quarta-feira, 21 de março de 2012

ESTUDO DAS LETRAS LATINAS

ENSINO DA LÍNGUA E LITERATURA LATINA
E SUA DERIVAÇÃO PORTUGUESA





Oswaldo Antônio Furlan,

ofurlan@hotmail.com e www.ofurlan.prof.ufsc.br,

Professor Titular de Letras Latinas e Vernáculas,

Universidade Federal do Estado de Santa Catarina, Brasil.



Em virtude da importância do tema em epígrafe e do pioneirismo do enfoque dado a ele no que respeita aos cursos de Letras Vernáculas, permita-me o leitor apresentar-lhe uma idéia panorâmica de duas obras de minha autoria, escritas no âmbito desse tema e publicadas em meados de 2006 por duas importantes editoras do país. Além disso, permita-me informá-lo de que me disponho a responder, por e-mail, a eventuais consultas sobre questões de Latim, desde que ele anexe uma ou mais frases acerca do que mais lhe interessou na leitura do presente texto ou das referidas obras. Disponho-me também a ministrar cursos intesivos de Latim (cerca de 30 aulas), voltados a finalidades específicas: Português, Direito, Filosofia e Teologia.



Para a elaboração desses livros, me foram valiosos 28 anos de magistério (20 dos quais na UFSC), a publicação de 15 obras (05 das quais no ensino das Letras Latinas), em especial um “Dicionário de novos termos de ciências e tecnologias” (em parceria com F. Vidossich, Pioneira, 1996, 360 p.), que obteve troféu no concurso nacional Jabuti-1997, bem como 30 artigos editados em periódicos especializados do Brasil e da Europa, sem falar no conhecimento do grego e de meia dúzia de línguas modernas.



O presente texto consta dos seguintes tópicos:



1. Razões de estudar Latim: língua, literatura e teorias lingüístico-literárias.

2. Diretrizes do MEC para o ensino do Latim.

3. Duas obras inovadoras e pioneiras: proposta, objetivos e método.

4. Obra “Língua e Literatura Latina e sua derivação portuguesa”: sumário.

5. Obra “Latim para o Português: gramática, língua e literatura”: sumário.

6. Estudo da língua latina: introdução e amostra.

7. Estudo do vocabulário: introdução é amostra

8. Estudo da literatura, lingüística e teorias lingüístico-literárias

9. Temas lingüístico-literários específicos.

10. Derivação do latim ao português e vice-versa

11. Bibliografia utilizada.

1. RAZÕES DE ESTUDAR LATIM: LÍNGUA, LITERATURA

E TEORIAS LINGÜÍSTICO-LITERÁRIAS


Entre as 5.000 línguas hoje conhecidas, que os lingüistas classificaram em dezenas de grupos e famílias, a língua latina foi a que expressou uma das culturas e literaturas mais influentes do grupo indo-europeu, senão do mundo inteiro. Por isso, “dentre as línguas de cultura, antigas ou modernas, nenhuma tem sido mais estudada que o latim.” (Enc. Mir., 1994). Tais afirmações valem também para a literatura e as teorias lingüístico-literárias que os romanos produziram, inspirados nas teorias e modelos gregos.

Com efeito, os gregos e os latinos produziram obras de arte e estudos lingüístico-literários que foram difundidos e cultivados no mundo latino e que, ainda hoje, são objeto de estudo, porque embasaram a arte clássica e as teorias lingüístico-literárias modernas, quando não lhes anteciparam conceitos e princípios fundamentais.

O próprio Latim, difundido em muitas províncias do Império Romano, entre cerca de 200 aC aC e 476 dC (para outros, 870 dC), gerou a família de línguas neolatinas (italiano, provençal, francês, espanhol, catalão, português, dálmata, romeno e diversos dialetos), nas quais ele sobrevive. A língua portuguesa, que celebramos como “ultima flor do Lácio, inculta e bela” (O. Bilac), que, afinal, “é o próprio latim modificado” (I. de Lima Coutinho), é língua oficial de Portugal continental, Açores, Madeira, Brasil, Guiné Bissau, São Tomé/Príncipe, Cabo Verde, Angola e Moçambique; é a sexta língua materna mais falada, depois do chinês, espanhol, inglês, bengali e hindi; é a terceira língua européia mais falada (depois do inglês e do espanhol) e o veículo atual de comunicação de mais de 220.000.000 de falantes. A variante culta do latim, mercê da precisão e concisão próprias das línguas sintéticas (isto é, as que flexionam não só os verbos, mas também os substantivos e adjetivos), subsiste em centenas de expressões latinas, sobretudo no Direito, sem esquecer que ela tem sido a língua pela qual a Igreja Católica expressou sua doutrina, liturgia e disciplina jurídica durante dois mil anos.

Semelhantemente, a literatura e os estudos lingüístico-literários, produzidos pelos romanos na trilha dos gregos, renasceram na literatura clássica moderna (séc. XVI a XVIII) e impulsionaram a escalada da Lingüística e da Teoria Literária, que, como outras ciências, constroem sobre o passado, desafiando, refutando, desenvolvendo e reformulando doutrinas. E a variante culta do Latim, mercê da precisão e concisão próprias das línguas sintéticas, subsiste em centenas de expressões latinas, sobretudo na área forense.

Por essas razões e outras, a serem elucidadas abaixo, o conhecimento das Letras Latinas é de capital importância para usar, entender e ensinar as línguas e literaturas neolatinas. Ele “fornece elementos valiosos para o mais rápido e seguro conhecimento dessas mesmas línguas” e literaturas (E. Faria), em todos os seus níveis: ortográfico, fonético, morfo-sintático e léxico-semântico. Munido do Latim, o Professor das Letras Vernáculas não tropeçará a cada passo, mas, coroado de saber, brilhará sempre no pódio da cátedra.





2. DIRETRIZES DO MEC PARA O ENSINO DO LATIM



2.1. Deficiências do ensino tradicional – A Lei 4.024/61 suprimiu os sete anos de Latim do 1º e 2º Graus; no 3º, manteve-o apenas no curso de licenciatura plena em Letras Clássicas; no curso de Letras Vernáculas, por não lhe ter determinado a duração, está sendo ministrado em 30 a 120 aulas. Com isso, obrigou a aprender muito Latim em pouco tempo, estagnou a edição de obras didáticas, asfixiou a formação de professores, multiplicou deficiências (ortográficas, morfo-sintáticas e léxico-semânticas) dos alunos de Português, marginalizou a leitura dos textos clássicos modernos e direcionou o ensino do Latim na contramão dos países de cultura latina da Europa (Portugal, Espanha, França, Itália, Romênia, etc.) e dos próprios países anglo-saxônicos (Alemanha, Inglaterra, USA, Canadá), que ainda reservam amplo espaço ao estudo das Letras Latinas.

Tanto é assim, que a obras editadas no último meio século não passam de uma dezena, em geral gramáticas ou livros-texto com numerosas limitações e/ou deficiências. A grande maioria dos professores continua adotando conceitos e métodos anteriores a 1961: ensinam o Latim pelo Latim, substituem os textos da literatura latina, de mérito perene e universal, por textos adaptados ou forjados por latinistas modernos, pouco investem em didática, sistematicidade e coerência, quando não se limitam a discorrer acerca da cultura latina. Já que o Português é Latim um pouco transformado e que renasceu no Classicismo moderno, os prejuízos resultantes no estudo das Letras Latinas e, por conseguinte, no das Vernáculas, não poderiam ser pequenos.



2.2. Diretrizes do MEC: Latim para o Português – Pelo Decreto nº 91.372, de 26.06.1985, o então Presidente da República José Sarney nomeou Comissão Nacional para o “estabelecimento de diretrizes que promovam o aperfeiçoamento do ensino/aprendizagem da Língua Portuguesa”, constituída dos ilustres Abgar Renault, Antônio Houaiss, Celso Cunha, Celso Luft, Fábio Lucas, João Wanderley Geraldi, Magda B. Soares, Nelly M. de Carvalho e Raymundo J. Wangham. Das 24 reuniões realizadas no Rio de Janeiro e dos dois seminários nacionais, com oito sessões (em São Paulo e em Fortaleza), resultou um “Relatório Conclusivo” de 19 tópicos, que O MEC editou sob o título de Diretrizes para o aperfeiçoamento do ensino/aprendizagem da língua portuguesa, 1986, com 31 p.



