quinta-feira, 21 de junho de 2012
A DECADÊNCIA DA BORRACHA NA AMAZÔNIA
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Borracha na Amazônia, apogeu e decadência
Explorada em pequena escala desde o início do século XIX, a extração da borracha intensificou-se na Amazônia a partir de 1850. Com a comercialização do produto em nível internacional, principalmente entre os anos de 1905 e 1912, época de seu apogeu,quando toda a economia brasileira e em particular a do Amazonas, passou a depender unicamente da extração do látex. Essa época foi denominada de Ciclo da Borracha.
Nesse período, toda a economia da Amazônia encontrava-se dominada por firmas estrangeiras, com sede na Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha, impedindo qualquer iniciativa contrária aos seus interesses. Os benefícios que o Ciclo da Borracha trouxe para o Amazonas podem ser conferidos nas grandes obras construídas na cidade de Manaus, com destaque para o Teatro Amazonas.
A planta da cidade de Manaus passou a ser construída em moldes dos padrões europeus. As ações do governo, nessa época, limitavam-se a cidade de Manaus, dando pouco importância ao interior do Estado. Dessa forma toda a riqueza e poder estava concentrada na capital.
Como o interior do estado estava relegado ao esquecimento, os trabalhadores dos seringais tornaram-se prisioneiros do sistema patronal, sem meios para saldar suas dívidas. O ciclo da borracha possibilitou, sem dúvida, o maior movimento de migração brasileira em direção à Amazônia. Estima-se que durante o Ciclo da Borracha, 500.000 nordestinos tenham chegado a esta região para o trabalho nos seringais.
Com a decadência da borracha e as fracassadas tentativas dos governos federais em recuperar a produção do látex, os aventureiros e explorados soldados da borracha deslocaram-se para suas terras de origem ou para cidade. Na cidade, por sua vez, a população viveu momentos de incertezas e necessidades. No interior, alguns seringais foram abandonados, assim também outras propriedades. Diante desse quadro de incertezas apresentava-se uma altenativa: voltar no tempo e explorar a castanha-do-Pará, a madeira, os óleos essenciais e vegetais, os couros e as peles, o pescado e a extração mineral. Passaram a explorar, também, a agricultura juteira da várzea e a criação da empresa Petróleo Sabbá, trazendo perspectiva de investimento para a região.
Nessa época destacou-se a participação de políticos, empresários, intelectuais que se mobilizaram para discutir e apresentar ao Governo Federal novas alternativas de investimento para a região. Decadência da Borracha Na segunda metade do século XIX, ingleses levaram sementes selecionadas de seringueiras (Hevea Brasiliensis) para suas colônias do sudeste asiático, onde se desenvolveram rapidamente.
Já no início do século XX, começa a chegar no mercado internacional sua primeira produção, causando uma queda dos preços da borracha na Amazônia. A partir dai a produção asiática entrou em ascensão (aumentou) e a da Amazônia entrou em declínio (diminuiu). Na Ásia: - As seringueiras eram próximas uma das outras; - O terreno era limpo e plano, fácil ao cultivo; - A plantação era próxima aos postos de vendas; - Apesar da grande produção, continuou-se a plantação de seringueiras.
Na Amazônia: - Grande distância de uma seringueira para outra; - Dificuldade para se locomover na mata; - Atraso na entrega da produção em virtude da distância do posto de venda; - Exploração sem replantio de outras mudas; Diante desta concorrência desigual a borracha do Amazonas não resistiu à competição do produto asiático que, em poucos anos, substituiu quase inteiramente os mercados produtores. A partir dai o governo brasileiro iniciou a implantação de planos de desenvolvimento da Amazônia com o objetivo de recuperar a decadente produção do látex.
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