actividade de Herculano como historiador é um aspecto da sua participação no debate dos problemas primaciais do seu tempo. Na obra do autor ocupam um lugar muito importante os artigos de polémica circunstancial. Uma parte deste material nasceu de uma intensa actividade jornalística.3 A actividade de Herculano como jornalista e polemista tem duas épocas:na primeira predominam os assuntos políticos, pedagógicos e literáriosrelacionados com a adaptação das novas instituições; na segunda predominam ostemas relacionados com a crise social europeia, com as novas condições sociais portugueses que se desenvolvem a partir da Regeneração (1851) e com aadaptação da hierarquia religiosa à nova estabilidade hegemonizada pela alta burguesia, em grande parte nobilitada.Algumas das melhores qualidades literárias de Herculano ressaltam nosseus artigos e obras polémicas, que o consagram como o maior polemista português. Em resumo pode afirmar-se que Herculano foi um dos introdutoresdo Romantismo em Portugal juntamente com Almeida Garett. Foi, além de umdos mais importantes escritores portugueses do século XIX, o renovador doestudo da história de Portugal.BIBLIOGRAFIA:1.MACHADO, Àlvaro Manuel (org., coord.), Dicionário da Literatura Portuguesa, Lisboa, Ed. Presença, 1996.2.SARAIVA, António José, LOPES, Óscar, História da Literatura Portuguesa, 13.ª ed. rev., Porto, Porto Ed., 19854

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