sexta-feira, 20 de agosto de 2010

2599 - HISTÓRIA DO ÁTOMO

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O final do século XIX e o início do século XX foram muito produtivos no que diz respeito às descobertas que envolveram a estrutura atômica.

Em 1875 William Crookes fez experiências com descargas elétricas em gases, a pressões baixíssimas, e descobriu os chamados raios catódicos, que levaram à descoberta dos elétrons. Em 1895, o físico alemão Wilhelm Konrad Röntgen (1845-1923) introduziu modificações na Ampola de Crooks e conseguiu produzir os raios X ( assim chamados porque eram de natureza desconhecida). Röntgen verificou também que os raios X tornavam fluorescentes certas substâncias. Por suas descobertas, Röntgen foi agraciado, em 1901, com o primeiro Prêmio Nobel de Física.

A propósito, lembramos aqui que as substâncias fluorescentes e fosforescentes emitem luz após receberem energia, como, por exemplo, as radiações eletromagnéticas (luz, raios X, etc.). Cessando o fornecimento de energia as fluorescentes param imediatamente de emitir luz (como os letreiros nas estradas de rodagem), enquanto as fosforescentes continuam emitindo luz por mais algum tempo, durante segundos ou até mesmo alguns dias (como, por exemplo, os ponteiros luminosos dos relógios).

Em 1896, o químico francês Henri Antoine Becquerel (1852-1908) procurou estudar o caminho inverso àquele observado por Roentgen, isto é, se as substâncias fluorescentes ou fosforescentes seriam também capazes de emitir, por si próprias, os raios X. Ao usar o sulfato duplo de potássio e uranila,, Becquerel verificou que, ainda que permanecesse no escuro muitos dias (e, portanto, sem receber energia externa), essa substância conseguia emitir radiações que impressionavam chapas fotográficas mesmo quando envolvidas em papel preto. Sem dúvida, alguma emissão desconhecida estava saindo daquele sulfato, atravessando o papel e chegando até a chapa fotográfica. Essas emissões foram chamadas inicialmente de Raios de Becquerel e, posteriormente, de emissões radioativas ou radioatividade.

Posteriormente, o casal Marie e Pierre Curie verificou que todos os sais de urânio apresentavam a propriedade de impressionar chapas fotográficas; concluiu-se, então, que o responsável pelas emissões era o próprio urânio.

Extraindo e purificando o urânio do minério pechblenda –– proveniente da Tchecoslováquia, o casal Curie verificou que as impurezas eram mais radioativas que o próprio urânio; dessas impurezas, eles separaram, em 1898, um novo elemento químico, o polônio, 400 vezes mais radioativo que o urânio.

Novas separações e purificações feitas por Marie Curie levaram à descoberta do elemento químico rádio, 900 vezes mais radioativo que o urânio. Sua forte radioatividade faz com que o metal rádio apresente uma temperatura ligeiramente superior ao meio ambiente e também o torna luminescente (azulado) quando no escuro; além disso, o rádio torna fluorescente várias substâncias, como, por exemplo, ZnS, BaS, etc.

Raio X

Descoberta dos raios catódicos e os trabalhos posteriores de Crooks despertaram o interesse de um grande número de físicos no final do século XIX; entre eles, o alemão Wilhelm Konrad Röntgen (1845-1923).

Em um de seus experimentos com raios catódicos, Röntgen percebeu que um negativo de filme fotográfico virgem tinha sido sensibilizado, mostrando o fecho metálico de uma bolsa que estava colocada sobre o filme. A partir dessa observação acidental, ele propôs que, quando os raios catódicos se chocavam com vidro ou com metais, novos raios eram emitidos. Esses raios eram altamente energéticos e tinham a propriedade de sensibilizar até mesmo um filme fotográfico recoberto por papel preto. Experiências posteriores permitiram a Röntgen constatar que esses raios provocavam a fluorescência em alguns materiais, como no platinocianeto de bário. Como esses raios não eram desviados por um campo magnético, o cientista concluiu que eles não podiam ser partículas com cargas elétricas nem raios catódicos e denominou-os de raios X.

Atualmente, os raios X têm uma utilização importante: eles permitem que tenhamos uma visão do interior de nosso corpo, ajudando no diagnóstico e no tratamento de várias doenças e de fraturas ósseas.

