quinta-feira, 21 de junho de 2012

O ABANDONO DOS SERINGAIS NA AMAZÔNIA

Curtir Home Produção de Borracha - Página 5 Voltar Produção de Borracha Seringueira: opções de cultivo e geração de renda na Amazônia A seringueira, planta nativa da Região Amazônica da qual se extrai o látex para fabricação de borracha natural, a partir da saída de seu habitat passou a ser cultivada em grandes monocultivos, principalmente nos países asiáticos. No Brasil, seu cultivo obteve grande sucesso nas Regiões Sudeste, Centro-Oeste, na Bahia e mais recentemente no oeste do Paraná. A produção brasileira atual é de aproximadamente 105 mil toneladas, para um consumo em torno de 250 mil, tonando-se necessário importar 145 mil toneladas de borracha natural de outros países, o que contribui muito para o desequilíbrio da balança comercial do agronegócio brasileiro. Na Amazônia, a situação do setor da borracha natural é bastante crítica. No Acre, por exemplo, antes de 1999, os preços estiveram em seus patamares mais baixos chegando-se a receber menos de R$ 0,50/kg e uma produção estadual em torno de 1,5 mil toneladas, que culminou com o fechamento de usinas, abandono de seringais e êxodo rural, promovendo inchaço na periferia de Rio Branco e empobrecimento dos povos da floresta. A adoção da política de subsídios pelo governo estadual, por meio da Lei Chico Mendes, somada à política de preços do governo federal, gera atualmente um preço de R$ 1,67 por quilo de borracha tipo CVP (cernambi virgem prensado), constituindo o valor mais alto pago pelo produto no País. No entanto, sabe-se que apenas esse tipo de incentivo não é suficiente para aumentar a produção e garantir sustentabilidade ao setor, entretanto, reconhece-se que o estímulo elevou a produção para algo em torno de 5 mil toneladas/ano, reativando usinas e seringais em todas as regiões do Estado do Acre, envolvendo aproximadamente 7 mil famílias de seringueiros no processo produtivo. Percebe-se, portanto, que a situação do setor é bastante complexa e exige medidas urgentes no sentido de que o governo federal crie programas de financiamento para implantação e cultivo da seringueira em todo o Brasil. Na Amazônia o principal problema é o mal-das-folhas, doença causada pelo fungo Microcyclus ulei. A Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus, AM) e Embrapa Acre desenvolveram uma técnica de combinação de enxertias de copa/painel que solucionou o problema, faltando agora programas de financiamento para plantios em grande escala. No Acre, essa produção é predominantemente de seringais nativos, apenas uma pequena parcela provém de seringais de cultivo remanescentes do extinto Probor coordenado pela também extinta Sudhevea. A partir da ratificação definitiva do protocolo de Kyoto, que reduz a emissão de gases poluentes na atmosfera, principalmente o CO2 o qual promove o aquecimento da terra, abre-se a perspectiva de obtenção de uma renda extra da seringueira por meio da venda de créditos de carbono, podendo-se portanto utilizar a árvore para reflorestamento, recuperação de áreas abandonadas ou degradadas e em sistemas agroflorestais, este último viável do ponto de vista da amortização dos custos de implantação e diversificação de renda e de produtos. Enfim, diante do quadro local mostrado e de um panorama nacional bastante desfavorável, em que o País importa cerca de 60% de toda a borracha natural que consome, urge que o governo federal tome medidas que permitam ao Brasil atingir a auto-suficiência em produção de borracha natural. Apresentamos como sugestões principais o estabelecimento de políticas de crédito e assistência técnica específica para a cultura, criação de um programa nacional de pesquisa e desenvolvimento que contemple toda a cadeia produtiva da seringueira e da borracha natural, estímulo à implantação de novas áreas de plantio e, por último, utilização pelo setor madeireiro de árvores oriundas de cultivos ao final do ciclo de produção de látex. Essas medidas em