segunda-feira, 16 de agosto de 2010

2582 - O SETECENTISMO

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Brasil em Resumo

Educação e Cultura

Sistema Educacional

O sistema educacional brasileiro inclui tanto instituições públicas (federais, estaduais e municipais) como instituições privadas, que também podem receber verbas públicas. A educação pública é gratuita em todos os níveis.

O sistema de ensino no Brasil é organizado em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. O Governo Federal, representado pelo Ministério da Educação (MEC), organiza e financia o sistema federal de ensino e presta assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade compulsória, isto é, os oito anos do ensino fundamental. Fazem parte do sistema federal as universidades, as instituições de ensino superior isoladas, centros federais de educação média tecnológica e uma rede de escolas técnicas agrícolas e industriais em nível de 2° grau. Além da responsabilidade direta pela rede de ensino superior, o Governo Federal é também responsável pelo programa nacional de apoio à pós-graduação.

O sistema de ensino administrado pelos Estados é constituído por creches, pré-escolas, escolas de 1° grau, escolas de 2° grau e, em alguns Estados, universidades. Há uma tendência para que o 2° grau fique cada vez mais sob a responsabilidade dos Estados, e que creches e pré-escolas fiquem com os Municípios.

Os Municípios atuam prioritariamente no ensino pré-escolar e fundamental. Estão incluídos nesses sistemas de ensino creches, pré-escolas, escolas de ensino fundamental (principalmente aquelas localizadas no meio rural) e, em poucos Municípios, escolas de 2° grau.

Do ponto de vista administrativo, cada sistema de ensino é regulado por um órgão normativo e gerido por um órgão executivo central. Assim, no plano federal, as normas de funcionamento são estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação. Em cada Estado e no Distrito Federal, as funções normativas são de responsabilidade do respectivo Conselho Estadual de Educação (CEE), e as funções administrativas e de fiscalização do ensino privado de 1° e 2° graus são exercidas pela respectiva Secretaria Estadual de Educação (SEE). Ao nível de Município, são os Conselhos Municipais de Educação (e, na ausência deste, o respectivo CEE) e as Secretarias ou Departamentos de Educação que exercem, respectivamente, as funções normativas e administrativas. Cada sistema possui autonomia no que se refere à contratação de professores e funcionários e à administração de seus recursos.

Dados do Ministério da Educação (1999) indicam a existência de 54 milhões de estudantes matriculados no sistema educacional brasileiro, incluindo escolas pré-primárias, classes de alfabetização, ensino fundamental, ensino médio, ensino superior e pós-graduação. O País contava em 1998 com 973 instituições de ensino superior (IES). As demais pertencem a entidades confessionais, grupos privados e instituições não-governamentais de natureza diversa. As universidades somam 153 em todo o País.

Além de completar o 2° grau, o aluno que quiser entrar na universidade deve ser aprovado em um exame de seleção chamado concurso vestibular. As chances de um aluno ser aprovado no exame de seleção dos cursos mais pestigiosos das universidades públicas dependem, no entanto, não só da conclusão com sucesso do curso de 2° grau, mas também da qualidade da escola em que ele o cursou. Uma das prinicpais mudanças instituídas pela Lei de Diretrizes e Bases, aprovada em 1996 e responsável por grandes mudanças no setor educacional brasileiro, é a não obrigatoriedade do vestibular como única forma de seleção dos candidatos a curso superior, embora o vestibular ainda seja a maneira mais utilizada para avaliação dos candidatos. Entre as diversas fórmulas alternativas em teste, o Programa de Avaliação Seriada (PAS), utilizado há 4 anos pela Universidade de Brasília (UnB), se destaca. O método seleciona os candidatos por suas notas ao fim de cada uma das três séries do ensino médio.

Um levantamento feito em 1995 pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que o governo brasileiro gasta em educação o mais alto percentual dos países latino-americanos que participaram do estudo – Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e México – 5%. Este perentual é comparável aos investimentos de apíses desenvolvidos, como Estados Unidos, Suíça, França, Alemanha, Canadá e Austrália. A meta estabelecida pelo MEC é aplicar no próximo ano 6% do seu PIB em educação, o que significa que a cada 16 reais gerados em riqueza no país, 1 real será destinado à educação.

Literatura

A ficção, a poesia e o romance respondem por aproximadamente metade da produção literária da América Latina, tomando-se por base o número de títulos publicados.

A literatura brasileira tem sua história dividida em duas grandes eras, que acompanham a evolução política e econômica do País: a Era Colonial e a Era Nacional, separadas por um período de transição, que corresponde à emancipação política do Brasil.

