sábado, 24 de julho de 2010

1945 - HISTÓRIA DAS FILOSOFIA

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Archive for the História da Filosofia
Resgate da Razão Filosófica
As coisas mudaram por certo. De um passado glorioso que logo se tornou sectário e tendencioso, a capacidade humana de pensar-se e pensar o mundo foi cada vez mais direcionada a uma única maneira de pensar. Mas a Filosofia sempre foi filha de seu tempo (conforme nos ensina Hegel), embora a sectarização tenha tentado de todas as formas eternizar formas de pensar que responderam demandas específicas de quem detinha o poder.

Quando a Filosofia perde seu contato com o real e tenta encaixar o real em esquemas globalizantes a partir de pressupostos ideológicos, ela perde seu vigor, sua liberdade e seu aspecto mais fundamental: a geração efetiva de conhecimento.

Nenhum sistema filosófico consegue ou conseguirá esgotar a riqueza e a complexidade do real. Nenhum conhecimento humano será capaz disso. Enquanto a ciência se fragmenta e se especializa na crescente consciência dessa impossibilidade, ao mesmo tempo em que perde seu contato com o humano, a Filosofia se “encastela” nos seus sistemas se colocando cada vez mais distante da realidade. O dilema está posto. O papel da ciência é claro. E o da Filosofia?

Em que direções podemos especular e dialogar com os possíveis rumos que a Filosofia pode tomar para reconectar-se com a realidade trazida fragmentada pela ciência? Ao mesmo tempo em que procura uma construção de sentido para os diversos campos do saber, penso que a Filosofia deva abrir mão de impor uma visão a-histórica, determinando a realidade a partir de pressupostos doutrinários. Isso seria possível?

Embora hoje já seja banal e terreno comum a idéia de que a ciência somente progride em suas fronteiras, ela própria, devido à sua especialização constante, impede-se de progredir e crescer devido à prisão oferecida por seus objetos de estudo. Caberia então, nesse cenário, não só à Filosofia enquanto saber, mas uma “atitude filosófica” dos cientistas, a dedicação à construção de sentidos nessas zonas fronteiriças, oferecendo à humanidade muito mais do que técnica, mas respostas à sua própria condição existencial.

Esse, talvez, seja o resgate, enfim, da Razão Filosófica. A Razão Filosófica no cenário contemporâneo estaria nas abordagens globais através do apelo a interação entre as disciplinas científicas, promovendo um “concerto” epistemológico que as desprendessem de seus próprios interesses e pudessem ser utilizadas em função de uma situação ou fenômeno em seus diversos matizes fatídicos.

Ou seja, ao…

Continue a ler Resgate da Razão Filosófica
Gilberto Miranda Jr. @ Filosofando na Penumbra Categorias: Ciência, Ciência Geral, Epistemologia, Filosofia, História da Filosofia, Lógica e Epistemologia, Tecnologia, Transdisciplinariedade, educação, filosofia da ciência
Resgate da Razão Filosófica
As coisas mudaram por certo. De um passado glorioso que logo se tornou sectário e tendencioso, a capacidade humana de pensar-se e pensar o mundo foi cada vez mais direcionada a uma única maneira de pensar. Mas a Filosofia sempre foi filha de seu tempo (conforme nos ensina Hegel), embora a sectarização tenha tentado de todas as formas eternizar formas de pensar que responderam demandas específicas de quem detinha o poder.

Quando a Filosofia perde seu contato com o real e tenta encaixar o real em esquemas globalizantes a partir de pressupostos ideológicos, ela perde seu vigor, sua liberdade e seu aspecto mais fundamental: a geração efetiva de conhecimento.

Nenhum sistema filosófico consegue ou conseguirá esgotar a riqueza e a complexidade do real. Nenhum conhecimento humano será capaz disso. Enquanto a ciência se fragmenta e se especializa na crescente consciência dessa impossibilidade, ao mesmo tempo em que perde seu contato com o humano, a Filosofia se “encastela” nos seus sistemas se colocando cada vez mais distante da realidade. O dilema está posto. O papel da ciência é claro. E o da Filosofia?

