domingo, 25 de julho de 2010

2067 - A IDADE MÉDIA

História da ciência: da idade
média à atualidade
History of Science: from Middle
Age to our time
ANA LUCIA DE MÔNACO PRIMON*
LOURIVAL GABRIEL DE SIQUEIRA JÚNIOR*
SILVIAMARIAADAM*
ORIENTADORA: TANIA ELENA BONFIM**
RESUMO
A história da Ciência é um inesgotável campo de pesquisa e pode ser estudada
sob diferentes perspectivas. O estudioso pode ater-se à evolução das teorias nas
diferentes áreas do conhecimento, ou dedicar-se aos paradigmas que orientam a
atividade científica, relacionando-os ao sistema social vigente. Este trabalho se
debruça sobre a descrição do período compreendido entre a Idade Média e o
século XX, ressaltando os aspectos da relação entre a Ciência e a Religião que
influenciaram a produção científica e o desenvolvimento social.
Palavras-chaves: Idade Média, Supremacia da Igreja, Ruptura, Renascença,
Desenvolvimento Científico.
ABSTRACTS
Science history is an inexhaustible field research and can be studied under
different perspectives. The studious can get caught up in evolution of the theories
in different knowlegde areas or he can the paradigms that direct the scientific
activity, relating to the social study system. This work bends over the
description of period from Midle Age to the 20th century, emphasizing the relations
aspects between Science and Religion that influenced the scientific
production and the social development.
Key words: Midle Age, Supremacy of Church, rupture, Renascence, Cientific
Development.
* Graduandos em Psicologia pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP)
** Professora do curso de Graduação em Psicologia – Universidade Metodista de São Paulo
(Umesp); Doutoranda em Psicologia da Saúde – Umesp.
Psicólogo inFormação
ano 4, nº 4, jan/dez. 2000
Copyright 2000 pelo Instituto Metodista de Ensino
Superior CGC 44.351.146/0001-57
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O presente trabalho, realizado por alunos do segundo semestre de
Psicologia e apresentado na disciplina de Metodologia Científica,
no ano de 1999, apresenta uma pesquisa bibliográfica a respeito
da História da Ciência que enfoca o período da Idade Média ao século
XX, questionando o desenvolvimento da atividade científica e sua
relação com a religião.
Consideramos relevante o estudo da evolução científica para
melhor compreendermos seu atual estágio e a importância da Psicologia
para o homem moderno. Para explicar esta relação, faremos uso do
traçado histórico e sociocultural construído por Figueiredo (1997).
Durante a Idade Média, o homem era amparado por referências coletivas
como a família, o povo e, principalmente, a religião. Esta, detinha
o poder de decisão sobre as ações humanas; por isso, ao mesmo tempo
que amparava o homem, também o constrangia, retirando-lhe a
capacidade de construir suas próprias referências internas.
Com o Renascimento surgem novas formas de vida, ocasionando
uma crise social que culmina com o contestação das velhas tradições e
o rompimento da ciência com a religião. O homem descobre que é
capaz de decidir por si, sente-se livre e coloca-se na posição de centro
do Universo, buscando objetividade nas suas experiências. O mundo
deixa de ser sagrado para tornar-se num objeto de uso para o próprio
homem, embora a crença em Deus permanecesse. O trabalho intelectual,
neste período, torna-se mais intenso e individualizado; e a religiosidade,
uma decisão íntima. A esta individualização do homem,
Figueiredo (1997) chama de experiência da subjetividade privatizada.
Esta mesma experiência sofre uma crise no século XIX. O homem
percebe que existe um regime disciplinar disfarçado, presente em
todas as esferas da vida, facilmente observado nas instituições governamentais,
nas relações trabalhistas e familiares. Os interesses particulares
no comércio acabam por desencadear crises e guerras. Surge a
necessidade de obter-se o domínio sobre a subjetividade do homem.
Estava assim preparado o campo para uma nova ciência independente,
a Psicologia; necessária para uma busca de conhecimento e controle
desta subjetividade. Como conseqüência desta transição, o cientista
contemporâneo não é somente pesquisador como era na modernidade,
mas é também objeto de estudo da ciência.
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1. A Ciência na idade média
A supremacia da Igreja Católica sobre o pensamento científico
Segundo Kosminsky (1960), a ciência, encontrava-se nessa época
sob forte influência da Igreja Católica. A autoridade da Igreja impunha
sua doutrina como verdade que não podia ser discutida. Do mesmo
modo, alguns escritores antigos, como Aristóteles, gozavam de tratamento
semelhante. Por isso, muito pouco conhecimento a ciência
acumulou neste período. A esta ciência foi dado o nome de escolástica
e, sua finalidade principal era demonstrar a verdade da doutrina da
Igreja Católica.
