domingo, 29 de agosto de 2010

2756 - HISTÓRIA DO ÔNIBUS NO BRASIL

144 • Indústria Automobilística Brasiliera - 50 anos
Produtos
Brasil é o maior fabricante
mundial
de ônibus, tendo
fechado 2005 com
a produção de
35.266 unidades,
das quais 27.860 de ônibus urbanos,
resultado 22,6% maior
que o de 2004.
Há quem diga que a história
dos ônibus, parecidos com
o que conhecemos hoje, começa
em 1895, quando o alemão
Karl Benz constrói o primeiro
ônibus com motor a explosão
de que sem tem notícia. Outros
preferem vincular sua criação à
etimologia da palavra, derivada
de omnibus - que em latim
quer dizer para todos -, e consideram
1672 como seu marco
de origem, quando é concedida
a primeira permissão para
exploração de transporte coletivo
em Paris.
Na França reinava o Rei Sol,
Luís 14, e no Brasil, 172 anos
após o descobrimento, os holandeses
de Maurício de Nassau
já haviam retornado para sempre
à Europa, com a promessa
de nunca mais voltar, naturalmente
depois de receber gorda
indenização de 4 milhões de
cruzados de Portugal.
A história do ônibus no
Brasil começa em 1837, com a
chegada ao Rio de Janeiro de
ônibus de dois andares, importado
da França e, naturalmente,
puxado por burros. No ano
seguinte ali seria fundada a primeira
empresa de transporte
coletivo do País, a Companhia
de Omnibus, sempre puxados
por burros. Só muito mais tarde,
em 1900, o transporte coletivo
entraria na modernidade
com a instalação, em São Paulo,
da primeira linha de bondes
elétricos, operados pela The
No Brasil a fabricação
artesanal do primeiro
ônibus é atribuída aos
imigrantes italianos e irmãos
Luiz e Fortunato Grassi.
Em 1904 eles fabricavam
carruagens em São Paulo
e em 1911 encarroçaram
o chassis de um
Ford Modelo T.
Indústria Automobilística Brasiliera - 50 anos • 145
São Paulo Tranway, Light &
Power Co. Ltda, que obviamente
nada tinham a ver com
os ônibus a motor de explosão
e rodas de borracha maciça
- da Daimler-Motoren-
Gesellchaft - que em 1905 começaram
a circular pioneiramente
em Berlim e Paris e depois
se espalharam pelo mundo.
Isoladamente empresários
pioneiros importaram exemplares
de ônibus europeus que
foram utilizados no Rio e em
São Paulo. Mas só em 1923 o
Rio veria sua primeira empresa
regular de ônibus, e São
Paulo no ano seguinte.
No Brasil a fabricação
artesanal do primeiro ônibus é
atribuída aos imigrantes italianos
e irmãos Luiz e Fortunato
Grassi. Em 1904 eles fabricavam
carruagens em São Paulo e em
1911 encarroçaram o chassis de
um Ford Modelo T, produzindo
o que é considerado o primeiro
ônibus brasileiro. Até
1970, quando encerrou suas atividades,
a Grassi foi um dos
mais importantes encarroçadores
de ônibus do País.
Em 1932 a General Motors
lança o primeiro ônibus com
carroceria fabricada no Brasil e
dezesseis anos depois, já depois
da Segunda Guerra, lançaria a
primeira carroceria inteiramente
metálica, 100% nacional. Até
os anos 50 o País importou milhares
de chassis - que foram
encarroçados localmente - além
de ônibus montados. Por exemplo:
data de 1934 o primeiro
ônibus Volvo importado, o B-1,
e marcaram época os GM Coach
urbanos e os Parlour Coach rodoviários.
As primeiras importações
volumosas de chassis curtos de
caminhões, adaptados para
ônibus, foram feitas em 1950,
146 • Indústria Automobilística Brasiliera - 50 anos
Produtos
primeiramente no Rio, por
Alfred Juzykowski (veja o capítulo
Os caminhões). Uma das
principais utilizações desses
chassis leves, para caminhões de
seis toneladas, era na fabricação
de lotações, microônibus
que marcaram época no transporte
urbano, principalmente
do Rio. O sucesso do negócio
leva Jurzykowski a instalar linha
de montagem também em São
Paulo e a fundar, em 1953, a
Mercedes-Benz do Brasil. Em
1956 é construída a fábrica em
São Bernardo do Campo, SP, iniciando
a produção.
Mas a primeira indústria
produtora de ônibus nacionais
a entrar nos registros da
Anfavea é a Fábrica Nacional de
Motores. Segundo o livro Indústria
Automobilística Brasileira,
editado pela Anfavea em
1960, a empresa de economia
mista, controlada pelo governo
federal, lança em 1951 o primeiro
ônibus FNM, antes do caminhão,
que viria um ano depois,
com 84% do seu peso nacionalizado.
Entrou para a história -
mais como curiosidade do que
como eficiência em transporte
coletivo - o modelo denominado
papa-filas da FNM, criado
em 1950. A CMTC chegou a ter
frota de cinqüenta desses ônibus-
reboque. O curioso ônibus
tinha grande carroceria para
passageiros, na verdade um
chassi de carreta encarroçado
que, isolada do motorista, era
tracionada por um cavalo-mecânico
Fenemê.
Já a Mercedes-Benz começa
a produzir em 1958 e revoluciona
o mercado lançando o
ônibus O-321 - a princípio batizado
de integral e depois,
monobloco -, que já saía de fábrica
encarroçado. Tinha motor
traseiro, o que o tornava mais
silencioso, e design moderno
para a época. Uma das árduas
tarefas da Mercedes na época
era convencer as empresas de
ônibus das vantagens do motor
diesel, cuja manutenção acreditava-
se mais cara e complicada
que dos a gasolina. Vale lembrar
que a FNM também lançou,
em 1959, ônibus
monobloco com motor traseiro
que não teve muita saída.
Em 1958 é a vez da Scania-
Vabis vender 138 chassis de ônibus
com 56,7% de nacionalização.
A Volkswagen só chegaria
ao mercado de ônibus 29 anos
depois, em 1987, depois de o
Grupo Volkswagen ter adquirido
67% do controle da Chrysler
Motors do Brasil, em 1979. A
Volkswagen não fabricava caminhão
ou ônibus na Alemanha
e inicia produzindo o
microônibus 7.90 e posteriormente
o 8.140 CO urbano.
Vale ressaltar que a GM entrou
no negócio de ônibus em
1957, saindo em 1986, e a Ford
em 1992, com a Autolatina, encerrando
a fabricação de chassis
de ônibus seis anos após.
A Volvo chega ao Brasil em
1933 importando carros, ônibus
e caminhões. Nos anos 70 instala
fábrica no País e em 1977
assenta a pedra fundamental
da fábrica de Curitiba, PR, que
seria inaugurada em 1980. Mas
Entrou para a história
o papa-filas da FNM,
criado em 1950.
Na verdade um chassi de
carreta encarroçado que,
isolada do motorista, era
tracionada por um cavalomecânico
Fenemê.
Ônibus Mercedes-Benz
movido a gás natural.