A Era Colonial abrange o Quinhentismo (de 1500, ano do descobrimento, a 1601), o Seiscentismo ou Barroco (de 1601 a 1768), o Setecentismo (de 1768 a 1808) e o período de Transição (de 1808 a 1836). A Era Nacional, por sua vez, envolve o Romantismo (de 1836 a 1881), o Realismo (de 1881 a 1893), o Simbolismo (de 1893 a 1922) e o Modernismo (de 1922 a 1945). A partir de então, entra-se na fase da contemporaneidade da literatura brasileira.

Quinhentismo

Essa expressão é a denominação genérica de todas as manifestações literárias ocorridas no Brasil durante o século XVI, correspondendo à introdução da cultura européia em terras brasileiras. No Quinhentismo, o que se demonstrava era o momento histórico vivido pela Península Ibérica, que abrangia uma literatura informativa e uma literatura dos Jesuítas, como principais manifestações literárias no século XVI. A literatura informativa, também chamada de literatura dos viajantes ou dos cronistas, reflexo das grandes navegações, empenhava-se em fazer um levantamento da terra nova, de sua flora, fauna e de sua gente. É, portanto, uma literatura meramente descritiva e, como tal, sem grande valor literário. O melhor exemplo da escola quinhentista brasileira é Pero Vaz de Caminha, que escreveu a "Carta a El Rei Dom Manuel sobre o achamento do Brasil". O texto, além de seu inestimável valor histórico, é um trabalho de bom nível literário, que mostra o duplo objetivo dos portugueses em suas aventuras marítimas: a conquista dos bens materiais e a dilatação da fé cristã.

A principal preocupação dos jesuítas era com o trabalho de catequese, objetivo que determinou toda a sua produção literária. Mesmo assim, do ponto de vista estético, é considerada a melhor produção literária do Quinhentismo brasileiro. Além da poesia de devoção, os jesuítas cultivaram o teatro de caráter pedagógico, baseado em trechos bíblicos, e as cartas que informavam aos superiores na Europa sobre o andamento dos trabalhos na colônia. Seu principal representante foi o Padre José de Anchieta (1534-1597), que veio para o Brasil em 1553 e, no ano seguinte, fundou um colégio no planalto paulista, a partir do qual surgiu a cidade de São Paulo. Ao realizar exaustivo trabalho de catequese, José de Anchieta deixou grande herança literária: a primeira gramática do tupi-guarani; várias poesias no estilo do verso medieval; e diversos autos, segundo modelo deixado pelo poeta português Gil Vicente, que agrega à moral religiosa católica os costumes dos indígenas, sempre com a preocupação de caracterizar os extremos, como o bem e o mal, o anjo e o diabo.

Barroco

O Barroco no Brasil tem seu marco inicial em 1601, com a publicação do poema épico "Prosopopéia", de Bento Teixeira (1561-1600), que introduz o modelo da poesia camoniana em nossa literatura. Uma das principais referências do Barroco brasileiro é Gregório de Matos Guerra (1623-1696), poeta baiano que cultivou com a mesma beleza tanto o estilo cultista (linguagem rebuscada, extravagante) quanto o conceptista (linguagem que explora o jogo de idéias, de conceitos). Embora Gregório de Matos tenha mexido com as estruturas morais da época e a tolerância de muita gente, ninguém angariou tantas críticas e inimizades quanto o Padre Antonio Vieira (1608-1697), autor de invejável volume de obras literárias, inquietantes para os padrões da época. Politicamente, Vieira tinha contra si a pequena burguesia cristã (por defender o capitalismo judaico e os cristãos-novos); os pequenos comerciantes (por defender o monopólio comercial); e os administradores e colonos (por defender os índios). Essas posições, principalmente a defesa dos cristãos-novos, custaram a Vieira uma condenação da Inquisição, tendo ficado preso de 1665 a 1667. A obra do Padre Antonio Vieira pode ser dividida em três tipos de trabalhos: profecias, cartas e sermões.

O termo Barroco denomina genericamente todas as manifestações artísticas dos anos de 1600 e início dos anos de 1700. Além da literatura, estende-se à música, pintura, escultura e arquitetura da época.

Arcadismo (Setecentismo)

O Arcadismo no Brasil começa no ano de 1768, com dois fatos marcantes: a fundação da Arcádia Ultramarina e a publicação de "Obras", de Cláudio Manuel da Costa (1729-1789). A escola setecentista desenvolve-se até 1808, com a chegada da Família Real ao Rio de Janeiro que, com suas medidas político-administrativas, permite a introdução do pensamento pré-romântico no Brasil. Pode-se dizer que a falta de substitutos para o padre Antonio Vieira e Gregório de Matos, mortos nos últimos cinco anos do século XVII, foi também um aspecto motivador do surgimento do Arcadismo no Brasil. Suas características no País seguiram a linha européia, com a volta aos padrões clássicos da Antigüidade e do Renascimento; a simplicidade; a poesia bucólica, pastoril; o fingimento poético e o uso de pseudônimos. Quanto ao aspecto formal, a escola é marcada pelo soneto, os versos decassílabos, a rima optativa e a tradição da poesia épica. O Arcadismo tem como principais nomes: Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antonio Gonzaga (1744-1810), José de Santa Rita Durão (1722-1784) e Basílio da Gama (17401795).

