sexta-feira, 20 de agosto de 2010

2537 - HISTÓRIA DA FORÇA MOTRIZ DOS VENTOS

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A Vontade como Força Motriz da História
Por Bruno Hughes 01/08/2008 às 10:18


Para Janos Biro, é a vontade, e não as condições objetivas, materiais, que, em última instância, constitui a força motriz da História. É o velho idealismo que teima em ressuscitar.


O Papel Desempenhado pela Vontade no Curso da História

Em um texto intitulado Tecnocracia e Anarquia, escrito por Janos Biro, este afirma que Kropotkin resume a dinâmica social no conflito de duas facções opostas que sempre atuaram na história da humanidade: os anarquistas e os governistas.

No primeiro comentário acerca do texto do Janos Biro, cujo título é "A luta de classes é o motor da história", consta que a dinâmica social é determinada pela economia, não pela política, isto é, a dinâmica social é determinada pela luta de classes, no caso do capitalismo, entre burgueses e proletários.

Geralmente os anarquistas e governistas pertencem à classe alta, isto é, à classe burguesa. Não é o conflito entre anarquistas e governistas que determina a dinâmica social. A dinâmica social é determinada pela luta de classes.

O primeiro comentário concluía afirmando que não se pode esquecer que toda luta de classes é também uma luta política.

Veio a réplica idealista do Janos Biro, na qual ele afirma que a dinâmica social não é determinada nem pela economia nem pela política, mas a economia e a política é que são resultado da cultura, do que as pessoas querem, pensam e decidem, de como elas vêem o mundo.

Indagado se a escravidão nasceu de um fato econômico ou de um fato cultural, se Robinson Crusoé pôs Sexta-Feira a trabalhar além do tempo necessário ao próprio sustento por uma questão cultural ou por uma questão econômica, o Janos Biro respondeu:

"A escravidão nasceu da questão econômica: ganhar mais e trabalhar menos, explorando o trabalho do outro. Mas de onde nasceu a vontade de ganhar mais e trabalhar menos? Não é econômica, isso você sabe."

Do exposto, concluímos que, para Janos Biro, querer é poder. Se é a cultura, a vontade, que determinam a economia (e a política), porque os salários dos trabalhadores é o mais baixo possível, apesar de tanto os trabalhadores como os patrões terem vontade de maximização dos salários? Ora, os burgueses têm vontade de poder dar uma vida digna aos operários, até para que estes não se revoltem e não ponham em risco a dominação burguesa. Porque não dão essa vida digna aos operários? A vontade é necessária, mas não é suficiente. As condições objetivas têm, em última instância, um papel tão ou mais importante no curso da história do que as condições subjetivas.

"É certo", diz Marx na Ideologia Alemã, "que não nos preocuparemos em explicar aos nossos sábios filósofos que, ao dissolverem na "Consciência de si" a filosofia, a teologia, a substância, etc., libertando assim "o Homem" da ditadura que nunca o subjugou, não contribuíram sequer para que a "libertação" o "homem" avançasse um único passo; que não é possível levar a cabo uma libertação real sem ser no mundo real e através de meios reais; que não é possível abolir a escravatura sem a máquina a vapor e a muke-jenny nem a servidão sem aperfeiçoar a agricultura; que, mais genericamente, não é possível libertar os homens enquanto eles não estiverem completamente aptos a fornecerem-se de comida e bebida, a satisfazerem as suas necessidades de alojamento e vestuário em qualidade e quantidade perfeitas.
A "libertação" é um fato histórico e não um fato intelectual, e é provocado por condições históricas, pelo [progresso] da indústria, do comércio, da agricultura... estas (provocam) depois, em virtude dos seus diferentes estádios de desenvolvimento, esses absurdos: a substância, o sujeito, a consciência de si e a crítica pura, assim como os absurdos religiosos e teológicos, que são novamente eliminados quando já estão suficientemente desenvolvidos."

Depois o Janos Biro questiona:

"Eu não disse que o homem é auto-determinado e senhor do seu destino, porém se somos marionetes do destino e que está tudo determinado por condições externas a nós, então porque se preocupar com alguma coisa? Não há escolha, não há vontade, não há mudança, não há alternativas? A história é um trem correndo num trilho único, e somos só passageiros?"

Ora, a vontade é necessária para se fazer a História, mas não é, por si só, suficiente. Temos as condições objetivas e as condições subjetivas.

