domingo, 22 de agosto de 2010

2630 - chuva de meteoros

• O que é Zênite
• Para que serve a
Astronomia
• Carreira de astrônomo
• Espaçonave Terra
• Últimas notícias
• Astronomia e futebol
• Planetas na Fórmula 1
• A bandeira do Brasil
• Perguntas intrigantes
• Astros e estrelas
• Os astrocômicos
• O Novo Sistema Solar
• Eclipses do Sol e da Lua
• Ilhas de estrelas
• Colisões de galáxias
• Buracos negros
• Planetas extra-solares
• Calendário cósmico
• Medindo a Terra e a Lua
• Hora universal
• Unidades astronômicas
• As 88 maravilhas do céu
• O círculo dos animais
• Astronomia no Brasil
• Astronomia do erro
• Os astrônomos
• Do sonho à conquista
• Os pioneiros
• Brasil no espaço
• Missões espaciais
• Astroquiz
• Faça você mesmo
• Livros e telescópios
• Compare preços
• Produtos importados
• Zênite fanzine
• Boletim Em Órbita
• Zênite na mídia
• Falando de ciência
• Divulgação científica
• Opinião do visitante
• Contato






















+ Asteróides perigosos


JOSÉ ROBERTO V. COSTA
Astronomia no Zênite
O Universo é tudo para nós






O CÉU ESTÁ LIMPO. As estrelas, mesmo as mais fracas, brilham com vigor. Você está longe da cidade. De repente, uma estria luminosa cruza o céu velozmente, numa fração de segundo.

Você espera ouvir um estrondo vindo de não muito longe, mas antes que possa apurar os ouvidos, outra ainda mais bela surge. Logo aparecem duas de uma só vez. Parecem vir de um mesmo ponto do céu. O espetáculo dura horas.


Todos os anos acontecem as chuvas de meteoros. A maioria delas ocorre por efeito de passagens sucessivas de cometas nas proximidades da Terra. Os detritos cometários vão se alastrando por toda a extensão da órbita do cometa, bem como transversalmente a ela (veja gravura a seguir).


Na gravura, uma corrente de detritos deixada por um cometa brilhante é interceptada pela Terra. O cometa em si passou por trás da nossa órbita.



A Terra, porém, não atravessa todos os enxames de fragmentos deixados pelos cometas. As chuvas de meteoros ocorrem apenas nos poucos casos em que o nosso planeta intercepta esses detritos no espaço, ao longo de su órbita em torno do Sol. Isso normalmente ocorre em dias específicos.

Por que “chuva de meteoros”?
TODAS AS NOITES PODEMOS OBSERVAR METEOROS esporádicos. O termo “chuva” aparece quando se observa vários meteoros num dado intervalo de tempo, permitindo deduzir uma taxa horária. Além disso a maioria deles parece oriunda de um certo local do céu, que chamamos radiante. Normalmente as chuvas de meteoros recebem os nomes das constelações onde estão os radiantes.




O radiante é apenas um efeito de perspectiva. Na verdade, as partículas penetram na atmosfera terrestre em todas as direções. O radiante indica a tangente da órbita do enxame de detritos cometários que originou a chuva. O traço luminoso, característico dos meteoros, deve-se principalmente ao aquecimento do material que o constitui e a luminescência do ar atmosférico.

A seguir, as principais chuvas de meteoros de 2010. Na tabela, Data se refere pico da chuva, TaxaH é o número de meteoros esperado por hora, Ilum é a fração da Lua iluminada (quanto mais perto de 1, pior a visibilidade) e as A.R. e Dec. são, repectivamente, ascensão reta e declinação do radiante.


Data Nome TaxaH A.R. Dec. Ilum

3/ 1/2010 Quadrantids 80 15h28m 50° 0,87
11/ 4/2010 Virginids 5 14h04m -9° 0,07
21/ 4/2010 Lyrids 12 18h08m 32° 0,51
28/ 4/2010 alpha-Scorpiids 5 16h32m -24° 1,00
5/ 5/2010 eta-Aquarids 35 22h20m -1° 0,53
12/ 5/2010 alpha-Scorpiids 5 16h04m -24° 0,02
9/ 6/2010 Ophiuchids 5 17h56m -23° 0,08
20/ 6/2010 Ophiuchids 5 17h20m -20° 0,69
7/ 7/2010 Capricornids 5 0,19
15/ 7/2010 Capricornids 5 20h44m -15° 0,22
20/ 7/2010 alpha-Cygnids 5 21h00m 48° 0,75
25/ 7/2010 Capricornids 5 21h00m -15° 1,00
28/ 7/2010 delta-Aquarids 20 22h36m -17° 0,93
30/ 7/2010 Piscis Australids 5 22h40m -30° 0,80
2/ 8/2010 alpha-Capricornids 5 20h36m -10° 0,53
6/ 8/2010 iota-Aquarids 8 22h10m -15° 0,15
12/ 8/2010 Perseids 75 3h04m 58° 0,11
20/ 8/2010 alpha-Cygnids 5 21h00m 48° 0,87
8/ 9/2010 Piscids 10 0h36m 7° 0,00
20/ 9/2010 Piscids 5 0h24m 0° 0,94
13/10/2010 Piscids ?? 1h44m 14° 0,40
22/10/2010 Orionids 25 6h24m 15° 1,00
3/11/2010 Taurids 8 3h44m 14° 0,08
17/11/2010 Leonids 10 10h08m 22° 0,86
8/12/2010 Puppids-Velids 15 9h00m -48° 0,11
13/12/2010 Geminids 75 7h28m 32° 0,53
22/12/2010 Ursids 5 14h28m 78° 0,97
25/12/2010 Puppids-Velids 15 9h20m -65° 0,75



