segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

7532 - O FUZILAMENTO DA FAMILIA IMPERIAL ROMANOV

Romanov Family Blog
no one never truly dies until the last person who remember them dies.

A morte da família imperial segundo os brancossetembro 18, 2010
Em 1924, foram por fim publicadas as conclusões do juiz N. Sokolov sob o título de O Assassínio da família imperial, onde se menciona o nome do organizador do crime:

“O homem incumbido de organizar o massacre foi um judeu, Jacob Iurovski, fotógrafo, depois enfermeiro e membro do soviete do Ural. Os operários inicialmente previstos foram substituídos por homens da Tcheca, sobretudo letões.”

O documento relata a execução a partir do testemunho de P. Medvedev, operário soldador e “única testemunha ocular”. Será depois comparado com o relato feito pelos bolcheviques.

“Entrei de serviço na noite de 16 de Julho. Pelas oito horas, Iurovski ordenou-me que recolhesse todos os revólveres, de sistema Nagan. Tirei-os às sentinelas e aos outros guardas, doze Nagan ao todo, e levei-os para o gabinete do comandante. Nessa altura, ele comunicou-me: “Serão todos fuzilados hoje. Previne o destacamento para que não se alarme se ouvir tiros.” Supus que Iurovski se referisse a todos os presos, mas não perguntei quando e quem tomara a decisão de executá-los. Devo dizer que, por ordem de Iurovski, o pequeno ajudante de cozinha fora levado de manhã para o corpo da guarda da casa de Popov.”

“No rés-do-chão estavam aboletados os letões da “comuna letã”, ali chegados após a nomeação de Iurovski como comandante. Eram dez, mas não sei o nome nem o sobrenome de nenhum deles.”

“Às dez da noite, em conformidade com as ordens de Iurovski, disse aos homens do destacamento que não e alarmassem se ouvissem disparos.”

“À meia-noite, Iurovski acordou os presos. Uma hora depois, toda a família estava pronta. Antes de esta acordar, porém, chegaram à casa de Ipatiev dois tchequistas. Ignoro o nome e o apelido de um deles; soube mais tarde que o outro se chamava Pedro Ermakov.”

“Às duas da madrugada, todos os prisioneiros deixaram os quartos. O czar trazia Alexei ao colo e ambos usavam gorros e blusas. A imperatriz e as filhas não tinham posto os chapéus nem os mantos. O imperador e o filho abriram a marcha, seguindo-se-lhes a imperatriz e as filhas e depois o séquito. Acompanhavam-nos Iurovski, o seu ajudante e os dois tchequistas. Eu assisti à cena.”

“Todos desceram para o pátio e entraram no rés-do-chão. Iurovski indicava o caminho. Conduziu-os à sala contígua à arrecadação e ordenou que trouxessem cadeiras. O ajudante trouxe três, que ele ofereceu ao imperador, à imperatriz e a Alexei. A imperatriz sentou-se junto da parede com a janela, ao pé do pilar do arco, tendo atrás de si três das filhas. (Conhecia perfeitamente todas elas, pois via-as quase diariamente quando passeavam, mas não sei bem os respectivos nomes). O imperador e o filho sentaram-se perto um do outro, quase a meio do compartimento. Botkin encontrava-se de pé por detrás de Alexei. A criada de quarto (mulher alta cujo nome desconheço) achava-se de pé encostada ao alizar esquerdo da porta que dá para a arrecadação, tendo a seu lado a quarta grã-duquesa. Dois criados ocupavam o canto esquerdo da sala, em frente da porta, junto da parede-meia com a arrecadação.”

“A criada segurava uma almofada e as grã-duquesas tinham também trazido pequenas almofadas, colocando uma delas na cadeira do imperador e outra na do czarevitch.”

“Ao mesmo tempo que os prisioneiros, também penetram na sala onze homens: Iurovski, seu ajudante, os dois tchequistas e quatro letões. Iurovski disse-me: “Vai à rua verificar se há alguém e se ouvem os disparos”. Saí para o pátio, e antes de chegar à rua, ouvi tiros. Regressei de imediato (teriam decorrido dois os três minutos, ao todo). Vi o czar, a czarina, as quatro filhas e o czarevitch estendidos no soalho, com inúmeros ferimentos no corpo, de onde o sangue corria a jorros.”

“Estavam também mortos o médico, os dois criados e a camareira. Quando cheguei, o czarevitch respirava ainda e gemia. Iurovski aproximou-se dele e disparou-lhe dois ou três tiros à queima roupa.”

“Nauseou-me o espetáculo e o cheiro a sangue. Antes do assassínio, Iurovski distribuíra os revólveres, entregando-me também um deles, mas, repito, não participei na execução. Além do revólver, Iurovski dispunha de uma Mauser. Depois do assassínio, ordenou-me que fosse chamar homens para lavarem o chão. Quando cheguei à casa Popov, encontrei os comandantes de posto Starkov e Dobrinine, que acorriam. O segundo inquiriu: “Fuzilaram Nicolau II?” Depois acrescentou: “Conquanto que não tenham morto outra pessoa em vez dele! A responsabilidade é tua”. Garanti-lhes que o czar e toda a família estavam mortos.”

“Reuni entre doze a quinze homens, de cujos nomes não me recordo agora. Removeram os cadáveres em padiolas feitas com lençóis esticados em varais de trenó, depositando-os num caminhão estacionado diante da porta da casa. Os corpos foram envoltos em panos de uniforme retirados da arrecadação. O motorista do caminhão chamava-se Liukhanov, operário da fábrica Zlokazov. Pedro Ermakov e o outro tchequista tomaram lugar na viatura. Não sei para onde se dirigiram nem o que fizeram ais cadáveres.”

“O sangue da sala e do pátio foi lavado, e posto em ordem tudo o mais; às três da madrugada, tudo terminara. Iurovski foi para o gabinete e eu juntei-me ao meu pessoal. Acordei às nove da manhã e dirigi-me ao gabinete do comandante. Encontravam-se nele Beloborodov, presidente do soviete regional, o comissário Golochtchekine e Ivan Starkov, o comandante de posto de serviço. Reinava enorme desordem em todas as salas: objetos dispersos por aqui e por acolá, malas e baús abertos e jóias de ouro e de prata espalhadas por cima das mesas.”

“Não me interessava saber a quem incumbia o destino da família imperial e em virtude de que direito; executava apenas as ordens daqueles a quem servia*.”

“De entre os chefes bolcheviques, Beloborodov e Golochtchekine visitavam com freqüência a casa Ipatiev.”

Este testemunho bastante minucioso levanta, no entanto, a seguinte pergunta: Medvedev terá tomado parte ativa no assassínio da família imperial ou foi apenas espectador, tal como pretende?

*Sublinhado no texto.







Fonte: Livro Nicolau II: o último czar – Marc Ferro. Páginas 208, 209 e 2010.

Postagem: Tamyris Gimenez

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2 Responses to “A morte da família imperial segundo os brancos”
Juliana Says:

setembro 18, 2010 at 14:50
extremamente revoltante

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Priscila Says:

outubro 5, 2010 at 17:07
tanta crueldade. Eu não consigo perdoar isso!

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