quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

9022 - TERRITÓRIO FEDERAL DO GUAPORÉ

Aluísio Ferreira
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Ferreira tornou-se subchefe do posto telegráfico de Santo Antônio, onde há uma estação da Ferrovia Madeira-Mamoré, em 1929.Aluísio Pinheiro Ferreira (Bragança Paulista, 11 de maio de 1897 — Rio de Janeiro, 1980) foi um militar e político brasileiro que nacionalizou a Ferrovia Madeira-Mamoré e atuou para a criação do então Território Federal do Guaporé (atual estado de Rondônia), sendo seu primeiro governador entre 1943 e 1946.

Índice [esconder]
1 Biografia
1.1 Posto telegráfico de Santo Antônio do Rio Madeira
1.2 Poder político
1.3 Crise da borracha
1.4 Território Federal do Guaporé
1.5 Brigas políticas
2 Homenagens
3 Referências
4 Ligações externas


[editar] Biografia
Aluísio se formou pela Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro e foi contemporâneo dos tenentistas. Com o fracasso da Revolução de 1924 no Amazonas, alguns revolucionários internaram-se nos sertões da região do Vale do Rio Madeira para não se entregaram às forças legalistas. O tenente Aluísio Ferreira fugiu para o Vale do Guaporé, onde em Guajará-Mirim, passou a exercer atividades no seringal Laranjeira, de propriedade de Américo Cassara. Nesse seringal, Ferreira trabalhou durante algum tempo na coleta da seringa, na preparação das pélas e na administração do barracão. Aproveitando a oportunidade que se oferecia, Aluísio Ferreira, um descendente dos índios Caetés, iniciou estudos sobre os indígenas regionais, notadamente os Makurape da região entre o Rio Corumbiara e Branco. Em 1928 apresentou-se às autoridades militares de Belém do Pará. Ficou preso por sete meses, sendo julgado e absolvido.

[editar] Posto telegráfico de Santo Antônio do Rio Madeira
Da prisão, Ferreira escreveu ao General Rondon, expondo o resultado de suas pesquisas sobre os indígenas do Guaporé e, ao ser libertado, encontrou-se com o sertanista que o convidou para assumir a subchefia do posto telegráfico de Santo Antônio do Rio Madeira (a 6 km de Porto Velho), cuja chefia pertencia ao Tenente Emanuel Amarante. Tendo já servido como militar no Norte e no Centro-Oeste e participado da Revolução de 1924, em 1930 já estava integrado à vida política da região, tendo contato através de suas atividades, com os centros urbanos de Belém e Manaus. Com a eclosão da Revolução de 1930, Aluísio seguiu para Belém onde estava sendo cogitado para interventor do estado do Pará. Contudo, o cargo foi preterido pelo Tenente Joaquim Barata que assumiu o cargo. Aluísio, então, retornou a Santo Antônio do Rio Madeira e à chefia do posto telegráfico cujas atribuições o obrigavam a percorrer os rios e sertões da região que viria a ser Rondônia.

[editar] Poder político
Seu passado como revolucionário, ligado ao movimento tenentista, dava-lhe credenciais junto ao governo provisório de Getúlio Vargas. De sua condição de líder revolucionário ligado ao movimento vitorioso de 1930, valeu-se Aluísio para fazer a defesa do Marechal Rondon, então acusado de corrupção administrativa por lideranças revolucionárias do porte de Juarez Távora que, como Aluísio, era ex-aluno da Escola Militar do Realengo. Da mesma maneira, valendo-se de sua condição de revolucionário o tenente Aluísio conseguiu impedir a derrubada dos postes na linha telegráfica Cuiabá/Porto Velho/Guajará-Mirim.


Aluísio Ferreira impediu o sucateamento da Ferrovia Madeira-Mamoré quando a empresa que a administrava ameaçou falir.[editar] Crise da borracha
Com a crise da borracha e a Grande Depressão de 1929, a Madeira-Mamoré Railway Company (administradora da Ferrovia Madeira-Mamoré) entrou em colapso tendo que demitir diversos funcionários. Aluísio comprometeu-se, em nome do Governo Nacional, a contribuir com trinta contos de réis mensais para salvar a companhia. Apesar da ajuda, a ferrovia teve seu tráfego suspenso. Aluísio comunicou-se com o Ministro de Viação, José Américo de Almeida, que lhe deu liberdade para agir. Em ato contínuo, ocupou a ferrovia, dando início ao processo de nacionalização, concretizado em 10 de julho de 1931, através do Decreto Lei nº 20.200, assinado pelo Presidente Getúlio Vargas.