Sob o título “A questão do Latim e o ensino da Língua Portuguesa”, o tópico 19 diz: “A Comissão reconhece que, no 2º grau, na própria disciplina de Língua Portuguesa, deve haver aulas dedicadas ao estudo das estruturas do Latim, com vista à compreensão mais lúcida da própria língua portuguesa, em sua história interna e seus recursos mórficos e semânticos... Na hipótese de se desdobrar o 2º grau em científico e clássico, neste deve ser reintroduzido o Latim. No ensino superior, o Latim deve ser reabilitado em sua qualidade de matéria plena.”

Essas Diretrizes, de capital importância, quer por representarem posicionamento consensual dos congressitas, quer pela edição delas pelo MEC, jamais poderiam ter passado despercebidas (o que de fato ocorreu) pelos docentes das Letras Latinas e Vernáculas.





3. DUAS OBRAS INOVADORAS E PIONEIRAS:

PROPOSTA, OBJETIVOS, MÉTODO



Nas duas obras que publiquei em 2006 – Língua e literatura latina e sua derivação portuguesa, Ed. Vozes, 386 p., http://www.vozes.com.br, e Latim para o Português: gramática, língua e literatura, EdUFSC, 224 p., edufsc@editora.ufsc.br – propus-me, creio que por primeiro no país, a seguir, com rigor, essas diretrizes e exigências, ou seja, ensinar, num só volume, as Letras Latinas (língua, literatura, teorias lingüístico-literárias), tendo sempre em vista sua seus reflexos nas Letras Vernáculas, otimizar a proficiência e minimizar o dispêndio de tempo e esforço em aprendê-las.



3.1. Sumário – a) “Língua e Literatura Latina...” – Cultura (conceitos, língua, literatura), p. 21-48; Gramática, p. 49-154; Língua (1000 frases famosas, ordenadas por tópicos gramaticais, com exercícios transformacionais), 155-198; Literatura e estudos lingüístico-literários (80 textos de 20 a 100 linhas), p. 199-296: historiografia do Império e das artes; lingüística: gramática e etimologia; literatura: teoria, crítica, retórica e mito; literatura como criação artística (sátira, drama, lírica, épica, didática, prosa de ficção); literatura cristã (expectativa e revelações do Messias, hinos de louvor e esperança); Do Latim ao Português e vice-versa (documentário diacrônico, 10 textos; derivação ortográfica, fonética, morfo-sintática e léxico-semântica), p. 297-340; Glossário lexicológico, 341-372; Bibliografia, 373-380. – 40 ilustrações.

b) “Latim para o Português...” – Cultura latina (língua e literatura), p. 19-32; Gramática (33-116); Língua (600 frases famosas, ordenadas por tópicos gramaticais, com exercícios transformacionais), 117-148; Língua e literatura: 15 textos didáticos e 25 textos artísticos (fábula, comédia, lírica, teoria literária, épica, bucólica e gêneros da latinidade cristã), p. 149-178; Lingüística dos gregos e latinos (classes de palavras, figuras e vícios de linguagem, etimologia), contendo textos traduzidos, inéditos no Brasil, p. 179-202-; Glossário, p. 203-218. – 18 ilustrações.



3.2. Método e destinatários: Método – a) Estudam-se os textos latinos (por gêneros e autores), selecionados sobretudo nas obras lingüístico-literárias, tudo no intuito alcançar os objetivos propostos; b) investe-se em sistematicidade, coerência, concisão e transparência na explanação da matéria; c) enfatiza-se a globalização do estudo dos componentes paradigmáticos e sintagmáticos; d) dá-se amplo apoio ao estudo do sistema em todos os seus níveis, inlusive com tradução paralela dos textos; e) progride-se dos textos simples aos dos poemas clássicos.

Destinam-se – “Língua e Literatura...”, aos cursos de Letras Latinas e Neolatinas, em especial o das Letras Vernáculas, bem como (graças à tradução paralela) a todos os interessados em estudar as Letras Latinas (incluídos textos lingüístico-literários) e/ou em recapitular e aprofundar estudos já feitos nessa área. - “Latim para o Português...” destina-se aos cursos de graduação em Letras Latinas e Vernáculas, bem como aos cursos de Direito, Filosofia e Teologia.



3.3. Motivos de escrever as obras – 1. A imensa valia de conhecer as Letras Latinas (gramática, língua, literatura e teorias lingüístico-literárias) para usar, entender e, sobretudo, ensinar as Letras Vernáculas. 2. A falta de livros que introduzam o leitor em todas essas matérias, fundamentais para um curso de Letras Vernáculas e, portanto, que o levem a aprender muito Latim em pouco tempo, ou seja, a otimizar a proficiência e minimizar o dispêndio de tempo e esforço. 3. Conveniência de, conforme as sábias “diretrizes” do MEC/1986, correlacionar o Latim com as do Português em nível ortográfico, fônico, morfo-sintatico e léxico-semântico. 4. A necessidade de livros de Latim que possam ser entendidos também sem professor. 5. A convicção de que, para otimizar o ensino/aprendizagem do Latim, bastam três fatores: adequação de livros-texto, eficiência dos docentes, empenho dos alunos.



3.4. Formas de aquisição e preços – a) “Língua e literatura latina...”, R$ 55,00: pedidos à Editora pelo site www.vozes.com.br e e-mail vendas@vozes.com.br ou pelo e-mail de cada livraria regional. Nesta opção, o pagamento se faz pelo sistema de reembolso postal: paga-se no correio. Telefones e fax para comunicação: Aparecida, (0xx12) 3104-1117 e 3104-1118; Belo Horizonte, (0xx31) 3273-2538 e 3222-4482; Brasília, (0xx61) 3326-2436 e 3326-2282; Campinas, (0xx19) 3231-1323 e 3234-9316; Cuiabá, (0xx65) 3623-5307 e 3623-5186; Curitiba, (0xx41) 3333-9812; Florianópolis, vozes45@uol.com.br, (0xx48) 3222-4112 e 3222-1052; Fortaleza, (0xx85) 3231-9321 e 3221-4238; Juiz de Fora, (0xx32) 3215-9050 e 3215-8061; Manaus, (0xx92) 3232-5777 e 3233-0154; Porto Alegre, (0xx51) 3226-3911 e 3226-3710; Recife, (0xx81) 3423-4100 e 3423-7575; Rio de Janeiro, (0xx21) 2215-6386 e 2533-8358; Salvador, (0xx71) 3329-5466 e 3329-4749; São Paulo, (0xx11) 3105-7144 e 3107-7948. – b) “Latim para o Português...”: edufsc@editora.ufsc.br, (0xx48) 3331-9408 ou 3331-9686 e 3331-9680.



