terça-feira, 19 de junho de 2012

GREVES OPERÁRIAS NA REPÚBLICA VELHA

Greves operáriasOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação, pesquisa Esta página ou secção foi marcada para revisão, devido a inconsistências e/ou dados de confiabilidade duvidosa. Se tem algum conhecimento sobre o tema, por favor, verifique e melhore a consistência e o rigor deste artigo. Considere utilizar {{revisão-sobre}} para associar este artigo com um WikiProjeto e colocar uma explicação mais detalhada na discussão. Conflitos na História do Brasil Período Republicano República Velha Revolta da Armada: 1893-1894 Revolução Federalista: 1893-1895 Guerra de Canudos: 1893-1897 Revolta da Vacina: 1904 Revolta da Chibata: 1910 Guerra do Contestado: 1912-1916 Sedição de Juazeiro: 1914 Greves Operárias: 1917-1919 Revolta dos Dezoito do Forte: 1922 Revolução Libertadora: 1923 Revolução de 1930: 1930 Era Vargas Revolução Constitucionalista: 1932 Intentona Comunista: 1935 Levante Integralista: 1938 Regime Militar Guerrilha do Caparaó: 1967 Guerrilha do Araguaia: 1967-1974 Greves operárias foi como ficou conhecido no Brasil o movimento de operários no início do século XX na luta por melhores condições de trabalho, melhores salários, garantias trabalhistas. Com o crescimento industrial e urbano, surgiram bairros operários em várias cidades brasileiras. Formados em sua maioria por imigrantes estrangeiros, a vida nesses bairros era bastante precária, refletindo os baixos salários dos operários, a jornada de trabalho estafante, a absoluta falta de garantias de leis trabalhistas, como descanso semanal, férias e aposentadoria. Os problemas eram muitos. Nas fábricas, por exemplo, ocorria o emprego maciço de mão-de-obra infantil, mais barata que a adulta. Muitas crianças empregadas acabavam com um dos membros mutilados pelas máquinas[1] e, assim como os demais trabalhadores, não tinham direito a tratamento médico, seguro por acidentes de trabalho, etc. Nesse contexto, surgiram as primeiras manifestações sob influência das ideias socialistas e anarquistas, que moviam as lutas operárias internacionais. Tanto no Brasil como em outros países, lutava-se tanto por resultados imediatos (a conquista de melhores condições de trabalhos e salários, por exemplo) como por objetivos mais amplos, dentre eles a derrubada do sistema capitalista e implantação de uma sociedade mais igualitária. A organização dos trabalhadores resultou na fundação de associações sindicais e de jornais operários, tornando o movimento mais forte para enfrentar as inúmeras dificuldades. Seguindo o exemplo dos trabalhadores de outros países, surgiram manifestações e greves em vários estados, destacadamente em São Paulo, onde se concentrava o maior número de indústrias. Em 1907, a cidade de São Paulo foi paralisada por uma greve que reivindicava:jornada de oito horas diárias de trabalho, direito a férias, proibição do trabalho infantil, proibição do trabalho noturno para as mulheres, aposentadoria e assistência médica hospitalar. A manifestação iniciada por trabalhadores da construção civil, da indústria de alimentos e metalúrgicos acabou contagiando outras categorias e atingindo diversas cidades do estado, como Santos, Ribeirão Preto e Campinas. Índice [esconder] 1 As greves de 1917 2 Notas 3 Bibliografia 4 Ligações externas [editar] As greves de 1917Ver artigo principal: Greve Geral de 1917 Com o início da I Guerra Mundial, o Brasil tornou-se exportador de gêneros alimentícios aos países da “Tríplice Entente”; essas exportações se aceleraram a partir de 1915, reduzindo a oferta de alimentos disponíveis para o consumo interno, e provocando altas em seus preços. Entre 1914 e 1923, o salário havia subido 71% enquanto o custo de vida havia aumentado 189%; isso representava uma queda de dois terços no poder de compra dos salários. Para salário médio de um operário de cerca de 100 mil réis correspondia um consumo básico que para uma família com dois filhos atingia a 207 mil réis. O trabalho infantil era generalizado.