terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

8650 - HISTÓRIA DA ECONOMIA

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Posted by Renato em 06/01/2011

Em um post anterior, comentei sobre o novo livro de Luis Bértola e José Antonio Ocampo, Desenvolvimento, Vicissitudes e Desigualdade: Uma História Econômica da América Latina desde a Independência. Como uma obra notável que é, os autores apresentam novas interpretações sobre diferentes aspectos do desenvolvimento econômico na América Latina, suas conquistas e debilidades.

Uma das minhas maiores discordâncias quanto à interpretação geral apresentada no livro refere-se à posição adotada quanto aos trabalhos de Engerman & Sokoloff (1997; 2002). Bértola e Ocampo minimizam as contribuições desses autores e, de fato, até simplificam exageradamente a sua interpretação, associando-os a um “determinismo estrito dos recursos sobre os aspectos tecnológicos e institucionais” (Bértola e Ocampo, 2010, p. 21). Aqui, aparentemente, determinismo é visto no sentido de fatos fixos do passado determinando de maneira irreversível os resultados do futuro, não havendo lugar para agência humana e mudanças nas instituições.

Essa opinião não faz justiça aos trabalhos seminais de Engerman & Sokoloff, em que recursos, poder político das elites, instituições e políticas públicas interagem de maneira bem mais complicada do que a suposição de um determinismo estrito dos fatores. Para Engerman & Sokoloff, o peso do controle dos recursos produtivos sobre estruturas políticas e institucionais não parece implicar irreversibilidade ou impossibilidade de mudança institucional. A questão central levantada por Engerman & Sokoloff é outra: como a elevada desigualdade na distribuição da riqueza, do capital humano e do poder político influencia a evolução das instituições (educacionais, por exemplo) e, então, o desenvolvimento econômico de longo prazo.

Bértola e Ocampo são muito mais favoráveis à interpretação de Coatsworth sobre as causas do atraso econômico latino-americano (Coatsworth, 1988 e 2008). A opção de Bértola e Ocampo pela interpretação de Coatsworth me parece, contudo, pouco promissora. Para Coatsworth as características coloniais ressaltadas por Engerman & Sokoloff são pouco relevantes para o desenvolvimento de longo prazo na América Latina. A América Latina teria fracassado em incorporar as inovações da Revolução Industrial devido à fragilidade de suas elites locais frente à metrópole. A região necessitava de governos fortes para promover a indústria moderna, “não menos desigualdade e exploração, mas talvez muito mais de ambos, incluindo subsídios às empresas e esforços para manter os salários baixos” (Coatsworth, 2008, p. 560). Então, com o crescimento da economia exportadora a partir de meados do século XIX, houve aumento da desigualdade econômica, fortalecimento das elites agrárias e manutenção de baixos salários devido à imigração e migração interna, mesmo com renovado crescimento econômico. Sob tais condições, a América Latina finalmente viveria seu take off, tardio mas substancial.

Dois grandes problemas da interpretação de Coatsworth são a sua frágil base empírica e sua perspectiva, vamos dizer, “estatista”. Que a desigualdade não é incompatível com o crescimento econômico é algo óbvio, como a história do Brasil demonstra recorrentemente. Algo bastante diferente é assumir que a elevada desigualdade seja uma pré-condição para o desenvolvimento econômico. Não há evidências no Brasil, por exemplo, de que a concentração da riqueza na economia açucareira do nordeste fosse significativamente menor do que na economia cafeeira, que liderou a expansão econômica a partir da segunda metade do século XIX. Da mesma forma, buscando fundamentar sua hipótese de fragilidade das elites locais, Coatsworth fala em “rebeliões e resistência endêmicas” mesmo nas fazendas escravistas do Brasil (e Caribe) pré-independência, o que não parece ser verdadeiro no caso brasileiro pelo menos.

O outro grande problema da abordagem de Coatsworth é que ela desloca o foco das origens do atraso econômico para as instituições estatais (“capacidades estatais”) e as políticas públicas orientadas para a industrialização (subsídios, contenção de salários), em uma perspectiva reminiscente da teoria cepalina e da teoria da dependência.

Com isso, algumas das linhas mais profícuas de investigação abertas pelos trabalhos de Engerman & Sokoloff são deixadas de lado: primeiro, entender como o controle dos recursos produtivos está relacionado com o poder de elites, instituições políticas e políticas públicas que afetam o conjunto da sociedade; segundo, de que maneira políticas públicas tradicionalmente negligenciadas pela literatura econômica (acesso à terra, educação primária, patentes) podem ter impactos significativos sobre a capacidade de crescimento econômico sustentado de uma sociedade; terceiro, em que medida e porque características institucionais do passado podem ser persistentes e afetar o desenvolvimento econômico de longo prazo.