Em que direções podemos especular e dialogar com os possíveis rumos que a Filosofia pode tomar para reconectar-se com a realidade trazida fragmentada pela ciência? Ao mesmo tempo em que procura uma construção de sentido para os diversos campos do saber, penso que a Filosofia deva abrir mão de impor uma visão a-histórica, determinando a realidade a partir de pressupostos doutrinários. Isso seria possível?

Embora hoje já seja banal e terreno comum a idéia de que a ciência somente progride em suas fronteiras, ela própria, devido à sua especialização constante, impede-se de progredir e crescer devido à prisão oferecida por seus objetos de estudo. Caberia então, nesse cenário, não só à Filosofia enquanto saber, mas uma “atitude filosófica” dos cientistas, a dedicação à construção de sentidos nessas zonas fronteiriças, oferecendo à humanidade muito mais do que técnica, mas respostas à sua própria condição existencial.

Esse, talvez, seja o resgate, enfim, da Razão Filosófica. A Razão Filosófica no cenário contemporâneo estaria nas abordagens globais através do apelo a interação entre as disciplinas científicas, promovendo um “concerto” epistemológico que as desprendessem de seus próprios interesses e pudessem ser utilizadas em função de uma situação ou fenômeno em seus diversos matizes fatídicos.

Ou seja, ao…

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Gilberto Miranda Jr. @ Filosofando na Penumbra - Gilberto Miranda Jr. Categorias: Ciência, Ciência Geral, Epistemologia, Filosofia, História da Filosofia, Lógica e Epistemologia, Tecnologia, Transdisciplinariedade, educação, filosofia da ciência
Ciência & Tecnologia – Imbricamentos e Relações
Em que sentido se circunscreve a idéia de que a ciência é o conhecimento capaz de produzir tecnologia?

Resolvi publicar em artigo ao invés de responder ao comentário do Osame no artigo O Saber Científico e a Gripe Suína porque além dele ter ficado longo, penso que traz reflexões que podem ser compartilhadas além do acaso dos leitores que se interessam em ler comentários. Muitas vezes os comentários são até melhores que os próprios artigos e essa discussão em que estamos parece-me ter esse aspecto.

Penso que nossa divergência está em algo muito mais amplo do que havia me atentado no início. Eu não vejo diferença, no entanto, no que chamamos exatamente de Técnica ou Tecnologia. Mesmo na definição da Wikipédia em inglês abre-se um campo vasto para se entender o que vem a ser Tecnologia, mas como eu havia dito em minha resposta eu a entendo de uma forma bem específica que nada mais é do que um conjunto de Técnicas, que por sua vez se circunscreve em um fazer especializado, seja com base teórica ou não.

Técnica é você ter e exercer o domínio, controle e manipulação de um aspecto material da realidade. Tecnologia é o domínio com sentido de uma técnica ou de uma série de técnicas. Não importa para a idéia que quero passar se o “logia” como sufixo também traga o conceito de estudo sobre técnicas. Tecnologia como conjunto de técnicas ou como estudo de técnicas ou ainda como o conhecimento de causa de um conjunto de técnicas, não muda, substancialmente, a idéia de que a ciência só é ciência na ocidentalidade se trouxer nela o potencial tecnológico como desdobramento de sua própria existência.

A tecnologia, ou a técnica em si, porém, não dependem necessariamente da ciência. E isso me parece tirar o caráter tautológico da questão. O que precisamos ver é em que medida a Ciência dependeria da técnica para ser considerada como tal.

Identifico dois pontos de divergências entre meu pensamento e de Osame:

Um ponto diz respeito às motivações da ciência, que para mim soa como uma busca metafísica do fundamento da atividade científica. Não penso que o fundamento de algo deva ser buscado numa instância metafísica cuja essência anteceda sua existência e o que a caracteriza fenomenicamente.

Determinar o que se vê pelo que se conceitua…

Continue a ler Ciência & Tecnologia – Imbricamentos e Relações
Gilberto Miranda Jr. @ Filosofando na Penumbra Categorias: Atualidades Científicas, Cientificidade, Ciência, Ciência Geral, Darwin, Epistemologia, Fato, Fenomenologia, Filosofia, História, História da Filosofia, Lógica e Epistemologia, Política e Ética, Tecnologia, Teoria, economia, metafísica, natureza, ética
Ciência & Tecnologia – Imbricamentos e Relações
Em que sentido se circunscreve a idéia de que a ciência é o conhecimento capaz de produzir tecnologia?

