sexta-feira, 4 de maio de 2012

PALÁCIO DO CATETE

Palácio Jardim Acervo Palácio O Palácio Nova Friburgo, atual Palácio do Catete, construído entre 1858 e 1867 pelo comerciante e fazendeiro de café Antônio Clemente Pinto, Barão de Nova Friburgo, consagrou-se como um monumento de grande importância histórica, arquitetônica e artística. Erguido no Rio de Janeiro, então Capital Imperial, tornou-se símbolo do poder econômico da elite cafeicultora escravocrata do Brasil oitocentista. Sua concepção em estilo eclético é resultado do trabalho de artistas estrangeiros de renome, como o arquiteto Gustav Waehneldt e os pintores Emil Bauch, Gastão Tassini e Mario Bragaldi. Em 1889, passados vinte anos da morte do Barão e de sua esposa, o Palácio foi vendido à Companhia do Grande Hotel Internacional e, posteriormente, antes que fosse instalada qualquer empresa hoteleira no imóvel, foi vendido ao maior acionista da Companhia, o conselheiro Francisco de Paula Mayrink. Em 18 de abril de 1896, durante o mandato do presidente Prudente de Moraes, à época exercido em caráter interino pelo vice Manuel Vitorino, o Palácio foi adquirido pelo Governo Federal para sediar a Presidência da República, anteriormente instalada no Palácio do Itamaraty. Condessa de Nova Friburgo (sentada com seu neto Rodolpho no colo), Conde de Nova Friburgo entre suas fi lhas Laura e Ada, Renato de Nova Friburgo, Braz de Nova Friburgo, Maria José de Souza Dantas de Nova Friburgo e primos. Para receber os presidentes e seus familiares, ampla reforma foi executada sob a orientação do engenheiro Aarão Reis. Dela participaram importantes pintores brasileiros como Antônio Parreiras e Décio Villares e o paisagista Paul Villon, este responsável pela remodelação dos jardins. A instalação de luz elétrica no Palácio, desde então, acentuaria o brilho dos acontecimentos políticos e sociais que ali teriam lugar. Marianne, símbolo da República. Bronze e Mármore. Autoria: Paul Louis Emile Loiseau Rousseau, s/d. Também chamado de Palácio das Águias, o Palácio do Catete foi palco de intensas articulações políticas, como as declarações de guerra à Alemanha, em 1917, e ao Eixo, em 1942, e, nesse mesmo ano, a implantação do Cruzeiro como sistema monetário nacional. Entre os grandes acontecimentos sociais, destacam-se a recepção aos Reis da Bélgica, em 1920, e a hospedagem do Cardeal Pacelli, posteriormente Papa Pio XII , em 1934. Grande repercussão gerou o polêmico sarau organizado, em 1914, pela caricaturista Nair de Teffé, esposa do presidente Hermes da Fonseca, durante o qual foi executado o famoso “Corta- Jaca” de Chiquinha Gonzaga, compositora e maestrina carioca. Pela primeira vez a música popular era interpretada nos salões de um Solar aristocrático. Museu da República, 1922. Do Palácio emergem, ainda, memórias de momentos de consternação e comoção nacional, como o velório do presidente Afonso Pena, em 1909, e o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, desfecho de uma das mais contundentes crises político-militares republicanas. No ano de 1938, durante o Estado Novo, o Palácio e seus jardins foram tombados pelo então Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Sede do Poder Republicano por quase de 64 anos, 18 presidentes utilizaram suas instalações. Coube a Juscelino Kubitschek encerrar a era presidencial do edifício, com a transferência da Capital Federal para Brasília em 21 de abril de 1960. O Palácio do Catete, com base em Decreto Presidencial de 08 de março de 1960, passou então a ser organizado para abrigar o Museu da República, inaugurado a 15 de novembro do mesmo ano. [Voltar para o topo] Jardim O Palácio do Catete foi erguido no século XIX, no então chamado “Caminho do Catete”, atual bairro do Catete, região que surgiu com o aterramento de uma área coberta por mangues. Iniciada a construção do Palácio, o Barão de Nova Friburgo adquiriu novas terras, incorporando a área ao fundo do terreno e a aléia central do parque, onde já então havia as palmeiras existentes até hoje. Segundo alguns historiadores, tanto o jardim do Palácio quanto o do Palácio São Clemente, em Nova Friburgo, também de propriedade do Barão, teriam sido feitos pelo paisagista francês Auguste Marie Françoise Glaziou. Chafariz com escultura representando o Nascimento de