Os sábios medievais acreditavam que a terra tinha forma de disco e
consideravam um absurdo a crença em sua esfericidade. Somente no
século XIII esta crença obteve alguma aceitação por alguns sábios que
vieram a ter conhecimento da teoria de Ptolomeu. Porém, ainda acreditavam
que a terra era o centro do universo. Em geral, as noções
verídicas encontradas nos escritores antigos eram tidas por estes
sábios como idéias fantásticas.
A Igreja, temendo perder sua autoridade, reprimia toda idéia que
poderia traçar novos caminhos para a ciência, impedindo seu livre
desenvolvimento. Mesmo assim, houve alguns sábios na Idade Média
que ousaram com algumas idéias e descobertas novas. Um deles foi
Roger Bacon, que no século XIII foi condenado pela Igreja Católica ao
encarceramento por ensinar que a experiência e a matemática eram a
base da verdadeira ciência.
Durante toda essa época a Igreja foi o maior obstáculo para o
progresso do conhecimento científico. O obscurantismo do clero
combateu longa e encarniçadamente a nova ciência, que lentamente se
manifestava, baseada na experiência e na razão. Contudo, tais
empecilhos não podiam deter seu desenvolvimento.
A luta entre a Igreja e a ciência refletia a luta de classes entre o
feudalismo e a então progressista burguesia. Entretanto, depois da
vitória, a própria burguesia se aliou à religião, a fim de desviar a atenção
das massas populares exploradas e mantê-las em estado de submissão.
Os novos rumos da cultura eram inevitáveis e a Igreja se apercebia
disto. Assim, segundo Franco Jr. (1986), em 1179, no III Concílio de
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Latrão, a Igreja Católico reconheceu que as escolas clericais não eram
suficientes e, sem abrir mão do controle, foi permitido a licença
docente a todos que fossem considerados aptos por ela. Deste modo,
surgiram as escolas privadas, embora ainda sob o monopólio da Igreja.
Foram destas escolas que, no século XIII, após fixarem-se e uniremse,
deram origem às universidades.
As ciências naturais
Neste mesmo contexto em que Franco Jr. relata a origem das
universidades, segundo Heer (1968), as ciências naturais começaram
a mostrar-se independentes, ainda que, num papel particularmente
ambíguo. Quem se interessasse pelos segredos da natureza e ousasse
investigar por meio de experiências, ficava comprometido em
perigosa associação com os mágicos, feiticeiros e alquimistas; isto é,
com os conspiradores dedicados a descobrir os segredos que Deus
velara de mistérios. Ronan (1983), acrescenta que mesmo entre os
cristãos havia divergências no que diz respeito ao estudo do mundo
natural criado por Deus. De um lado, havia aqueles que ignoravam
os estudos científicos para se concentrarem no tema da salvação da
alma, já que a ciência se dedicava aos escritos gregos pagãos, que
acabariam por contaminar as almas cristãs com idéias perigosas. De
outro lado, junto da ciência, estavam os cristãos que acreditavam que
estudando o trabalho de Deus através da ciência, seriam permitido
aos homens um aumento da consciência em relação à onipotência e à
sabedoria divina.
Já Heer (1968), não faz menção alguma sobre divergências entre os
próprios cristãos, pelo menos dentro da Igreja Católica. Segundo este
mesmo autor, durante a Idade Média, os que seguiam as ciências naturais
não tinham um lugar legítimo na sociedade e não eram reconhecidos
pela Igreja, pois eram considerados pessoas de reputação duvidosa.
A Igreja contrariava qualquer tentativa de descoberta dos segredos da
natureza – invasão ilegal do ventre sagrado da “Grande Mãe”. Quem
quer que persistisse em lançar-se ao trabalho da ciência era forçado a
juntar-se aos judeus provençais que sabiam traduzir textos em árabe que
tratavam de alquimia, química e medicina, e a outros excêntricos que
dedicavam suas pesquisas à transformação do mercúrio em ouro.
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Heer (1968.), descreve que o padrão de desenvolvimento das idéias
medievais quanto à ciência era composto de numerosos elementos
contraditórios e diversos. Os que se interessavam por investigações
científicas, o faziam por razões irracionais e supersticiosas. Seus
métodos eram uma combinação de empirismo e especulação. O peso
de pressões religiosas era tal que, embora essas atividades satisfizessem
o indivíduo, o que emergia delas não era de certeza científica.