Resolvi publicar em artigo ao invés de responder ao comentário do Osame no artigo O Saber Científico e a Gripe Suína porque além dele ter ficado longo, penso que traz reflexões que podem ser compartilhadas além do acaso dos leitores que se interessam em ler comentários. Muitas vezes os comentários são até melhores que os próprios artigos e essa discussão em que estamos parece-me ter esse aspecto.

Penso que nossa divergência está em algo muito mais amplo do que havia me atentado no início. Eu não vejo diferença, no entanto, no que chamamos exatamente de Técnica ou Tecnologia. Mesmo na definição da Wikipédia em inglês abre-se um campo vasto para se entender o que vem a ser Tecnologia, mas como eu havia dito em minha resposta eu a entendo de uma forma bem específica que nada mais é do que um conjunto de Técnicas, que por sua vez se circunscreve em um fazer especializado, seja com base teórica ou não.

Técnica é você ter e exercer o domínio, controle e manipulação de um aspecto material da realidade. Tecnologia é o domínio com sentido de uma técnica ou de uma série de técnicas. Não importa para a idéia que quero passar se o “logia” como sufixo também traga o conceito de estudo sobre técnicas. Tecnologia como conjunto de técnicas ou como estudo de técnicas ou ainda como o conhecimento de causa de um conjunto de técnicas, não muda, substancialmente, a idéia de que a ciência só é ciência na ocidentalidade se trouxer nela o potencial tecnológico como desdobramento de sua própria existência.

A tecnologia, ou a técnica em si, porém, não dependem necessariamente da ciência. E isso me parece tirar o caráter tautológico da questão. O que precisamos ver é em que medida a Ciência dependeria da técnica para ser considerada como tal.

Identifico dois pontos de divergências entre meu pensamento e de Osame:

Um ponto diz respeito às motivações da ciência, que para mim soa como uma busca metafísica do fundamento da atividade científica. Não penso que o fundamento de algo deva ser buscado numa instância metafísica cuja essência anteceda sua existência e o que a caracteriza fenomenicamente.

Determinar o que se vê pelo que se conceitua…

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Gilberto Miranda Jr. @ Filosofando na Penumbra Categorias: Atualidades Científicas, Cientificidade, Ciência, Ciência Geral, Darwin, Epistemologia, Fato, Fenomenologia, Filosofia, História, História da Filosofia, Lógica e Epistemologia, Política e Ética, Tecnologia, Teoria, economia, metafísica, natureza, ética
Existência na Fenomenologia
Para a fenomenologia a existência é faticidade. Aquilo que se vê, sensível, interagente entre os de mesma categoria, existentes. No entanto, melhor seria separar essa faticidade considerada pela fenomenologia da faticidade considerada pelo existencialismo.

A fenomenologia, assim como o próprio existencialismo, assemelha-se mais a uma abordagem, a um método para um pensar filosófico do que um corpo de princípios conceituais unificados que se possa denominar uma “Filosofia”.

Portanto, dentre os que adotam o método fenomenológico para lançar um olhar sobre a existência, muitos deles escolheram questões teoréticas que ora privilegia a existência em si mesma, ora privilegia o existente e como ele olha para a existência.

Edmund Husserl (1859-1938), considerado pai da fenomenologia, foi o primeiro a tentar organizar o método fenomenológico, adotando uma teorética diferente dos existencialistas, embora tenha influenciado a todos eles e tenha sido pioneiro e inspirador das idéias de Heidegger (1889-1976), Sartre (1905-1980) e Merleau-Ponty (1908-1961) entre outros. Husserl estava interessado no sentido subjetivo da existência, colocando a própria existência, segundo suas palavras, em “parênteses”. A faticidade existencial que preocupava Husserl era a que dava sentido à existência das coisas e determinava as coisas naquilo que elas são enquanto existentes. Dessa forma procurava a essência, o sentido que configurava a existência, aquilo que era determinante de sua figuração sensível. A existência dos fatos, em si mesma, deveria ser colocada em parênteses para que fosse entendida através dos sentidos que a colocava em evidência.