Casal Marie e Pierre Curie

Pierre Curie nasceu em Paris em 15 de maio de 1859 e aí faleceu, vítima de um atropelamento, em 19 de abril de 1906. Em 1878, tornou-se assistente de laboratório da Sorbonne e dedicou-se ao estudo da cristalografia. Descobriu o fenômeno da piezoeletricidade, que é a produção de eletricidade por cristais quando comprimidos. Isso proporcionou a construção de aparelhos de medição elétrica de grande precisão. Em 1882 foi nomeado supervisor da Escola de Física e Química Industrial de Paris. Aí iniciou seus estudos sobre o magnetismo e a influência da temperatura nos materiais magnéticos. Em 25 de julho de 1895, casou-se com Marie Sklodowska, que se tornou conhecida como Madame Curie.

Marie Sklodowska Curie nasceu em Varsóvia, Polônia, em 7 de novembro de 1867 e faleceu em Sancellemoz, Suíça, em 4 de julho de 1934. Desde menina, demonstrou grande interesse pelo estudo das ciências. Após trabalhar arduamente como professora e governanta, conseguiu reunir algumas economias para, em 1891, partir para Paris e ingressar como estudante na Sorbonne, onde foi aluna de Pierre Curie. Enfrentando grandes dificuldades financeiras, estudou com afinco, até obter, em 1893, o diploma de doutora em Ciências Físicas, baseado no estudo das radiações de Becquerel. Em 1894, doutorou-se em Matemática. Em 1895, casou-se com Pierre Curie, do qual teve duas filhas - Irene (1897) e Eva (1904).

Trabalhando num galpão pobre, com poucos recursos, o casal Curie isolou, em 1898, um novo elemento químico, que foi denominado polônio, em homenagem à terra natal de Marie Curie; logo após o casal identificou o elemento rádio. Devido a esses trabalhos, o casal Curie recebeu, juntamente com Becquerel, o Prêmio Nobel de Física de 1903. O dinheiro do prêmio ajudou-os a equilibrar sua situação financeira. Os efeitos das radiações, desconhecidos na época, começaram, contudo, a minar a saúde do casal Curie.

Em 1904, Pierre Curie foi nomeado professor da Sorbonne, e Marie Curie, assistente-chefe do laboratório dirigido por seu marido. Após o duro golpe da morte de Pierre, por atropelamento, em 1906, Marie Curie foi indicada para substituí-lo - e tornou-se a primeira mulher a ser nomeada como professora da Sorbonne.

A partir desse momento, ela trabalhou arduamente à procura de novos elementos químicos; em 1910, conseguiu obter uma pequena quantidade de rádio puro no estado metálico. Como conseqüência, foi agraciada, em 1911, como o Prêmio Nobel de Química; até então, ninguém havia recebido duas vezes o Prêmio Nobel.

Em 1914, Marie Curie, juntamente com sua filha Irene Joliot Curie e seu genro Frederic Joliot, organizou o Instituto do Rádio, de Paris, que se tornou um grande centro de estudos da Física Nuclear e da Química.

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), Marie Curie dedicou-se a desenvolvimento dos raios X para assistir os feridos de guerra, junto às trincheiras.

Em maio de 1934, Marie Curie sentiu-se mal, deixou o trabalho, foi para casa e nunca mais se levantou da cama. Debilitada, com anemia profunda, praticamente cega, morreu pelo contato com a radioatividade, que ela estudara com tanto carinho durante seus 34 anos de pesquisa.

Urânio

Em 1896, o físico francês Antoine-Henri Becquerel, que se dedicava ao estudo das substâncias fluorescentes, percebeu que um sal de urânio (o : sulfato duplo de potássio e uranila) era capaz de sensibilizar não só o negativo de um filme fotográfico - mesmo quando esse filme era recoberto por papel preto -, mas também finas lâminas de metal. Isso ocorria mesmo quando o sal de urânio não era estimulado por luz solar nem por raios catódicos. Assim, Becquerel, o descobridor do urânio, percebeu que esse material emitia raios com propriedades semelhantes às dos raios X e a essa propriedade ele denominou radioatividade.

Em 1897, a química nascida na Polônia e naturalizada francesa, Marie Sklodowska Curie (1867 - 1934), ao estudar vários compostos de urânio, demonstrou que a intensidade da radiação emitida era proporcional à quantidade de urânio presente na amostra. Assim, ficou claro que a radiação provinha especificamente dos átomos de urânio, e Marie Curie concluiu que essas radiações eram um fenômeno atômico. Nesse mesmo ano, o físico inglês Ernest Rutherford criou uma aparelhagem para estudar essas radiações.

Nessa aparelhagem, as radiações eram emitidas pelo material radioativo, contido no interior de um bloco de chumbo, e submetidas a um campo eletromagnético.