"Os homens fazem a sua própria história", diz Marx na obra o 18 Brumário de Luis Napoleão, "mas não a fazem segundo a sua livre vontade; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos. E justamente quando parecem empenhados em revolucionar-se a si e às coisas, em criar algo que jamais existiu, precisamente nesses períodos de crise revolucionária, os homens conjuram ansiosamente em seu auxilio os espíritos do passado, tomando-lhes emprestado os nomes, os gritos de guerra e as roupagens, a fim de apresentar e nessa linguagem emprestada."

Na obra Guerra Civil em França, Marx declara:

"Em geral, as criações históricas completamente novas estão destinadas a ser tomadas como uma reprodução de formas velhas, e mesmo mortas, da vida social, com as quais podem ter certa semelhança. Assim, essa nova Comuna, que vem destruir o poder estatal moderno, foi confundida com uma reprodução das comunas medievais, que precederam imediatamente esse poder estatal e logo lhe serviram de base. O regime comunal foi erroneamente considerado como uma tentativa de fracionar numa federação de pequenos Estados, como sonhavam Montesquieu e os girondinos, aquela unidade das grandes nações que, se em suas origens foi instaurada pela violência, se converteu num poderoso fator da produção social. O antagonismo entre a Comuna e o poder do Estado tem sido apresentado como uma forma exagerada da velha luta contra o excessivo centralismo."

"Na produção social de sua existência", diz Marx, "os homens entram em relações determinadas, necessárias, independentes de sua vontade, relações de produção que correspondem a um dado grau de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais. O conjunto destas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se ergue uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de produção da vida material condiciona o processo de vida social, política e intelectual em geral. Não é a consciência dos homens que lhes determina o ser; ao contrário, seu ser social determina sua consciência. Em um certo estado de seu desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição com as relações de produção existentes, ou, o que não é mais que a expressão jurídica disso, com as relações de propriedade no seio das quais se haviam movido até então. De formas de desenvolvimento das forças produtivas que eram, estas relações transformam-se em seus entraves. Abre-se então uma época de revolução social. A mudança na base econômica subverte mais ou menos lentamente, mais ou menos rapidamente toda a enorme superestrutura. Quando consideramos tais subversões, é preciso distinguir sempre a revolução material que pode ser constatada de modo cientificamente rigoroso - das condições de produção econômica e as formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou filosóficas, em suma, as formas ideológicas sob as quais os homens tomam consciência deste conflito e o levam até o fim. Da mesma maneira que não se julga um indivíduo pela idéia que ele faz de si próprio não se deve julgar tal época de subversão por sua consciência de si mesma; ao contrário, é preciso explicar esta consciência pelas contradições da vida material, pelo conflito que existe entre as forças produtivas sociais e as relações de produção. Uma formação social só desaparece depois de se terem desenvolvido todas as forças produtivas que ela pode conter jamais novas e superiores relações de produção a substituem antes que as condições materiais de existência destas relações tenham eclodido no próprio seio da velha sociedade. Eis porque a humanidade não formula jamais senão problemas que pode resolver, porque, se olharmos mais de perto, vemos sempre que o próprio problema só surge onde as condições materiais para resolvê-lo existem ou, pelo menos, estão em vias de aparecer."

Assim, vemos que a vontade, as condições subjetivas, não são, por si sós, a força motriz da História. Aliás, as condições subjetivas, a vontade, as idéias, só se manifestam quando já existem as condições objetivas para a sua materialização.

Assim, no estágio em que o homem era coletor/caçador/pescador, isto é, nas sociedades pré-agricolas, estágio no qual o produto do seu trabalho era suficiente apenas para sua própria sobrevivência, era impossível não só a escravidão mas até mesmo a sua idéia. Nesse estágio, os principais crimes eram contra o patrimônio e contra a vida. Os caçadores/pescadores eram expropriados e mortos ao reagirem à expropriação.

Nas sociedades agrícolas, onde o produto do trabalho humano excedia as suas necessidades imediatas, onde o produtor era capaz de produzir além do que consumia, os principais crimes eram praticados contra o patrimônio e contra a liberdade. Os agricultores eram expropriados do produto do seu trabalho e não eram mais assassinados, eram escravizados, pois seu trabalho produzia um excedetne, permitindo ao seu senhor viver sem trabalhar.

Vemos, pois, que a vontade do Janos Biros, é determinada pela necessidade. E que a existência precede a essência. Vemos que é a vida que, em primeiro plano, determina a consciência e que a consciência determina a vida apenas secundariamente.
O ser pode existir sem consciência mas a consciência não pode existir sem o ser.