4. OBRA “LÍNGUA E LITERATURA LATINA

E SUA DERIVAÇÃO PORTUGUESA” : SUMÁRIO





0 Cultura Latina

0.1 Conceitos operacionais

0.2 Latim e línguas neolatinas

0.3 Literatura latina e sua influência

0.3.1 Características

0.3.2 Períodos e estilos de época

0.3.3 Literatura latina medieval e renascentista

0.3.4.Versificação: métrica latina



1 Gramática

1.1 Sistema fônico e sistema ortográfico

1.1.1 Língua: fonemas

1.1.2 Ortografia

1.1.3 Duração e tonicidade das vogais e sílabas

1.1.4 Pronúncia

1.2 Palavras na frase: classes, estruturas e categorias

1.2.1 Classes das palavras

1.2.2 Categorias gramaticais

1.2.3 Categorias de gênero e número

1.2.4 Radicais e desinências dos nomes e verbos

1.3 Flexão dos nomes substantivos e adjetivos

1.3.1 Sistema flexional dos nomes por casos gramaticais

1.3.2 Classificação dos nomes em cinco declinações

1.3.3 Funções sintáticas dos nomes e casos correspondentes

1.3.4 Concordância dos adjuntos, predicativos e aposto

1.3.5 Análise e interpretação de textos

1.4 Flexões de caso dos nomes das cinco declinações

1.4.1 Sistema flexional em seu conjunto

1.4.2 Desinências de caso dos nomes das declinações: correlações

1.4.3 Amostra lexical de nomes das cinco declinações

1.4.4 Gênero gramatical dos substantivos

1.4.5 Primeira e segunda declinação: genitivo –ae (1ª), –i (2ª)

1.4.6 Terceira declinação: genitivo –is

1.4.7 Quarta e quinta declinação: genitivo -us (4ª), -ei (5ª)

1.5 Adjetivos: classes, concordância, graus, substantivação

1.5.1 Adjetivos da 1a classe: genitivo -ae (1a decl.) e –i (2a )

1.5.2 Adjetivos da 2a classe: 3a declinação, genitivo -is

1.5.3 Concordância e substantivação

1.5.4 Graus de significação

1.6 Numerais: classes, declinação e concordância

1.7 Pronomes, pessoas do discurso

1.7.1 Pronomes pessoais e possessivos

1.7.2 Pronomes demonstrativos

1.7.3 Pronome relativo – Orações subordinadas adjetivas

1.7.4 Pronomes interrogativos

1.7.5 Pronomes indefinidos

1.8 Verbos, palavras conjugáveis, núcleos da frase

1.8.1 Categorias, classes e conjugações

.8.2 Derivação dos tempos e formas verbais

1.8.3 Sufixos, desinências e vogais de ligação

1.8.4 Formas nominais do verbo ou verbo-nominais

1.8.5 Conjugação dos verbos regulares

1.8.6 Verbos depoentes e semidepoentes

1.8.7 Verbos irregulares e defectivos

1.9 Advérbios, adjuntos modificadores

1.9.1Classes, formação e partículas interrogativas

1.9.2 Graus de significação

1.10 Preposições, conectivos entre termos frasais

1.10.1 Preposições que regem acusativo

1.10.2 Preposições que regem ablativo

1.10.3 Preposições que regem ora acusativo, ora ablativo

1.11 Conjunções – Período composto

1.11.1 Conjunções coordenativas – Orações coordenadas

1.11.2 Conjunções subordinativas – Orações subordinadas adverbiais

1.11.3 Subordinadas substantivas no acusativo com o infinitivo ­

1.11.4 Adverbiais reduzidas de particípio no ablativo absoluto

1.11.5 Subordinadas substantivas a grupos especiais de verbos

1.12 Modos e tempos verbais na frase

1.13 Funções sintáticas dos casos

1.14 Lexicologia: composição e derivação de palavras





2 Língua Latina

(São interpretadas mil frases - ditos, provérbios, princípios jurídicos-, distribuídas por tópicos gramaticais, com exercícios transformacionais e com tradução parcial.)



2.1 Verbos: formação dos tempos, radicais, desinências, conjugação

2.1.1 Verbo sum: irregular, de ligação, intransitivo

2.1.2 Primeira conjugação: ama-re

2.1.3 Segunda conjugação: mone-re

2.1.4 Terceira conjugação (consonantal): rég-e-re

2.1.5 Quarta conjugação: audi-re

2.1.6 Conjugação mista: 3ª + 4ª (fáci-o); 3ª em u- (distíng-u-o)

2.1.7 Verbos depoentes

2.1.8 Verbos irregulares: sum, eo, fero, volo, fio

2.2 Substantivos e adjetivos da 1a declinação: genitivo –ae

2.2.1 Nominativo, genitivo, acusativo e vocativo

2.2.2 Dativo

2.2.3 Ablativo

2.3 Substantivos e adjetivos da 2 a declinação: genitivo -i

2.3.1 Substantivos e adjetivos de nominativo em –us

2.3.2 Substantivos em -er, -ir ; adjetivos em -er

2.3.3 Substantivos e adjetivos em -um (neutros)

2.3.4 Adjetivos da 1a classe: genitivo –ae (1ª decl.), -i (2ª decl.)

2.4 Substantivos e adjetivos da 3a declinação: genitivo –is

2.4.1 Substantivos de tema em consoante: masculinos, femininos

2.4.2 Substantivos de tema em consoante: neutros

2.4.3 Substantivos de tema em i : masculinos, femininos, neutros

2.5 Substantivos da 4a e 5a declinação: genitivo –us e -ei

5.5.1 Substantivos da 4a : genitivo -us

5.5.2 Substantivos da 5a: genitivo -ei / ei

2.6 Adjetivos da 3a declinação (2ª classe): genitivo -is – Concordância

2. 6.1 Adjetivos triformes

2.6.2 Adjetivos biformes

2.6.3 Adjetivos uniformes

2.6.4 Adjetivos em conjunto

2.6.5 Substantivação de adjetivos

2.6.6 Graus dos adjetivos e advérbios:

2.7 Pronomes, pessoas do discurso

2.7.1 Pronomes pessoais e possessivos

2.7.2 Pronomes demonstrativos

2.7.3 Pronome relativo: orações adjetivas

2.7.4 Pronomes interrogativos

2.7.5 Pronomes indefinidos

2.8 Formas nominais do verbo – Concordância

2.9 Orações subordinadas: composição

2.9.1 Subordinadas substantivas, no acusativo com infinitivo

2.9.2 Adverbiais reduzidas de particípio, no ablativo absoluto

2.9.3 Substantivas objetivas diretas a certas classes de verbos

2.9.4 Adverbiais desenvolvidas – conjunções subordinativas



3 Literatura e estudos lingüístico-literários

(Incluem-se 80 textos latinos de 20 a 100 linhas, interpretados e 90% traduzidos.)



3.1 Historiografia do Império e das artes

3.1.1 Império: dos primórdios ao apogeu (Eutrópio e outros)

3.1.2 Roma, senhora dos povos, mestra das artes e das leis

3.1.3 Assimilação das artes gregas por Roma (Horácio e Virgílio)

3.1.4 O berço do galego-português (Plínio, Floro, Orósio)

3.2 Lingüística: gramática, etimologia e semântica

3.2.1 Contribuição e influência dos gregos

3.2.2 Contribuição e influência dos romanos

3.2.3 Língua: sistema de signos (Agostinho) e sua tradução (Jerônimo)

3.2.4 Etimologia e semântica (Varrão)

3.2.5 Gramática: a de Donato e a de Prisciano

3.2.6 Etimologia dos nomes do calendário (Isidoro de Sevilha)

3.3 Literatura: teoria, crítica, retórica e mito

3.3.1 Teoria e crítica literária (Horácio)

3.3.2 Linguagem: poder, figuras e vícios (Cícero, Donato)

3.3.3 Imitação dos modelos clássicos (Quintiliano)

3.3.4 Mito e arte na teoria literária (Ovídio)

3.4 Literatura como criação artística

3.4.1 Conceito; contribuição dos gregos e latinos

3.4.2 Poesia satírica: epigrama (Marcial)

3.4.3 Comédia (Plauto) e tragédia (Sêneca)

3.4.4 Poesia lírica

3.4.4.1 Ode (Catulo e Horácio)

3.4.4.2 Bucólica (Virgílio)

3.4.4.3 Elegia (Ovídio)

3.4.5 Poesia épica

3.4.5.1 Contribuição dos gregos e romanos

3.4.5.2 Eneida (Virgílio)

3.4.6 Poesia didática

3.4.6.1 Fábula (Fedro)

3.4.6.2 Geórgica (Virgílio)

3.4.6.3 Mitologia: Metamorfoses (Ovídio)

3.4.6.4 Visão epicurista da natureza (Lucrécio)

3.4.7 Prosa de ficção na latinidade argêntea (Petrônio, Apuleio)

3.4.7.1 Romance de costumes: Satíricon (Petrônio)

3.4.7.2 Relato de aventuras: O asno de Ouro (Apuleio)

3.5 Literatura latina cristã

3.5.1 Importância e influência

3.5.2 Cristo e os cristãos em relatos de pagãos (Plínio e Tácito)

3.5.3 Simbolismo, arte e mito

3.5.4 Expectativa do Messias (Bíblia Vulgata, trad. de S. Jerônimo)

3.5.5 (Revel)ações do Messias (Evangelistas)

3.5.6 Apocalipse e juízo final (S. João, Evangelista)

3.5.7 Hinos de louvor e esperança (textos bíblicos e patrísticos)



4 Do Latim ao Português e vice-versa

4.1 Do latim vulgar ao galego-português

(Analisam-se dez textos representativos das diversas fases derivativas.)