Vênus. Fundição Val D´Osne (França). A remodelação do jardim do Palácio para a sua ocupação pela sede do Poder Executivo Nacional ficou sob a coordenação de Paul Villon, discípulo do paisagista francês Auguste Marie Françoise Glaziou, com quem Villon já havia trabalhado à época da reforma do Campo da Aclamação, atual Praça da República. Um antigo pavilhão do parque foi transformado em coreto, seguindo a tendência dos logradouros públicos tanto em voga no período. Foram, também, construídas dependências para os mordomos e criados da presidência, atualmente residências de antigos funcionários e seus familiares. Ainda no parque, seriam adaptados um piquete de cavalaria e cocheiras, próximos à entrada da Praia do Flamengo, no local onde hoje é o prédio da Reserva Técnica do Museu. Vista para o jardim da janela do segundo pavimento do prédio anexo. As instalações elétricas representaram uma grande inovação tecnológica na reforma de adaptação do Palácio. Coube ao engenheiro Adolfo Aschoff a coordenação dos trabalhos, citados como pioneiros pela imprensa da época. Foi construída uma oficina elétrica e, especialmente para abrigá-la, erguido um prédio de três compartimentos, na lateral do terreno voltada para a Rua Princesa do Catete, atual Rua Ferreira Viana. Tendo em vista assegurar o transporte de carvão para a usina elétrica do Palácio, foi também construído um novo ramal para a linha férrea que atendia ao bairro do Catete. Alguns anos mais tarde, essa construção foi transformada em garagem presidencial, atualmente funcionando no local parte das instalações do Museu do Folclore. A usina elétrica foi desativada. Na área do jardim voltada para a Praia do Flamengo, havia um embarcadouro, construído pelo Conselheiro Mayrink, para a atracação de seu iate. Quando o Palácio se tornou sede do Governo Federal, este cais passou a ser de uso exclusivo da Presidência da República. Na década de 1960, quando foi construído o Aterro do Flamengo, foi demolido o que restava do embarcadouro. Floração de Abricó de Macaco. Em 06 de abril de 1938, o Palácio do Catete e seu respectivo Jardim foram tombados pelo recém-criado Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), hoje Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O tombamento do jardim do Palácio é um instrumento de proteção e preservação de seus traços paisagísticos, que não podem ser alterados sem autorização prévia do IPHAN. No ano de 1960, com a criação do Museu da República, o jardim foi aberto ao público. Em 1995, um novo projeto paisagístico foi elaborado para o parque, sendo realizada uma ampla reestruturação de toda a sua rede elétrica e de escoamento de água e implantado um sistema automático de irrigação. No final dos anos 90, uma nova intervenção substituiu os muros do parque erguidos ao longo da Rua Silveira Martins e da Praia do Flamengo por gradis idênticos aos que já existiam nas demais margens do Palácio, permitindo uma maior visibilidade do seu jardim. [Voltar para o topo] Acervo O Museu da República, por intermédio de suas ambientações, das exposições temporárias, de longa duração e dos eventos culturais, busca oferecer ao visitante um panorama da história republicana. Fotos, documentos, objetos, mobiliário e obras de arte dos séculos XIX e XX integram seu acervo, exposto nos diversos salões do Palácio. Oferece ainda, desde novembro/2007, uma nova forma de interlocução com o visitante: o Espaço de Atualização, no qual a informação está à disposição através de jornais do dia, noticiários na TV etc, deixando em evidência que a História está em permanente movimento, recriando-se a partir das ações humanas. A Pátria | Pedro Bruno, 1919. Pintura óleo sobre tela, 1,90 x 2,78 m (com moldura). Contando com o apoio de universidades, instituições de pesquisa e empresas privadas, o Museu da República se apresenta como um espaço para reflexão crítica sobre a história e a cultura do país e busca cumprir sua função social de instituição ligada à educação. Em dezembro de 2007 inaugurou o Espaço Educação destinado ao acolhimento de professores, escolares e o público em geral. Seviço da República. [Voltar para o topo] Rua do Catete, 153 | Catete | cep 2220-000 | Rio de Janeiro | RJ | Brasil | tel. 55 21 3235 3693

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