Essas questões não são simples e requerem uma substancial ampliação de horizontes em relação ao tratado tradicionalmente pela literatura sobre o desenvolvimento ou o atraso econômico na América Latina.

O livro de Bértola e Ocampo é uma importante contribuição à historiografia econômica da América Latina, mas ao priorizar as “capacidades estatais” e “políticas industrializantes”, minha impressão é que os autores se distanciam de questões e respostas cruciais para explicar o atraso econômico latino-americano.

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Um novo livro sobre América Latina
Posted by Renato em 01/01/2011

Um novo lançamento vem complementar o que já tinha sido um bom ano para a historiografia econômica da América Latina, como ilustra a publicação em outubro de 2010 do livro organizado por Salvatore, Coatsworth e Challu, Living Standards in Latin American History: Height, Welfare, and Development, 1750-2000. Camb., Mass., Harvard University Press, 2010. Nesse livro, inclusive, Claudio Shikida, Leonardo Monastério e Luis Paulo Nogueirol colaboraram com um capítulo, com um estudo antropométrico inédito sobre o Brasil entre as décadas de 1930 e 1980.

Agora, bem ao final de 2010, Luis Bértola e José Antonio Ocampo lançaram uma nova obra que promete tornar-se uma das principais referências sobre a história econômica da América Latina: Desenvolvimento, Vicissitudes e Desigualdade: Uma História Econômica da América Latina desde a Independência. Este livro junta-se aos de Victor Bulmer-Thomas e Rosemary Thorp como as melhores introduções à história econômica da América Latina disponíveis em um único volume.

O novo livro de Bértola e Ocampo apresenta uma síntese do desenvolvimento econômico da América Latina, desde as independências das novas nações no início do século XIX até os dias de hoje. Uma das tarefas mais difíceis em uma obra geral deste tipo é equilibrar uma análise do conjunto do que se chama convencionalmente de América Latina – marcada por uma enorme heterogeneidade étnica, cultural, econômica e institucional – com as histórias dos países que a compõem. O livro de Bértola e Ocampo é um dos mais bem-sucedidos nesse aspecto, com um tratamento detalhado das economias individuais que qualificam e ilustram os diferentes caminhos e resultados da história econômica dos países latino-americanos.

Chama a atenção no livro a riqueza dos dados macroeconômicos, apresentados sempre em uma perspectiva comparativa e articulada aos grandes eventos internacionais. Além de bases de dados da Cepal e de outros autores, Bértola e Ocampo compilam e utilizam estimativas próprias de vários indicadores comparativos que dão uma contribuição que já por si garante um lugar especial ao livro na historiografia econômica da América Latina.

A riqueza dos dados não ofusca o que é o objetivo principal dos autores: apresentar uma síntese que contemple os aspectos institucionais e históricos dos países latino-americanos de forma integrada à análise quantitativa. O conhecimento demonstrado pelos autores das realidades dos diferentes países é um dos pontos altos do livro. A maioria dos leitores chegará ao final do livro com um substancial conhecimento extra das histórias que constituem a América Latina.

Outro destaque do livro é que sua análise se estende praticamente até o final da década de 2010, com um balanço inédito e inovador do desenvolvimento econômico das últimas três décadas na América Latina. Bértola e Ocampo conseguem abordar esse período com uma perspectiva de longo prazo que salienta continuidades e rupturas com o passado, sem cair no que é talvez o mais grave vício dos estudos que se concentram em períodos recentes: a desconexão com a história, com as tendências de longo prazo, com as dimensões internacionais dos fenômenos que engolfam vários países simultaneamente, embora com respostas e resultados distintos.

Para os leitores brasileiros, esse último aspecto talvez seja um dos mais relevantes, dada a tendência arraigada de vermos a experiência histórica brasileira como algo praticamente único e desvinculado tanto do restante da América Latina quanto do conjunto da economia e da sociedade internacionais. O leitor terminará o livro de Bértola e Ocampo percebendo o quanto esse viés é limitante e equivocado.

Duas ótimas notícias adicionais para os leitores brasileiros: o livro foi publicado simultaneamente em espanhol e português; e mais importante, a versão integral está disponível para download no site da Secretaria Geral Ibero-Americana - veja aqui. Uma excelente opção para os cursos que tratam da história econômica da América Latina, na graduação e pós-graduação.

