domingo, 8 de maio de 2011

10536 - GLOBALIZAÇÃO

Guerra e Globalização no Século no XX
Guerra e Globalização no Século no XX: Uma Relação Intrínseca.
Por: Edmilson Goes
Laboratório TEMPO
Nossa analise tem por objetivo ressaltar os principais aspectos apresentados na introdução do livro: “Enciclopédia
de Guerras e revoluções do Século XX” escrito por Francisco Carlos Teixeira da Silva que atua como professor
titular de Historia Moderna e Contemporânea da UFRJ, e também como coordenador do Laboratório de Estudos do
Tempo Presente vinculado ao departamento de Historia da UFRJ.
Entre outros aspectos descritivos com relação à forma de fazer guerra no século XX, podemos perceber alguns pontos
centrais que vão mais a fundo. Estes correlacionam a questão da guerra com os padrões políticos e econômicos vigentes
no século XX, quando, por exemplo, o autor aponta o fato de que nos séculos passados a guerra se fazia de forma
quase que diretamente proporcional aos recursos econômicos da época. Em outra citação podemos notar o quanto à
política se faz presente na guerra ao passo que essa primeira é colocada na frente no que diz respeito às decisões. E se
tratando de guerras, é mencionada a aparição de uma nova forma de guerra, isto é a guerra total, inaugurada em 1914 e
tendo seus trâmites e implicações políticas se estendo até 1991, marcando o fim de um “Breve Século” para
o continente europeu segundo Eric Hobsbawm.
Uma outra questão importante abordada no livro que esta sendo considerado, seria o valor que a opinião publica vai
adquirir ao longo do século XX. Este novo parâmetro rompe com a idéia de uma guerra sendo comandada unicamente
pelos chefes seja no front ou nos meios políticos, agora, diferentemente de como foi a Primeira Grande Guerra (onde os
lideres tiveram quase total liberdade para atuar), a opinião publicar se tornou um importante fator que d forma alguma
pode ser desconsiderado. Seguindo por esse viés, torna-se pertinente observarmos um dos conflitos mais sangrentos
do século passado envolvendo um grande índice de baixas, das quais muitas delas civis, que foi a Guerra do Vietnã
(1958-1975), onde a opinião publica vai fazer um forte questionamento quanto ao verdadeiro papel dos EUA naquele
conflito, para a população norte americana era difícil conciliar a morte de seus jovens soldados com uma guerra que vinha
sendo movida puramente por questões políticas.
O século XX vai sustentar uma parte considerável do avanço no processo da globalização, analisando numa escala
evolutiva, é notório o desenvolvimento que fora empreendido a serviço da guerra, pois ao invés de baionetas e soldados
entrincheirados, pois vamos ter já no século XX, os combates a longas distâncias efetuados com armas automáticas e
rifles de grande precisão. Soma-se ao quadro apresentado, o desenvolvimento dos arsenais nucleares que durante o
período da Guerra Fria quase trouxeram o mundo a beira de um colapso total. Portanto, a globalização e o
desenvolvimento tecnológico como um todo serviram e ainda servem à guerra. Mas, o processo de globalização também
atingiu outras esferas dentro do quadro beligerante, onde “O Drama do Progresso” se faz cada vez mais
presente, impactando de forma direta sobre os principais detentores do processo de globalização. Nossa proposta a partir
daqui, é analisar como vem se configurando esse panorama, isto é, entender como a o desenvolvimento tecnológico
engendrado na globalização pode atingir de diversas formas seus principais defensores ao considerarmos situações de
conflitos.
O ato de praticar a guerra sem uma justificativa realmente valida vai se tornar mais difícil ao longo do século XX, porque
os avanços nos meios de comunicações permitem com que a informação chegue de forma mais rápida para a sociedade. O
interessante, é que mesmo com esforço dos serviços de inteligência na tentativa de impedir que os aspectos negativos
da guerra venham a aparecer, tais serviços não conseguem o sucesso total, de forma que acaba chegando uma ou outra
informação que possa vir a comprometer os lideres políticos em relação ao fato de se estar em guerra. O século XX nos
mostra uma importante lição, onde percebemos que uma coisa era se praticar a guerra nos padrões antigos onde as
decisões políticas prevaleciam e podia se maquiar de certa forma o que realmente se acontecia no front, outra coisa é se
praticar a guerra onde imagens de crianças correndo nuas estão correndo sob o efeito de armas químicas.
Principalmente depois da segunda metade do século passado, a globalização praticamente habilitou a guerra a entrar no
cotidiano das pessoas, mesmo que essas estejam a centenas de milhares de quilômetros do front elas podem
acompanhar o dia a dia da guerra através dos meios de comunicação, um exemplo bem claro seria a Guerra do Iraque.
Neste conflito, a guerra mais do que nunca entrou no cotidiano das pessoas que poderiam acompanhar ao vivo pela TV
o que acontecia no conflito disputado entre EUA e Iraque.
Já que mencionamos a guerra da Iraque, seria interessante pensarmos o quanto o processo de globalização esteve
presente neste conflito, à guerra que era apresentada na sua forma mais “crua” e real nas telas das
televisões, a perda de vidas norte-americanas e toda carga ideológica negativa que a guerra tem o poder de causar era
diariamente transmitida não só para sociedade norte americana, mas para o mundo inteiro. O interessante é que o
desenvolvimento tecnológico de uma forma geral quase sempre não mede suas circunstâncias, portanto, a globalização
além de servir a guerra pode e deveras causa um impacto negativo direcionado da sociedade para os lideres dos
tempopresente.org
http://www.tempopresente.org _PDF_POWERED _PDF_GENERATED 8 May, 2011, 09:48
territórios em conflito, tal impacto pode ser analisado sob diversas formas diferentes. Neste caso gostaríamos de explorar
como foi difícil para os EUA explicarem para a opinião pública mundial o real motivo da Guerra do Iraque, de forma que
o mundo todo incluindo os alunos do nosso ensino fundamental sabem os interesses norte americanos em relação ao
petróleo do oriente médio.
Eis a globalização se mostrando de forma negativa para seus principais defensores, eis o “Drama do
Progresso”, eis a guerra se apresentando no século XX e toda população global na sua forma mais direta, eis a
possibilidade de entendermos mais do que nunca o quanto a guerra é prejudicial e o como devemos agir para
colocarmos todos os meios relacionados ao processo de globalização mobilizados a atender uma só questão: a anulação no
“progresso da guerra”. GOES, Edmilson. Guerra e Globalização no Século no XX: Uma Relação Intrínseca.
Rio de Janeiro: Revista Eletrônica Boletim do TEMPO, ano 2, n. 38, 2008. [ISSN 1981-3384]
tempopresente.org
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FRANCISCO CARLOS TEIXEIRA DA SILVA

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