Depois de passarem pelo campo, algumas dessas radiações tinham sua trajetória desviada em direção à placa carregada negativamente; portanto, deviam apresentar cargas positivas na sua composição e foram denominadas raios alfa (a ).

Outro feixe de radiações era atraído pela placa positiva; portanto, elas deviam apresentar cargas negativas e foram denominadas raios beta (b ). Como tanto os raios alfa quanto os raios beta sofriam a ação do campo magnético, Rutherford concluiu que eles eram constituídos por partículas, chamadas alfa e beta, respectivamente, e que elas apresentavam massa. Comparando o desvio sofrido pelas partículas, concluiu também que as partículas alfa possuíam massa muito maior e, posteriormente, ele descobriu que essas partículas alfa eram constituídas por 2 prótons e 2 nêutrons.

Em 1900, Becquerel comparou os desvios sofridos em um campo eletromagnético pelas partículas beta com aqueles sofridos pelos elétrons, descobertos em 1897 por Thomson. Dessa comparação, ele concluiu que as partículas beta e os elétrons eram iguais, ou seja, que os raios beta eram constituídos por elétrons. Até então, os elétrons eram associados à corrente elétrica; agora, eles também são associados aos átomos.

Nesse mesmo ano, o físico francês Paul Ulrich Villard, repetindo as experiências de Rutherford, percebeu a existência de outros raios que não eram afetados pelo campo eletromagnético. Esses raios não apresentavam nem carga nem massa, eram constituídos por ondas eletromagnéticas e foram denominados raios gama (g ). A radiação gama apresentava algumas semelhanças com os raios X, mas eram mais penetrantes, possuíam comprimento de onda menor e, por isso, mais energia.

Radiação

Existem na natureza alguns elementos fisicamente instáveis, cujos átomos, ao se desintegrarem, emitem energia sob forma de radiação. Dá-se o nome de radioatividade justamente a essa propriedade que tais átomos têm de emitir radiação.

O urânio-235, o césio-137, o cobalto-60 e o tório-232 são exemplos de elementos fisicamente instáveis ou radioativos. Eles estão em constante e lenta desintegração, liberando energia através de ondas eletromagnéticas (raios g ) ou partículas subatômicas com altas velocidades (partículas a , b e nêutrons). Esses elementos, portanto, emitem radiação constantemente.

A radioatividade foi descoberta pelos cientistas no final do século passado. Até aquela época predominava a idéia de que os átomos eram as menores partículas de qualquer matéria e eram semelhantes a esferas sólidas. A descoberta da radiação revelou a existência de partículas menores que o átomo: os prótons e os nêutrons, que compõem o núcleo, e os elétrons, que giram em torno do núcleo. Essas partículas, chamadas de subatômicas, movimentam-se com altíssimas velocidades. Descobriu-se também que os átomos não são todos iguais. O átomo do hidrogênio, por exemplo, o mais simples de todos, possui 1 próton e 1 elétron (e nenhum nêutron). Já o átomo do urânio-235 conta com 92 prótons e 143 nêutrons.

Os elementos radioativos são aqueles fisicamente instáveis, onde há um desequilíbrio na composição de elementos subatômicos e, como conseqüência disso, uma busca espontânea de equilíbrio através da desintegração ou emissão de energia.

Einstein

Albert Einstein (1879-1955) foi um físico e matemático alemão cuja teoria da relatividade espacial mudou as idéias sobre o espaço, o tempo e a natureza do universo. Em 1905, ele utilizou com sucesso a teoria quântica para explicar o efeito fotoelétrico, recebendo por isso o Prêmio Nobel de Física de 1921. Ainda em 1905, apresentou a teoria especial da relatividade, descrevendo os efeitos do movimento na forma de valores observados de comprimento, massa e tempo. Uma conseqüência dessa teoria é que a massa, m, é equivalente à energia, E, um conceito expresso pela equação, E=mc² onde c é a velocidade da luz. Essa é a base de todos os cálculos da energia liberada por reações nucleares. Ele expandiu suas idéias na teoria geral da relatividade, publicada em 1915, que é centrada na gravitação e nos efeitos do movimento acelerado. Sendo judeu, foi perseguido pelos nazistas e em 1932 teve de deixar a Alemanha. Depois de uma rápida passagem pela Inglaterra, fixou-se nos Estados Unidos e posteriormente tornou-se cidadão americano. Passou seus últimos anos tentando desenvolver uma grande teoria unificada - um único sistema matemático que incorporasse as leis da gravitação e do eletromagnetismo.