Há de se diferenciar, porém, que essa busca de sentido, do fundamento existencial das coisas, não se referia a uma busca de propósitos ou princípios pré-existentes que determinassem irresistivelmente a configuração das coisas como elas são. Procurar o sentido de algo existente enquanto tal, era, à partir de sua faticidade, mapear os conteúdos subjetivos e históricos que os categorizariam. Não era, portanto, partir de apriorismos que determinassem sua faticidade.

Heidegger, distanciando-se de Husserl nesse sentido, buscava no próprio fato existente o sentido que o configurasse, influenciando Sartre e Merleau-Ponty. Ponty, por sua vez parte de Heidegger para voltar a Husserl, tentando dar continuidade ao seu legado fazendo a ligação entre sentido e existência através da percepção.

Enquanto Husserl permanece na investigação do significado das coisas que existem, e Heidegger e Sartre se interessam pelo fenômeno em si, isto é, as coisas que existem como fato, Ponty tenta unir…

Continue a ler Existência na Fenomenologia
Gilberto Miranda Jr. @ Filosofando na Penumbra Categorias: Ciência Geral, Epistemologia, Existencialismo, Existência, Faticidade, Fenomenologia, Filosofia, Filósofos, Heidegger, História da Filosofia, Husserl, Merleau-Ponty, Ontologia, Sartre, metafísica
Existência na Fenomenologia
Para a fenomenologia a existência é faticidade. Aquilo que se vê, sensível, interagente entre os de mesma categoria, existentes. No entanto, melhor seria separar essa faticidade considerada pela fenomenologia da faticidade considerada pelo existencialismo.

A fenomenologia, assim como o próprio existencialismo, assemelha-se mais a uma abordagem, a um método para um pensar filosófico do que um corpo de princípios conceituais unificados que se possa denominar uma “Filosofia”.

Portanto, dentre os que adotam o método fenomenológico para lançar um olhar sobre a existência, muitos deles escolheram questões teoréticas que ora privilegia a existência em si mesma, ora privilegia o existente e como ele olha para a existência.

Edmund Husserl (1859-1938), considerado pai da fenomenologia, foi o primeiro a tentar organizar o método fenomenológico, adotando uma teorética diferente dos existencialistas, embora tenha influenciado a todos eles e tenha sido pioneiro e inspirador das idéias de Heidegger (1889-1976), Sartre (1905-1980) e Merleau-Ponty (1908-1961) entre outros. Husserl estava interessado no sentido subjetivo da existência, colocando a própria existência, segundo suas palavras, em “parênteses”. A faticidade existencial que preocupava Husserl era a que dava sentido à existência das coisas e determinava as coisas naquilo que elas são enquanto existentes. Dessa forma procurava a essência, o sentido que configurava a existência, aquilo que era determinante de sua figuração sensível. A existência dos fatos, em si mesma, deveria ser colocada em parênteses para que fosse entendida através dos sentidos que a colocava em evidência.

Há de se diferenciar, porém, que essa busca de sentido, do fundamento existencial das coisas, não se referia a uma busca de propósitos ou princípios pré-existentes que determinassem irresistivelmente a configuração das coisas como elas são. Procurar o sentido de algo existente enquanto tal, era, à partir de sua faticidade, mapear os conteúdos subjetivos e históricos que os categorizariam. Não era, portanto, partir de apriorismos que determinassem sua faticidade.

Heidegger, distanciando-se de Husserl nesse sentido, buscava no próprio fato existente o sentido que o configurasse, influenciando Sartre e Merleau-Ponty. Ponty, por sua vez parte de Heidegger para voltar a Husserl, tentando dar continuidade ao seu legado fazendo a ligação entre sentido e existência através da percepção.

Enquanto Husserl permanece na investigação do significado das coisas que existem, e Heidegger e Sartre se interessam pelo fenômeno em si, isto é, as coisas que existem como fato, Ponty tenta unir…

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Gilberto Miranda Jr. @ Filosofando na Penumbra Categorias: Ciência Geral, Epistemologia, Existencialismo, Existência, Faticidade, Fenomenologia, Filosofia, Filósofos, Heidegger, História da Filosofia, Husserl, Merleau-Ponty, Ontologia, Sartre, metafísica
Aspectos Críticos da Consciência Ocidental na Antiguidade Clássica
Foi do dia 15 a 19 de Setembro de 2.008 que realizou-se na Faculdade Dehoniana de Taubaté a 4ª Semana Filosófica.