4.1.1 Do latim hispânico ao galego-português

4.1.2 Do latim hispânico ao romanço galego-português até o ano 500

4.1.3 Afloramento do português em textos latinos (870 a 1214)

4.1.4 Primeiros documentos escritos em português (início do séc. XIII)

4.1.5 Diferenciação entre português e espanhol (até c. 1214)

4.2 Sistema fônico: sinopse

4..2.1 Vogais e ditongos

4.2.2 Consoantes simples e grupos consonantais

4.3 Sistema nominal: morfologia e sintaxe

4.3.1 Casos e declinações: de língua sintética a analítica

4.3.2 Gêneros: resíduos do neutro

4.4 Sistema verbal: preservação com alterações

4.4.1 Conjugações: de quatro a três

4.4.2 Tempos e modos: deslocamentos, perdas e criações

4.4.3 Formas nominais do verbo: perdas e subsistências

4.5 Outras classes gramaticais

4.6 Elementos latinos no léxico português

4.7 Ortografia: da latina à portuguesa atual

4.7.1 Três fases e padrões ortográficos

4.7.2 Elucidação de grafias complexas



5 Glossário Lexicológico


5. OBRA “LATIM PARA O PORTUGUÊS:

GRAMÁTICA, LÍNGUA E LITERATURA”: SUMÁRIO



1 Cultura Latina
1.1 Língua latina e sua derivação portuguesa

1.1.1 Origem, natureza, difusão e variantes

1.1.2 Uso e estudo do latim na Idade Média e Moderna

1.1.3 Derivação do latim ao português

1.2 Literatura latina

1.2.1 Características

1.2.2 Períodos, estilos e versificação

1.2.3 Literatura latina no Classicismo moderno



2 Gramática

(Trata-se dos mesmos tópicos da obra anterior.)



3 Língua

(Interpretam-se 600 frases - ditos, provérbios, princípios jurídicos -, que são distribuídas por tópicos gramaticais, com exercícios transformacionais e tradução parcial.)


4 Língua e literatura
(Incluem-se textos latinos de 15 a 20 linhas, alguns do autor, tratando destes temas:)



4.1 Literatura didática

4.1.1 Lendárias origens troianas dos romanos

4.1.2 Epopéias relacionadas a Ílion ou Tróia

4.1.3 Expansão do Império Romano (Eutrópio)

4.1.4 Roma e Cartago em três guerras pelo Mediterrâneo (Eutrópio)

4.1.5 Os romanos na Gália, Germânia e Bretanha (Eutrópio)

4.1.6 Lusitânia e Galiza, berço do galego-português (Plínio, Orósio, Floro)

4.1.7 Antropônimos romanos

4.1.8 Exército romano em ação

4.1.9 Moral (Catão), epistolografia e retórica (Cícero)

4.1.10 Helenização da literatura latina

4.1.11 Latinidade áurea: poesia

4.1.12 Latinidade áurea: prosa

4.1.13 Latinidade argêntea e latinidade cristã

4.1.14 Mitos gregos e latinos

4.1.15 Anexos: hino estudantil (séc.XVII) e Hino Nacional Brasileiro.

4.2 Literatura como arte

4.2.1 Fábulas (Fedro)

4.2.2 Comédias (Plauto)

4.2.3 Temas líricos comuns à literatura (Horácio)

4.2.4 Teoria e crítica da arte poética (Horácio)

4.2.5 Epopéia: Eneida (Virgílio)

4.2.6 Bucólicas (Virgílio)

4.2.7 Elegias: partida para o exílio (Ovídio)

4.2.8 Latinidade cristã: simbolismo, mito e arte

4.2.8.1 Expectativa do Messias e suas revelações (Bíblia Vulgata)

4.2.8.2 Hinos e preces de louvor e esperança (Santos Pais da Igreja)

5 Lingüística

5.1 Dos gramáticos gregos aos latinos e aos tradicionalistas modernos

5.2 Contribuição dos romanos (Agostinho e Jerônimo)

5.3 Gramáticas (Donato e Prisciano)

5.4 Vícios e figuras de linguagem (Donato e Quintiliano)

5.5 Étimo dos nomes do calendário e de pessoas (Varrão e Isidoro)


6 Glossário




6. ESTUDO DA LÍNGUA LATINA





6.1. Introdução



1. Nesta seção se visa proporcionar ao estudante uma experiência ágil do funcionamento do sistema lingüístico latino no seu todo e, com isso, prepará-lo ler textos de obras clássicas. Seguindo as diretrizes do MEC, assinala, na própria língua matriz, os recursos morfossintáticos e lexicossemânticos em estudo.

Para isso, ordena, pelo critério de tópicos gramaticais, cerca de 600 frases da literatura latina (provérbios, máximas, ditos famosos, aforismos jurídicos) [mil frases no livro das Vozes], que seleciona pelos critérios de maior adequação aos objetivos e menor complexidade lingüística. Ministra subsídios à interpretação, exercícios paradigmáticos preliminares a cada tópico e transformações a muitas frases, que vêm sinalizadas por acréscimo de letras ao seu respectivo número: 1, 1a, 1b, 1c... Admite que o ideal de interpretar todas as frases seja reduzido a uma parte delas, mas sem alterar a ordem dos tópicos.

Começa por estudar os verbos – à frente sum, “ser, estar, existir” – porque: a) esta classe de palavras é a que tem o maior poder de informações morfossintáticas; b) na derivação do latim ao português, o sistema flexional dos verbos subsistiu, enquanto que o dos nomes reduziu suas doze desinências às do caso acusativo, do que resulta maior grau de complexidade de seu ensino/aprendizagem a lusofalantes; c) para facilitar o estudo do sistema flexional dos nomes, o sistema flexional dos verbos poderia servir de termo de comparação.

Os componentes de cada (sub)sistema lingüístico apresentam, entre eles, relações paradigmáticas (morfemas verbais e nominais homogêneos, presentes ou ausentes) e sintagmáticas (de regência, concordância e colocação). Por isso, no ensino/aprendizagem, importa correlacionar cada um dos componentes congêneres entre si e enquadrá-los no seu (sub)sistema. Para mais facilmente correlacioná-los e memorizá-los, o aluno, ao analisar e interpretar textos, poderia começar por valer-se de (foto)cópia do quadro deles. Acrescente-se que a interpretação de um texto não pode considerar-se adequada, antes que nela brilhe coerência interna (entre os sintagmas e paradigmas), externa (lexicossemântica ) e contextual. Aos exercícios propostos, seria útil acrescentar outros, como pesquisar, nos textos, a família de cognatos de vocábulos latinos e/ou portugueses, bem como a derivação (ortográfica, morfossintática, lexicossemântica ou estético-literária) do latim ao português.

Para dinamizar o ensino/aprendizagem, conviria envolver os alunos em competições, provocando a emulação e a otimização dos resultados. Como? – a) no estudo de textos, atribuir às equipes tarefas diversificadas; b) periodicamente, promover breves concursos de interpretação, (re)citação, transcrição, memorização, dramatização de textos e apresentação dos resultados de minipesquisas feitas fora da sala de aula, sobre um ou vários temas de interesse. A ênfase na memorização de paradigmas e textos previamente entendidos, decorre de que eles reproduzem muitos elementos de diversos níveis do sistema lingüístico e de que são de imensa valia prática em qualquer área do saber.



6.2 Amostra



1. Verbos: tempos primitivos, radicais, desinências e conjugação

Pronúncia e ortografia, 2.1; verbos (classes, 2.8.1; radicais e derivação, 2.8.2; desinências, 2.8,3; conjugação: 2.8.4, regulares, e 2.8.7, regulares); pronomes pessoais, 2.7.1; partículas interrogativas, 2.9.1; interpretação, 2.14; léxico, 6. – 1) Em cada subtópico de 3.1, identifique pessoa, tempo, modo e recite e/ou escreva, de cor, ao menos 5 frases.