[editar] Território Federal do Guaporé
Em 1936, Aluísio faz um discurso sobre "Uma obra nacionalista no Oeste do Brasil: a rodovia Amazonas/Mato Grosso" em que defende a implantação de um território englobando parte das terras dos dois estados.

Já em 1939, o Conselho de Segurança Nacional sugere ao presidente Getúlio Vargas a criação de territórios federais ao longo das regiões desabitadas do país. Aluísio Ferreira sugere o nome de Rondônia ao Território projetado para o alto Rio Madeira e que a capital seja na cidade de Porto Velho, com o nome de Caiari, em homenagem ao nome indígena do Rio Madeira.

Pelo decreto-lei 5.812 de 13 de setembro de 1943, o presidente Getúlio Vargas junta terras dos Estados do Amazonas e do Mato Grosso, criando o Território Federal do Guaporé com quatro municípios. O general Rondon, supostamente por desavenças com os revolucionários de 1930, rejeita a proposta de ser seu patrono. No dia 24 de novembro daquele ano, o coronel Aluísio Ferreira toma posse na Capital Federal Rio de Janeiro como primeiro governador do recém-criado Território. D. Bento Aloisio Masella, núncio apostólico do Vaticano no Brasil, designa como padroeira do Território Nossa Senhora de Nazaré. Somente em 24 de janeiro de 1944 é que Aluísio assume o governo e instala o Território, em ato no Colégio Barão do Solimões na capital do Território.

[editar] Brigas políticas
O governador Aluísio Ferreira volta a discursar no Rio de Janeiro, em 31 de outubro de 1944, onde defende a criação do estado do Guaporé. Seu governo vai até 1946 quando é eleito como primeiro deputado federal do Guaporé, reeleito em 1950 e, depois, eleito novamente em 1958. Ele é líder do grupo apelidado pelos seus adversários políticos de "cutubas". Em 1954 é fundado o jornal "O Guaporé", de propriedade do ex-governador. Os diretores do jornal eram todos filiados ao PTB e sua linha estava voltada para a sustentação política do governo de Getúlio Vargas e do governador Paulo Nunes Leal. Em 1956, o deputado federal Joaquim Vicente Rondon (eleito em 1954 e adversário político de Aluísio Ferreira) inicia a elaboração do projeto de Lei que muda de Guaporé para Rondônia o nome do Território. Cutubas ligados ao ex-governador, protestam em Guajará-Mirim e Porto Velho contra o projeto de Lei que muda o nome do Território. O deputado Joaquim Vicente Rondon passa o projeto de Lei ao deputado federal do Amazonas (mas nascido em Santo Antônio, Mato Grosso) Áureo Melo, para que apresente o projeto. Em 17 de fevereiro de 1956, Aluízio sofre uma grande derrota política quando o presidente Juscelino Kubitschek assina a Lei 2.731 mudando o nome de Território Federal do Guaporé para Território Federal de Rondônia, homenagem ao marechal Cândido Mariano da Silva Rondon. Aluísio morre em 1980, aos 83 anos, no Rio de Janeiro.

[editar] Homenagens
Por ter sido um dos precursores da emancipação de Rondônia, o estado rendeu homenagens a Aluísio Ferreira. Em Porto Velho, o maior estádio da cidade e uma das praças principais levam o seu nome.

[editar] Referências
TEIXEIRA, Marco Antônio Domingues; e FONSECA, Dante Ribeiro; História Regional: Rondônia-4ª Edição; Porto Velho: Editora Rondoniana, 2003;
[editar] Ligações externas
Cronologia da criação do Território do Guaporé
Desbravadores de Rondônia
Precedido por
— Governador do Território do Guaporé
1 de novembro de 1943 — 7 de fevereiro de 1946 Sucedido por
Joaquim Vicente Rondon

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