Romantismo

O Romantismo tem início no Brasil em 1836, quando Gonçalves Magalhães (1811-1882) publica na França a "Niterói - Revista Brasiliense" e, no mesmo ano, lança o livro de poesias românticas intitulado "Suspiros poéticos e saudades". Podem ser identificadas três gerações no Romantismo brasileiro: geração nacionalista ou indianista, geração do "mal do século" e geração condoreira. A primeira é marcada pela exaltação da natureza, volta ao passado histórico, medievalismo, criação do herói na figura do índio, sentimentalismo e religiosidade, destacando-se Gonçalves de Magalhães e Gonçalves Dias (1823-1864) como seus principais autores. A segunda, também chamada geração byroniana é impregnada de egocentrismo, negativismo boêmio, pessimismo, dúvida, desilusão adolescente e tédio constante. Seu tema preferido é a fuga da realidade, que se manifesta na idealização da infância, nas virgens sonhadas e na exaltação da morte. Os principais poetas dessa geração foram Álvares de Azevedo (1831-1852), Casimiro de Abreu (1839-1860), Junqueira Freire (1832-1855) e Fagundes Varela (1841-1875). A geração condoreira caracteriza-se pela poesia social e libertária e reflete as lutas internas da segunda metade do reinado de D. Pedro II. O termo condoreirismo é conseqüência do símbolo de liberdade adotado pelos jovens românticos: o condor, pássaro que habita o alto da cordilheira dos Andes. Seu principal representante foi Castro Alves (1847-1871), seguido por Tobias Barreto (1837-1889) e Sousândrade (Joaquim de Sousa Andrada, 1833-1902) .

Duas outras variações literárias do Romantismo merecem destaque: a prosa e o teatro romântico. Cronologicamente, o primeiro romance brasileiro foi "O filho do pescador", publicado em 1843, de autoria de Teixeira de Souza (1812-1881). Mas, por se tratar de um romance sentimentalóide, de trama confusa e que não serviu para definir as linhas que o romance romântico seguiria na literatura brasileira, considera-se "A moreninha", de Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), publicado em 1844, como o primeiro romance brasileiro. Entre os principais autores do Romantismo em prosa brasileiros encontram-se Bernardo Guimarães (1825-1884), Franklin Távora (1842-1888), José de Alencar (1829-1877), Manuel Antônio de Almeida (1831-1861) e Alfredo D’Escragnolle Taunay, o Visconde de Taunay. No teatro, destacam-se Martins Pena (1815-1848) e Paulo Eiró (1836-1871).

Realismo e Naturalismo

O Realismo reflete as profundas transformações econômicas, políticas, sociais e culturais da segunda metade do século XIX. O Brasil também passou por mudanças radicais tanto no campo econômico quanto no político-social, no período compreendido entre 1850 e 1900, embora com profundas diferenças materiais, se comparadas às da Europa. A expressão Realismo é uma denominação genérica da escola literária, que abriga três tendências distintas: "romance realista", "romance naturalista"e "poesia parnasiana".

Considera-se 1881 como o ano inaugural do Realismo no Brasil, com a publicação de dois romances fundamentais, que modificaram o curso da literatura brasileira: "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de autoria de Machado de Assis (1839-1908), o primeiro romance realista de nossa literatura e "O mulato", de Aluízio de Azevedo (1857-1913), considerado o primeiro romance naturalista do Brasil. O romance realista foi exaustivamente cultivado no Brasil por Machado de Assis, um dos mais importantes escritores brasileiros. Suas principais obras incluem também "Quincas Borba", "Dom Casmurro" e "Esaú e Jacó". Trata-se de uma narrativa mais preocupada com a análise psicológica, fazendo crítica à sociedade a partir do comportamento de determinados personagens.

A narrativa naturalista é marcada pela forte análise social, a partir de grupos humanos marginalizados, valorizando o coletivo. Tal estilo foi cultivado no Brasil por Aluísio Azevedo e Júlio Ribeiro (1845-1890). Destacam-se ainda entre os naturalistas os escritores Adolfo Caminha (1867-1897), Domingos Olímpio (1850-1906), Inglês de Sousa (1853-1918) e Manuel de Oliveira Paiva (1861-1892). Raul Pompéia (1863-1895) também pode ser incluído nessa relação, mas seu caso é muito particular, pois seu romance "O Ateneu" ora apresenta características naturalistas, ora realistas, ora impressionistas.