médio e longo prazo proporcionariam ao Brasil condições de voltar a ser pelo menos auto-suficiente em borracha natural, o que contribuiria para um maior equilíbrio da balança comercial brasileira e o tornaria menos dependente dos países que dominam o mercado internacional de borracha, por meio da regularização de estoques e dos preços. Por fim, o nosso principal objetivo é mostrar para a sociedade que muito tem que ser feito por um produto brasileiro, do qual fomos o maior produtor mundial e hoje somos um grande importador, tudo isso, devido à falta de políticas corretas de pesquisa, crédito rural, incentivos fiscais e de assistência técnica à cultura no País. José Tadeu de Souza Marinho Fonte: www.cpafac.embrapa.br Produção de BorrachaSubstância elástica e impermeável obtida pela coagulação do látex de diversas plantas da América, da Ásia e da Oceania ou mediante processos químico-industriais. Esse material retém o ar, impede a entrada de umidade e não conduz eletricidade (é isolante). A borracha é uma das matérias-primas mais utilizadas pela indústria, sendo empregada na impermeabilização de tecidos, na fabricação de pneus, roupas, calçados e de centenas de outros objetos. Trabalhador faz cortes nas seringueiras para a extração do látex, uma seiva branca e leitosa Primeiros Usos A borracha natural era conhecida dos nativos das Américas do Sul e Central desde antes da chegada dos europeus. Relatos de exploradores que estiveram na região nos séc. XVI e XVII mostram que os índios brincavam com bolas que tocavam o chão e pulavam ou faziam sapatos à prova de água com látex, espalhando o suco leitoso da seringueira nos pés e deixando-o secar. Em 1735, o explorador francês Charles Marie de la Condamine (1701-1774) recolheu no Peru amostras de borracha endurecida e levou-as para a França. Em 1770, o químico inglês Joseph Priestley descobriu que o material podia ser usado para apagar riscos feitos a lápis. No início do séc. XVIII, os cientistas inventaram novos usos para a borracha. Em 1839, o norte-americano Charles Goodyear descobriu o processo de vulcanização, tornando a borracha mais forte e resistente ao calor e ao frio, a partir do aquecimento dessa substância misturada com enxofre. A partir daí, a borracha passou a ser usada como matéria-prima para diversos produtos industrializados. Pneus utilizam borracha natural e sintética em sua composição. Este material pode ser reciclado Expansão da Cultura Os seringais nativos da Amazônia forneceram látex para a indústria durante o final do séc. XIX e início do séc. XX. O monopólio dessa matéria-prima, também denominada ouro branco, proporcionou grande desenvolvimento para a Região Norte do Brasil. As divisas geradas com a exportação da borracha fizeram de Manaus uma das capitais mais ricas do mundo. Na década de 1910, porém, países asiáticos entraram no mercado, derrubando os preços da borracha e dando início à decadência da produção brasileira, concluída com o desenvolvimento da borracha sintética. Em 1876, o inglês Henry A. Wickham (1846-1928) havia levado sementes da Hevea brasiliensis (seringueira) do Brasil para a Inglaterra, de onde mudas foram enviadas para as colônias britânicas na Ásia, como o Ceilão (atual Sri Lanka), a Malásia e Bornéu. Em 1914, a produção anual de borracha das fazendas já excedia a de origem nativa. Os países do Extremo Oriente, como Malásia, Indonésia, Birmânia, Índia, Vietnã, Sri Lanka e Tailândia, tornaram-se os principais produtores dessa matéria-prima, respondendo por cerca de 90% da produção de borracha natural do mundo. Seringueiro seca a seiva do látex na fumaça de uma fogueira para extrair a borracha A Transformação do Látex Para extrair o látex da seringueira, faz-se um corte cuidadoso no tronco dessa árvore, por onde a seiva branca e leitosa flui. Cerca de 30% a 35% do látex é borracha pura. O restante é formado por água e outras substâncias. Depois de recolhida, a seiva é transformada em borracha crua pelo processo de