segunda-feira, 26 de julho de 2010

2119 - AS GRANDES ABADIAS COPISTAS NA IDADE MÉDIA

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O Nome da Rosa
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Nota: Se procura o filme baseado neste livro, veja Der Name der Rose.
Il nome della rosa
O Nome da Rosa

Autor Umberto Eco
Idioma italiano
País Itália
Gênero romance
Editora Bompiani
Lançamento 1980
Páginas 514
ISBN 8845207056
Edição brasileira
Editora Editora Record
Lançamento 2009
ISBN 9788501081407
Edição portuguesa
Tradução Maria Celeste Pinto
Editora Difel
Lançamento 1983
Páginas 493
O Nome da Rosa é um romance de Umberto Eco, lançado em 1980 com o título italiano Il nome della rosa. É o romance que o tornou conhecido mundialmente.

Índice [esconder]
1 Sinopse
2 Adso de Melk
3 O Nome da Rosa e as aulas de Filosofia
4 Referências
5 Ver também


[editar] Sinopse
Aviso: Este artigo ou seção contém revelações sobre o enredo (spoilers).
O enredo de O Nome da Rosa gira em torno das investigações de uma série de crimes misteriosos, cometidos dentro de uma abadia medieval. Com ares de Sherlock Holmes, o investigador, o frade franciscano William de Baskerville, assessorado pelo noviço Adso de Melk, vai a fundo em suas investigações, apesar da resistência de alguns dos religiosos do local, até que desvenda que as causas do crime estavam ligadas a manutenção de uma biblioteca que mantém em segredo obras apócrifas,obras que não seriam aceitas em consenso pela igreja cristã da Idade Média, como é a obra risona criada por Eco e atribuída romantescamente à Aristóteles. A aventura de William de Baskerville é desta forma uma aventura quase quixotesca.

No romance, Umberto Eco relembra a problemática suscitada pelo nominalismo entre o que é essencial, que parece ser o nome da rosa como nome, em si um conceito, portanto um universal, dessa forma, eterno, imutável, imortal e de sua contraposição a rosa particular, individual no mundo, flor de existência única na realidade, que por acontecer, também é passageira, mortal e transitória.

O próprio nome do livro suscita uma questão que relembra a questão dos universais e dos particulares, que se refere a saber se o nome da rosa é universal ou particular. O quadro da questão pode ser representado de forma tradicional pelo quadrilátero de proposições lógicas. A questão se refere ao juízo que fazemos do nome da rosa: se ele é universal, por exemplo: O nome da rosa é imortal; particular: O nome da rosa é passageiro (mortal) e ainda: Nenhum nome da rosa é imortal ou: Algum nome de rosa é passageiro. Os vértices do quadrilátero seriam formados por esses quatro juízos. Seria algum desses juízos verdadeiro ou falso? Se sim ou não, nisso há alguma contradição? Haveria outras possibilidades, outras incertezas?

Eco sugere no O Nome da Rosa, um ambiente no qual as contradições, oposições, querelas e inquisições, no início do século XIV, justificam ações humanas, as virtudes e os crimes dos personagens, monges copistas de uma abadia cuja maior riqueza é o conhecimento de sua biblioteca. Para os personagens, a discussão do essencial e do particular, do espiritual e da realidade material, do poder secular e da insurreição, dos conceitos e das palavras entranham pelo mundo uma teia de inter-relações das mais conflituosas. A representação, a palavra e o texto escrito passam a ter uma importância vital na organização da abadia beneditina, gestando o microcosmo do narrador.

No O Nome da Rosa, conhecido e desconhecido tecem caminhos secretos pela abadia de pedra e representações, definindo uma história de investigação onde as deduções lógico-gramaticais, são nas mãos do autor similares àquelas dos romances policiais modernos. Por outro lado, a narrativa se afasta do simples romance policial não somente pelo fato de ser escrito ao final do século XX, mas porque expõe e aproxima-se de um mundo de incertezas. A arquitetura da abadia faz lembrar os (des)caminhos do labirinto da internet e a difícil situação de decidir politicamente em uma Itália dividida entre o norte rico e articulado e o sul pobre e violento. Esse Sul (Africae), mais representado que real, dito virtual em sua realidade, é no espaço socioeconômico do final do século XX mais que um elemento isolado.

Além disso, "O Nome da Rosa" é uma viagem imaginária à Idade Média europeia. A oportunidade de reflexão aberta das questões filosóficas, dos conceitos de certo e errado, de bem e mal, da moral cristã, do que está por trás dos conceitos e crenças atuais, mesmo que por contraste com o conjunto de questionamentos que ecoam dos séculos atrás, é uma herança a ser compartilhadas pelos leitores dessa obra aberta.