Parnasianismo

O Parnasianismo é a manifestação poética do Realismo, embora ideologicamente não mantenha todos os pontos de contato com os romancistas realistas e naturalistas. Seus poetas estavam à margem das grandes transformações do final do século XIX e início do século XX. A poesia parnasiana preocupa-se com a forma e a objetividade, sendo sua forma fixa representada pelos sonetos com rima rica, métrica e perfeita. Entre os principais autores parnasianos encontram-se Olavo Bilac (1865-1918), chamado o "Príncipe dos Poetas", Raimundo Correa (1859-1911), Vicente de Carvalho (1866-1924) e Alberto de Oliveira (1857-1937).

Simbolismo

O Simbolismo, em termos genéricos, reflete um momento histórico complexo, que marcaria a transição para o século XX e a definição de um novo mundo, consolidado a partir da segunda década deste século. Tem início no Brasil em 1893, com a publicação de dois livros: "Missal" (prosa) e "Broquéis" (poesia), ambos do poeta Cruz e Sousa (1863-1898). O início do Simbolismo não pode ser entendido como o fim da escola anterior, o Realismo, pois no final do século XIX e início do século XX três tendências caminhavam paralelas: Realismo, Simbolismo e Pré-modernismo. Foi a Semana de Arte Moderna, em 1922, que traçou, de forma definitiva, novos rumos para a literatura do Brasil. Além de Cruz e Sousa, também se destaca o escritor Alphonsus de Guimarães (1870-1921), como representante dessa fase da literatura brasileira.

Pré-modernismo, Modernismo e Pós-modernismo

Apesar de não constituir o pré-modernismo uma escola literária, por apresentar individualidades muito fortes e estilos às vezes antagônicos, como é o caso de Euclides da Cunha (1866-1909) e Lima Barreto (1881-1922), percebe-se alguns pontos comuns entre as principais obras pré-modernistas: eram inovadoras, apresentando ruptura com o passado e com o academicismo; primavam pela denúncia da realidade brasileira; acentuavam o regionalismo; difundiam os tipos humanos marginalizados - o sertanejo nordestino, o caipira, os funcionários públicos, o mulato; e traçaram uma ligação entre os fatos políticos, econômicos e sociais contemporâneos, aproximando a ficção da realidade. Pode-se dizer que essa fase começou em 1902, com a publicação de dois livros: "Os sertões", de Euclides da Cunha, e "Canaã", de Graça Aranha (1868-1931). Os escritores desse período acabaram produzindo uma redescoberta do Brasil, mais próxima da realidade, e pavimentaram o caminho para o período literário seguinte, o Modernismo, iniciado em 1922, que acentuou de vez a ruptura com o que até então se conhecia como literatura brasileira. Além dos autores já citados, também se destacam Monteiro Lobato (1882-1948), Augusto dos Anjos (1884-1914) e Raul de Leoni (1895-1926), como expoentes dessa fase da literatura brasileira.

O Modernismo, como tendência literária, ou estilo de época, teve seu prenúncio com a realização da Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922. Idealizada por um grupo de artistas, a Semana pretendia colocar a cultura brasileira a par das correntes de vanguarda do pensamento europeu, ao mesmo tempo que pregava a tomada de consciência da realidade brasileira.

Em sua primeira fase, que abrange o período de 1922 a 1930, o movimento modernista se apresenta mais radical. Ao mesmo tempo que procura o moderno, o original e o polêmico, o nacionalismo se manifesta em suas múltiplas formas. Entre os principais autores dessa primeira fase do Modernismo, que continuariam a produzir nas décadas seguintes, destacam-se Mário de Andrade (1893-1945), Oswald de Andrade (1890-1954), Manuel Bandeira (1886-1968), Antônio de Alcântara Machado (1901-1935), Cassiano Ricardo (1895-1974), Guilherme de Almeida (1890-1969), Menotti Del Picchia (1892-1988) e Plínio Salgado (1901-1975). Em sua segunda fase, no período que vai de 1930 a 1945, o movimento registrou a estréia de alguns dos nomes mais significativos da poesia e da prosa brasileira. Na poesia destacam-se Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), Cecília Meirelles (1901-1964), Murilo Mendes (1901-1975), Jorge de Lima (1895-1953), Vinícius de Moraes (1913-1980) e Augusto Frederico Schmidt (1906-1965). Na prosa, Érico Veríssimo (1905-1975), Graciliano Ramos (1892-1953), Jorge Amado (1912), José Lins do Rego (1901-1957), Marques Rebelo (1907-1973) e Rachel de Queiroz (1910), entre outros.

