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A Jovem Rainha Vitória
(Young Victoria, The, 2009)
Por Conrado Heoli Avaliação: 7.0
Um drama biográfico ricamente produzido, repleto de belos momentos e atuações memoráveis.
Houve um entrave preocupante àqueles que estiveram envolvidos com a monarquia britânica no início do século XIX, e ele dá título ao filme que recorta um período da vida da moça que ficou conhecida como A Jovem Rainha Victoria. Próxima daquela que é considerada a maioridade em nosso país, Victoria estava prestes a tomar o trono da Inglaterra, mas não com a benção daqueles que a cercavam. Enquanto muitos insistiam para que ela cedesse ao governo da Inglaterra em favor de algum regente, ela persistiu e, contra todos, aguardou o título e a posição que lhe era de direito – independente de sua idade ou inexperiência.
Assim se inicia o drama histórico A Jovem Rainha Victoria, filme co-produzido entre os Estados Unidos e o Reino Unido que remonta os primeiros anos da era vitoriana – esta que viria a definir um longo período britânico reconhecido pela prosperidade e crescimento de sua população, assim como de grande valor para a ascensão das artes. Curiosamente, o filme é lançado no Brasil dois dias antes do aniversário de 173 anos da cerimônia que coroou a Rainha Victoria e fez com que a supracitada era tivesse início.
Talvez pecando pelo excesso de narrações, principalmente quando estas são feitas através da leitura de cartas, o filme enfatiza as relações de Victoria a partir do momento que soube de seu futuro posto na monarquia britânica. Sua história é rapidamente apresentada e então a produção desenvolve de forma bastante romanceada o envolvimento de Victoria com o príncipe Albert e com lorde Melbourne, que passam a servir a nova rainha como conselheiros e a serem os principais candidatos a esposo da mesma.
Fica evidente que certas liberdades são tomadas no filme e que o mesmo passa a ganhar um tom desnecessariamente melodramático, porém a intenção de se utilizar o romance para conduzir a narrativa fica explícita desde o início da projeção – o que torna tais liberdades compreensíveis. Embora o foco central do filme esteja no relacionamento amoroso de Victória, o roteiro de Julian Fellowes, de Assassinato em Gosford Park, ainda dá espaço para uma satisfatória apresentação do período histórico na Inglaterra e das condições políticas e sociais na época em que tal rainha assumiu o trono britânico.
A Jovem Rainha Victoria acumula vários outros acertos, começando pela direção competente de Jean-Marc Vallée, que havia apresentado sua capacidade no canadense C.R.A.Z.Y. – Loucos de Amor. Vallée possui uma direção ágil e mostra versatilidade num gênero reconhecido pela monotonia, empregando ritmo em sequências que, em tantos outros filmes, servem meramente como espaços de transição – como na preparação do castelo para um grande jantar. Sua condução é nitidamente beneficiada pela grande equipe que o cerca, que apresenta belos exemplos de direção de fotografia e arte, sem esquecer do incrível figurino.
Ainda sobre o figurino, o trabalho de pesquisa histórica de Sandy Powell, que foi merecidamente laureada (mais uma vez) com o Oscar e com o prêmio de seu sindicato, salta aos olhos pela fidedignidade com as imagens que se encontra da jovem monarca e de seus contemporâneos na aristocracia inglesa. Se Emily Blunt, mesmo ótima no papel, não se pareça fisicamente com a robusta rainha, os figurinos de Powell se encarregam da tarefa de torná-la mais próxima à imagem da mesma.
Ainda no elenco, de várias e significantes presenças, destacam-se Miranda Richardson, como a mãe manipulada e manipuladora, Jim Broadbent, como o excêntrico tio de Victoria, e Mark Strong, que, mesmo coadjuvando, toma para si a maioria das cenas em que figura. No entanto, Rupert Friend e Paul Bettany, que são as presenças masculinas principais, apenas preenchem o elenco de faces conhecidas, mantendo desempenhos pouco notáveis.
Por fim, A Jovem Rainha Victoria é um filme que merece ser visto e que facilmente agrada. Com uma trama interessante que serve bem o gênero do drama de época, funciona por apresentar no contexto histórico uma história de amor atemporal, além de possuir passagens memoráveis - adjetivo que cabe ainda e principalmente à sua irretocável produção artística.
Por Conrado Heoli, em 20/06/2010 Avaliação: 7.0
Notas - Equipe
• Alexandre Koball 7.0
• Josiane K 8.0
• Silvio Pilau 7.0
• Geo Euzebio 7.0
• Felipe Tostes 7.0
• Thiago Macêdo Correia 5.5
• Média 6.9
Notas - Usuários
Avaliação: 7.1 (76 votos)
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Ficha do Filme
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Jovem Rainha Vitória, A
(Young Victoria, The, 2009)
• Direção:
- Jean-Marc Vallée
• Elenco Principal:
- Emily Blunt
- Rupert Friend
- Paul Bettany
• Sinopse: Uma dramatização dos primeiros anos do reinado da Rainha Vitória, e seu relacionamento estável com o Príncipe Albert.
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• Assassinato em Gosford Park
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