quarta-feira, 2 de março de 2011

9507 - VIAJANTES ESTRANGEIROS NO BRASIL

Hans StadenOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Nota: Se procura filme com esse nome, veja Hans Staden (filme).
Hans Staden


Retrato de Hans Staden feito por H. J. Winkelmann, em 1664.
Nascimento 1525
Homberg (Efze)
Morte 1579
Wolfhagen
Nacionalidade alemã
Ocupação Marinheiro, aventureiro, mercenário e cronista.
Hans Staden (Homberg (Efze), c. 1525 — Wolfhagen, c. 1579) foi um aventureiro mercenário alemão.

Por duas vezes Staden passou pela América Portuguesa no início do século XVI, onde teve oportunidade de participar de combates na Capitania de Pernambuco e na Capitania de São Vicente, contra corsários franceses e seus aliados indígenas.

Índice [esconder]
1 A primeira viagem ao Brasil
2 A segunda viagem ao Brasil
3 Obra
4 Trechos de Duas viagens ao Brasil
4.1 A partida para o novo mundo
4.2 Costumes indígenas
4.3 A antropofagia
5 Bibliografia
6 Ver também
7 Referências
8 Ligações externas

[editar] A primeira viagem ao Brasil
Hans Staden (de barba, no centro, ao fundo) observa indígenas no Brasil praticando antropofagia.Partindo de Bremen (atual Alemanha), depois de passar pelos Países Baixos e por Portugal, Hans Staden chegou à Capitania de Pernambuco em 28 de Janeiro de 1548. A sua embarcação dirigia-se à América Portuguesa para carregar pau-brasil (Caesalpinia echinata), mas também deveria combater quaisquer navios franceses a negociar com os nativos e transportar degredados remetidos para povoar a colônia.

O governador de Pernambuco, Duarte da Costa, que enfrentava uma revolta indígena na ocasião, pediu ajuda aos recém-chegados. Hans Staden e os demais rumaram para Igaraçu, próxima a Olinda, em um navio para auxiliar na luta. Igaraçu era então defendida por aproximadamente cento e vinte pessoas, às quais se uniram os cerca de quarenta recém-chegados, incluindo Hans Staden. Enfrentaram oito mil indígenas. Depois de uma renhida luta, de um cerco prolongado no qual vieram a faltar provisões, os defensores conseguiram vencer os indígenas.

Dias depois enfrentaram um navio francês e logo depois retornaram à Europa, aportando em Lisboa no dia 8 de Outubro.

[editar] A segunda viagem ao Brasil
Tupinambás em gravura do século XVI.Em sua segunda viagem, Staden partiu de Castela rumo ao Novo Mundo, alcançando o Brasil a 24 de Novembro.

Depois de violentos enfrentamentos com indígenas e passar por fortes tempestades, o seu navio naufragou próximo a São Vicente. Ele e seus companheiros sobreviveram e Staden foi contratado como artilheiro pelos colonos portugueses para o Forte de São Filipe da Bertioga.

Enquanto caçava sozinho, Staden foi feito prisioneiro por uma tribo Tupinambá que o conduziu a Ubatuba. Desde o início ficou claro que a intenção dos seus captores era devorá-lo. Pouco tempo depois, os tupiniquins aliados dos portugueses atacaram a aldeia onde ele era mantido prisioneiro. Mesmo cativo, e não tendo escolha, lutou ao lado dos tupinambás. Seu desejo era tentar fugir para unir-se aos atacantes. Mas, estes, vendo que a luta era inútil, logo desistiram.

Era tratado como um "animal de estimação" pelos tupinambás, tendo, inclusive, mudado de "dono"[1].

Pediu ajuda a um navio português e a outro francês. Ambos recusaram-se a ajudá-lo por não desejarem entrar em conflito com os índios. Foi, enfim, resgatado pelo navio corsário francês Catherine de Vetteville, comandado por Guillaume Moner, depois de mais de nove meses aprisionado.

[editar] ObraDe volta à Europa, redigiu um relato sobre as peripécias em suas viagens e aventuras no Novo Mundo, uma das primeiras descrições para o grande público acerca dos costumes dos indígenas sul-americanos. O livro é intitulado "Warhaftige Historia und Beschreibung eyner Landtschafft der wilden, nacketen, grimmigen Menschfresser Leuthen in der Newenwelt America gelegen" e foi publicado em Marburgo, Alemanha, por Andres Colben em 1557. Chama-se comumente "Duas viagens ao Brasil".

Tal livro conheceu sucessivas edições, constituindo-se num sucesso editorial devido às suas ilustrações de animais e plantas, além de descrições de rituais antropofágicos e costumes exóticos.

"A sua influência no meio culto da época ajudou a criar, no imaginário europeu quinhentista, a idéia da terra brasílica como o país dos canibais, devido às ilustrações com cenas de antropofagia." ("Brasiliana da Biblioteca Nacional", de 2001).
Para o estudioso, a obra contém informações de interesse antropológico, sociológico, linguístico e cultural sobre a vida, os costumes e as crenças dos indígenas do litoral brasileiro na primeira metade do século XVI.

[editar] Trechos de Duas viagens ao Brasil[editar] A partida para o novo mundo
Um dos animais exóticos que Staden avistou no Brasil: o tatu."Eu, Hans Staden de Homberg-em-Hessen, resolvi visitar a Índia. Saí de Bremem para a Holanda e achei em Campon, navios que pretendiam tomar carga de sal em Portugal. Embarquei e a 29 de Abril de 1547 chegávamos a Setúbal."
[editar] Costumes indígenas"Formaram um círculo ao redor de mim, ficando eu no centro com duas mulheres, amarraram-me numa perna um chocalho e na nuca penas de pássaros. Depois começaram as mulheres a cantar e, conforme um som dado, tinha eu de bater no chão o pé onde estavam atados os chocalhos.
As mulheres fazem bebidas. Tomam as raízes de mandioca, que deixam ferver em grandes potes. Quando bem fervidas tiram-nas (...) e deixam esfriar (...) Então as moças assentam-se ao pé, e mastigam as raízes, e o que fica mastigado é posto numa vasilha à parte.
Acreditam na imortalidade da alma(...)."
[editar] A antropofagia
Cena de Antropofagia (um ritual indigena)."Voltando da guerra, trouxeram prisioneiros. Levaram-nos para sua cabana: mas a muitos feridos desembarcaram e os mataram logo, cortarm-nos em pedaços e assaram a carne (...) Um era português (...) O outro chamava-se Hyeronimus; este foi assado de noite."
[editar] BibliografiaSTADEN, Hans. Duas viagens ao Brasil. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 1974. 218 p. il.
"Véritable histoire et description d'un pays habité par des hommes sauvages, nus, féroces et anthropophages: situé dans le Nouveau monde nommé Amérique, avant et depuis la naissance de Jésus-Christ, jusqu'à l'année dernière"; Por Hans Staden, Johann von Staden; Publicado por A. Bertrand, 1837; 335 páginas
Viagem ao Brasil - Rio de Janeiro : Academia Brasileira, 1930. - 186 p. http://purl.pt/151
[editar] Ver tambémO Wikiquote possui citações de ou sobre: Hans StadenForte de Inbiassape
Forte de São Filipe da Bertioga
Hans Staden (filme)
O Commons possui uma categoria com multimídias sobre Hans StadenReferências↑ Educaterra: HISTÓRIA - por Voltaire Schilling - As aventuras de Hans Staden (em portugués) (Dezembro de 2008). Página visitada em 18 de Dezembro de 2008.
[editar] Ligações externas(em português) Viagem ao Brasil na Biblioteca Nacional Digital
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