quinta-feira, 22 de julho de 2010

1874 - HISTÓRIA DAS GRANDES NAVEGAÇÕES

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As grandes Navegações

As grandes navegações tiveram início no século XV.
Os europeus começaram a desenvolver o comércio entre a Europa e o Oriente (na Ásia, principalmente na região das índias).
Os produtos de maior valor comercial na época eram:
as chamadas especiarias (cravo, canela, noz-mascada, gengibre).
sedas, porcelanas, tapetes, perfumes, marfins, pedras preciosas etc.

A pimenta

De todas as especiarias existentes no Oriente e cobiçadas pelos europeus, nenhuma era mais importante e mais valiosa do que a pimenta. Hoje considerada mero condimento, a pimenta, nos séculos XVI e XVII, era artigo de fundamental importância na economia européia. Como não havia condições de se alimentar o gado durante o rigoroso inverno da Europa setentrial, a quase totalidade dos rebanhos era abatida por volta do mês de novembro. O sal era usado para preservar a carne por vários meses, mas a pimenta e, em menor escala, o cravo eram considerados imprescindíveis para tornar o sabor das conservas menos repulsivo. Na Europa, o preço da pimenta era altíssimo e na Índia os hindus só aceitavam trocá-la por ouro. Os portugueses chegaram a trazer cerca de 30 mil quintais por ano (quase 2 mil toneladas ) de pimenta da Índia para Lisboa.


Esses produtos eram originários da Índia, da China e do Ceilão, e chegavam às cidades de Alexandria e Constantinopla, trazidos pelos árabes.
Essas mercadorias eram comercializadas na Europa por preços muito elevados, pelos comerciantes italianos das cidades de Veneza e Gênova.
Portugal e Espanha ambicionavam fazer esse comércio, diretamente com as Índias, comprando os produtos e vendendo-os por preços elevados.

O pioneirismo português

Alguns estudiosos do passado atribuíram o pioneirismo português na expansão marítima à sua posição geográfica privilegiada. Outros consideram o fechamento do comércio no Mediterrâneo pelos turcos como fator determinante para a saída portuguesa. São teses inaceitáveis. Para os historiadores de hoje, o pioneirismo de Portugal está ligado à precoce centralização política. Vejamos o por quê.

Do Mediterrâneo para Atlântico

Desde a Antiguidade, a história do Ocidente esteve restrita à navegação no Mediterrâneo. No início da Idade Moderna, o oceano Atlântico era totalmente desconhecido.
A navegação limitava-se à região costeira da Europa: de Portugal aos países escandinavos- Dinamarca, Noruega e Suécia.
Devido aos altos riscos, a exploração do Atlântico não atraía investimentos particulares. Em conseqüência , a expansão só poderia ser feita com a iniciativa do Estado, pois era o único agentes capaz de investir grandes recursos sem temer os prejuízos, já que esses recursos provinham da arrecadação de impostos em escala nacional. Daí a importância da centralização, sem a qual esse agente investidor da expansão marítima não existiria.
Na realidade, a constituição do Estado nacional ou a centralização política foi um pré-requisito da expansão. Assim, depois de Portugal, lançaram-se à expansão, sucessivamente, Espanha, Países Baixos, França e, finalmente, Inglaterra, à medida que lograram a centralização.
No caso de Portugal, deve-se mencionar ainda a importância da Escola de Sagres, dirigida pelo infante D. Henrique, o Navegador.
O Estado financiava as pesquisas e as viagens de exploração, estabelecendo, em compensação, o monopólio régio do ultramar.

O Senhor das Estrelas



De acordo com certos depoimentos (bastante controversos), o Infante D. Henrique era alto, forte e loiro, devido à herança genética de sua mãe, a inglesa D. Filipa. Sendo ou não um tipo anglo-saxônico, D. Henrique seria visto por historiadores britânicos e lusos como o mais puro exemplo de virtude e ética cavalerianas. Biografias inglesas publicadas no século XIX o apresentariam como um cavaleiro arturiano (ao lado), cercado de comólografos similares ao mago Merlin e de cavaleiros ousados e indômitos. Na vida real, D. Henrique de fato interessava-se por ocultismo, chegando a escrever um livro chamado Segredo dos Segredos da Astrologia. Zurara, se biógrafo, atribuiu as "altas conquistas" do príncipe ao fato de ele "ter o ascendente de Áries, que é a casa de Marte, Aquário na casa de Saturno e o sol na casa de Júpiter".



A Espanha e o "descobrimento" da América

Enquanto os portugueses exploravam a costa africana e descobriam o caminho para a Índia, os espanhóis, através de Cristóvão Colombo, chegavam à América (1492).
A audaciosa viagem de Colombo tinha por objetivo atingir a China através do Atlântico. Nesse sentido, a América era um obstáculo e, de imediato, não despertou interesse da Coroa espanhola. O mesmo aconteceu com o Brasil, em 1500, quando aqui chegou a esquadra de Pedro Álvares Cabral.
Com a entrada em cena da Espanha, teve início uma disputa dos domínios de além-mar com Portugal. O acordo foi estabelecido com o Tratado de Tordesilhas (1494), que dividiu os domínios respectivos entre os dois Estados.

Por esse motivo, resolveram procurar um novo caminho para as Índias, viajando pelo Oceano Atlântico, contornando o sul da África.
Começou nesse período a época das Grandes Navegações.
Contribuíram para o desenvolvimento das navegações:
a procura de um novo caminho para as Índias.
as invenções: caravela, bússola, astrolábio, pólvora, papel e imprensa.

As Invenções

Algumas invenções contribuíram para o desenvolvimento do comércio, possibilitando a realização de longas viagens marítimas.
Entre essas invenções, temos:
A bússola, um instrumento usado para orientação. Consta de uma agulha imantada voltada para o Norte.
As caravelas, que tornaram as viagens mais rápidas.
O astrolábio, outro instrumento de orientação usado para verificar a altura dos astros.
A pólvora, usada pelos navegantes para se defenderem dos ataques, durante as viagens.
O papel e a imprensa, que permitiram a divulgação dos acontecimentos sobre Geografia, ciências e Navegações.



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Fabiano Rodrigues Marques 2002®.








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