segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

8805 - REVOLUÇÃO CUBANA

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Terminado o segundo conflito mundial (1945), iniciou-se a Guerra Fria, responsável pela divisão do mundo em dois grandes blocos. O Bloco Ocidental, liderado pelos Estados Unidos, a verdadeira superpotência do mundo capitalista, e o Bloco Oriental, socialista, sob a hegemonia da União Soviética. Todas as principais ocorrências internacionais passaram, então, a refletir o choque ideológico que opunha os dois blocos. A América Latina, fiel à "solidariedade continental" e sob a influência direta dos Estados Unidos da América, surgiu com um importante espaço na geopolítica da guerra de blocos. Afinal, a Doutrina Monroe já preconizava, no século XIX, que a América era para os "americanos", nem a intervenção militar norte-americana deveria ser descartada para mantê-la assim: unida e livre de qualquer influência soviética.

Antes que se encerrasse a década de 1950, entretanto, os Estados Unidos viam quebrar essa unidade. A ilha de Cuba, a pouco mais de 130 quilômetros da costa da Flórida, conhecia a primeira vitória do socialismo em solo americano.

A Revolução Cubana

Cuba foi a última colônia americana a libertar-se do domínio metropolitano. Parte do domínio espanhol, sua independência foi obtida após a guerra hispano-americana (1898), com a ajuda militar norte-americana. O envolvimento dos Estados Unidos no conflito com a Espanha foi a única alternativa encontrada pelos norte-americanos, há muito tempo interessados na produção açucareira e nas minas cubanas. Antes da guerra contra a Espanha, os Estados Unidos chegaram a propor a compra da ilha de Cuba, o que foi recusado pelos espanhóis.

Após a libertação da ilha, os norte-americanos governaram por três anos a nova República das Antilhas. Em 1902, a Emenda Platt, inserida na Constituição cubana, assegurava aos Estados Unidos o direito de intervir militarmente no país para garantir sua independência. Em 1903, o governo cubano arrendou aos Estados Unidos a base militar de Guantánamo. A partir daí, não foram poucas as intervenções de fuzileiros americanos para garantir a ordem em território cubano. Durante as primeiras décadas do século XX, a participação direta dos Estados Unidos na vida econômica de Cuba, com investimentos na modernização da produção açucareira, por exemplo, desnacionalizou a economia cubana, tornando a ilha uma moderna feitoria agroindustrial. Com os problemas nacionais, decorrentes da dependência externa, a miséria no campo e a insatisfação social, cresceu o sentimento anti-imperialista e nacionalista, reprimido duramente pelo governo controlado pelos Estados Unidos.

Entre as classes sociais as disparidades eram gritantes. De um lado, uma pequena elite permanecia encastelada e servindo aos interessas do capitalismo norte-americano - que somente entre 1946 e 1958 investiram 80.000.000 de dólares na ilha.

As camadas pobres apresentavam-se como o grupo mais próximo da defesa de um sentimento de nacionalismo, pois a emergência dessa camada deu-se com a penetração de capitais estrangeiros que transformaram os camponeses em trabalhadores assalariados rurais - fato que destoa do restante da história latino-americana, onde esse tipo social surgiu posteriormente ao advento dos Estados nacionais.

Enquanto os trabalhadores rurais da América Latina passavam pelas mãos dos caudilhos, os trabalhadores cubanos conheciam diretamente o poder do capital monopolista norte-americano - que na década de 1950 controlava 40% da produção açucareira. Fato importante a ser destacado com relação a Cuba é que a maioria dos trabalhadores eram rurais e não urbano-industriais, pois a industrialização não foi priorizada pelos investidores estrangeiros.

Os efeitos do imperialismo recaíam sobre esse numeroso grupo, que sofria desde o desemprego até a exploração brutal da força de trabalho, mas que sustentava uma posição política contrária à situação pela qual estava passando.

A classe média encontrava-se dividida entre os apoiadores da elite e os intelectuais sensíveis aos protestos. Comportava-se como um grupo extremamente heterogêneo e desarticulado internamente, sem oferecer um projeto político para Cuba.