Os diferentes assuntos estavam tão intimamente ligados que se
tornavam híbridos – química com alquimia, astronomia com astrologia,
tecnologia com magia, medicina com filosofia.
A escola de Oxford
Ainda vinculada à Igreja, a escola de Oxford é enfocada por Heer
(1968) por ser o primeiro centro de erudição científica, criado por
Robert Grossteste. Grossteste foi estudante e, posteriormente voltou à
Oxford para ensinar, chegando a ser chanceler da universidade e
mentor da escola franciscana. A luz que irradiou de Oxford durante a
sua vida foi a luz da sabedoria grega e da pura razão, e a sua influência
rapidamente se espalhou.
Heer (1968), menciona que Grossteste, adepto de Platão, explicava
a estrutura do cosmos, relacionando a luz e sua energia como a base de
toda causalidade da natureza. Por esta razão, as leis da óptica serviam
de fundamento a todas as interpretações da natureza. O cosmos era a
auto-revelação do princípio da lua. Grossteste defendia, tal como
defenderia posteriormente Roger Bacon e Galileu, que nada poderia
ser percebido na investigação empírica sem a matemática e a geometria
e que, como em seus próprios estudos, a luz exprimia-se em
números e modelos geométricos.
Grossteste, conforme citação de Heer, fez com que sua teoria da
luz, como princípio universal, servisse para ilustrar as relações da
Santíssima Trindade. A luz seria o agente por meio do qual a alma
agiria no corpo.
Estas idéias, altamente conjeturadas, herdadas dos gregos, combinavam-se com a
experiência ao jeito característico de Oxford e, portanto, do talento inglês para tudo
o que seja empírico e prático (Heer, 1968, p. 312).
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Na visão de Grossteste, a investigação da luz representava a essência
da natureza. Ronan (1983), cita que Grossteste considerava a óptica
como a ciência física básica. Para Grossteste, a luz era a primeira forma
de matéria-prima criada que dava origem às três dimensões no espaço.
Numa interpretação científica, Grossteste explica a criação fazendo uma
comparação do seu estudo da luz com o que se lê no texto do Gênese:
“Faça-se a luz.”
Para Franco Jr. (1992), a mentalidade básica na Idade Média relacionava-
se com a visão racionalista do universo, produto da conjunção
da filosofia grega com a concepção cristã de Deus. “Assim, aceitando
a existência de uma unidade cosmológica, o homem medieval via
todas as coisas ligadas entre si.” (Franco Jr.,1992, p. 175)
Na visão de Heer (1968), a tradição científica fundada em Oxford
por Grossteste foi mantida posteriormente por Roger Bacon e outros
menos eminentes, e a sua influência estendeu-se até chegar na
Alemanha e Paris.
Novos métodos científicos se desenvolveram na escola de Oxford:
investigação indutiva aliada à aplicação dos princípios matemáticos e
filosóficos. A combinação da observação com os métodos exatos de
cálculos fez da meteorologia um dos assuntos mais fortes de Oxford
nesta época.
Oxford distinguiu-se pela sua combinação de cosmologia platônica,
empirismo natural e investigação em matemática fundamental.
A química e a alquimia como um auxílio na obra de Cristo
Heer (1968), cita que, ainda dentro da tradição científica da
escola de Oxford, o discípulo de Bacon, Arnold de Villanova, médico
e alquimista, foi considerado por vários séculos como suposto
autor de manuais de alquimia. Franciscano espiritual como Bacon,
seu mestre, “Arnold procurava uma medicina que curasse todos os
males (...) e que rejuvenescesse o homem no corpo e na alma”
(Heer, 1968, p. 320). Seu esquema, segundo o mesmo autor, fez das
ciências naturais um importante aliado para os franciscanos espirituais
que tinham como objetivo refazer o mundo. Por esta razão, é
interessante observar alguns aspectos de medicina e da química, que
vigoravam na época.
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Era objetivo da química-alquimia transformar elementos da
natureza em algo melhor, divino. Para os franciscanos radicais, como
Villanova, a química e a alquimia tinham um aspecto político-religioso,
uma necessidade para a redenção do mundo. Os monges da
época acreditavam que, desta forma, estariam contribuindo com “a
obra de Cristo na transformação e na transmutação do mundo” (Heer,
1968, p. 321).
A medicina como prática pagã
A medicina, na Idade Média, seguindo um caminho diferente da
química e a alquimia, estava relacionada com uma visão particular do
mundo. Por isso, o estudante de medicina tinha que viver pelo menos um
período no Mediterrâneo, onde havia uma “atmosfera livre-pensadora
esclarecida”, fruto da medicina clássica e filosofia médica, que segundo
Heer (1968), foram desenvolvidas por médicos árabes e judeus.