O Pós-Modernismo se insere no contexto dos extraordinários fenômenos sociais e políticos de 1945, o ano que assistiu ao fim da Segunda Guerra Mundial e ao início da Era Atômica. O mundo passa a acreditar numa paz duradoura, mas logo depois se inicia a Guerra Fria. A prosa brasileira, tanto nos romances como nos contos, aprofunda a tendência em busca de uma literatura intimista, de sondagem psicológica, introspectiva, com destaque para Clarice Lispector (1925-1977). Ao mesmo tempo, o regionalismo adquire uma nova dimensão, com a produção fantástica de João Guimarães Rosa (1908-1967) e sua recriação dos costumes e da fala sertaneja, penetrando fundo na psicologia do jagunço do Brasil central. Na poesia, ganha corpo, a partir de 1945, uma geração de poetas que se opõe às conquistas e inovações dos modernistas de 1922. Essa geração de escritores negou a liberdade formal, as ironias e as sátiras modernistas e partiu para uma poesia mais equilibrada e séria. A preocupação primordial era quanto ao restabelecimento da forma artística e bela. Esse grupo, chamado de Geração de 45, era formado, entre outros poetas, por Lêdo Ivo (1924), Péricles Eugênio da Silva Ramos (1919) e Geir Campos (1924). O final dos anos 40, no entanto, revelou um dos mais importantes poetas da nossa literatura, não filiado esteticamente a qualquer grupo e aprofundador das experiências modernistas anteriores: João Cabral de Melo Neto (1920). Contemporâneos dele, e com alguns pontos de contato com sua obra, destacam-se Ferreira Gullar (1930) e Mauro Mota (1912-1984).

Produção Contemporânea

Compõe-se das obras e movimentos literários surgidos nas décadas de 60 e 70 que refletiram um momento histórico caraterizado inicialmente pelo autoritarismo, por rígida censura e enraizada autocensura, mas de produção cultural bastante intensa em todos os setores. Na poesia percebe-se a preocupação em manter uma temática social e um texto participante. No romance, ao lado da produção de Jorge Amado e Érico Veríssimo, manteve-se o regionalismo de Mário Palmério (1916-1994), Bernardo Élis, Antonio Calado (1917), Josué Montello (1917), José Cândido de Carvalho (1914) e José Mauro de Vasconcelos (1920-1984). Destacam-se ainda com importantes produções literárias contemporâneas os escritores Adélia Prado (1936), Augusto Boal (1931), Augusto de Campos (1931), Autran Dourado (1926), Caio Fernando Abreu (1948-1996), Carlos Heitor Cony (1926), Chico Buarque de Holanda (1944), Dalton Trevisan (1925), Décio Pignatari (1927), Dias Gomes (1922), Domingos Pellegrini Jr. (1949), Eduardo Alves da Costa (1936), Edla van Steen, Esdras do Nascimento (1934), Fernando Sabino (1923), Geraldo Ferraz (1906-1979), Gianfrancesco Guarnieri (1934), Haroldo de Campos (1929), Hilda Hilst (1930), Ignácio de Loyola Brandão (1937), João Ubaldo Ribeiro (1941), José Lino Grünewald (1931), José J. Veiga (1915), José Paulo Paes (1916), Lourenço Diaféria (1933), Luiz Fernando Veríssimo (1936), Luiz Villela (1943), Lia Luft (1938), Lygia Fagundes Telles (1923), Márcio Souza (1946), Marina Colassanti (1937), Mário Chamie (1933), Mário Quintana (1906-1994), Mauro Gama (1938), Millôr Fernandes (1924), Moacyr Scliar (1916), Nélida Piñon (1935), Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974), Osman Lins (1924-1978), Paulo Leminski (1944-1989), Paulo Mendes Campos (1922), Pedro Nava (1903-1984), Plínio Marcos (1935), Renata Pallotini (1931), Ricardo Ramos (1929), Ronaldo Azeredo (1937), Rubem Braga (1913-1990) Rubem Fonseca (1925), Samuel Rawet (1929-1984), Stanislaw Ponte Preta (Sergio Porto, 1923-1968), Thiago de Mello (1926).

Vale ressaltar ainda o trabalho do sociólogo Gilberto Freire (1900-1987), mestre em estilo e pioneiro da escola de sociólogos brasileiros, que foi o autor da obra "Casa-Grande e Senzala", estudo que demonstra grande percepção da sociedade brasileira.

Música

As origens do Brasil - os índios com suas flautas de bambu, os portugueses com seus cantores e violeiros e os Africanos com seus variados e vibrantes ritmos - fizeram-no um país musical. Desde as composições clássicas de Villa-Lobos e os sons mais suaves da Bossa Nova, até as batidas contagiantes do samba, o Brasil desenvolveu uma música de impressionante sofisticação, qualidade e diversidade.

Quando os padres jesuítas chegaram pela primeira vez ao Brasil, encontraram índios que executavam músicas e danças ritualísticas, acompanhados por instrumentos rudimentares de percussão e sopro. Utilizaram a música para catequisar os índios, trocando as palavras originais das canções por palavras religiosas e usando a linguagem tupi-guarani. Introduziram também o canto gregoriano, ensinaram a tocar flauta, instrumentos de arco e clavicórdio. A música acompanhava as cerimônias sacras que aconteciam nas vilas e nas praças das Igrejas.