Em 1925, subiu ao poder o ditador Gerardo Machado, que, não resistindo aos efeitos da crise de 1929, foi derrubado em 1933 por um movimento popular liderado por Ramón Grau de San Martin.

Em 1934 surge na política cubana a figura de Fulgêncio Batista, um sargento do Exército, que marcará a história cubana por ter se tornado várias vezes "presidente" do país. O período de governo de Fulgênio Batista estendeu-se de 1934 até 1959. Somente foi interrompido entre 1944 e 1952, quando o Partido dos Autênticos elegeu Ramón Grau de San Martin e seguido a esse, em 1948, foi eleito Pio Socarrás, deposto pelo próprio Fulgênio Batista.

A partir desse período, a tendência foi de aprofundamento da dominação norte-americana sobre Cuba, que é descrita como sendo esse momento o "bordel" dos Estados Unidos.

O ano de 1953 marca-se de importância para Cuba, pois o movimento estudantil passa a promover manifestações contra o governo de Fulgênio Batista.

Em 26 de julho desse ano, Fidel Castro - um advogado e membro do Partido Ortodoxo - liderou um ataque ao quartel de Moncada. Frustada a tentativa, os rebeldes foram para a prisão e, em maio de 1955, depois de anistiados, foram para o exílio no México.

Fora de Cuba, Fidel e Raul Castro e médico argentino Ernesto "Che" Guevara organizaram o movimento 26 de julho, com o claro objetivo de voltar a Cuba a derrubar a ditadura de Batista.

O desembarque dos revolucionários do iate Granma estava sendo esperado pelas tropas de Fulgênio Batista e marcou-se por uma sangrenta luta que levou à morte a maior parte dos integrantes do movimento.

Fidel, Raul e "Che" conseguiram chegar à Sierra Maestra, de onde passaram a organizar os camponeses para a luta armada. Ao mesmo tempo, os rebeldes buscavam o apoio de setores da burguesia contrário à ditadura de Fulgêncio Batista e que acreditavam em um projeto nacionalista para Cuba, dentro do respeito à propriedade privada. Era assinado, então, o Manifesto de Sierra Maestra, que no ano seguinte, 1958, foi ampliado pela formação da Frente Cívico-Revolucionária Democrática, no qual a burguesia cubana concordava com a luta armada para depor Fulgêncio Batista.

Em outubro de 1958 teve início a "Marcha sobre Havana", que cai em mãos dos rebeldes em janeiro de 1959.

Com a fuga do ditador, montou-se o Governo Provisório, tendo à frente o presidente Manuel Urrutia e o primeiro-ministro Miró Cardona, que no início era apenas reformista.

São nacionalizadas empresas norte-americanas de petróleo e transporte, reformuladas as políticas de educação e saúde pública, suprimidos os latifúndios e realizada a reforma agrária.

A tensão entre a burguesia e as camadas populares se ampliam na medida em que essas consideravam as reformas precárias em relação às suas necessidades. Logo, o primeiro-ministro Miró Cardon é substituído por Fidel Castro, o que levou à preponderância dos anseios populares.

As medidas reformistas foram suficientes para provocar o descontentamento norte-americano, que foi impondo uma série de medidas restritivas - como por exemplo o boicote ao açúcar e a tentativa de invasão ao território cubano em apoio aos anticastristas, no malogrado desembarque à Baía dos Porcos.

As pressões norte-americanas, em meio à Guerra Fria, culminaram com a expulsão de Cuba da OEA, em 1962. Desse episódio, a URSS aproveita-se para enfraquecer as posições dos Estados Unidos e prometem instalar uma base de mísseis em Cuba, gerando um dos episódios mais tensos da Guerra Fria, quando navios americanos impedem a frota russa de chegar à ilha, em outubro de 1962.

Em troca de pretensa paz mundial, Estados Unidos e URSS assinam um acordo em que a URSS se compromete a não instalar bases de mísseis em Cuba e os Estados Unidos a não tentar invadir novamente a ilha.

A partir de então, Cuba passa a vivenciar a primeira experiência socialista da América Latina. Em 1963, foi criado o Partido Unificado da Revolução Socialista que, em 1965, foi substituído pelo Partido Comunista Cubano.


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