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Comentários




As condições materiais, a vontade e a luta
Voluntária 01/08/2008 10:41

"O poder social, quer dizer, a força produtiva multiplicada que é devida à cooperação dos diversos indivíduos, a qual é condicionada pela divisão do trabalho, não se lhes apresenta como o seu próprio poder conjugado, pois essa colaboração não é voluntária e, sim, natural, antes lhes surgindo como um poder estranho, situado fora deles e do qual não conhecem nem a origem nem o fim a que se propõe, que não podem dominar e que de tal forma atravessa uma série particular de fases e estádios de desenvolvimento tão independente da vontade e da marcha da humanidade que é na verdade ela quem dirige essa vontade e essa marcha da humanidade.
Esta 'alienação' - para que a nossa posição seja compreensível para os filósofos - só pode ser abolida mediante duas condições práticas. Para que ela se transforme num poder 'insuportável', quer dizer, num poder contra o qual se faça uma revolução, é necessário que tenha dado origem a uma massa de homens totalmente 'privada de propriedade', que se encontre simultaneamente em contradição com um mundo de riqueza e de cultura com existência real; ambas as coisas pressupõem um grande aumento da força produtiva, isto é, um estádio elevado de desenvolvimento. Por outro lado, este desenvolvimento das forças produtivas (que implica já que a existência empírica atual dos homens decorra no âmbito da história mundial e não no da vida loca]) é uma condição prática prévia absolutamente indispensável, pois, sem ele, apenas se generalizará a penúria e, com a pobreza, recomeçará paralelamente a luta pelo indispensável e cair-se-á fatalmente na imundície anterior. Ele constitui igualmente uma condição prática sine qua non, pois é unicamente através desse desenvolvimento universal das forças produtivas que é possível estabelecer um intercâmbio universal entre os homens e porque, deste modo, o fenômeno da massa 'privada de propriedade' pode existir simultaneamente em todos os países (concorrência universal), tornando cada um deles dependente das perturbações dos restantes e fazendo com que finalmente os homens empiricamente universais vivam de fato a história mundial em vez de serem indivíduos vivendo numa esfera exclusivamente local. Sem isto: 1.) o comunismo só poderia existir como fenômeno local; 2.) as forças das relações humanas não poderiam desenvolver-se como forças universais e, portanto, insuportáveis continuando a ser simples 'circunstâncias' motivadas por superstições locais; 3°) qualquer ampliação das trocas aboliria o comunismo local. O comunismo só é empiricamente possível como ação 'rápida' e simultânea dos povos dominantes, o que pressupõe o desenvolvimento universal da força produtiva e as trocas mundiais que lhe estejam estreitamente ligadas.
Para nós, o comunismo não é um estado que deva ser implantado, nem um ideal a que a realidade deva obedecer. Chamamos comunismo ao movimento real que acaba com o atual estado de coisas. As condições deste movimento resultam das premissas atualmente existentes." - Marx




As idéias (vontade) decorrem das forças produtivas
Neo-hegeliana 01/08/2008 10:59

Marx constatou, em 1846, que 'as relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais. O moinho de vento nos dá uma sociedade com senhor feudal; o motor a vapor nos dá uma sociedade com capitalismo industrial.'

Estou com vontade de comprar uma ferrari mas tenho um emprego (graças a deus) e ganho 1,5 salário mínimo.




Foi a matéria que deu origem à idéia ou...
O Ovo ou o galo? 01/08/2008 11:02

Quem veio primeiro: as ideias ou a matéria?



Concepção Materialista da História
Superestruturalista 01/08/2008 12:42

A Concepção Marxista da História
G. V. Plekhanov
Foi a solução desse problema que Marx procurou ao elaborar sua concepção materialista.

No prefácio de uma de suas obras, Critica da Economia Política, Marx dá conta de como seus estudos o levaram a esta concepção:

"Minhas pesquisas conduziram a este resultado: que as relações jurídicas, bem como as formas do Estado, não podem ser compreendidas por si próprias, nem pela pretensa evolução geral do espírito humano, mas, ao contrário, deitam suas raízes nas condições materiais de existência, cujo conjunto Hegel, a exemplo dos ingleses e franceses do século XVIII, compreende sob o nome de "sociedade civil"."