Como todo livro de abrangência tão ampla, porém, há possíveis ressalvas quanto às interpretações dos autores. Mas deixo os comentários a respeito para um próximo post.

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Imigração e educação
Posted by Renato em 14/09/2010

Uma entrevista sobre Education Performance: Was It All Determined 100 Years Ago? Evidence from São Paulo, Brazil no jornal Gazeta do Povo, de Curitiba. Clique aqui para ver.


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Imigrantes, desigualdade e educação
Posted by Renato em 02/09/2010

Já está disponível a primeira versão do paper que Irineu de Carvalho Filho e eu acabamos de escrever, e que vamos apresentar no encontro da Economic History Association este mês. Clique aqui para ver. O resumo:

“This paper deals with institutional persistence in long-term economic development. We
investigate the historical record of education in one of the fastest growing and most unequal
societies in the twentieth century – the state of São Paulo, Brazil. Based on rich historical data on
landholding and education, we assess the role played by factors such as land concentration,
immigration and type of economic activity in determining supply and demand of education
during the early twentieth century, and to what degree these factors help explain current
educational performance and income levels. We find a positive and enduring effect of the
presence of immigrants on the supply of public instruction, as well as a negative effect of land
concentration. Immigrant farm-laborers established their own community schools, and pressured
for public funding for those schools or for public schools. The effects of early adoption of public
instruction can be detected more than one hundred years later in the form of better test scores and
higher income per capita. These results are suggestive of an additional mechanism generating
inequality across regions: the places that received immigration from
countries with an established public education system benefited from an earlier adoption of the
revolutionary idea of public education.”

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Sangbaul
Posted by Renato em 17/08/2010

“Sangbaul”: era assim que “São Paulo” era escrito por muitos colonos suiços e alemães das colônias de parceria nos envelopes de suas cartas enviadas à Europa para seus parentes e amigos, em meados do século XIX. Foi o que constatou o naturalista e diplomata suiço, J.J. von Tschudi, em suas visitas ao interior de São Paulo para conhecer de perto as condições vividas nas fazendas de café pelos súditos suiços que haviam sido contratados como parceiros desde 1847.

Muitas cartas eram enviadas com o remetente indicando apenas os nomes do colono e da fazenda, seguidos de “Sangbaul – Brasilien”. Quando as cartas eram respondidas, os funcionários postais em Santos e no Rio tinham a difícil tarefa de tentar localizar o destinatário em alguma fazenda de um lugar chamado Sangbaul – “Como poderia o funcionário postal descobrir que Sangbau[l] era São Paulo?”, perguntava von Tschudi (Viagem às Províncias do Rio de Janeiro e S. Paulo. São Paulo, Martins, 1953, p. 156 – publicado originalmente em 1866).

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Mestrado em Barcelona
Posted by Renato em 31/05/2010

Os colegas de Barcelona pedem para divulgar o mestrado interinstitucional em História Econômica, oferecido em conjunto pelas Universidades de Autónoma de Barcelona, de Barcelona e Zaragoza. Clique aqui para ver o folder de divulgação, com mais detalhes sobre o programa.

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Atraso educacional
Posted by Renato em 06/05/2010

Como tenho recebido vários pedidos de cópia, aí vai um aviso aos interessados na história econômica da educação no Brasil: a dissertação do Thomas Kang, “Instituições, voz política e atraso educacional no Brasil, 1930-1964“, defendida em março na FEA, já está disponível para download no site da biblioteca digital de teses da USP.

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Angus Maddison
Posted by Renato em 27/04/2010

Ontem eu recebi a notícia do falecimento de Angus Maddison, no dia 24 de abril. Uma nota triste para os historiadores econômicos em todo o mundo, como registrado por Bart van Ark (atualização: ver também o obituário da The Economist). Maddison notabilizou-se pela incansável tentativa de entender as origens e as características do crescimento econômico no longo prazo, dedicando-se à construção de estimativas de agregados macroeconômicos de praticamente todas regiões do mundo e todas as épocas. O resultado mais recente de toda a sua pesquisa na área de quantificação do crescimento econômico pode ser visto na obra The World Economy: a millenial perspective, publicada pela OECD.

Conheci Maddison em 1998, quando Rosemary Thorp apresentou-me a ele em um evento. Ele perguntou-me sobre o que eu estava pesquisando e, quando soube que era sobre indústria e trabalho no Brasil, ele me pegou para conversar longamente. Para minha surpresa, ele meu deu um grande número de sugestões, várias delas incorporadas posteriormente na minha tese e no livro publicado pela Macmillan. Só ali fui saber que ele já tinha estado no Brasil, pesquisando, e que conhecia bastante a história econômica brasileira.