Nestes locais, nos relata Heer (op. cit.), a teoria e a prática da
medicina cresciam lado a lado. Mais ousada, a prática investigava o
corpo humano. Sua ousadia devia-se ao fato de que dissecar o homem
era como dissecar a Deus, pois o corpo do homem, segundo a Igreja,
representava a imagem do corpo de Cristo. Assim, o estudo da anatomia
era considerado pagão e inumano. Nesta perspectiva, estes médicos
ateus eram acusados de agredirem o que havia de “mais sagrado
na Terra”, o homem. O estudo da anatomia durante a Idade Média só
teve algum progresso a partir do momento em que começaram a ser
utilizados porcos e corpos de criminosos no lugar dos cristãos.
Apesar da medicina dever seu avanço à prática das cirurgias feitas
pelos cirurgiões do exército, os professores universitários
desprezavam seus trabalhos, pois nas universidades, “a medicina era
inteiramente um assunto de sabedoria de livros, com particular referência
aos textos clássicos” (Heer, 1968, p.322). A partir de então, a
prática da medicina (clínica) passou a ser uma carreira de família. Esta
continuidade era importante, pois formava uma tradição e dava segurança
aos profissionais.
Para Heer (1968), tudo o que dizia respeito ao humano era conhecido
pois as experiências dos médicos eram muito vastas. Não relacionavam
a medicina com a religião, eram imparciais e devido aos
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seus esclarecimentos eram providos de espírito crítico. Servindo nas
cortes estrangeiras, aproveitam para viajar incessantemente em busca
de mais prática.
Heer (1968) e Ronan (1983), falam de uma associação entre a
medicina e a astrologia, sendo que Heer acrescenta que na Idade Média
esperava-se que o “médico-astrólogo” exercesse assim sua função.
Ronan ainda comenta que o pouco desenvolvimento que a medicina
obteve nesta época foi devido a esta associação. O esclarecimento
sobre a importância desta associação para o desenvolvimento da
medicina é feito por Heer para quem a astrologia se opunha à doutrina
dos milagres e mistérios praticada pela Igreja. Isto porque, a “astrologia-
científica” propunha que os milagres podiam ser explicados naturalmente
e a própria vida de Cristo teria sido definida pelos astros.
Deste modo, não há sentido em dizer que os mistérios pertencem a
Deus, pois ao homem foi dada a capacidade de buscar a compreensão
de todo fenômeno. Esta idéia foi, aos poucos, reforçando a necessidade
de um rompimento entre a ciência e a religião.
Os principais colaboradores
Roger Bacon, o “cientista moderno”
Heer (1968), cita Carton (1924) que descreve Roger Bacon como a
figura que séculos posteriores seria considerado como o primeiro
“cientista moderno”, lembrando-nos que Oxford estava ainda firmemente
enraizado no mundo medieval. Bacon teve visões de como seria
o mundo técnico no futuro, com barcos sem remadores, submarinos,
“automóveis”, aviões e, como esteve preso, imaginou até “engenhocas”
para libertar as pessoas da prisão e até mesmo algemas mágicas.
Para Roger Bacon, segundo Heer (op. cit.), esta curiosidade nova
levaria o homem a dominar o mundo e o futuro.
Enquanto Heer vê em Bacon um “cientista moderno”, para Ronan
(1983), a perspectiva de Bacon ainda era mais medieval do que moderna.
Pois, para ele, o conhecimento da ciência natural conduziria ao
conhecimento de Deus, formando assim uma unidade. A ciência experimental,
a religião, a alquimia, e a metafísica faziam parte de todo o
conhecimento do homem. Por isso, sua ciência experimental (scientia
experimentalis) foi chamada mais tarde de magia natural.
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Franco Jr. (1992), relata que em fins do século XIII surge a necessidade
da experimentação além de um racionalismo teórico. Pensando
nisto, Bacon critica a submissão de seus contemporâneos aos ensinamentos
de Aristóteles e propõe enriquecer o racionalismo com o
empirismo. Desta forma foram lançados os fundamentos da futura
superioridade científica do ocidente, muito embora, Bacon não realizasse
nenhuma investigação empírica da natureza (Herr, 1968).
Bacon vendeu seu patrimônio por amor aos estudos científicos, o
que fez dele objeto de riso dos estudantes de Oxford. Os seus superiores
da ordem franciscana, a qual pertencia, mandaram-no para a cadeia
por ensinar que a experiência matemática era a base da verdadeira
ciência. Para ele, não poderia haver teologia sem a compreensão das
ciências naturais. Bacon almejava um conhecimento total – junção de
sabedoria árabe, judaica e cristã - que havia de purificar a cristandade,
transformar e converter o mundo.