[2] Em 1917 houve uma onda de greves iniciada em São Paulo em duas fábricas têxteis do Cotonifício Rodolfo Crespi e, obtendo a adesão dos servidores públicos, rapidamente se espalhou por toda a cidade, e depois por quase todo o país. Logo se estendeu ao Rio de Janeiro, e outros estados, principalmente ao Rio Grande do Sul. Foi liderada por elementos de ideologia anarquista, dentre eles vários imigrantes italianos. Os sindicatos por ramos e ofícios, as ligas e uniões operárias, as federações estaduais, e a Confederação Operária Brasileira (fundada em 1906) sofriam forte influência dos anarquistas. A violenta greve geral foi deflagrada em São Paulo em julho de 1917 e foi uma das mais abrangentes e longas da história do Brasil. Hermínio Linhares em seu livro Contribuição à história das lutas operárias no Brasil; 2ª Ed.; São Paulo; Alfa-Omega; 1977 diz: "O auge deste período foi a greve geral de julho de 1917, que paralisou a cidade de São Paulo durante vários dias. Os trabalhadores em greve exigiam aumento de salário. O comércio fechou, os transportes pararam e o governo impotente não conseguiu dominar o movimento pela força. Os grevistas tomaram conta da cidade por trinta dias. Leite e carne só eram distribuídos a hospitais e, mesmo assim, com autorização da comissão de greve. O governo abandonou a capital. (...)." Cerca de 50.000 pessoas aderiram ao movimento. Para defender a greve foi organizado o Comitê de Defesa Proletária, que teve Edgard Leuenroth como um dos principais líderes. Os patrões deram um aumento imediato de salário e prometeram estudar as demais exigências. A grande vitória foi o reconhecimento do movimento operário como instância representativa, obrigando os patrões a negociar com os proletários e a considerá-los em suas decisões. Vale registrar que as promessas não foram cumpridas. Os patrões consideraram a greve não como uma questão social e política, mas como caso de polícia. Um exemplo disso é o grande aparato militar que se formou, em 1918, no Rio de Janeiro, com revistas nos passageiros dos bondes e em todos os operários e populares que transitavam pelas ruas. O Palácio do Catete, sede do Governo Federal, foi cercado por tropas, sob o comando do então Coronel Gregório da Fonseca. A imprensa da época tratava as agitações como anarquistas[1]. Everardo Dias, em “História das Lutas Sociais no Brasil”, relata dessa forma os acontecimentos: “São Paulo é uma cidade morta: sua população está alarmada, os rostos denotam apreensão e pânico, porque tudo está fechado, sem o menor movimento. Pelas ruas, afora alguns transeuntes apressados, só circulavam veículos militares, requisitados pela Cia. Antártica e demais indústrias, com tropas armadas de fuzis e metralhadoras. Há ordem de atirar para quem fique parado na rua. Nos bairros fabris do Brás, Moóca, Barra Funda, Lapa, sucederam-se tiroteios com grupos de populares; em certas ruas já começaram fazer barricadas com pedras, madeiras velhas, carroças viradas. A polícia não se atreve a passar por lá, porque dos telhados e cantos partem tiros certeiros. Os jornais saem cheios de notícias sem comentários quase, mas o que se sabe é sumamente grave, prenunciando dramáticos acontecimentos". (Fonte: 1917 - Greves Operárias. DANNEMANN, Fernando Kitzinger. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.) Notas↑ BUONICORE, Augusto. 90 anos da Greve de 1917. In Só Dói Quando Eu Quero ↑ Secretaria de formação. As Greves de 1917 no Brasil. CMI Brasil, FAG 18/07/2007 às 00:53 [editar] BibliografiaBandeira, M., Melo, C e Andrade, A. T., - O ano vermelho, Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira,1967 Beiguelman, Paula – Os companheiros de São Paulo: Ontem e hoje, São Paulo: Ed. Cortez, 2002 BODEA, Miguel. A Greve de 1917: As origens do trabalhismo gaúcho.L&PM, POA, s/d;p. 21. FELICI, Isabelle. "Les Italiens dans le mouvement anarchiste au Brésil, 1890-1920". Thèse de Doctorat (Nouveau doctorat): Études italiennes, dir. Mario Fusco, co-dir. Jean-Charles Vegliante. Université de la Sorbonne nouvelle-PARIS 3: 1994. [S.l.]: [s.n.] Khoury, Yara Aun – As greves em São Paulo, São Paulo, Ed. Cortez/Autores Associados, 1981 MARÇAL, João Batista. Os anarquistas no Rio Grande do Sul: anotações biográficas, textos e fotos de velhos militantes da classe operária gaúcha. Porto Alegre, EU/ Porto Alegre, 1995. WOLFE, Joel. Anarchist Ideology, Worker Practice: The 1917 General Strike and the Formation of Sao Paulo's Working Class. The Hispanic American Historical Review, Vol. 71, No. 4 (Nov., 1991), pp. 809-846, Durham, NC: Duke University Press [editar] Ligações externasDANNEMANN, Fernando Kitzinger. 1917 - Greves Operárias. Brasil República - São Paulo, 1917: A Primeira grande greve brasileira. HistóriaNet Este artigo sobre História do Brasil é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o. 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