Além do seu vasto conhecimento, fiquei muito impressionado na época com o lado pessoal de Maddison. Ele gastou um longo tempo ali, com um mero estudante, pelo simples prazer de ajudar e compartilhar ideias. Já no final da conversa, ele pediu meu endereço, sem explicar direito porque, apenas dizendo que tinha algumas coisas que poderiam me ajudar. Uns quinze dias depois, recebi em casa um livro que ele havia escrito muitos anos antes sobre treinamento na indústria no Brasil. Ele fotocopiou a versão original página por página e enviou-me, com uma nota de incentivo. Fiquei mais uma vez desconcertado.

Nunca esqueci aqueles momentos de conversa com Maddison, que foram muito além das úteis sugestões para a minha pesquisa. O que guardei para a vida foi seu exemplo de generosidade, abertura de espírito e humildade, características raras no meio acadêmico.

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Ferrovias
Posted by Renato em 06/03/2010

Quem se interessou alguma vez pela história econômica e social brasileira certamente se deparou com imagens e relatos das ferrovias que começaram a ser construídas no Brasil a partir de 1855. Ao lado de café, fazendas, escravos e imigrantes, as ferrovias são parte do Brasil moderno, com todos os seus paradoxos de riqueza, crescimento e glória, e de pobreza, desigualdade e injustiça. A historiografia sobre as ferrovias é relativamente rica, começando com o livro clássico e fundamental de Adolpho Augusto Pinto. História da Viação Pública de S. Paulo (Brasil). São Paulo, Typographia e Papelaria de Vanorden & Cia, 1903.

Não só os interessados em geral nas ferrovias, mas também os pesquisadores em história econômica encontrarão material valioso nos sites mantidos pelo pesquisador Ralph Mennucchi Giesbrecht. Ele tem realizado um trabalho notável de preservação de informações e da memória das ferrovias, a começar pelo “Estações Ferroviárias do Brasil“, provavelmente o mais completo site sobre a história das ferrovias brasileiras. Uma das informações mais úteis compiladas por Giesbrecht é a das estações das linhas ferroviárias. As de São Paulo, por exemplo, são ordenadas por nome, companhia e ramal. Para cada estação, há um histórico da linha, com data de inauguração, construção do prédio principal, uso atual, informações gerais da estação e fotos antigas e atuais, de várias coloboradores (ver, por exemplo, a estação de Itirapina).

Mais um site importante (na verdade, uma seção do site principal) é o das “ferrovias industriais“, ou seja, ramais ferroviários privados mantidos por empresas de São Paulo e outros estados. O levantamento ainda está incompleto, mas as informações disponíveis já são valiosas, inclusive pela dificuldade de encontrar dados sobre essas linhas. Um exemplo é a E. F. Dumont, da fazenda Dumont em Ribeirão Preto.

Giesbrecht organizou uma cronologia das estradas de ferro de SP, desde a inauguração da São Paulo Railway (Santos – Jundiaí) em 1867 até 1990. Mais que uma simples cronologia, há aqui um registro detalhado de inaugurações, compras, vendas, extensões e encerramentos de ramais em todo o estado.

Por fim, Giesbrecht mantém uma seção de seu site com denúncias sobre a destruição das ferrovias e de seu patrimônio em todo o estado de São Paulo, um triste episódio que a privatização do sistema ferroviário só agravou até o momento.

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Professores na Província
Posted by Renato em 05/01/2010

“[O]s ordenados [dos professores] são menos do que o restrictamente preciso para a economica subsistencia; a Provincia não dá casas para as escolas, recahindo esta despeza sobre os muito diminutos ordenados dos Professores. Todas essas causas concorrem para não serem estes empregos desejados por maior numero de pessoas habilitadas, que encontrarão outras muitas carreiras, tão honrosas como a do Professorado, mais lucrativas, e menos trabalhosas.” (Josino do Nascimento Silva, Presidente da Provincia de São Paulo, 1854)


Conf. Relatorio com que o Illustrissimo e Excellentissimo Senhor dr. Josino do Nascimento Silva, Presidente da Provincia de S. Paulo, abrio a Assembléa Legislativa Provincial no dia 16 de fevereiro de 1854. São Paulo, Typ. 2 de Dezembro de Antonio Louzada Antunes, 1854, p. 11.

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