A música africana foi introduzida durante o primeiro século da Colônia e enriquecida pelo seu contato com a música ibérica. Um dos mais importantes tipos de música usados pelos escravos negros era a dança cômica chamada lundu. Durante muito tempo, esse tipo de música foi uma das expressões musicais populares típicas, sendo inclusive cantada na corte portuguesa durante o século XIX. Na segunda metade do século XVIII e durante o século XIX, a canção romântica conhecida como "modinha" tornou-se bastante popular e era cantada tanto nos salões brasileiros como na Corte Portuguesa. Não se sabe se a modinha nasceu no Brasil ou em Portugal.

Havia escolas de música na Bahia desde o século XVII e músicas religiosas eram tocadas nas Igrejas em toda a Colônia. Como aconteceu também com outras formas de arte, a atividade musical intensificou-se com a chegada da Família Real, em 1808. O Rei D. João VI, um amante da música, mandou vir da Europa o compositor Marcos Portugal e Sigismund von Neukomm, um pianista austríaco, aluno de Haydn. Músicos locais também atraíram a atenção do Rei, como José Maurício Nunes Garcia (1767-1830), notável improvisador ao órgão e clavicórdio. D. João VI o designou Inspetor da Capela Real, um corpo de músicos do qual faziam parte mais de cem instrumentistas e cantores, muitos deles estrangeiros.

Ao final do século, o compositor Carlos Gomes (1836-1896), nascido na cidade de Campinas, estado de São Paulo, produziu várias óperas no então predominante estilo italiano, destacando-se "O Guarani", baseada no famoso romance de José de Alencar sobre um vilão da Colônia que provocou um ataque de índios com a finalidade de ganhar o tesouro e a mão da filha de um nobre português. Brasílio Itiberê (1848-1913) foi o primeiro compositor brasileiro a usar um motivo popular nacional em música erudita. Sua composição de 1869, "A Sertaneja", foi executada por Franz Liszt e continuou presente nos repertórios de piano.

Da mesma forma que aconteceu na literatura e na pintura, a Semana de Arte Moderna, em 1922, revolucionou a música brasileira e trouxe aceitação à safra de novos compositores. Liderados por Heitor Villa-Lobos (1887-1959), introduziram técnicas de "avant-garde" da Europa e assumiram o desafio de transplantar as melodias e ritmos folclóricos brasileiros para composições sinfônicas. Suas músicas freqüentemente incorporavam diversos instrumentos musicais populares em orquestras clássicas.

Após algum tempo, duas tendências principais passaram a ser identificadas na música brasileira. O escritor Mário de Andrade defendeu que os compositores deveriam buscar inspiração na vida nacional, com ênfase especial na música folclórica brasileira. O compositor Camargo Guarnieri, um adepto de Andrade, encabeçou a criação da escola musical conhecida como "nacionalista". Outros compositores que se juntaram a esse grupo incluem Luciano Gallet (1893-1931), Oscar Lorenzo Fernandez (1897-1948); Francisco Mignone (1897-1986); Radamés Gnatalli (1906-1988) e Guerra Peixe (1914). Em composições amplamente diferenciadas, todos esses compositores procuraram uma linguagem nacional, que não perdesse o caráter universal da linguagem musical. Após 1939, outra escola musical começou a se formar principalmente como resultado do trabalho de Hans Joachin Koellreutter, o criador do Grupo de Música Viva. Esse grupo, composto por Cláudio Santoro (1919-1990), Eunice Catunda (1926), Edino Krieger (1928) e outros, baseou suas músicas na universalidade da linguagem musical e defendeu o uso do atonalismo e do dodecafonismo como recursos de composição.

A música popular brasileira desenvolveu-se paralelamente à sua música clássica e também reuniu instrumentos europeus tradicionais - violão, piano e flauta - com um conjunto de ritmos e sons produzidos por frigideiras, cuícas e tamborins. Durante os anos 30, a música popular brasileira tocada nas rádios tornou-se poderoso meio de comunicação de massa. Três dos mais conhecidos compositores dessa época foram Noel Rosa (1910-1937), Lamartine Babo (1904-1963) e Ary Barroso (1903-1963). A principal intérprete das músicas de Ary Barroso, Carmem Miranda, adquiriu reputação internacional a partir de participações numa série de filmes de Hollywood.

Nos anos 60, a popular versão musical de Garota de Ipanema, conduzida por uma rica linha melódica, foi o primeiro grande sucesso internacional que emergiu do movimento da Bossa Nova. Colocou a música popular brasileira no mapa e trouxe fama ao compositor Tom Jobim e ao poeta-letrista Vinícius de Moraes.