Fonte: Eric Bergman-Terrell, Astronomy Lab 2 v. 2.03, 2005.

Povos antigos acreditavam que os meteoros eram estrelas que se moviam rapidamente, ou mesmo caíam sobre a Terra, por isso até hoje eles são popularmente conhecidos por estrelas cadentes.


Raras vezes uma chuva de meteoros pode ser realmente
espetacular, como a Leonídas de 13 de novembro de 1833.


ALHA 81005, o primeiro meteorito lunar recolhido na Terra, (1983).

Meteoro e meteorito
QUANDO SE OBSERVA SOMENTE O TRAÇO LUMINOSO no céu diz-se meteoro. Porém, quando o fragmento chega a atingir a superfície trata-se de um meteorito. Um meteoro ou meteorito em potencial, que ainda vaga pelo espaço, recebe a denominação meteoróide.

A maioria dos meteoróides possui ferro e silício, entre outros elementos. Dependendo de sua densidade, velocidade e ângulo de penetração, um fragmento do tamanho de um punho já é o bastante para atravessar toda a atmosfera e chocar-se contra o solo.

Meteoritos são quentes?
FAZ SENTIDO PENSAR que os meteoróides são aquecidos pela fricção com o ar quando penetram na atmosfera terrestre. Faz sentido, mas está errado.

Pense do seguinte modo: as pastilhas cerâmicas de um ônibus espacial são extremamente delicadas. Elas esmigalhariam facilmente com a pressão de seus dedos. Se a fricção com o ar as aquecessem tanto, elas se desintegrariam e não poderiam proteger o ônibus espacial.

Mas não é a fricção que aquece os meteoritos. Quando um gás é comprimido ele se aquece. Um meteorito se movendo a 15 km/s na atmosfera comprime o ar a sua frente. O ar se aquece e se torna incandescente. Repare que isso não é fricção. O ar não está em contato com a partícula (entenda partícula como o objeto em queda e meteoro como todo o fenômeno atmosférico).

A superfície do meteoróide derrete com o calor do gás comprimido em frente a ele, num processo chamado ablação. A alta velocidade produz calor e luz, mas essa energia dissipada diminui também sua velocidade. Quando ela fica abaixo da velocidade do som a onda de choque se acaba, o calor e a ablação também. Agora o meteorito cai mais lentamente, mas em geral ainda está na alta atmosfera.

Leva vários minutos até que ele finalmente atinja o chão, e enquanto cai a rocha esfria ainda mais. Lembre-se de que ela estava no espaço e seu núcleo ainda é bastante frio. Além disso a porção derretida já foi perdida durante o início da queda.

Tudo isso junto e o resultado é que a maioria dos meteoritos estão bem frios quando atingem o chão. Alguns já foram encontrados cobertos de gelo imediatamente após sua queda. A exceção fica por conta dos grandes meteoritos, é claro. Nesse caso o impacto com o solo dissipa grande quantidade de calor, que pode permanecer no local por horas.


« Espaçonave Terra


+ Asteróides perigosos
+ E se um asteróide colidir com a Terra?
+ A escuridão e a chuva de estrelas

Publicação em periódico impresso:
• Costa, J. R. V. Chuva de meteoros. Tribuna de Santos, Santos, 28 jul. 2003. Caderno de Ciência e Meio Ambiente, p. D-4.

Sobre esta página:
• Você está em zenite.nu?chuvasdemeteoros
• Última atualização em 28/03/2010 às 22h27min.



Astronomia no Zênite ©1999-2010. Todos os Direitos Reservados (sobre a reprodução deste artigo).



Página inicial Glossário Mapa do Zênite Créditos


Enviar por e-mail
Versão para impressão
Adicionar aos favoritos
Referenciar esse texto
Comente este artigo
Página de busca
Espaçonave Terra
Estações do ano
Fases da Lua
Atividade solar
Auroras
Previsão do tempo
Os planetas
Chuvas de meteoros
Dia juliano
Observação do céu

copyright autor do texto

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contador de visitas