O Lado Útil

A radioatividade quando utilizada de forma controlada, pode trazer muitos benefícios para o homem. Hoje em dia ela é utilizada sob três formas básicas:

1- Uso da energia do núcleo do átomo;

2- Uso das radiações que têm a capacidade de atravessar a matéria e velar filmes (raios- X);

3- Uso da capacidade (Radioterapia ou esterilização de material médico);

Ao mesmo tempo em que as radiações podem trazer benefícios para a humanidade, também podem trazer malefícios como, por exemplo, a bomba atômica.

A Área que mais utiliza a radiação hoje em dia é a medicina, como na radiologia, na radioterapia e na medicina molecular.

A mais antiga e difundida área desta utilização é a radiologia, que estuda como se faz e interpreta a radiografia.

As radiografias não afetam a saúde da pessoa irradiada devido ao curto espaço de tempo em que a pessoa é exposta à radiação e também que este não constitui um ato rotineiro. Mesmo assim, mulheres no primeiro trimestre da gravidez devem evitar a exposição aos raios X.

A radioterapia e a medicina nuclear constituem uma outra área de atuação da medicina com o uso da radiação.

A radioterapia é destinada principalmente ao controle do câncer, uma vez que a radiação penetra no corpo e atinge tumores malignos. Na radioterapia o paciente fica exposto mais tempo à radiação e uma alta dose é dirigida à região a ser tratada. A radioterapia tem como principal objetivo a agressão de tecidos do corpo humano, no caso, os tumores

O objetivo da medicina nuclear visa o diagnóstico. Na medicina nuclear substâncias radioativas são injetadas pela veia do paciente, e, tempo depois este é colocado sob equipamentos que medem a radioatividade da droga injetada e que foi absorvida por certos órgãos do corpo. Assim é possível fazer um mapeamento de órgãos, dependendo do tipo de material injetado.

Na indústria alimentícia utilizam-se radiações de alta energia, evitando que frutas se estraguem mais rapidamente ou brotem ramificações, e assim possam ser armazenadas por maiores períodos de tempo.

A radiação, por atacar microorganismos, também é utilizada na esterilização de materiais.

Os Efeitos da Radioatividade no Ser Humano

Ser atingido por radiação é algo sutil e impossível de ser percebido imediatamente, já que no momento do impacto não ocorre dor ou lesão visível. Bem diferente de ser atingido por uma bala de revólver, por exemplo, cujo efeito destrutivo é sentido e constatado na hora.

A radiação ataca as células do corpo individualmente, fazendo com que os átomos que compõe essas células sofram alterações em sua estrutura. Eles podem perder elétrons (partículas com carga elétrica negativa) e as ligações químicas podem ser alteradas afetando o funcionamento das células. Isso, por sua vez, provoca com o tempo conseqüências biológicas no funcionamento do organismo como um todo, que podem ser pequenas ou graves. Algumas podem ser percebidas a curto prazo, outras a longo prazo; às vezes somente nos descendentes (filhos, netos) da pessoa que sofreu alguma alteração genética induzida pela radioatividade.

Polônio

a experiência de Rutherford, as partículas a , emitidas em alta velocidade pelo polônio, haviam conseguido penetrar no núcleo do nitrogênio transformando-o em oxigênio, com a sobra de um próton. Esse fato pode ser traduzido pela seguinte equação de transmutação.

A Energia Nuclear

o momento em que Einstein enunciou a lei segundo a qual há uma equivalência entre massa e energia, isto é, que se pode obter energia a partir da aniquilação de uma substância, ele desvendou a possibilidade de utilização da energia contida no núcleo do átomo. Efetivamente, quando o núcleo do átomo pesado, como o urânio ou o plutônio, é rompido para produzir núcleos de elementos mais leves, ele emite partículas denominadas nêutrons, que se deslocam com altíssimas velocidades, colidindo com outros núcleos e provocando novos rompimentos ou fissões. Propaga-se, assim, uma reação em cadeia, envolvendo um número cada vez maior de átomos e liberando uma quantidade cada vez maior de energia. A energia desprendida de cada núcleo é muito pequena; porém, dado o número imensamente grande de átomos contidos em uma pequena quantidade de matéria, esta, ao ser destruída, desprende quantidades incomensuráveis de energia útil.