A Bossa Nova surgiu no Rio de Janeiro, no final da década de 50, misturando a batida do samba brasileiro com o jazz americano. Inicialmente, suas músicas eram tocadas nos apartamentos das classes média e alta do Rio de Janeiro, o que lhe dava um caráter intimista. Mais tarde, a Bossa Nova transformou-se na marca de um novo conceito musical, um pouco triste, algumas vezes cantada fora do tom, em que a letra tem grande importância. Por essa razão, a associação de poetas modernos com compositores populares (Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Tom Jobim, Luiz Bonfá, e Baden Powell) foi um enorme sucesso.

Em 1968, durante o período da ditadura, das guerrilhas urbanas e da ansiedade em torno de como mudar o sistema político, surgiram os Tropicalistas - Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa. O Tropicalismo pode ser descrito como uma mistura de música internacional (como a batida latina e o "rock’n roll") com ritmos nacionais. É original, lírico e inteligente, com andamentos mais acelerados e ritmos mais ricos do que a Bossa Nova.

A música popular regional brasileira inclui o forró, originário do Nordeste, em que o acordeão e a flauta se juntam às violas e à percussão, resultando numa dança regional de salão; o frevo, também do Nordeste, com estilo simples, porém energético; o chorinho, do Rio de Janeiro, que combina vários tipos e tamanhos de violas, flautas, percussão e ocasionalmente uma clarineta ou saxofone numa forma suave de música instrumental. Porém, a música popular típica do Brasil é o sedutor ritmo do samba. Ninguém sabe a exata origem do samba. Algumas pessoas acreditam que tenha nascido nas ruas do Rio de Janeiro, com a contribuição de três culturas diferentes - as canções de cortejo portuguesas, os ritmos africanos e os passos rápidos dos rituais indígenas. Outros acreditam que o samba é simplesmente africano de origem e que proveio do batuque, uma música baseada em instrumentos de percussão e palmas.

Atualmente, no Brasil, a música popular continua a explorar novos ritmos e novas melodias. Seus intérpretes e compositores usam qualquer recurso musical para competir e satisfazer as várias audiências musicais do mundo. Alguns dos intérpretes mais famosos do Brasil são Maria Betânia, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque de Holanda, Paulinho da Viola, Alcione, Roberto Carlos, Ney Matogrosso, Rita Lee, Milton Nascimento, Hermeto Paschoal, Martinho da Vila, Fafá de Belém, Elba Ramalho, Alceu Valença, Djavan, Marisa Monte, Ivan Lins, João Bosco, Marina Lima, Simone, Adriana Calcanhoto, Cazuza*, Luiz Gonzaga*, Luiz Gonzaga Júnior*, Elis Regina*, Clara Nunes*, Renato Russo * (*falecidos).

Cinema

Um ano após os irmãos Lumière terem feito o primeiro experimento em Paris, em 1896, a máquina cinematográfica apareceu no Rio de Janeiro. Dez anos mais tarde, a capital possuia 22 cinemas e o primeiro longa-metragem brasileiro, "Os Estranguladores", de Antônio Leal, estreava nas telas. Desde então, a indústria cinematográfica brasileira tem feito grande progresso e sua produção, embora limitada, tem atraído a atenção internacional com o passar dos anos.

Em 1930, ainda na época do cinema mudo, foi rodado no Brasil o filme de Mário Peixoto, intitulado "Limite", um trabalho surrealista que lida com os conflitos inerentes à felicidade completa. É um filme considerado marco na história do cinema brasileiro. Em 1933, a Cinédia produziu a "Voz do Carnaval", o primeiro filme em que atuou Carmem Miranda, introduzindo o gênero da "chanchada", que dominou o cinema brasileiro por vários anos. As chanchadas são comédias em que predominam as graças vulgares ou a pornografia, geralmente complementadas com números musicais e grandemente apreciadas pelo público.

Por volta do final dos anos 40, o cinema brasileiro tornava-se uma indústria. Foi criada em São Paulo a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, com o objetivo de produzir filmes de qualidade internacional. Contrataram-se técnicos estrangeiros e retornou da Europa, para dirigir a companhia, o cineasta brasileiro de reputação internacional, Alberto Cavalcante.

A Vera Cruz produziu vários filmes importantes antes de encerrar suas atividades em 1954, entre eles o épico "O Cangaceiro", que venceu o Festival de Filmes de Cannes em 1953, como o "Melhor Filme de Aventura".