1.1. Verbo sum, irregular, de ligação, intransitivo

Tempos primitivos: s-u-m, es, es-se, fu-i (futur-us, a, um), “ser, estar, haver”. Radicais e formas derivadas, 2.8.2; desinências, 2.8,3; conjugação, 2.8.4; pronomes pessoais, 2.7.1. – 1) Analise as formas de sum e refira seus derivados por prefixação, 2.8.7 e 6. 2) Relacione os nomes dos dialogantes com os dos literatos latinos, 1.2.2.



Vocação imperialista e artística de Roma – 1 Magister Adeste, discípuli, et este attenti. Ego sum. Priscianus. Docebo vos artem grammaticam et litterarum sciéntiam. Quis es tu, qui estis vos, quaeso? Sou Prisciano. Ensinar-vos-ei gramática e literatura. Quem és tu, quem sois vós, por favor? – 2 Ego sum Plautus; ille, Teréntius. Vita fábula est: cómica an trágica? ... – A vida é uma narrativa teatral: cômica ou trágica? – 3 Nos sumus Caesar, Sallústius, Titus Lívius, Tácitus. “História est magistra vitae”, Cicero, De oratore, 2, 9, 36, semper fuit, semper erit. ...“A história é mestra da vida.” – 4 Ecce Catullus, Horátius, Vergílius, Ovídius: poetae illustres erunt. “Aut prodesse volunt aut delectare poetae.” Horatius, Ars Poetica, v. 333. ...: se rão poetas ilustres. – “O que os poetas querem é ou ser úteis ou deleitar.” – 5 Num possem ego Marcus Túllius Cícero non esse? “Legum servi sumus, ut líberi esse possimus.” Cicero. Por acaso poderia eu não ser Cícero? “Somos servos das leis, para que possamos ser livres.” – 6 Magister Ubi sunt Maecenas et Augustus? Num absunt? Onde estão ...Acaso estão ausentes? – 7 Ádsumus, magister! “Dívide et ímpera”. Máxima do Senado. ...“Divide e impera!” – 8 Nos sumus Lucanus, Martialis, Quintilianus: in Hispánia nati sumus.... nascemos na Espanha. – 9 Orósius in Lusitánia natus est; Phaedrus, in Graecia; Teréntius et Augustinus, in África. – 10 “O Roma aeterna”, Tibu#llus, Carmiàna, 1, 2, 5, .23 eris “caput mundi”: Inscrição em moedas, “ómnium qui sunt, qui fuérunt, qui futuri sunt!” Cicero, Ad familiares, 11, 21. “Ó Roma eterna”, serás “capital do mundo”: “de todos os que exisitem... haverão de existir!” – 11 Magister Ad hoc, sint nautae, mílites et mercatores! Para isso, haja... – 12 Ego ero sicut Rómulus: “Sine agricultura, nihil (erit)”. Lema dos agrônomos. Eu serei como Rômulo: “Sem agricultura, nada” (existirá). – 13 Eia! Si nautae et mílites non fuissent, impérium esse non posset! Eia! Se não tivessem existido marinheiros e soldados, o império... – 14 Ad hoc, “sit mens sana in córpore sano”. Iuvenalis, Satiàrae, X, v. 356. Para isto, “haja mente sadia em…” [etc].



1.2. Primeira conjugação: ama#-re

Tempos primitivos: a) am-o (< ama-o), ama-re, amav-i, amat-um; b) d-o (< da-o) , da-re, ded-i, dat-um. – Pronúncia e ortografia, 2.1; verbos (classes, 2.8.1; radicais e derivações, 2.8.2; desinências, 2.8.3; conjugação, 2.8.4; formas verbo-nominais, 2.8.5); pronomes pessoais, 2.7.1; partículas interrogativas, 2.9.1; interpretação, 2.14. – Em cada subtópico de 3.1, identifique pessoa, tempo, modo e recite ou escreva, de cor, cinco frases.



1. Amare – a) Tempos imperfectivos ou de ação inacabada: radical do infectum – 1 Ama me, amo te, serva fidem. Inscrição em aliança. ...conserva a fidelidade. 2 Vivamus, mea Lésbia, atque amemus. Catullus, Cármina, 5,1. Vivamos, minha Lésbia, e... 3 Si vis amari, ama [amábilis esto]. Séneca, Epístulae, 9, 6. ...[sê amável]. 4 Ama et amáberis; amate et amabímini; si amaremus, amaremur; amabunt et amabuntur. 4a Illi (illae) amabant, ut amarentur, eles (elas)… para que...; ama, ut ameris; amate, ut amémini. 5 Deos et amo et métuo. Plautus, Poénulus, v. 282. Os deuses, tanto os ..., quanto os temo. 6 Deus amatur. Seneca., Epístulae., 47, 18. 7 Ars amandi, Opúsculo de Ovídio. A arte de ... Amantes (sunt) amentes. Teréntius, Ándria, 1, 3,13. ... (são) desvairados.

b)Tempos perfectivos ou de ação acabada: radical do perfectum – 1 Cras amet, qui numquam amavit. Cf. Pervigílium Véneris, “Vigília de Vênus”, séc. V. Ame, manhã, aquele que nunca... 2 Amavisti quem amáverat te; si nos amavissemus, étiam vos amavissetis; útinam illi (illae) amáverint nos. Amaste aquele que)... 3 Ovídius affirmat se Corinnam amavisse. Trístia, 4.10.69. Ovídio afirma... Corina.

c) Tempos derivados do supino – 1 Regina Dido ab Aenea amata est Vergílius, Aeneis, “Eneida”, IV, v. 1-705 A rainha Dido (de Cartago) ... por Enéias (protagonista da Eneida). 1a Dido amata erat; útinam amata sit; útinam amata esset.

2. Dare – a) 1 Date et dábitur vobis Cristo, apud Lucas, 6,38. Dai e será dado a vós. 1a Dabas et dabatur tibi. 1b Si dares, daretur tibi. 1c Útinam detis et detur vobis. 1d Dabunt et dabitur illis. ...a eles. 2 Bis dat qui cito dat Publílius Syrus, Senténtiae, I, 6.. Quem dá sem demora (cedo), dá duas vezes. 3 Do ut des. AJ. Princípio da justiça comutativa. Dou para que dês. ■ b) 3 Bis dedit, qui cito dedit. 3a Bis déderat qui cito déderat. 3b Bis dedi#sset qui cito dedisset. ■ c) 4 Dedisti et datum est tibi. 4a Dederatis et datum erat vobis. 4b Si dedissemus, datum esset nobis. 4c Si dédero, datum erit mihi. 4d Útinam illi (illae) déderint et datum sit illis. Oxalá eles (elas) tenham dado e... [etc].





2. Substantivos e adjetivos da 1a declinação: genitivo -ae

Classes, categorias e desinências, 2.2; casos e funções sintáticas, 2.3.1; declinação, 2.3.3; gênero, 2.4.1; concordância, 2.3.4 e 2.5.3; preposições, 2.10; interpretação, 2.14; léxico, 6. – 1) Decline: fília mea (f., decl. 1+1), minha filha; magna charta (f., 1+1), grande carta (constitucional). 2) Reproduza o quadro de casos e funções sintáticas, 2.3.1, e o das desinências de caso, 2.3.3. 3) Identifique caso, gênero, número e função sintática das locuções (sintagmas) nominais. 4) Recite e/ou escreva, de cor, 5 frases.



1. Nominativo, genitivo, acusativo e vocativo – 1 {Falsa causa} non est causa. AJ Falsa causa não é causa. 1a Num falsae causae sunt causae, o discípulae? Por acaso... 1b Scimus falsam causam non esse causam, o magistra! 1c Scitis falsas causas non esse causas. 2 Historia est magistra vitae. Cic., De oratore, II, 9. 3 Lusitánia et Gallaécia provínciae Romanae fuerunt. A Lusitânia e a Galiza (berço do glego-português)... 4 Graecia et Itália {nautarum et poetarum pátria fuerunt}. 5 - Sátira tota nostra [Romana, non Graeca] est, Quintilianus, Instituitones Oratóriae, X, 103 – Horas non número nisi serenas. Em relógio solar, 24 letras. ■ 6 Nom.: magna charta; Via Láctea; persona non grata; licéntia poética; Plinius; tábula rasa. Conceito de que o homem nasce sem idéias (Aristóteles e Tomás de Aquino), contra o das inatas (Platão e S. Agostinho). 7 Acus.: ad lítteram; ad náuseam; ad cautelam; ad Calendas Graecas; ad vitam aeternam; in memóriam, em recordação de.