coagulação. O látex recebe substâncias químicas que fazem com que as partículas de borracha se separem dos outros materiais. Essa borracha é macia, sem elasticidade e inodora, mas pode deteriorar-se rapidamente em contato com o ar. Por meio da vulcanização, o material ganha elasticidade e resistência. Esse processo é obtido com a mistura de enxofre à borracha. De acordo com o grau e o tempo de aquecimento do composto, a borracha adquire flexibilidade ou enrijecimento, tornando-se, então, invariável às mudanças de temperatura. Alguns seringueiros ainda utilizam um método primitivo de extrair a borracha crua do látex, secando a seiva na fumaça de uma fogueira. A Química da Borracha Na borracha natural, milhares de minúsculas moléculas de isopreno ligam-se para formar uma molécula gigante em forma de cadeia. Os químicos chamam essas moléculas em cadeia de polímeros, o que quer dizer muitas partes. As moléculas simples, como a de isopreno, são chamadas de monômeros. A estrutura particular do polímero da borracha em forma de cadeia explica por que esta substância é elástica. As moléculas do polímero de uma borracha não esticada permanecem dobradas sobre si mesmas, como molas irregulares. Ao esticar-se a borracha, as moléculas distendem-se. Ao soltar-se a borracha, a cadeia de moléculas volta à posição anterior. O enxofre estabelece ligações cruzadas entre as cadeias da borracha, dando-lhe elasticidade. Na borracha não-vulcanizada, as cadeias podem mover-se. Por essa razão, essa borracha não tem elasticidade. Durante a vulcanização, obtida com a introdução de átomos de enxofre na cadeia do polímero natural, as linhas cruzadas ligam as cadeias entre si, de forma que elas não podem mais passar de um lugar para outro. Isso dá elasticidade e resistência ao produto vulcanizado. O número de ligações aumenta de acordo com a quantidade de enxofre adicionada ao composto. Com grandes quantidades, a borracha torna-se mais rija e menos elástica, até transformar-se em borracha dura. Borracha Sintética Os materiais semelhantes à borracha obtidos a partir de produtos químicos são denominados borracha sintética. As pesquisas para criar um substituto para a borracha natural tiveram início nas primeiras décadas do séc. XX, em virtude dos altos preços e do temor de desabastecimento desse produto. A primeira borracha sintética surgiu na Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial. Era um polímero de dimetil butadieno (C4H6), muito inferior à borracha natural. Entre 1930 e 1935, os alemães produziram várias borrachas sintéticas de boa qualidade. Quando estourou a Segunda Guerra Mundial, em 1939, a Alemanha já fabricava dois tipos principais de borracha sintética: buna S, feita de butadieno (um gás) e estireno (um líquido feito de alcatrão de hulha e petróleo); e buna N, feita de butadieno e acrilonitrila (um líquido obtido a partir do acetileno e do ácido cianídrico). Antes de 1939, os norte-americanos produziam pequenas quantidades de vários tipos de borracha sintética. Quando os japoneses ocuparam as regiões produtoras de borracha natural do Extremo Oriente, em 1942, e cortaram o fornecimento dessa matéria-prima, os EUA desenvolveram uma grande indústria de borracha sintética praticamente da noite para o dia. Após a Segunda Guerra Mundial, a produção de borracha sintética expandiu-se para outros países, substituindo a borracha natural. O tipo mais utilizado é o obtido a partir de butadieno e estireno Fonte: www.klickeducacao.com.br 12345 Sobre o Portal | Politica de Privacidade | Fale Conosco | Anuncie | Indique o Portal História do BrasilHistória da Borracha Árvore que Chora Batalha da Borracha Borracha no Acre Borracha Ciclo da Borracha Economia da Borracha História da Borracha História do Pneu Produção de Borracha Seringueira Seringueiros Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-da-borracha/producao-de-borracha-5.php#ixzz1yQPPeBUv COPYRIGHT AUTOR DO TEXTO

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