segunda-feira, 7 de maio de 2012
RAMOS DE AZEVEDO
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Nasce a 08 de dezembro de 1851 na cidade de São Paulo,1 filho de Anna Carolina de Azevedo e do Major João Martins de Azevedo. Frequentou o curso de artilharia da Escola militar do Rio de Janeiro. Em 1872, interrompeu os estudos e começou a trabalhar na área da contrução civil, participando dos trabalhos de construção das primeiras secções das Companhias Paulista e Mogyana de Estradas de Ferro. Em 1875 parte para a Bélgica onde realiza seus esudos em arquitetura, laureando-se em 1878 pela Universidade de Gand. De volta ao Brasil, fixa-se em 1879 na cidade de Campinas. Durante cerca de sete anos trabalhou em Campinas e nas cidades do interior ganhando reputação de competência.
Suas obras mais importantes são a finalização da Catedral de Campinas (1883), o projeto da Escola Ferreira Penteado (1880), e diversas residências. Transfere residência para São Paulo (1886), quando realiza seu primeiro projeto de um edifício público, o prédio do Tesouro (1886-91), ao qual seguem-se: Quartel da Polícia (1888), na Luz; Escola Normal (1890-94) e do Jardim da Infância (1896), na Praça da República; Secretaria de Agricultura (1896), no Pátio do Colégio; Escola Prudente de Moraes (1893-95); Escola Politécnica (1895); Liceu de Artes e Ofícios (1897-1900); Teatro Municipal de São Paulo (1903-11), entre outras obras.
Ramos de Azevedo chefia o escritório F. P. Ramos de Azevedo e Cia., atuando também como: Diretor da Companhia Cerâmica da Vila Prudente da Suburbana Paulista; da Companhia Mogyana de estradas de ferro; Diretor do Liceu de Artes e Ofícios; Conselheiro do Banco Ítalo-Belga; da Sociedade Paulista de Agricultura; da Caixa Econômica de São Paulo; da Comissão Administrativa do Teatro Municipal; Presidente do Instituto de Engenharia e da Comissão de Obras da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. O Escritório técnico de Ramos de Azevedo, situado na Rua Boa Vista, tornou-se famoso não apenas pelas obras que realizou, mas principalmente, pelo numeroso grupo de engenheiros e arquitetos que, em conjunto, trabalharam sob sua direção. Podemos citar: Krugs, Vitor Dubrugras, Rossi, Borioli, Albuquerque, Toledo, Anhaia Mello e tantos outros. Porém, dois profissionais, seus ex-auxiliares, tornaram-se notáveis: Ricardo Severo, emérito arquiteto português, que foi seu auxiliar de 1893 a 1895, e seu associado, de 1895 a 1928, e o engenheiro Arnaldo Dumont Villares, que também foi seu auxiliar de 1909 a 1911 e, seu associado de 1911 a 1928. O dois fundaram após a morte de Ramos, a firma F. P. Ramos de Azevedo Severo e Villares.
Ramos de Azevedo assumiu a Diretoria da Escola Politécnica após o falecimento do antigo diretor Dr. Antonio Francisco de Paula Souza, permanecendo por 36 anos. Empregou todos os seus vencimentos no aparelhamento do laboratório tecnológico, hoje o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Os edifícios públicos, institucionais e privados projetados por Ramos de Azevedo tem características que os diferenciam das obras de outros arquitetos contemporâneos que atuavam na cidade de São Paulo, como: coerência e unidade ao conjunto da obra; utilização de alvenaria de tijolo armado; os espaços organizados de acordo com a utilização prática, levando em consideração o funcionalismo e articulação. Em se tratando de uma obra residencial, Ramos atuava com mais liberdade formal e estilística, levando em consideração o conforto, salubridade, iluminação, zoneamento das áreas (distinção entre o privado, o social e o serviço), e distribuição das peças.
O modelo arquitetônico que Ramos de Azevedo implantou em São Paulo possibilitou sua integração aos programas e modelos mais importantes do século XIX. Os hospitais, asilos, quartéis, escolas, institutos, matadouros, edifícios públicos e residências constituem, para a época, modelos que respondem à necessidade de modernização. Um estilo voltado às técnicas e aos materiais do mundo industrial do século XIX. Seus edifícios são decorrência direta de um cuidadoso conhecimento e estudo técnico-científico, racionalidade, arte a serviço da utilidade e funcionalidade. Ramos de Azevedo morreu em Santos a 13 de junho de 1928.
Algumas Obras Realizadas Pelo Escritório Técnico
Teatro Municipal de São Paulo (1903-1911)
Edifício Mackenzie (Light)
Secretaria da Fazenda (1886-1891) (Pátio do Colégio)
Mercado Municipal da Cantareira - 1933 (firma F. P. Ramos de Azevedo Severo e Villares)
Trianon (1916) - W. Luiz (demolido)
Palácio das Industrias no Parque D. Pedro II. ( Obra inspirada no Instituto Mackenzie de Gênova inaugurado em 29 de abril de 1924 pelo presidente Washington Luiz.
Escola Politécnica (1895-1897) (hoje edifício Paula Souza)
Santa Casa de Misericórdia
Estação Júlio Prestes - (hoje Secretaria de Estado da Cultura)
Grupo Escolar Rodrigues Alves (1919)
Prédio dos Correios (1922)
Prédio da Eletrotécnica (hoje Prédio Ramos de Azevedo, sede desde 1996 do DPH)
Instituto Pasteur (1903)
Casa das Rosas (1935)
Liceu de Artes e Ofícios (1897-1900) (hoje Pinacoteca do Estado)
Antigo Prédio do DEOPS (construído a partir de 1914)
Portal do Cemitério da Consolação
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