Ainda é importante mencionar que a biblioteca que serve como plano de fundo e personagem principal ao mesmo tempo é inspirada no conto A Biblioteca de Babel do argentino Jorge Luis Borges onde é apresentada uma biblioteca universal e infinita que abrange todos os livros do mundo. Para homenagear o escritor há o personagem Jorge de Burgos, que além da semelhança no nome é cego assim como Borges foi ficando ao longo da vida. Outra homenagem presente no nome é William de Baskerville que seria como um Sherlock Holmes na história, este tem como uma das suas principais aventuras O Cão dos Baskervilles

[editar] Adso de Melk
Adson (ou Adzo) de Melk é um dos personagens principais do romance de Umberto Eco intitulado "O Nome da Rosa". Filho do Barão de Melk, o jovem, juntamente com o seu tutor e mestre, William de Baskerville, tenta desvendar crimes cometidos em um monastério em algum lugar dos alpes italianos durante a Idade Média. Há semelhança entre o seu nome e o de "Watson", fiel escudeiro de Sherlock Holmes.

Umberto Eco, na introdução da obra, diz que Adso é o responsável pela edição dos textos dando conta dos acontecimentos no monastério: «No dia 16 de Agosto de 1968 foi-me parar às mãos um livro que se deve à pena de um certo abade de Vallet, Le Manuscript de Dom Adson de Melk, traduzido em francês segundo a edição de Dom J. Mabillo (Aux Presses de l'Abbaye de la Source, Paris, 1984)» [1]

[editar] O Nome da Rosa e as aulas de Filosofia
O filme passa num mosteiro europeu do século XIV onde ocorrem crimes violentos. No mosteiro vai realizar-se uma convenção entre os representantes máximos das ordens religiosas e do clero secular da qual depende a expulsão, ou não, dos franciscanos da organização da igreja católica, visto que, à época pairava sobre eles a acusação de heresia. Para explicar os crimes é criada, pelo abade do mosteiro, uma comissão, que será presidida por um representante do papa na convenção e, simultaneamente, inquisidor. Porém, um monge franciscano, william de baskersville, procura, igualmente, uma explicação para tais ocorrências. A importância filosófica do filme está precisamente no confronto entre os dois modos de procurar a verdade que reflectem dois tipos de concepção acerca do conhecimento, da verdade, do estatuto do conhecimento cientifico e dos processos através os quais se constrói o conhecimento verdadeiro. De um lado,a igreja, avessa a qualquer tipo de evidência racional e empírica, interessada na defesa dos dogmas da cristandade, condenando tudo aquilo que ,de uma forma ou de outra pudesse contrariar as autoridades permitidas, nomeadamente, a lógica aristotélica e os factos resultantes da observação e experimentação. Do outro, uma posição aberta à consideração da observação dos fatos independentemente da sua relação com os dogmas, partindo justamente dos factos para a construção de hipóteses e sua posterior verificação empírica e conformidade racional, ou seja, a demonstração. Para além desta abordagem gnoseológica e epistemológica o filme apresenta inúmeros e valiosos elementos para a caracterização da sociedade e cultura da época. Destacamos o retrato das relações sociais entre as diferentes classes, o poderio da igreja e a manipulação, psicológica, económica e política subjacente ao mesmo. O filme revela igualmente o importante facto da cultura, sabedoria e conhecimento serem um privilégio de apenas algumas pessoas, e por essa razão, poderem ser manipuladas em função de outros interesses que não a descoberta da verdade, e mais grave ainda , o facto da instituição Igreja, á imagem e semelhança do que foi feito pelos romanos quando conquistaram a Grécia, terem destruído uma grande parte da nossa herança cultural, pela simples razão de ser incómoda para a religião e fé católicas, e sobretudo , para a manutenção dos seus privilégios e condição social, económica e política. Deste modo, o filme pode ser abordado, também, numa perspectiva ética já que reflecte importantes conceitos axiológicos como o conceito de pessoa, de liberdade, de responsabilidade, de altruísmo, de autonomia, de solidariedade, e igualmente importantes temáticas éticas e políticas como, a da autonomia moral, do acesso á educação, da dignidade humana, da liberdade religiosa, da democratização das decisões politicas, da verdade e transparência democráticas, da tolerância e igualdade, etc.

Referências
↑ Umberto Eco (1980), "O Nome da Rosa", traduzido por Maria Celeste Pinto, Círculo de Leitores
[editar] Ver também
Melk
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