Como vêdes, é o mesmo resultado para o qual assistimos concorrerem os historiadores, sociólogos e críticos franceses, do mesmo modo que os filósofos idealistas alemães. Todavia, Marx vai mais longe. Pergunta quais são as causas determinantes da sociedade civil e responde que é na economia política que devemos buscar a anatomia da sociedade civil. Assim é o estado econômico de um povo que determina seu estado social, e o estado social de um povo determina, por sua vez, seu estado político, religioso e assim sucessivamente. Mas, perguntareis, o estado econômico não tem causa, por sua vez? Sem dúvida, como todas as coisas do mundo, tem sua causa, e esta causa, causa fundamental de toda evolução social e, portanto, de todo movimento histórico, é a luta que o homem trava com a natureza para assegurar sua própria existência.

Desejo ler-vos o que Marx diz a respeito:

"Na produção social de sua existência, os homens entram em relações determinadas, necessárias, independentes de sua vontade, relações de produção que correspondem a um dado grau de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais. O conjunto destas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se ergue uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de produção da vida material condiciona o processo de vida social, política e intelectual em geral. Não é a consciência dos homens que lhes determina o ser; ao contrário, seu ser social determina sua consciência. Em um certo estado de seu desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição com as relações de produção existentes, ou, o que não é mais que a expressão jurídica disso, com as relações de propriedade no seio das quais se haviam movido até então. De formas de desenvolvimento das forças produtivas que eram, estas relações transformam-se em seus entraves. Abre-se então uma época de revolução social. A mudança na base econômica subverte mais ou menos lentamente, mais ou menos rapidamente toda a enorme superestrutura. Quando consideramos tais subversões, é preciso distinguir sempre a revolução material que pode ser constatada de modo cientificamente rigoroso ? das condições de produção econômica e as formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou filosóficas, em suma, as formas ideológicas sob as quais os homens tomam consciência deste conflito e o levam até o fim. Da mesma maneira que não se julga um indivíduo pela idéia que ele faz de si próprio não se deve julgar tal época de subversão por sua consciência de si mesma; ao contrário, é preciso explicar esta consciência pelas contradições da vida material, pelo conflito que existe entre as forças produtivas sociais e as relações de produção. Uma formação social só desaparece depois de se terem desenvolvido todas as forças produtivas que ela pode conter jamais novas e superiores relações de produção a substituem antes que as condições materiais de existência destas relações tenham eclodido no próprio seio da velha sociedade. Eis porque a humanidade não formula jamais senão problemas que pode resolver, porque, se olharmos mais de perto, vemos sempre que o próprio problema só surge onde as condições materiais para resolvê-lo existem ou, pelo menos, estão em vias de aparecer."

Compreendo que esta linguagem, por mais clara e precisa que seja, pode parecer bastante obscura. Por isso apresso-me a comentar o pensamento fundamental da concepção materialista da História.

A idéia fundamental de Marx se reduz ao seguinte: As relações de produção determinam todas as outras relações que existem entre os homens na sua vida social. As relações de produção são determinadas, por sua vez, pelo estado das forças produtivas.

Mas, que são forças produtivas?

Como todos os animais, o homem é obrigado a lutar por sua existência. Toda luta supõe um certo desgaste de forças. O estado das forças determina o resultado da luta. Entre os animais, estas forças dependem da própria estrutura do organismo: as forças de um cavalo selvagem são bem diferentes das de um leão, e a razão desta diferença reside na diversidade da organização. A organização física do homem tem naturalmente influência decisiva sobre sua maneira de lutar pela existência e sobre os resultados desta luta. Assim como, por exemplo, o homem é provido de mãos. Certo é que seus vizinhos, os quadrúmanos (os macacos) também têm mãos; mas as mãos dos quadrúmanos são menos perfeitamente adaptadas a diversos trabalhos. A mão é o primeiro instrumento de que se vale o homem na luta pela sua existência, como ensinou Darwin.

A mão, com o braço, é o primeiro instrumento, a primeira ferramenta de que se serve o homem. Os músculos do braço são a força que golpeia ou lança. Mas, pouco a pouco a máquina se exterioriza. A pedra servira primeiro por seu peso, por sua massa. Depois esta massa é fixada a um cabo, e temos o machado, o martelo. A mão, o primeiro instrumento do homem, lhe serve assim para produzir outros instrumentos, para modelar a matéria na luta do homem com a natureza, isto é, contra o resto da matéria independente.

E quanto mais se aperfeiçoa esta matéria escravizada, tanto mais se estende o uso das ferramentas, dos instrumentos, e tanto mais aumenta também a força do homem frente à natureza, tanto mais aumenta seu poder sobre a natureza. Já se definiu o homem como um animal que fabrica ferramentas. Esta definição é mais profunda do que se pode pensar à primeira vista. De fato, a partir do momento em que o homem adquiriu a faculdade de escravizar e modelar uma parte da matéria para lutar contra o resto da matéria, a seleção natural e as outras causas análogas deveram exercer influência bastante secundária sobre as modificações corporais do homem.