Na década de 50, o cinema Brasileiro mudou radicalmente seu estilo de fazer filmes. O diretor Nelson Pereira dos Santos, ao rodar, em 1955, o filme "Rio 40 Graus", empregou técnicas de filmagens do neo-realismo italiano, utilizando pessoas comuns como atores e saindo às ruas para rodar o filme, com baixo orçamento. Nelson Pereira dos Santos se tornaria um dos mais significativos cineastas de todos os tempos, tendo aberto espaço para o movimento do Cinema Novo brasileiro. Outros diretores passaram também a sair às ruas para filmar, e a produção de filmes aumentou bastante. Em 1962, "O Pagador de Promessas" foi premiado com a Palma de Ouro no Festival de Filmes de Cannes. Nessa época, o Cinema Novo já havia estabelecido um novo conceito na produção cinematográfica brasileira - uma idéia na cabeça e uma câmera nas mãos. Os filmes do Cinema Novo lidavam com temas relacionados a problemas nacionais agudos, desde conflitos em áreas rurais, até problemas humanos nas grandes cidades, assim como versões de contos famosos brasileiros. "Vidas Secas", dirigido por Pereira dos Santos, é baseado no conto de Graciliano Ramos, que narra a estória de uma família de nordestinos afugentada de sua casa pela seca. "Deus e o Diabo na Terra do Sol", do diretor Glauber Rocha, lida de maneira alegórica com o fanatismo religioso e político no Nordeste. "Noite Vazia" exibe um tema mais voltado para o urbano, retratando a dor e solidão das pessoas que moram num grande centro industrial como São Paulo.

No final da década de 60, o movimento Tropicalista tomou conta da música, do teatro e de toda a cena artística do Brasil. O movimento enfatizou a necessidade de transformar todas as influências estrangeiras em produto nacional. O cinema também acabou sob esse feitiço: a alegoria era o seu meio de expressão. O filme que melhor representa o movimento Tropicalista é "Macunaíma" de Joaquim Pedro de Andrade, uma análise metafórica do caráter brasileiro, expresso no conto de um índio nativo que deixa a floresta amazônica e vai para a cidade grande. O filme é baseado no conto de mesmo nome, do autor Mário de Andrade, datado de 1922.

À mesma época que os Tropicalistas, outro grupo de diretores, também rodando filmes de baixo custo, surgiu em São Paulo e no Rio de Janeiro. Esse movimento - cinema marginal - produziu filmes com temas referentes à sua sociedade marginal e foram considerados "difíceis". Entre eles estão "Rio Babilônia", de Neville de Almeida; "Matou a Família e foi ao Cinema", de Júlio Bressane, e o "Bandido da Luz Vermelha", de Rogério Sganzerla.

A Embrafilme, empresa governamental voltada para o fomento da indústria cinematográfica nacional, criada em 1969, foi responsável pela co-produção, financiamentos e distribuição de grande parcela dos filmes nas décadas de 70 e 80, tendo encerrado suas atividades no ano de 1990. A Embrafilme deu dimensão comercial à indústria cinematográfica e a direcionou para projetos mais ambiciosos. Entre os filmes aclamados da década de 70 encontram-se o "Amuleto de Ogum", de Nelson Pereira dos Santos, sobre o candomblé; e "Guerra Conjugal", de Joaquim Pedro de Andrade. Numa série de "sketches", "Guerra Conjugal", baseado em conto de Dalton Trevisan, narra o lado humorístico e doloroso da vida de casado. "Dona Flor e Seus Dois Maridos", dirigido por Bruno Barreto, foi sucesso internacional. Com base no conto de Jorge Amado, Dona Flor e Seus Dois Maridos narra uma deliciosa estória sobre uma viúva que vive um triângulo amoroso com seu segundo e atual marido e o espírito de seu falecido marido.

O cinema não foi muito prestigiado na década de 80, devido à popularidade alcançada pela televisão. Muitas salas fecharam suas portas, especialmente no interior do País. Entretanto, alguns filmes importantes foram ainda realizados, muitos deles referentes a questões políticas, como "Eles não usam black-tie", dirigido por Leon Hirzman, que conta a estória de uma greve na área industrial de São Paulo; e "Memórias do Cárcere", de 1984, dirigido por Nélson Pereira dos Santos, baseado no livro de Graciliano Ramos, que retrata a vida de prisioneiros políticos. Um dos mais ousados filmes dos anos 80 foi "A Hora da Estrela", de 1985, dirigido por Suzana Amaral e baseado em conto da escritora Clarice Lispector. Esse filme relata a pungente estória de uma garota imigrante do Nordeste para uma grande metrópole.

Atualmente, vários dos filmes contemporâneos brasileiros têm sido exibidos pela televisão e cinemas do mundo inteiro. Na segunda metade da década de 90 verificou-se um renascimento do cinema brasileiro, propiciado por um quadro de incentivos fiscais que tem favorecido a criação cinematográfica do País. Diversos filmes brasileiros têm participado com bom êxito de crítica e de público, dos principais festivais internacionais, com destaque para o filme "Central do Brasil" de Walter Salles, que arrebanhou os prêmios de melhor filme e melhor interpretação feminina no Festival de Berlim de 1998.
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