2. Dativo: a) Objeto indireto – 1 Poeta obtémperat, placet, favet, parcit, benedi#cit, non ínvidet, non nocet… musae [musis]. 2 Non scholae, sed vitae díscimus! Aprendemos não para a escola, mas... Séneca, Epístulae., 106. ■ b) Complemento nominal de adjetivos – 3 Procella nautae [nautis] est acerba, nociva, adversa, molesta, maléfica, periculosa, perniciosa, nefasta.

3. Ablativo: adjuntos adverbiais – 1 Magistra sedet in cáthedra et ex cáthedra# fábulam de pirata [de piratis] narrat: 2 “Nautae de [ex] navícula [navículis] saltaverunt et cum piratis, magna cum veheméntia, pro pátria, hastis et sagittis pugnaverunt. ...com lanças e flechas. 3 Pátria a nautis servata est, hora prima [secunda, tertia...]. ...pelos marinheiros. Ergo, nulla rosa sine spinis.” ■ 4 Pro forma; pro memória; in natura; in praeséntia – in abséntia.









7. ESTUDO DO VOCABULÁRIO: INTRODUÇÃO E AMOSTRA



7.1. Introdução



Neste Glossário, seguindo as diretrizes do MEC, ministram-se, na própria língua-mãe da “última flor do Lácio”, informações relativas ao significado dos vocábulos, sua classificação, étimo, correlações semânticas, cognatos e derivação portuguesa. Seguindo princípios estabelecidos pelos latinos e adotados pelos lexicógrafos em geral, citam-se os nomes pelas formas dos casos nominativo e genitivo singular (fíli-a, fili-ae; fíli-us, fili-i; múlier-, mulíer-is) e os verbos pelas formas dos seus tempos primitivos, ministradores dos três radicais (déle-o, delév-i, delét-um). [No presente texto, Por razões mecanográficas, nesta versão se assinalam as proparoxítonas mediante acento agudo, dispensando o uso dos sinais de vogal longa (mácron) e vogal breve (braquia).]



2. Ele inclui as palavras de significação externa (substantivos, adjetivos e verbos), mas não inclui todas as palavras de significação interna (gramatical), porque estas se encontram na Gramática: pronomes, preposições e conjunções. Dos nomes próprios, inclui apenas aqueles cuja forma de genitivo difere da do nominativo, como Cícero, Ciceron-is, Iúppiter, Iov-is. Tanto o Glossário quanto a Gramática devem consultar-se sempre que a interpretação de textos dê margem a dúvidas.

4. Convenções – 1) O hífen emprega-se, aqui, para delimitar os componentes das palavras. 2) O asterisco anuncia elementos lexicológicos (étimo, prefixos, metafonias, cognatos, etc) do verbete em causa. 3) O sublinhado salienta elementos úteis (sobretudo ortográficos) ao estudo do latim e do vernáculo. 4) Números sobreescritos remetem a seções elucidativas da matéria. 5) A conjugação de cada verbo pode ser identificada a partir da sua vogal temática, ora presente, ora ausente (zero), quer na voz ativa, quer na passiva ou depoente: 1ª, -are /-ari; 2ª, -ere /-eri, 3ª, (e)re /-i, 4ª, -ire /-iri. Os números acrescidos a verbos indicam-lhes a conjugação; m indica conjugação mista (3ª/4ª); d, verbo depoente. Verbos cujos tempos primitivos não são citados devem considerar-se regulares e conjugar-se por estes paradigmas: 1ª, am-o, amáv-i, amát-um; 2ª, déle-o, delev-i, delet-um; 4ª, áudio, audiv-i, audit-um. 6) Para minimizar dúvidas acerca da incidência da tônica, registra-se largamente a duração das vogais e sílabas. Em suma, é paroxítona a palavra cuja penúltima sílaba é longa (regina, minister); é proparoxítona a palavra cuja penúltima sílaba é breve (in-cí-pi-o, ín-cip-is, in-cí-pi-mus...) Para determinar a incidência da tônica, poder-se-ia recorrer também à lista de sufixos derivacionais ministrada acima.





7.2. Amostra



ago, ágere, égi, áctum, agir, fazer, tratar de.* per/ ind-ago. *ab/ad/amb/ex/red/prod/sub/tráns-igo.

cado, cádere, cécidi, casum, cair, perecer, acontecer.*ac/con/de/ex/in/inter/oc/pro/re/súc-cido.

caedo, caédere, cecídi, caesum, cortar, matar. *ac/circum/con/de/ex/in/inter/prae/re/suc-cido,3. *fratri-, patri-, geno-, -cídium, -i.

cápio, cápere, cepi, captum, pegar, captar. *ac/ante/con/de/ex/in/inter/per/prae/re/sus-cípio,3m.

caput, cápitis, n, cabeça, cabo, cume, chefe. < cápio.*capitalis,e; capítia > cabeça.

cedo, cédere, cessi, cessum, (con)ceder. *abs/ac/ante/ con/de/dis/ex/in/inter/prae/pro/re/

retro/se/suc-. *céssio, -ónis; abs-cessus, -us.

con-tendo, com-téndere, tendi, tentum / tensum, entesar, estender, ir para. *tentio, tensio.

corpus, córporis, n., corpo, matéria; conjunto; código. *corpús-culum, -i; 2.13 – Christi.

curro, cúrrere, cu-curri, cursum, correr.*ac/con/de/dis/ex/in/inter/oc/per/prae/pro/ re/suc/trans-.

duco, dúcere, duxi, ductum, conduzir; *ab/ad/circum/con/de/di/e/in/intro/ob/prae/pro/re/se/

sub/tra-duco,3. *uxorem –, desposar.

ex-céptio, -ónis, f., exceção, defesa. < cápio, 3m.

fábula, ae, f., conversação, fábula, peça teatral. < fabulo(r) < for/fari,1d, falar. *fabella, dim..

fácio, fácere, feci, factum, 3m, fazer, efetuar. *assue/cale/commone/labe/lique/made/

mansue/(ob)stupe/pate/rare/satis/treme/tume-fácio. * af/con/ de/ef/of /per/inter/prae/

re/suf-fício,3m.

fero, ferre, tuli, latum, levar, trazer, produzir. *af/au/circum/con/de/di/e/of//per/prae/

pro/re/suf/trans-.2.8.7. *áuri/frúcti/gráni/mórti-, fer, a, um; * pro-laáio, col-latio, -onis.

hábeo, habére, hábui, hábitum, ter (como), possuir, haver. *de/praé-beo. *ad/co/ex/in/per/prae/pro-híbeo,2. *hábitus, -us; (in)hábilis.

Lusitánia, ae, f., Lusitânia; terra de Lusus (e lusíadas), filho de Baco, deus do vinho.

mitto, míttere, misi, missum, enviar, comissionar. *a/ad/com/di/e/im/per/prae/ praeter/pro/re/sub/trans-. * míssio -ónis> missão.

pono, pónere, pósui, pósitum, pôr, colocar.*ante/ ap/circum/com/de/dis/ex/im/inter/

op/post/prae /pro/re/sup-.

quaero, quaérere, quaesivi, quaesitum, querer, procurar, pesquisar. *ac/con/ex/in/per/re-quiro,3.

res, rei, f., objeto, coisa (pública), matéria; res gestae, gestas; res adversae, adversidades.

sédeo, sedere, sedi, sessum, estar (ficar) sentado.*ob-. *séssio,-ónis > sessão; sedere > seer > ser; *sédia > sella.