Já não são seus órgãos que se modificam, são suas ferramentas e as coisas que adapta para seu uso com a ajuda de suas ferramentas: não é sua pele que se transforma com a mudança de clima, é seu vestuário. A transformação corporal do homem cessa (ou se torna insignificante) para ceder lugar a sua evolução técnica: e a evolução técnica é a evolução das forças produtivas; e a evolução das forças produtivas tem influência decisiva sobre o agrupamento dos homens, sobre o estado de sua cultura. A ciência de nossos dias distingue muitos tipos de sociedade: 1) o tipo caçador; 2) o tipo pastoril; 3) o tipo agricultor sedentário; 4) o tipo industrial e comercial. Cada um destes tipos de sociedade é caracterizado por certas relações entre os homens, relações que não dependem de sua vontade e que são determinadas pelo estado das forças produtivas.

Assim, tomemos como exemplo as relações de propriedade. O regime de propriedade depende do modo de produção, porque a repartição e o consumo das riquezas estão estreitamente ligados ao modo de adquiri-las. Os povos caçadores primitivos são obrigados, amiúde, a unir-se em grandes grupos para procurar a caça maior; os australianos, por exemplo, caçam o canguru em bandos de muitas centenas de indivíduos; os esquimós reúnem toda uma flotilha de botes para a pesca da baleia. Os cangurus capturados, as baleias arrastadas para a margem são considerados propriedade comum; cada qual come segundo seu apetite. O território de cada tribo, tanto entre os australianos como entre os povos caçadores, é considerado propriedade coletiva; cada qual caça a seu modo, com a única limitação de não penetrar no território das tribos vizinhas.

No entanto, em meio a esta propriedade comum, certos objetos servem unicamente ao indivíduo: suas vestimentas, suas armas são consideradas propriedade individual, ao passo que a cabana e seu mobiliário são da família. Do mesmo modo, o bote utilizado por grupos de cinco ou seis homens, pertencem em comum a estas pessoas. O que decide da propriedade é o modo de trabalhar, o modo de produção.

Talhei um machado de sílex com minhas mãos, é meu; com minha mulher e meus filhos construí urna choça, é de minha família; cacei com gente de minha tribo, as feras derribadas são propriedade comum. Os animais que matei sozinho no terreno da tribo são meus; e se por acaso o animal ferido por mim é morto por outro, pertence aos dois e a pele cabe a quem lhe deu o golpe de graça. Com esta finalidade cada flecha traz o sinal do proprietário.

Coisa verdadeiramente notável; entre os peles vermelhas da América do Norte, antes da introdução das armas de fogo, a caça do bisão era rigorosamente regulamentada; se haviam penetrado muitas flechas no corpo do bisão, a posição delas decidia a quem pertencia esta ou aquela parte do animal abatido; a pele competia àquele cuja flecha penetrara mais perto do coração. Mas, depois da introdução das armas de fogo, como as balas não traziam sinais distintos, a repartição dos bisões derribados se fazia em partes iguais; são portanto considerados propriedade comum. Este exemplo mostra à evidência a conexão estreita que existe entre a produção e o regime de propriedade.

Desse modo, as relações entre os homens durante o processo de produção decidem das relações de propriedade, do estado da propriedade, como dizia Guizot. Todavia, uma vez dado o estado de propriedade, é fácil compreender a constituição social, porque esta é modelada sobre a base da propriedade. É por isso que a teoria de Marx resolve a problema que não podiam resolver os historiadores e filósofos da primeira metade do século XIX.




O virus burguês em Marx.
emancipação proletaria 01/08/2008 14:51

Bruno!

Vc faz uma péssima leitura da história, tanto em Marx quanto nos radicais socialistas operárias, que em oposição ao socialismo burgues declaravam-se anarkistas.

Tantos autores já buscaram contestar o determinismo econômico em Marx que pouco tem a ver com o materialismo.

Marx era aquele sujeito que mesmo com idéias avançadas defendia a hegemoneização capitalista, ex a guerra entre a Alemanha e o México, onde defendeu o imperador.

Também o pensamento de Marx em relação aos povos nórdicos e aos latinos... e africanos era muito estranho, sempre partido de que era melhor sua imediata dominação pelos capitalistas..