Bacon via que o objetivo da cruzadas era falho e de ordem bélica e
deveria, portanto, ser substituída por cruzadas de sabedoria com objetivo
de dominar apenas as almas.
O clero, bem como todas as ordens, estavam corrompidos, o orgulho,
a avareza, a sensualidade e a devassidão eram paixões governantes.
Até mesmo as universidades, principalmente a de Paris, eram
corruptas. Os homens se iludiam quanto a viverem numa época de
grande saber, um apogeu da ciência. As universidades se perdiam em
discussões teóricas e experimentos que fugiam da realidade.
A purificação do cristianismo só viria através da purificação da
ciência. A teologia também precisava de purificação; entre seus sete
pecados capitais, podia-se contar a concentração na filosofia formal e
o esquecimento das ciências naturais. Heer (1968) observa que a
experiência científica estava profundamente misturada com a magia e
feitiçaria. Bacon atacava as superstições das massas e a hostilidade
dos escolares de Paris.
Outros pensadores desta época como, Giovanni de Dondi e Nicole
Oresme, criticavam, tal como Bacon, o culto ao sobrenatural ao
dizerem, que os clérigos enganavam o povo com milagres fabricados
para somente alcançarem dinheiro para suas igrejas.
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A crítica científica do sobrenatural, é sempre carregada de emoção e sempre relativa
às certas atitudes políticas contemporâneas e modos de ver do mundo. Isto é
tão verdade relativamente aos séculos XIII e XIV como relativamente aos séculos
XIX e XX (Heer, 1968, p. 319).
Para Bacon, o verdadeiro cientista é o homem espiritual, que tem
sua atenção voltada para a natureza, obra de Deus. É este homem “que
traria esclarecimento e paz universal à Igreja e ao mundo” (Heer,
1968, p. 3l7 ).
Ramon Lull
Para Ramon Lull a conversão ao cristianismo era uma condição
básica para o esclarecimento. Seu trabalho era uma junção da teologia
medieval com a ciência e do Estado com a Igreja. “Fé e razão,
mistério e racionalidade formavam um casamento indissolúvel”
(Heer, 1968, p. 324).
Para Heer (1968), uma colaboração importante de Lull foi ter relacionado
os princípios básicos de todo o conhecimento, de modo a
possibilitar que todos os problemas, toda a ciência, toda a fé fossem
decifradas. Por essa idéia, foram criadas bases para que mais tarde
Eistein e Heisenberg desenvolvessem suas fórmulas universais que
“forneceram ao homem as chaves matemáticas para o problema da
matéria, da luz, da energia e das leis fundamentais do cosmos.” (Heer,
1968, p.325). Dentro desses mesmos princípios desenvolvidos por
Lull, encontra-se a busca por uma linguagem científica universal, de
modo que todos os homens pudessem se entender; o que para ele,
propiciaria a paz universal.
Lull também enfatizava a necessidade da reeducação do cristianismo
europeu por meio da observação aos “mundos estranhos”, as
religiões adversárias do cristianismo. Heer (1968) o considera um gênio
universal e ousado por anteceder as idéias de problemas do futuro.
2. Da Renascença ao Século XX
O Renascimento
Ronan (1983), em sua “História Ilustrada da Ciência”,define a
Renascença como “uma modificação geral no modo pelo qual o
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homem via a si mesmo e ao mundo em que vivia.” A apreciação dos
valores humanísticos juntamente com o elemento de independência
política e a expansão capitalista determinaram o surgimento da
Renascença. Teve seu início na Itália, no século XIV, com a
redescoberta da Antigüidade Clássica, cujo espírito humanístico
herdado passou, a partir de então, a desafiar o misticismo e o
ascetismo que marcaram a Idade Média e a motivar os homens a uma
mudança de atitudes, ultrapassando os limites do simbolismo
medieval. Os homens passaram, então, a reconhecer a beleza do
mundo natural e não apenas um mundo limitado por imagens sacras.
Aliado a esta mudança de atitude, o aparecimento de cartas marítimas
que redefiniam o conhecimento geográfico da época estimularam
o início de grandes navegações que, com as novas descobertas, com
destaque para o navegador Cristóvão Colombo, trouxeram consigo a
idéia de que o homem ainda tinha muito a conhecer, além do conhecimento
adquirido na Antigüidade. Foi também neste período que foram
feitas duas importantes invenções: o papel e a imprensa.