148 • Indústria Automobilística Brasiliera - 50 anos
Produtos
em 1979 monta seu primeiro veículo,
um chassi de ônibus B 58.
Em 1992 sua produção de ônibus
atinge o pico, 1.982 unidades,
recorde que só seria quebrado
em 2005, com 2.023 ônibus
fabricados, dos quais vendeu
119 no mercado interno e
exportou 1.894 unidades, ou
93,62% do total.
Em 1997, dez anos depois
da entrada da Volkswagen Caminhões
e Ônibus surge a Agrale
e três anos depois a Iveco,
empresa do Grupo Fiat.
Com fábrica em Caxias do
Sul, RS, a Agrale começa timidamente
a produzir ônibus em
1996 - cinco, em comparação
com 450 caminhões - mas já em
1999 coloca no mercado 1.459
unidades, numa produção que
atingiria o pico em 2004, com
4.591 ônibus, contra 743 caminhões.
Em 2005 produziu 4.343
caminhões e 816 ônibus.
A Iveco foi criada na Europa
em 1975 a partir da fusão de
três empresas: Fiat Veicoli
Industriali S.p.A. na Itália, Unic
na França e Magirus Deutz AG
na Alemanha. A Iveco anunciou
sua vinda para o Brasil em setembro
de 1997, iniciando o estabelecimento
de rede própria
de concessionários e a construção
de sua fábrica em Sete Lagoas,
MG. A fábrica de Sete Lagoas
de caminhões, ônibus e
comerciais leves foi inaugurada
em novembro de 2000,
quando começa a produzir
chassis, alcançando o pico de
produção de 773 unidades em
2003. Em 2005 suas vendas internas
de ônibus nacionais e
importados alcançaram 338
unidades, ano em que exportou
337.
Maior fabricante de ônibus
do Brasil em 2005 a Daimler-
Chrysler produziu 16.664 ônibus
Mercedes-Benz, seguida
pela Volkswagen, 5.674, Agrale,
4.343, Scania, 2.150, Volvo,
2.023, e Iveco, 337.
Vendas e
exportações
Em 2005 as maiores vendas
de ônibus nacionais ao mercado
interno foram da Daimler-
Chrysler, 15.358, seguida da
Volkswagen, 3.511, Agrale,
2.869, Scania, 902, Iveco, 338, e
Volvo, 119. As empresas que
cresceram em 2005 foram
Scania, 56,6%, e Iveco, 7,3%.
Quem mais exportou ônibus
em 2005 foi a Daimler-
Chrysler, 12. 332, seguida da
Volvo, 1.894, Volkswagen, 1.737,
Agrale, 1.416, Scania, 1.227, e
Iveco, 337. Em 2005, produzem
chassi e conjunto de força de
ônibus no Brasil a Agrale,
DaimlerChrysler (Mercedes-
Benz), Iveco, Scania, Volkswagen
e Volvo. O encarroçamento
é feito por outro segmento
econômico, que tem
como entidade maior a Fabus.
As exportações pelas montadoras
envolvem tanto conjunto
chassi/plataforma e conjunto
de força, para serem acabados
no país de destino, como
também a exportação de ônibus
completos, o que é feito pelas
empresas associadas à Fabus.
Uma das árduas
tarefas da Mercedes
na época era convencer
as empresas de ônibus
das vantagens do
motor a diesel, cuja
manutenção acreditava-se
mais cara e complicada
que a dos a gasolina.
O VolksBus articulado
produzido pela
Volkswagen Caminhões e Ônibus.


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