Veja lá, hoje é o mundo dos herdeiros do anarkismo que estão obrigados a devolver à humanidade a perspectiva da revolução social e de sociedade sem classes.



Os burgueses eram revolucionária comparados com os feudais
Bruno 01/08/2008 15:15

Sempre que a luta de classes era entre os senhores feudais e a burguesia, Marx era a favor destes. Mas quando a luta era entre a burguesia e o proletariado, Marx se posicionava do lado destes últimos.

"Uunder the freedom of trade the whole severity of the laws of political economy will be applied to the working classes. Is that to say that we are against Free Trade? No, we are for Free Trade, because by Free Trade all economical laws, with their most astounding contradictions, will act upon a larger scale, upon a greater extent of territory, upon the territory of the whole earth; and because from the uniting of all these contradictions into a single group, where they stand face to face, will result the struggle which will itself eventuate in the emancipation of the proletarians."

Engels on Free Trade, 1847

Deu prá entender porque Marx e Engels eram a favor de que o capitalismo suplantasse o feudalismo em todos os quadrantes do globo?




Alemanha e México nunca entraram em guerra
Estória 01/08/2008 16:04

Fale mais da suposta guerra entre Alemanha e México. Essa guerra não existiu.




A idealização do futuro não é sensata
People 01/08/2008 18:58

"Os operários não têm nenhuma utopia já pronta para introduzir 'par décret du peuple'. Sabem que para conseguir sua própria emancipação, e com ela essa forma superior de vida para a qual tende irresistivelmente a sociedade atual, por seu próprio desenvolvimento econômico, terão que enfrentar longas lutas, toda uma série de processos históricos que transformarão as circunstâncias e os homens. Eles não têm que realizar nenhum ideal, mas simplesmente libertar os elementos da nova sociedade que a velha sociedade burguesa agonizante traz em seu seio. Plenamente consciente de sua missão histórica e heroicamente decidida a atuar de acordo com ela, a classe operária pode sorrir diante das grosseiras invectivas dos lacaios da pena e do patronato recheado de doutrinas burguesas de beneficência, que derramam suas ignorantes vulgaridades e suas fantasias sectárias com um tom sibilino de infalibilidade científica."

Marx

Se tudo se resumisse à vontade, como a vida seria fácil, hein?




A determinação da política pela economia
Infra-estruturalista 04/08/2008 18:42

O Determinismo Econômico sobre a Política:

"A burguesia suprime cada vez mais a dispersão dos meios de produção, da propriedade e da população. Aglomerou as populações, centralizou os meios de produção e concentrou a propriedade em poucas mãos. A conseqüência necessária dessas transformações foi a centralização política. Províncias independentes, apenas ligadas por débeis laços federativos, possuindo interesses, leis, governos e tarifas aduaneiras diferentes, foram reunidas em uma só nação, com um só governo, uma só lei, um só interesse nacional de classe, uma só barreira alfandegária."

Marx/Engels, Manifesto Comunista






Caro Bruno Hughes
Janos Biro 09/09/2008 01:23
janosbirozero@gmail.com
http://largue.wikispaces.com

Desculpe pela demora excessiva, eu estava fazendo outras coisas importantes...

Desde o título do artigo eu já me desanimei, porque eu jamais disse a vontade fosse por si só a ?força motriz? da história, porque não creio em algo que seja a força motriz da história, porque não creio em determinismo histórico!

Isto o fez pensar que sou idealista. Eu compreendo bem o que significa ser idealista, porém não estou dizendo que as idéias determinam a história, e sim que a matéria não determina a história.

?Do exposto, concluímos que, para Janos Biro, querer é poder.?

De forma alguma. Tudo que eu disse é que você tem que querer algo para então conscientemente fazer. Toda ação consciente é realização de uma ação pensada, de uma idéia. A não ser que você creia que a escravidão nasceu ?ser querer?, por um acidente, ninguém conscientemente escravizou outra pessoa, por interesse próprio.

Você não consegue deixar de pensar em termos deterministas, a cultura não é a mesma coisa que a vontade e ambas não determinam coisa alguma. Eu jamais disse que a vontade é suficiente, mas se você admite que ela é necessária, bem, então ou afirma que a vontade é resultado de determinação material (e explica isso) ou afirma que há componentes necessários na história (a vontade) que não tem determinação material, e logo a história não pode ser determinada materialmente.