Com as invenções do papel e da imprensa, os livros passaram a
ser copiados e produzidos muito mais rapidamente do que com o
trabalho feito pelos copistas. Isto permitiu que o pensamento
renascentista fosse difundido para muito além dos domínios da Igreja,
e da universidade por ela condicionada. Este pensamento e as
novas descobertas deram origem à Reforma Protestante, que questionava
a autoridade da Igreja e, segundo Ronan (1983), motivou a
ruptura entre a ciência e a religião. Assim, a ciência no século XV
ganha um grande impulso para o seu desenvolvimento e para a sua
prática. Ronan assim conclui:
O estímulo científico foi causado pelo desejo de usar a descoberta para criar
uma figura do universo ordeira e coerente com a finalidade de descobrir ainda
mais o trabalho de Deus. Isso ajudou a satisfazer uma necessidade sentida por
aqueles para quem os caminhos de Deus com os homens deviam ser discernidos
mais na Bíblia e na natureza do que nos mistérios dos sacramentos e da Igreja
(Ronan, 1983:11).
Dentro deste contexto histórico, a chamada Revolução Científica,
que começou no século XV e se prolongou até o fim do século XVI,
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gerou uma moderna concepção científica, afetando todos os campos da
ciência, inclusive mudando as técnicas de investigação, os objetivos
que o cientista estabelecia para si próprio indicando um novo papel que
a ciência desempenharia frente a filosofia e a própria sociedade.
Personalidades que contribuíram para a revolução científica
Nicolau Copérnico
Segundo Kosminsky (1960), até o século XVI predominou o
sistema de Ptolomeu, o qual defendia que a terra era um centro imóvel
onde, ao seu redor, giravam o Sol, as estrelas e os planetas.
Nicolau Copérnico, nascido em 1473, critica a teoria elaborada
por Ptolomeu, identificando algumas incorreções nesta teoria e
abrindo caminho para a grande revolução astronômica do século XVI
(Ronan, 1983).
Insatisfeito com a proposição de Ptolomeu,que dizia que os astros
estavam em movimento desigual, Copérnico apresentou outra explicação:
tudo no universo deveria se mover a uma velocidade invariável.
Um ponto de vista mais correto, que incorporasse o movimento
absoluto, poderia surgir se o Sol fosse colocado no centro do universo
e a terra, sendo vista como um planeta, percorreria uma órbita em
torno do Sol como faziam os outros planetas (Kosminky,1960;
Ronan,1983; Védrine, 1971).
Segundo Védrine (1971), Copérnico, através de vários cálculos,
demonstra a existência de três movimentos na terra: rotação em 24
horas (em volta de si), anual em 365 dias (em volta do Sol) e mais um
terceiro movimento de declinação que explica a orientação constante
do eixo da terra (este terceiro foi abandonado depois).
O universo de Copérnico é finito, visto que é limitado pela esfera
dos fixos. Quanto ao Sol, este não se encontra no meio do mundo,
mas contrário ao que poderia ser, num ponto vizinho ao centro do
mundo. O Sol, para Copérnico, tem como função iluminar o universo.
Para Ronan (1983), a teoria de Copérnico transformava a astronomia
num sentido que, posteriormente, os acontecimentos do século XVII
iriam demonstrar.
O homem e a terra “cairiam do seu trono central” do universo para
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um lugar sem importância. Ele não estava mais situado num lugar
adequado como a imagem de Deus, no centro de todas as coisas; havia
sido banido para um mero planeta entre tantos outros. Isso teria
profundas repercussões na visão do homem sobre si mesmo e sobre
seu lugar na criação.
Concordando com Ronan (1983), Védrine (1971), diz que a partir
de então, o homem do Renascimento retoma os seus direitos e a inspiração
filosófica-metafísica, encontrando-se novamente como fundamento
de uma nova astronomia.
Para Kosminsky (1960), a teoria de Copérnico constituía um
desmentido à doutrina da Igreja, segundo a qual a terra era o centro do
universo. Em reação, a Igreja proibiu o livro de Copérnico e hostilizou
todos os trabalhos tendentes a demonstrar o movimento da Terra.
A teoria de Copérnico foi um produto típico da especulação
renascentista, demonstrando como derrubar idéias pré-concebidas e
doutrinas aceitas, sendo possível chegar à uma nova síntese e formulação
de uma visão nova da natureza. Além da visão que o homem
tinha de si mesmo, mudou também o modo pelo qual ele encararia
sua ciência. Não coloca mais a autoridade acima da observação e
testa cada nova hipótese contra as experiências, já adquiridas.
Giordano Bruno
Como cita Kosminsky (1960), Giordano Bruno apoiava a teoria
heliocêntrica de Copérnico e ensinava que o espaço universal era
infinito; que o Sol não é o centro do universo, mas apenas o centro do
nosso sistema planetário, um dos infindáveis sistemas do mundo.