No dia 15, apresentei um visão pessoal sobre a temática direcionada para a Antiguidade Clássica, até Sócrates.

Três crises foram analisadas, as chamadas: Crise Solipsista, a Ciência Jônica e a Crise Antropológica.

Meu foco foi na Crise da Consciência, a Consciência Crítica e a Crítica da Consciência desenvolvida nesses três momentos históricos de crise.

Abaixo segue o link para assistir ao vídeo em meu servidor, podendo assistí-lo inteiro ou em partes. Como às vezes dá problema da banda excedida nele, mais abaixo seguem os links para o Youtube também:

http://gilbertomirandajr.org/palestra/player_videos.html

Abaixo segue o video dividido em 5 partes pode ser visto no Youtube nos seguintes endereços :

Parte 1: http://br.youtube.com/watch?v=6LZ-g8hzJ8c
Parte 2: http://br.youtube.com/watch?v=SjIjVmJ9XeI
Parte 3: http://br.youtube.com/watch?v=VhaZoOM8zHc
Parte 4: http://br.youtube.com/watch?v=UDmeOt2rTuo
Parte 5: http://br.youtube.com/watch?v=cB-zXuK7TsA

O texto base da apresentação pode ser baixado em pdf no endereço:
http://discovirtual.uol.com.br/disco_virtual/gil-jr/Filosofia/

Senha da pasta: filosofia

Arquivo: aspectos_criticos.pdf
Mensagem de Rodapé : Conheça o Portal Philosophia - www.portalphilosophia.org

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Gilberto Miranda Jr. @ Filosofando na Penumbra - Miranda Categorias: Ciência, Ciência Geral, Filosofia, História, História da Filosofia, Política e Ética, metafísica
História, Historicidade, Historiografia e Filosofia
É engraçado como o problema real do ensino da História da Filosofia nos ensinos médios e superiores passa a largo da maioria das discussões sobre esse tema.

Se a História, enquanto disciplina, precisa se preocupar com as epistemes das épocas, ela não deveria ser tão impiedosa com os chamados perdedores e tão complacente com os chamados vencedores.

Para que serviria então a História enquanto ciências ? Aqui caberia fazer uma Filosofia da História para se saber como abordar a História da Filosofia, não é ?

Essa é uma falha imensa da Filosofia a meu ver. Quando ela, acertadamente, coloca como obrigatório o estudo histórico e a formação de uma bagagem de cultura geral antes do ato de filosofar, deveria antes praticar o que faz nas diversas ciências que analisa. Deveria, antes de tudo, ver se a forma como se faz a história responde realmente aos propósitos a que ela se propõe. Ela não faz isso, infelizmente... Aí, faz total sentido criticar as horas-aulas excessivas no ensino de História da Filosofia, tanto no ensino médio quanto nas Universidades.

O problema então, não está numa suposta carga excessiva de conteúdo histórico na formação de um filósofo, mas sim na historiografia que se usa, herdada de posturas viciadas que legitimam e privilegiam uma cosmovisão específica, e que coloca em evidência apenas o que interessa a um pequeno grupo que, "historicamente", foi responsável por selecionar o que deveria ou não ser estudado.

Não se questiona, por exemplo, os pressupostos dos autores que escrevem a História. Cada momento da História se liga num contexto que “liga” e se lêem inseridos em seu conjunto de significados que devem ser inferidos muito mais por aqueles que os estuda, do que daqueles que os reporta a nós. É na dialética de uma longa duração histórica que um ponto histórico qualquer emerge em toda sua plenitude.

Quando se estuda isoladamente Platão ou Aristóteles (que são os grandes privilegiados dessa historiografia viciada), perde-se toda uma confluência de pensamento que eles próprios, para produzir o que nos legaram, revisitaram exaustivamente. Furtam-nos, no modelo atual, de percorrermos esse mesmo caminho para pensarmos com eles, fazendo exatamente o oposto do que o estudo da História nos propõe em seus fundamentos epistemológicos.

Aceitar essa historiografia acadêmica, é considerar a Filosofia como um museu departamentalizado pelos interesses políticos de seu curador, que o abre para ostentar sua posição, e não para o esclarecimento das pessoas


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