8. ESTUDO DA “LITERATURA, LINGÜÍSTICA E TEORIAS LINGÜÍSTICO-LITRÁRIAS” (Ed. Vozes)



1. Temas, objetivos e meios – O ideais estéticos e os modelos literários dos gregos e latinos foram tão pujantes que serviram de parâmetro para estilos de época posteriores. “Com o Humanismo e o Renascimento, a descoberta da cultura greco-latina originou surto extraordinário de estudos teóricos e crítico-literários, talvez como nenhum outro em qualquer tempo”. Moisés, 1974, p. 116. – De outro lado, “A Lingüística, como qualquer outra ciência, constrói sobre o passado: não só desafiando e refutando doutrinas tradicionais, mas também desenvolvendo-as e reformulando-as”.Lyons, John, 1979, p. 3. “Do conjunto das pesquisas helênicas [assimiladas pelos latinos] resultaram conquistas ainda úteis à lingüística moderna: noções de frase, sujeito, objeto, partes do discurso, relações de parentesco entre as línguas, etc. Dubois, 1978: lingüística.

Por isso, a presente seção propõe-se levar o leitor a conhecer: a) a literatura latina (estilos, gêneros, autores, obras e textos representativos), bem como a contribuição latina na área da teoria e crítica literária; b) sua produção lingüística (conceitos, princípios, teorias, em especial a da gramática). Como a literatura latina assimilou a produção lingüística e literária dos gregos, também esta será resenhada. Tal estudo inclui antologia de 80 textos latinos, com tradução paralela, excetuados alguns, que estão vazados em linguagem técnica ou que são de fonte bíblica, pelo que têm traduções de fácil acesso. A seleção dos textos fez-se pelo critério de maior adequação aos objetivos, maior representatividade e menor complexidade de interpretação. Sua ordenação em cinco subseções atende mais a critérios temáticos do que a cronológicos.

2. Desenvolvimento – Faz-se em cinco momentos: 1) literatura técnica: apogeu do Império e das artes, assimilação da cultura grega, romanização da Hispânia, em especial da Lusitânia e da Galiza, berço da língua portuguesa; 2) lingüística: gramática, lexicologia, etimologia e semântica; 3) literatura: teoria, crítica, retórica e mitologia; 4) literatura como criação artística: poesia: satírica, dramática, lírica, épica, didática; prosa de ficção; 5) literatura latina cristã: importância artística e mítica, textos bíblicos, textos de louvor e esperança.

3. Ordenação dos textos – A literatura latina será apresentada em 11 gêneros, desconsiderados outros, importantes, mas de menor interesse, tais como estes: a) oratória: Catão, Hortênsio, César e Cícero, o maior vulto da prosa e autor de 55 discursos; b) epistolografia: Cícero, com 774 cartas, Ovídio, Sêneca, Plínio, e São Jerônimo; c) ensaio filosófico: Cícero e Sêneca; d) Direito Romano, monumento jurídico de valor perene e universal. A literatura enquanto criação artística compõe o núcleo central da seção.

A introdução a cada um dos tópicos resenha a contribuição grega e busca indicar traços de influência da contribuição grega e latina nas Letras modernas, em especial nas vernáculas. O princípio didático de ordenar o estudo pelo critério de progredir dos menos aos mais complexos permite sugerir a seguinte ordem de leitura dos textos latinos: literatura cristã, historiografia, lingüística; teoria e crítica literária e literatura como criação artística. Para contextualizar e entender qualquer um dos tópicos, recomenda-se começar pelo da seção inicial, “Cultura Latina”: história da língua, literatura e estudos lingüístico-literários. Para todos os textos, em especial os não acompanhados de tradução paralela, a “Gramática” e o “Glossário” constituem subsídios indispensáveis. A referência registrada no final de cada texto bíblico permite localizá-lo em suas traduções.





9. TEMAS LINGÜÍSTICO-LITERÁRIOS ESPECÍFICOS





1. Teoria e arte literária – Os clássicos modernos, impulsionados pelas teorias artísticas defendidas pelos gregos (Aristóteles) e latinos (Horácio, Quintiliano), entendiam que a obra literária deveria obedecer em tudo às normas explícitas ou implícitas dos textos de Roma e Atenas. Por isso, através de 80 textos com tradução paralela, ensinam-se: a origem grega da literatura latina, seus períodos (350 aC-500 dC), características dos textos artísticos, sua história, gêneros, autores, obras e influência até hoje: sátira, Marcial; drama, Plauto, Terêncio e Sêneca; lírica, Catulo e Horácio; épica, Virgílio; didática, Fedro, Virgílio, Ovídio e Lucrécio; prosa de ficção, Petrônio e Apuleio. Da literatura cristã, enfoca: simbolismo, arte e mito, expectativa e (revel)ações do Messias, alusões a Cristo pelos historiadores Plínio e Tácito, hinos de louvor e esperança. Da Teoria Literária, pinça o principal da “arte poética” de Horácio e da teoria da imitação dos clássicos (Quintiliano) e do significado dos mitos (Ovídio).

Com base nesses princípios, geraram nova florada de obras de mérito perene e universal. Não só fizeram renascer os gêneros (lírico, épico, satírico, dramático, didático...), mas adotaram do latim grande volume de vocábulos (latinismos), que se emparelharam com vocábulos já derivados deles por via popular: avesso, adverso; chamar, clamar; dobro, duplo; feira, féria; geral, general; inteiro, íntegro; pai, padre; rolha, rótula; rezar, recitar. Em Os Lusíadas, Camões incluiu, entre 5.200 vocábulos diferentes, 478 formas latinas: natura, orbe, ígneo. Tamanha riqueza escapa ao desconhecedor do Latim.



2. Latim no léxico do Português – Só o conhecimento do étimo, em grego “origem verdadeira” das palavras, permite fazer comunicação que presuma ser técnica e científica. Os vocábulos comuns a Portugal e Brasil verteram: do Latim, 80,7%; do Grego pelo Latim, 16,1%; de outras línguas (árabe francês espanhol, germânico), 3,2%. Quanta diferença vai entre o conceito popular e o etimológico em palavras como plebiscito, essência, acidente, virtude, república, capital, formidável, apêndice, interdição, erário, deletar, monitor, invenção, usucapião, negócio! Prefixos: 2/3 são latinos; 1/3, gregos. Foi latino-português o mais antigo vocabulário luso: Dictionárium ex Lusitánico in Latinum Sermônem, de Jerônimo Cardoso, Lisboa, 1562.



3. Lingüística: continuísmo gramatical – Também a ciência da linguagem constrói sobre o passado. Ainda hoje, são úteis as noções greco-latinas de frase, sujeito, objeto, classes de palavras (nome, verbo, adjetivos...) relações de parentesco entre as línguas.

A gramática grega de Dionísio Trácio, a 1ª do Ocidente, assimilada pelos romanos Donato e Prisciano, fez sucesso nas escolas até ao século XVII. A obra dos gregos foi o modelo que, copiado pelos gramáticos latinos, atravessando a Idade Média, atingiu os tempos modernos. Do conjunto das pesquisas helênicas, assimiladas pelos latinos, resultaram conquistas ainda úteis à Lingüística moderna: noções de frase, sujeito, objeto, partes do discurso, relações de parentesco entre as línguas, etc.

As gramáticas de Donato e Prisciano, editadas por Keil (há exemplar na Biblioteca Fluminense), mas inéditas no país, foram manuais de Latim até ao séc. XVII. Delas se transcrevem e se traduzem as partes relativas a cada uma das classes de palavras, vícios e figuras de linguagem. Depois se explana a origem (étimo) e o significado dos nomes dos meses e dos dias da semana, que outras línguas associam a nomes de deuses: lunes, martes (esp.); mercoledí, giovedí (it.); vendredí, lundi (fr.).



4. Vertente grega dos termos técnicos – Os termos gregos, que os romanos transliteraram para descreverem o latim, subsistem, ainda hoje, nas gramáticas de cunho tradicional(ista): gramática, de gramma, letra; sílaba, ajuntamento; morfologia, estudo das formas; sintaxe, construção (frasal); filologia, estudo da palavra (escrita); poesia, criação; égloga, seleção (de poemas bucólicos); geórgica, trabalhos no campo; crítica, avaliação; símbolo, alegoria; mito, segredo; teatro, espetáculo; etimologia, estudo da origem das palavras; tropo (ó), desvio de significação; metáfora, transferência; hipérbole, exagero; hipérbato, deslocamento; metonímia, transferência de nome.

Mas os latinos traduziram e/ou criaram outros termos, ainda usuais: partes da oração (classes de palavras), acidentes (categorias formais das palavras), (pro)nome, verbo, particípio, advérbio, preposição, conjunção, interjeição.