Se você não exclui as condições subjetivas, tão pouco eu excluo as objetivas. Materialistas, no entanto, terão um problema em explicar, afinal, o que é algo ?subjetivo?. De que é feito um pensamento? O que causa um desejo? Condições materiais? Se for assim tudo no fundo é objetivo. Aceitar o subjetivo é negar o determinismo materialista.

?não é possível abolir a escravatura sem a máquina a vapor e a muke-jenny nem a servidão sem aperfeiçoar a agricultura?

Este trecho é perfeito, porque as máquinas e a agricultura não são o fim da escravidão e da servidão... Máquinas e agricultura dependem de controle da natureza.

Os seres humanos foram aptos a ?fornecerem-se de comida e bebida, a satisfazerem as suas necessidades de alojamento e vestuário em qualidade e quantidade perfeitas? durante centenas de milhares de anos, como qualquer outro animal. Sem isso seriam extintos. É a introdução de máquinas e de agricultura que mudou tudo isso.

?A "libertação" é um fato histórico e não um fato intelectual, e é provocado por condições históricas, pelo [progresso] da indústria, do comércio, da agricultura...?

E do que Marx queria nos libertar afinal? Isto não liberta a terra do controle do homem, e é isso que queremos, essa é a verdadeira origem dos problemas.

Veja que Marx diz que o ?sujeito? é um absurdo criado pelo desenvolvimento da história. E como você ainda diz que aceita fatores subjetivos?

Se você afirma, citando Marx, que todo futuro é uma conseqüência direta do passado, ou seja, que não existem possibilidade e probabilidades, mas sim uma cadeia causal linear, então você é determinista.

"Na produção social de sua existência", diz Marx, "os homens entram em relações determinadas, necessárias, independentes de sua vontade, relações de produção que correspondem a um dado grau de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais.?
Aqui ele diz: independente de suas vontades. Então onde está a vontade como um componente necessário, ainda que não suficiente, em Marx?

Se você pensa que as idéias são apenas manifestações de condições objetivas, então quer dizer que suas idéias não são escolhidas e ponderadas por você? Você só as tem porque suas condições materiais o fizeram ter? Se você crê nisso, você não nega o subjetivo. Se o ?subjetivo? é apenas manifestação do objetivo, claramente não é subjetivo de verdade.

?Assim, no estágio em que o homem era coletor/caçador/pescador, isto é, nas sociedades pré-agricolas, estágio no qual o produto do seu trabalho era suficiente apenas para sua própria sobrevivência, era impossível não só a escravidão mas até mesmo a sua idéia.?

Primeiro, isso não é um ?estágio? do homem. A história não pode ser dividida em estágios. Essa crença foi abandonada no século passado. Existem até hoje sociedades não-agrícolas (não pré-agrícolas), que não são menos desenvolvidas que nós, nem estão num estágio menos avançado, apenas vivem de outro modo. Não há nenhum motivo para crer que elas tendam, por algum motivo misterioso, a se tornar agrícolas e como nós, a não ser que nós as forcemos a isso.

Segundo, porque não começamos a acumular coisas antes? Porque não havia condições materiais? Isso é falso, as condições materiais não mudaram primeiro. Para acumular mais do que o suficiente para sobreviver é preciso FAZER coisas diferentes, como plantar e domesticar animais. E como fazer isso sem uma idéia diferente?

A idéia de que só não fazíamos escravos porque não havia condições, novamente, expressa um determinismo injustificável... Muitas sociedades agrícolas existiram e existem até hoje sem escravidão. A nossa não foi uma simples uma simples sociedade agrícola, mas sim uma sociedade agrícola de acúmulo e expansão. E o que significa cercar terrenos e se considerar dono de tudo que cresce ali senão escravidão da própria terra?

Vemos que você responde tudo em termos de determinismo e que é realmente materialista, dizendo que a existência precede a essência... Não quero dizer que a essência precede a existência, mas sim que eu não distingo uma coisa de outra, porque para distinguir isso eu teria que ter em mente a dicotomia mente-corpo, que é falsa.

Então o fato é que você pensa que se eu ataco o materialismo é porque defendo o idealismo, porque você jamais questiona a dicotomia, e pensa que só se pode estar ou num lado ou no outro, quando na verdade ambos os lados afirmam a dicotomia mente-corpo, só diferem sobre qual lado tem precedência, e eu a nego.




Outros comentários
Janos Biro 09/09/2008 01:42
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Superestruturalista

?a seleção natural e as outras causas análogas deveram exercer influência bastante secundária sobre as modificações corporais do homem.?