Segundo Védrine (1971), Bruno cria duas formas de infinito, as
quais vão unificar conceitos heterogêneos como a de um Deus separado,
criador de todas as coisas. O primeiro infinito é chamado de “totalmente
infinito”: é tudo o que pode ser, totalmente presente em tudo,
indivisível, ativo e perfeito. O segundo infinito, podendo ser chamado
extensivo, participa do primeiro, mas não é totalmente infinito em
cada uma das suas partes.
Desse modo, pode-se afirmar que Deus e o universo são infinitos,
cada qual a seu modo. Enquanto o universo se desenvolve no tempo e
no espaço, Deus os contém de uma só vez e totalmente.
Segundo Kosminsky (1960) e Ronan (1983), Bruno foi perseguido
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Psicólogo
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pela Igreja durante toda a sua vida, acusado de negar a divindade de
Cristo e realizar práticas mágicas diabólicas. Talvez, realmente não
fosse impossível que Bruno tenha defendido o movimento mágicoreligioso
de algum tipo, ou possivelmente ligado às origens da
maçonaria ou à irmandade Rosa Cruz – estranha mistura de magia e
religião. Depois de muita hesitação, recusou-se a se retratar e em 1600
foi queimado vivo e suas cinzas lançadas ao Tibre.
Galileu Galilei
Segundo Ronan (1983), Galileu nasceu em Pisa, em 1564 e se
tornou crítico da teoria Aristotélica sobre o movimento, escrevendo
um pequeno tratado, Movimento, que Aristóteles distinguiu entre
duas diferentes espécies: forçado e natural; para Galileu, ambos
eram essencialmente o mesmo. Galileu pesquisou o movimento da
queda dos corpos provando, ao contrário da teoria Aristotélica, que
mesmo que fossem leves ou pesados, levavam precisamente o
mesmo tempo para chegar ao chão. Rolando bolas em planos inclinados,
discutiu também o movimento de corpos ao longo de uma
superfície e aproximou-se do que mais tarde seria chamada de
Primeira Lei do Movimento de Newton. Sua abordagem matemática
foi de fato tão eficaz que se tornaria a marca registrada da nova física
que se desenvolveria nos séculos XVII e XVIII; razão pela qual o
chamam de “pai da física matemática.”
Segundo Kosminsky (1960) e Ronan (1983), em 1607, na Holanda,
foi inventado um telescópio de longo alcance. Ao tomar conhecimento
da invenção, pelas descrições que chegaram a ele, Galileu
construiu com seus próprios meios, um telescópio para aumentar três
vezes o tamanho aparente de um objeto observado e, logo construiu
um instrumento com o poder de ampliação de até 30 vezes. A
importância de Galileu na história do telescópio deve-se ao fato dele
ter empregado cientificamente esse instrumento, sendo o primeiro a
usá-lo com fins astronômicos.
Galileu era partidário da doutrina de Copérnico. Isso foi suficiente
para que a Inquisição, movida pela Igreja Católica, prendesse o grande
sábio mas, devido a sua idade, 69 anos, foi tratado com indulgência.
Somente a abjuração pública de seus “erros” e a obrigação de uma
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“penitência” permanente devolveram a Galileu a liberdade que estava
longe de ser completa pois, havia sido condenado à prisão domiciliar
(Kosminsky, 1960; Ronan, 1983).
A visão do universo adotada por Galileu era baseada na observação,
na experimentação e numa generosa aplicação da matemática
(Kosminsky, 1960; Ronan, 1983).
Isaac Newton
Segundo Ronan (1983), Newton, com a história da queda da maçã,
forneceu a base para a solução do problema dos planetas, confirmando
a hipótese de que a força de atração exercida pela terra para fazer a
maçã cair era a mesma que fazia a Lua “cair” para a terra, e assim a
colocava em órbita elíptica em torno de nosso planeta.
Para Kosminsky (1960), Newton expôs os fundamentos das leis
mais importantes do movimento dos corpos, com o que lançou as
bases da mecânica científica, levando os conceitos esboçados por
Leonardo Da Vinci e desenvolvidos por Galileu. Completou também o
descobrimento de Kepler, explicando a força da atração universal.
Portanto, a lei da gravitação explicava e unia num só sistema harmonioso
toda a complexidade da mecânica celeste.
