quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

ROBERTO I DA FRANÇA

Roberto II de FrançaOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Roberto II

Rei dos Francos

Governo
Reinado 30 de Dezembro de 987 a
24 de Outubro de 996
(subordinado a Hugo Capeto)
24 de Outubro de 996 a
20 de Julho de 1031
Consorte Rosália de Ivrea
Berta da Borgonha
Constança de Arles
Antecessor Hugo Capeto
Sucessor Henrique I de França
Dinastia Capetiana
Títulos Duque da Borgonha (1016)
Vida
Nascimento 27 de Março 972
Orleães, França
Morte 20 de Julho 1031
Melun, França
Sepultamento Basílica de Saint-Denis, França
Filhos Avoye
Hugo Magno
Henrique I de França
Adela
Roberto I, Duque da Borgonha

Pai Hugo Capeto
Mãe Adelaide da Aquitânia
ver
Roberto II (Orleães, 27 de Março de 972 - Melun, 20 de Julho de 1031) cognominado o Pio ou o Sábio, foi o segundo monarca de França da dinastia capetiana, desde 996 até à sua morte. Era filho de Hugo Capeto, com quem reinou e a quem sucedeu, e de Adelaide da Aquitânia[1].

Índice [esconder]
1 Regência com Hugo Capeto
2 Amor por Berta de Borgonha
3 Reinado
4 Casamentos e descendência
5 Referências

[editar] Regência com Hugo CapetoImediatamente após a sua própria coroação, o seu pai começou a fazer pressão para obter a coroação de Roberto. Segundo Hugo Capeto, era importante para a estabilidade do reino haver um segundo rei, para o caso de ele mesmo morrer numa expedição que estava a planejar contra os mouros que atacavam Borell II, conde de Barcelona, invasão que nunca chegou a realizar-se.


Hugo Capeto, pai de Roberto IIO cronista Rudolfo Glaber atribui esta solicitação de Hugo à idade avançada em que se encontrava e à sua incapacidade de controlar a nobreza. No entanto, historiadores modernos tendem a dar mais importância à vontade de o velho rei garantir o direito de Roberto à sucessão e estabelecer uma dinastia, em oposição ao poder de a aristocracia eleger um novo rei. Na generalidade, os cronistas da época não parecem sustentar esta última teoria, e as dúvidas sobre as reais intenções de Hugo querer fazer ou não uma campanha na Península Ibérica mantêm-se até hoje[2].

A 30 de Dezembro de 987, Hugo Capeto associou então o filho ao trono e pressionou-o para casar, em 988, com Rosália de Ivrea (945-1003), também chamada de Rosália de Itália, Rosália de Provença, ou Susana de Itália, viúva de Arnulfo II, conde da Flandres, filha de Berenguer II, rei da Itália, e de Willa de Toscânia-Arles. O objectivo da união passava por juntar Montreuil-sur-Mer e Ponthieu do seu dote aos domínios reais.

Roberto começou a assumir um papel régio activo, subordinado ao seu pai, no início da década de 990. Em 991 ajudou a evitar que os bispos franceses comparecessem a um sínodo no reino da Germânia, convocado pelo papa João XV, com quem Hugo estava em conflito. E quando o rei morreu em 996, Roberto continuou a reinar sem qualquer disputa pela sucessão.

[editar] Amor por Berta de BorgonhaNa Primavera de 996, Berta da Borgonha (952-1035), viúva do conde Odo I de Blois, filha de Matilda de França e do rei Conrado das Duas Borgonhas, o Pacífico, e portanto neta paterna de Luís IV de França, veio pedir ajuda e protecção a Roberto. Este foi seduzido pela sua nobreza e determinação, e pouco depois tornaram-se amantes. Este amor teria a oposição de Hugo Capeto, que tinha sido inimigo do primeiro marido de Berta.

Mas meses mais tarde, quando o velho rei morreu, Roberto acabaria por repudiar a sua esposa Rosália de Ivrea, cerca de vinte anos mais velha que ele, e de quem não gerara descendência. Apesar da oposição também da Igreja, que o condenou formalmente por motivos de consanguinidade, no final de Novembro ou no início de Dezembro de 996 casou-se com Berta. Com este matrimónio pretendia gerar um herdeiro para a jovem dinastia capetiana, e o dote da sua nova esposa incluía os direitos sobre a Borgonha e as imensas possessões da poderosa família de Blois.


A excomunhão de Roberto o Pio, pintura academicista e orientalista de Jean-Paul Laurens (século XIX), no Museu de OrsayCom efeito, a ligação de Berta e Roberto tinha implicações geopolíticas: uma grande parte dos territórios do duque da Borgonha prestava vassalagem ao imperador Otão III da Germânia e os Otões controlavam o norte da Itália e tinham grande influência na nomeação dos papas.

