sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

8705- HISTÓRIA DA ANTROPOLOGIA

Ciências Sociais e Humanas

Antropologia














História da Antropologia



Autor: Alzira Simões (Professora Universitária)

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Data de criação: 06/09/2009

Resumo: O que significa o vocábulo antropologia; apresentação da história da antropologia... ver artigo completo

Palavras chave: antropologia, história

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Antropologia, História da
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HISTÓRIA DA ANTROPOLOGIA

POR: Alzira Simões



ANTROPOLOGIA - É um vocábulo formado por dois radicais de origem grega, que em latim são: ANTHROPOS: que significa Homem + LOGOS: que significa tratado, discurso e mais recentemente opta-se por ciência. Por conseguinte, a Antropologia é o tratado do Homem ou a ciência que estuda o Homem intemporal e anónimo.

A Antropologia existe desde sempre na medida em que toda a sociedade quer tenha ou não atingido a fase científica interpretou as instituições culturais e sociais que ela própria construiu. Assim, a História da Antropologia é tão longa quanto a História da Humanidade.

Cada autor tem uma interpretação da história desta ciência, mais ou menos própria. No entanto, todos estão de acordo que a pré-história, desta ciência, se iniciou na Antiguidade, uma vez que, o Homem não se limitou a ser o simples criador da sua cultura, ele comentou-a. Além disso, nesta época já existiam descrições de povos "exóticos" com os quais, Romanos e Gregos, durante os seus processos de expansão, contactaram. De entre os escritores Romanos podemos destacar Tácito, César e Tito Lívio. O primeiro, descreveu os Germanos e, os outros dois, os Gauleses.

Heródoto, a quem foi atribuído o título de "pai da História", fez também algumas descrições com um carácter próximo do geográfico e etnográfico. Este autor revelou a preocupação em ser objectivo, "e vi tudo com os meus olhos até à cidade de Elefantina; para além dela, falo por ter ouvido dizer e informei-me perguntando", diz-nos Heródoto[1].

De acordo com uma classificação de Paul Mercier pode-se distinguir dois grandes períodos na pré-história da Antropologia: a dos centros múltiplos e, em seguida, aquele onde na Europa se desenvolveram os esforços que levariam à constituição da Antropologia como ciência.

Esta periodização parece-nos um pouco etnocêntrica, na medida em que apenas toma em consideração o esforço empreendido pelos europeus para elevar a Antropologia à condição de disciplina científica. Porém, na realidade, se até ao final da Idade Média a Europa, o mundo árabe-muçulmano e a China andavam a par, em termos de mentalidade, a partir do século XVI - época em que sobre a inteligentia europeia, se começavam a sentir os primeiros reflexos dos Descobrimentos - a primeira viu nascer "o espírito científico", enquanto as outras duas civilizações continuaram dominadas por um espírito teocêntrico, o qual obstou a que o pensamento antropológico aí se desenvolvesse.

Na primeira fase do pensamento antropológico, segundo Paul Mercier, as reflexões de caracter antropológico surgiram de centros afastados uns dos outros e sem contacto entre si. Por outro lado, há que referir a existência de rupturas na transmissão das heranças culturais.

Entre os centros de pensamento deste período da Antropologia, figuram o mundo árabe-muçulmano e o mediterrânico. Apesar da Idade Média no Islão ter sido, à semelhança da europeia, teocêntrica, evidenciaram-se três grandes espíritos, que nos deram conta das culturas "exóticas" com as quais os muçulmanos, em peregrinação, entravam em contacto. Eles foram: Al Bironi, Ibn Batuta e Ibn Khaldoun: Al Bironi foi o autor de um tratado célebre sobre a India e os seus habitantes; Ibn Batuta (1304-1376) fez uma descrição do império sudanês do Mali. Ibn Khaldoun é considerado percurssor directo da Etnologia, uma vez que na sua obra, é evidente uma preocupação pela objectividade, distingue-se a especi-ficidade do social e sublinha-se a multiplicidade de factores que são necessários ter em consideração no estudo de uma cultura. Ibn Khaldoun escreveu Prolegómenos e História dos Berberes.

No seio do mundo mediterrâneo, recorde-se Marco Polo. O autor de O Milhão, Esta obra descreve-nos as populações da Ásia e da África, que conheceu durante as numerosas viagens de caracter comercial, que empreendeu no decurso de cerca de vinte e três anos (1272 - 1295).

Marco Polo vai inaugurar a era das grandes explorações, que se multiplicarão a partir do século XVI.

Apesar de terem existido alguns espíritos abertos ao mundo, para além do Ocidente, este, durante o período medieval, permaneceu, dominantemente, fechado sobre si.




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[1]Bernardo Bernardi (1988) - Introducão aos Estudos Etno - Antropológicos. Lisboa, Ed. 70, Col. Perspectivas do homem; 10, p. 166.

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