É por essas e outras que biólogos evolucionistas raramente são marxistas... Compreender o homem como uma máquina e p progresso tecnológico como uma extensão da evolução do uso de ferramentas é um caso grave de falácia ?não se segue?

Aliás, crer que há uma superestrutura determinada pela estrutura de baixo já é reducionismo.


Bruno

?Deu prá entender porque Marx e Engels eram a favor de que o capitalismo suplantasse o feudalismo em todos os quadrantes do globo??

Sim, porque ele achava que sabia para onde caminha a história, porque ele acha que é uma via única, porque ele é determinista. E porque ele não sabia nada sobre relativismo.

?Eles não têm que realizar nenhum ideal, mas simplesmente libertar os elementos da nova sociedade que a velha sociedade burguesa agonizante traz em seu seio.?

Como se a ?nova? sociedade fosse apenas um algo determinado pela velha e logo não realmente uma coisa nova, mas apenas a continuação da velha em outro ?estágio? de desenvolvimento...

É nesse sentido que para nós Marx é um reformista, ele só queria a continuação do capitalismo, transformado em algo dialeticamente superior... Nós queremos sair dessa estrada, queremos diversidade cultural.

Marx não fala de probabilidade, porque não conhecia esse termo, estava empolgado com Newton e com o uso de termos como ?conseqüência necessária?, ?diretamente proporcional?, ?inversamente proporcional?, etc... Apenas mais tarde nós superamos esse traço de positivismo da ciência, rumo a uma compreensão da complexidade. Mas vocês ainda estão no paradigma anterior... Acordem, o determinismo é uma farsa.




O Mercado Mundial é a força que frena a história
Força Frenétika 10/09/2008 08:50

"O poder social, quer dizer, a força produtiva multiplicada que é devida à cooperação dos diversos indivíduos, a qual é condicionada pela divisão do trabalho, não se lhes apresenta como o seu próprio poder conjugado, pois essa colaboração não é voluntária e, sim, natural, antes lhes surgindo como um poder estranho, situado fora deles e do qual não conhecem nem a origem nem o fim a que se propõe, que não podem dominar e que de tal forma atravessa uma série particular de fases e estádios de desenvolvimento tão independente da vontade e da marcha da humanidade que é na verdade ela quem dirige essa vontade e essa marcha da humanidade."

Marx, Ideologia Alemã




Se o determinismo é uma farsa, então...
Indeterminismo caótico 11/09/2008 12:17

Se tudo é indeterminado, então o Rio Tietê vai desaguar no Pacífico, basta a gente querer e Washington é a capital da Coréia do Norte e o alicerce do Empire State Building é no topo do referido edifício. Tudo é magia e nós podemos fazer os ponteiros do tempo retrofluir ao sabor dos nossos caprichos e nós não somos Alices in chains but in Worderland.

Aquarela
Toquinho

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...

Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...

Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...

Vai voando
Contornando a imensa
Curva Norte e Sul
Vou com ela
Viajando Havaí
Pequim ou Istambul
Pinto um barco à vela
Branco navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul...

Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...

Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...

Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida...

De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...

Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...

E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...

Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
(Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso
Num círculo eu faço
O mundo
(Que descolorirá!)...





O que será preciso?
Janos Biro 11/09/2008 18:21
janosbirozero@gmail.com
http://largue.wikispaces.com/

O que sera preciso para que marxistas parem de simplesmente copiar e colar textos do Marx como se Marx respondesse todas as perguntas?

Tudo que você me diz colando textos do Marx é que ele realmente acreditava que existe uma força dirigindo a vontade e a história. Disso estou cansado de saber.

A pergunta porque você acha que isso é verdade? Não adianta dizer porque Marx achava que é verdade, ele não sabia o que sabemos hoje sobre determinismo, probabilidade, relativismo, etc... A pergunta não pode ser respondida por Marx...

"Se tudo é indeterminado, então o Rio Tietê vai desaguar no Pacífico, basta a gente querer e Washington é a capital da Coréia do Norte e o alicerce do Empire State Building é no topo do referido edifício. Tudo é magia e nós podemos fazer os ponteiros do tempo retrofluir ao sabor dos nossos caprichos e nós não somos Alices in chains but in Worderland."

Eu não disse que basta querer. Não quer dizer que basta um cara dizer que é isso que está DESTINADO a acontecer, por mais empírico que ele ache que seja a pesquisa, se a história depende de fatores subjetivos TAMBÉM, e tais fatores não podem ser observados empiricamente, e não podem ser previstos, logo o futuro não está escrito.






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