Desenvolvimento científico nos séculos XIX e XX
Segundo Ronan (1983), a partir do século XIX todos os ramos da
ciência sofreriam grande desenvolvimento. Com isso surgem as
sociedades científicas especializadas, denotando um grau crescente de
especialização ao conhecimento e tornando necessárias técnicas mais
elaboradas. A ciência começou a apresentar um aspecto mais público,
conforme suas conseqüências práticas se tornavam evidentes na vida
diária. Foi durante o século XIX em Glasgow, que a Associação Britânica
para o Progresso da Ciência, foi fundada e criou a palavra cientista.
Esta associação organizava encontros onde cientistas se reuniriam para
discutirem seus trabalhos e levá-los ao conhecimento do público.
É fato que no século XVIII alguns periódicos incluíam
contribuições referentes a assuntos científicos, mas foi a partir do século
XIX que essa tendência se desenvolveu num ritmo mais acelerado e
as publicações se tornaram mais especializadas. Certamente, conferên-
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cias científicas populares e instrutivas, assim como livros científicos
populares também se tornaram mais acessíveis à população.
Para Ronan (1983), mais rapidamente que no século XIX a ciência
começou a avançar durante o século XX. Não foram apenas as
descobertas científicas que se aceleram. Os equipamentos tornaram-se
cada mais vez mais poderosos e sofisticados, obtendo-se resultados
muitas vezes assombrosos. Uma vasta quantidade de novas provas
detalhadas conduziu à alguns conceitos complexos e especializados
sobre o mundo.
A ciência no século XX também foi transformada pelo desenvolvimento
de sua tecnologia que facilitou a pesquisa em muitos campos
novos. É preciso analisar que estando ainda no século XX, é
prematuro tentar analisar a ciência sob o ponto de vista histórico;
assim, grande parte da pesquisa é muito recente para nos permitir
julgá-los, pois muita coisa ainda está sendo feita.
Conclusão
No período da Idade Média, a ciência sofreu vários impedimentos
por parte da Igreja Católica que impunha sua autoridade, influindo em
toda sociedade. Qualquer tentativa de contrariar suas doutrinas era
perseguida e discriminada. Apesar disso, é importante observar que as
poucas descobertas e teorias que surgiram nesta época tiveram grande
relevância para desenvolvimento da ciência, provocando uma
mudança de mentalidade, no sentido de dissociar a ciência da religião,
que estavam intimamente ligadas, do mesmo modo que a ciência
também estava associada à magia e à alquimia. Teorias que aí surgiram
serviram de base para cientistas, que vieram depois, realizarem
grandes descobertas, como por exemplo, a junção dos princípios básicos
do conhecimento, de Ramon Lull, que deram condições a Einstein
para, mais tarde, desenvolver suas fórmulas universais.
Com o surgimento da Renascença, verificamos a mudança de
atitude do homem em relação à ciência, que começa a deixar o
ascetismo, características da Idade Média, passando a reconhecer a
importância do homem e a sua relação com o mundo natural. Dentro
deste contexto, surgem as grandes navegações e a criação da imprensa,
que serviu para divulgar as novas descobertas e difundir o pensamento
renascentista, desafiando os domínios da Igreja e possibilitando
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assim a ruptura entre a ciência e a religião.
O século XIX se caracterizou por grande desenvolvimento de
todos os ramos da ciência e o surgimento das sociedades científicas
especializadas. A ciência também passou a ter um aspecto mais
público, conforme as conferências e livros científicos foram se
tornando mais populares, mostrando às pessoas a importância da
ciência na vida diária.
A partir do século XX, as descobertas científicas se aceleraram e
um número maior de cientistas passou a trabalhar pelo desenvolvimento
da tecnologia, facilitando novas descobertas para a ciência. É
importante salientar que este é um processo contínuo e que novos
métodos científicos estão sendo aprimorados, numa constante busca
de novas teorias do conhecimento.
Não podemos enfocar apenas uma grande descoberta que marcou o
período, pois muitas delas foram feitas. Mesmo estando ao final do
século XX, muitas idéias relacionadas ao conhecimento científico
ainda estão por vir.
Referências bibliográficas
FIGUEIREDO, L. C. M. & SANTI, P. L. R. (1977). Psicologia: uma nova introdução. 2. ed. São
Paulo: Educ.
FRANCO JR., H. (1986). A Idade Média; nascimento do Ocidente. 4.ed. São Paulo: Brasiliense.
HEER, F. (1968). História das Civilizações. Lisboa: Arcádia, v.3.
KOSMINSKY, E. A. (1960). A História da Idade Média. s.l., Editorial Vitória.
RONAN, C. A. (1983). História Ilustrada da Ciência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
v.2.3.4.
VÉDRINE, H. (1971). As filosofias do Renascimento. Universidade de France. Europa América.
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