João de Barros, na 1ª gramática do Português, 1539, diz: “Por sermos filhos da Língua latina, temos tanta conformidade com ela, que convém usarmos dos seus termos”. Servis aos gregos e latinos foram os gramáticos posteriores até 1960, como Jerônimo de Argote, 1725, Ernesto C. Ribeiro, 1890, e o ainda bem conceituado Rocha Lima.



5. Estruturas morfológicas latinas do Português – Ao menos 80% das dificuldades de ortografia se desfazem para o latinista. Dispensando Aurélio e Houaiss, ele não hesita em escrever: exceção < ex-ceptiónem, cessão < cessiónem, abscesso < abs-cessum, seção < sectiónem, sessão < sessionem, assédio < ad-sédium, missão < missionem, ascensão < ascensionem, ad-scándere; assunção < ad-sumptionem, ad-súmere; majestade < ma-iestatem; esplendor < splendórem; Luis-inho < Aloisium; hoje
Do latinista verte pronta a resposta a perguntas relativas às formas (morfologia): por quê três conjugações (am-ar , vend-er, part-ir) não quatro? que explicação dar a formas residuais como durante, venerando e nascituro? por quê a vogal temática dos nomes são apenas -a, -o, -e, que foi supresso após l, n- r-, s-, z-? como explicar isto, isso, aquilo, algo, a par de este, esta...? por que variantes em sufixos superlativos, como -simo, -limo, -rimo? por que pares como lenho/lenha, senho/senha, cinto/cinta? por que metafonias em pares como novo/nova, ovo/ovos, povo/povos? por que formas diferentes para a mesma palavra como eu, me, mim, comigo?



6. Expressões latinas nos dicionários do Português - Aurélio e Houaiss registram mais de 500 expressões latinas, ainda usuais sobretudo no Direito, mercê do poder de síntese e univocidade das línguas de casos (latim, grego, alemão, polonês...): ad hoc, ad referéndum, causa mortis, Corpus Christi, corrigenda, cum laude, currículum vitae, déficit, errata, et cétera (etc.), hábitat, hábeas corpus, hábeas data (CF), homo sápiens; id, ego, super-ego; idem, ibídem, pássim; in extremis, in loco, ipsis lítteris, ipso facto, in natura, ipsis lítteris, ipso facto, in summa, in vitro, mappa mundi, ônus, pássim, per cápita, persona non grata, pro forma, pro labore, quórum, sic, sine die, stricto sensu, sub iúdice; superávit, urbi et orbi, veto, vice versa, vídeo, ultimátum, uti possidêtis.


7. Como ensinar/aprender Latim? – Nada mais infundado do que o mito de que ensinar/aprender Latim seja algo ultrapassado, inútil e/ou inacessível. Eis princípios gerais: 1. Objetivo principal não é o de falar nem escrever Latim, mas levar a entender as estruturas das línguas neolatinas nos seus níveis acima referidos, bem como os latinismos e helenismos lexicais das ciências literárias, técnicas e científicas. 2. Para otimizar a proficiência e minimizar o dispêndio de tempo/esforço, requerem-se textos livros-texto adequados, professores competentes (cohecedores da Lingüística) e alunos empenhados. 3. Como, em todos os sistemas, cada componente lingüístico toma sua função a partir da sua relação com cada os demais componentes, importa não isolar, mas correlacionar entre si todos os componentes congêneres do sistema: verbos, pronomes, declinações dos nomes, preposições, etc. 4. Os melhores textos são os das obras latinas (não os de invenção moderna), valendo mais ler poucos textos no original do obras inteiras em tradução, porque traduzir é trair, traduttore, traditore (it.). Não se façam concessões: das imortais obras greco-latinas é que verteram as obras do Classicismo Moderno, de valor universal e perene.





10. DERIVAÇÃO “DO LATIM AO PORTUGUÊS

E VICE-VERSA” (Ed. Vozes)



1. A derivação do latim para as línguas neolatinas processou-se em dois períodos: a) aquele que vai, aproximadamente, de 200 aC. (expansão do Império para fora da Itália) até fim do século V dC. (invasão de tribos germânicas em 476), quando os falares regionais já teriam estado mais próximos dos idiomas românicos modernos do que do latim; b) aquele que vai desde final do século V, quando esses falares regionais se manifestaram como romances ou romanços, até o momento em que eles passaram a apresentar traços gerais de línguas neolatinas faladas. A partir de que data o romanço galaico-português poderia considerar-se como tendo o status de língua galaico-portuguesa? – Embora os primeiros documentos lavrados inteiramente em português datem do início do século XIII (1214), poder-se-ia dizer que o português falado já se vestia de traços portugueses no século IX (cerca de 870), dependendo do critério que se adota para língua falada recém-nascida.

Por que século IX? – Nos dois séculos e meio após a invasão dos bárbaros, não subsistiram documentos lingüísticos que suportem afirmações nesta matéria. Mas, desde 870 até início do século XIII, se conservaram documentos cartoriais em cujos textos latinos os cartorários, já pouco conhecedores do latim, passaram a inserir expressões de cunho galego-português, ora como expressões a serem depois vertidas para o latim, ora como expressões latinas aportuguesadas, donde o rótulo de latim bárbaro. A emancipação de Portugal relativamente à Espanha, em 1143, traçou rumos diferentes para o galego e o português, mas estes conservaram tamanha similaridade em nível ortográfico, prosódico e gramatical, que, ainda hoje, se discute se o galego deveria considerar-se dialeto do português ou do espanhol.

2. Se “o português é o próprio latim modificado”, então, reciprocamente, o latim é o próprio português antes de sua derivação. Por isso, um conhecedor do português, bem como de qualquer outra língua neolatina, encontra, nesse parentesco, meio caminho andado para aprender o latim. Além disso, a leitura de um quadro panorâmico do processo derivativo do latim ao português haveria de aumentar-lhe a facilidade da tarefa de aprender o latim e de levá-lo a entender muitos fenômenos estruturais e funcionais daquela que foi celebrada como “última flor do Lácio, inculta e bela”. Bilac, 1964, p. 262.. .

Um estudante que, iniciando um curso de Latim, começasse por ler a seção 0.0, “Língua, literatura e estudos lingüístico-literários”, e, em seguida, a presente seção, estaria abrindo horizontes que lhe aumentariam ainda mais a facilidade de aprender e a motivação para fazer o curso. Além disso, aprenderia que qualquer língua está estruturalmente ligada à da sua língua-mãe e que a sua história se encontra substancialmente ligada aos acontecimentos de natureza política, social e cultural do povo que a fala.

3. A presente seção pretende surpreender esse processo derivativo desde o latim vulgar, em especial o hispânico, até ao surgimento dos primeiros textos escritos em português, focalizando seus vários momentos e subsistemas (fônico, ortográfico, morfossintático e lexicossemântico), ainda que o faça de modo sumário e pontual, à maneira de um documentário. Para os alunos de Letras Vernáculas, esta matéria reveste-se de tamanha importância, que ela se constitui em disciplina obrigatória de seu currículo acadêmico: a História (externa e interna) da Língua Portuguesa.

4. A matéria será desenvolvida em dois momentos: – 1º) em 4.1, através de textos do latim vulgar, acompanha-se o processo diacrônico dessa derivação, perfilando a diferenciação entre português e espanhol, bem como o afloramento de expressões portuguesas em textos do latim notarial escritos na Lusitânia desde 870; – 2º) em 4.2 até 4.7, apresenta-se, em quadros sinóticos, os resultados dessa derivação, focalizando cada um dos subsistemas: fônico, morfossintático, lexicossemântico e ortográfico. (Vozes)

5. Sumário – Através de dez documentos do latim popular (até 870) e cartorial (até 1214), o autor focaliza a gestação do português (e espanhol) e a diferenciação entre eles, desde a romanização da Península Ibérica (246-19 aC) até que o galego-português se vestiu das suas formas primitivas (séc. 476 a 870) e apareceu nos mais antigos documentos escritos (1214, “Testamento de Dom Afonso II”). Depois focaliza os resultados finais da derivação: ortografia (arcaica, etimológica e moderna), fonética (pronúncia), morfológica (formas) e sintática (estruturas frasais).



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