Em Fevereiro de 997, no concílio de Pavia, o papa Gregório V exortou Roberto a renunciar à "sua prima (que era inclusivamente mãe de um afilhado seu), uma vez que a tinha desposado contrariamente à interdição apostólica", e condenou os bispos que "consentiram estas núpcias incestuosas"[3]. No Verão seguinte, o papa e o imperador germânico convocaram um novo concílio em Roma. Foi infligida uma pena de sete anos de penitência ao rei, foi feita a ameaça de excomunhão dos dois amantes e de colocar o reino da França sobre interdicto (excomunhão aplicada a um território), o que nunca se chegou a concretizar.

Em 999, Gerberto d'Aurillac subiu ao papado com o nome de Silvestre II. Como antigo mestre de Roberto e de Otão III, tinha mais poder negocial com os dois soberanos. Aos 29 anos de idade, e como do seu casamento só nascesse um nado-morto, Roberto acabou por ceder à anulação do matrimónio em 1003, apesar de não renunciar à anexação da Borgonha, que conseguiuria oficializar após um longo conflito.

Casou-se então pela terceira vez com Constança de Arles (973-1034), filha de Adelaide-Branca de Anjou e de Guilherme I, conde da Provença e Arles, de quem teve descendência. Mas apesar do novo casamento, Berta ainda se manteve sua amante. Em 1008, devido às pressões e recriminações da sua nova esposa, Roberto deslocou-se a Roma para tentar oficializar ainda o seu casamento com o amor da sua vida. O papa, agora João XVIII, recusou, e desta vez o monarca submeteu-se à vontade eclesiástica.

[editar] Reinado
Localização da Borgonha no mapa da FrançaApesar dos seus problemas maritais, Roberto II era um católico devoto, pelo que foi cognominado de o Pio. Tinha também o gosto pela música, sendo compositor, corista, poeta, e tornando o seu palácio em um lugar de seclusão religiosa, onde celebrava as matinas e as vésperas nas suas vestes reais. No entanto, para os seus contemporâneos, a sua piedade resultava da intolerância que reservava aos heréticos, que punia rigorosamente.

O reino que Roberto herdara não era grande, e por isso esforçava-se em aumentar o seu poder, tentando vigorosamente fazer valer os seus direitos sobre quaiquer terras feudais que ficassem sem senhor, o que geralmente resultava em guerra com outro pretendente. Em 1003, a sua invasão do Ducado da Borgonha recebeu oposição e a sua soberania só seria legalizada pela Igreja em 1016, sendo que imediatamente doou este domínio ao seu filho Henrique.

O pio fez poucos amigos e muitos inimigos, incluindo a sua terceira esposa e os seus filhos Hugo Magno, Henrique e Roberto, que o combateram em uma guerra por poder e terras. Hugo morreu na revolta em 1025. Em uma batalha com Henrique e Roberto, o exército do rei foi derrotado e este retirou-se para Beaugency, nos arredores da sua capital, Paris. Morreu em conflito com os filhos em 20 de Julho de 1031, em Melun. Foi sepultado com a sua esposa Constança na Basílica de Saint-Denis, sendo sucedido por Henrique, tanto no reino da França como no ducado da Borgonha.

[editar] Casamentos e descendênciaRoberto II casou-se em 988 com Rosália de Ivrea, que não gerou descendência e de quem se separaria em 996. De Berta da Borgonha, cujo casamento nunca foi oficialmente reconhecido pela Igreja, nasceu apenas um nado-morto em 999. Mas das suas terceiras núpcias com Constança de Arles em 1003 nasceram[4]:

Avoye (ou Alice, Adelaide ou Adela) (1003 - depois de 1063), casada com Reinaldo I, conde de Nevers e de Auxerre.
Hugo Magno (1007-1025), rei dos francos associado ao seu pai, morreu antes de Roberto II
Henrique I de França (1008-1060), também rei dos francos associado ao seu pai, e depois seu sucessor
Adela de França (1009-1079), casada com Ricardo III da Normandia, duque da Normandia e depois com Balduíno V, conde da Flandres
Roberto I, Duque da Borgonha (1011-1076)
Odo (1013 - c. 1060)
Constança (1014 - depois de 1037), casada com Manassse de Dammartin
De uma mulher desconhecida, Roberto ainda teve um filho ilegítimo:

Rudolfo, bispo de Bourges
[editar] ReferênciasO reinado de Roberto II é conhecido devido a uma biografia escrita no mosteiro de Saint-Benoît-sur-Loire e graças aos detalhes fornecidos pelo cronista Rudolfo Glaber.
O religioso Adalberão de Laon dedicou diversos poemas a este rei.
↑ Genealogia de Roberto II no site FMG (em francês)
↑ Anticipatory Association of the Heir in Early Capetian France, Anthony W. Lewis The American Historical Review, Vol. 83, N.º 4 (Outubro de 1978), págs 906-927 (em inglês)
↑ Robert II le Pieux, les femmes de sa vie (em francês)
↑ Fundação para a Genealogia Medieval (em inglês)
Precedido por
Hugo Capeto
Rei de França
996 — 1031
(reinando subordinado a
Hugo Capeto desde 987) Sucedido por
Henrique I
Precedido por
Otão-Guilherme Duque da Borgonha
1016
(Senhor da Borgonha desde
a sua anexação em 1004) Sucedido por
Henrique I de França

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