Entretanto as partículas emitidas em grande quantidade e em altas velocidades pelos núcleos destruídos são capazes de transferir certas quantidades de sua energia para as substâncias com as quais tomem contato no seu trajeto, isto é, são capazes de transmitir radioatividade. Assim sendo, um reator nuclear, ao mesmo tempo em que gera energia, na forma de calor, para aquecer uma caldeira, produz também uma certa quantidade de resíduos altamente radioativos, que recebem o nome popular de lixo atômico. Esse lixo atômico é constituído de elementos tais como estrôncio, césio, iodo, criptônio, alumínio, cobalto e vários outros tornados radioativos por efeito das irradiações ocorridas durante o processo de fissão e operação de reator nuclear. Alguns deles, permanecem radioativos - isto é, emitindo radiações - durante centenas de anos, como é o caso do estrôncio e do césio.

Tais radiações são nocivas aos seres vivos. O grau de nocividade depende do tipo de radiação, da profundidade de sua penetração no organismo, do tamanho do ser vivo exposto à radiação e o tempo de exposição. Além de vários tipos de lesões que podem ser produzidas nas células e tecidos vivos, essas energias radiantes podem também causar interferência nas estruturas responsáveis pelos mecanismos hereditários, produzindo esterilidade ou câncer, resultantes de alterações no padrão de reprodução celular.

Consequentemente, persistem ainda grandes dúvidas sobre o grau de segurança oferecido pelo aproveitamento da energia do átomo, dúvidas essa, que foram acentuadas por alguma acidentes ocorridos em grandes centrais nucleares. Entre essas, destaca-se o desastre ocorrido em Chernobyl, na URSS, comprometendo a saúde e mesmo a sobrevivência de grande número de pessoas que viviam nas suas imediações e exigindo o desencadeamento de um processo de vigilância de níveis de radioatividade em enormes quantidades de alimentos - como carne, leite ou vegetais - em uma área muito grande a partir do local do acidente. Ainda hoje, passados já alguns anos da ocorrência do desastre, grandes quantidades de alimento tem de ser descartadas por estarem comprometidas.

À medida que os países (são cerca de 30 os que possuem instalações nucleares) adquirem maior experiência, aperfeiçoam o desempenho de seus reatores e trocam informações entre si, há uma tendência ao aumento do grau de segurança dessas instalações, a ponto de se poder admitir, hoje, que a probabilidade de ocorrência de novos desastres é extremamente baixa. Porém, tendo em vista a natureza e o extraordinário grau de impacto sobre o meio ambiente, pela imensa liberação de energias que pode ser produzida na explosão de uma dessas instalações, é necessário que a probabilidade se aproxime de zero, para poder ser aceita tranqüilamente pela sociedade.

Entretanto, não é apenas no caso de ocorrem acidentes que o processo de geração de energia nuclear ameaça o meio ambiente. As usinas nucleares existentes (cerca de 500, em todo mundo), já produziram, em apenas três décadas de funcionamento contínuo, várias toneladas de rejeitos altamente radioativos, segundo a Comissão Mundial Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, da Organização da Nações Unidas. E, segundo esta mesma Comissão, o problema da disposição desses rejeitos, continua sem solução, apesar do alto grau de sofisticação atingidos pelas tecnologias empregadas.

Os métodos utilizados consistem basicamente m procurar isolar o material radioativo do contato com o meio ambiente. Esse isolamento é feito mediante encerramento dos materiais em grandes "cofres" de aço ou cimento e de chumbo, e colocação em locais onde possam permanecer armazenados por várias centenas de anos. Esses locais podem ser minas abandonadas, poços profundos ou fossas existentes no fundo dos oceanos. Entretanto essas técnicas ainda não foram suficientemente testadas, em larga escala, para se saber de sua eficácia a prazos longos.

Diante disso, muitos técnicos manifestam uma posição de pessimismo ou pelo menos prudência em relação ao uso da energia de fissão, afirmando que há problemas demais sem solução e que são muitos os riscos para que a sociedade pense num futuro nuclear. Essas opiniões, associadas a um alto grau de ansiedade popular de alguns países, agravadas ainda pelos acidentes ocorridos - principalmente o de Chernobyl, cuja nuvem radioativa atingiu vários países da Europa - fazem com que a Austrália, Áustria, Dinamarca, Luxemburgo, Nova Zelândia, Noruega, Suécia e Irlanda observam algumas restrições quanto à política nuclear. Outros, como a Finlândia, Holanda, Itália, Iugoslávia e Suíça, estão reexaminando suas posições.

Por outro lado, muitos países continuam desenvolvendo e até incrementando seus programas nucleares. Na França, em 1985, 65% da energia gerada era fonte de energia nuclear, assim como 42% da energia gerada na Suécia, 31% da República Federal da Alemanha, 23% do Japão ( o país que foi duramente castigado pelas bombas atômicas na II Guerra Mundial), e assim por diante.
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