sábado, 12 de junho de 2010

964 - RESUMO DO FEUDALISMO

Bode
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Quinta-feira, 4 de Março de 2010Resumo de História - O Feudalismo [inclui a Queda do Imperio Romano]


Alguns anos após a conversão do Império Romano à cristandade e de vários anos de paz, foi despoletada no Império Romano uma crise, pelos 3 motivos seguintes: anarquia militar (rivalidades entre os diferentes exércitos, que levou ao caos e à desorganização), instabilidade política (derivada principalmente à anarquia militar – os exércitos lutavam entre si para que os seus generais fossem imperadores)¹ e aos ataques bárbaros (que, visto o Império estar em paz há tantos anos, estava desabituado à guerra e portanto bastante frágil a ataques).
Os ataques bárbaros aproveitaram-se não só deste factor, como também da decadência económica e política, e o Império não resistiu. Assim, em 476, deu-se a queda do Império Romano do ocidente, sendo que o Império do oriente se manteve durante mais e longos anos².
O primeiro grande ataque bárbaro foi entre os séculos III e V, e a insegurança levou a abandono das cidades, à ruralização da Europa e à formação de uma economia de subsistência. Os reis bárbaros mantiveram-se aliados à Igreja e cultura romana. Apesar da nova divisão política da Europa, a Igreja manteve-se unida e espalhou-se por toda a Europa.
A segunda grande invasão foi a islâmica, no século VII. O profeta Maomé fundou uma nova religião: o Islão. Esta espalhou-se por vários países, o que originou um Império. Iniciaram então a conquista da Península Ibérica, o que dividiu a Europa em duas partes: a Península Ibérica muçulmana e a Europa cristã.
Por fim, a terceira e principal invasão: a dos Normandos (vikings). Estes povos viviam do mar e procuravam as colheitas da Europa do sul. As populações refugiaram-se nos campos, o que levou à decadência das cidades, que por sua vez levou ao Feudalismo, que durou desde o século IX até ao século XII.
(No entanto, ainda antes do Feudalismo há um episódio que deve ser recordado: quando os reinos bárbaros da Europa se começaram a formar, algures entre os séculos V e VIII, houve um reino, o Reino dos Francos (a actual França) que tentou restaurar o Império Romano do ocidente. Carlos Magno foi quem tentou criar este império – o Império Carolíngio, no entanto após a sua morte, o império foi dividido pelos 3 netos, o que levou ao fim do mesmo³)
O Feudalismo consistia numa sociedade dividida em feudos, ou seja, domínios de um senhoria, onde podiam viver e trabalhar pessoas do povo, sobre as quais o senhor feudal tinha poder económico, jurídico e militar.
Os feudos eram uma espécie de quinta, constituída por: um castelo (a residência do senhor feudal), uma reserva (um espaço de agricultura exclusivo à subsistência do castelo), uma floresta e uma aldeia (onde viviam os camponeses e onde se encontravam o moinho, o lagar e o celeiro, que os camponeses necessitavam mas tinham que pagar para usar).
Para viver no feudo, os populares tinham que dar parte da sua colheita ao castelo, pagar impostos e fazer as corveias (serviços obrigatórios).
No feudalismo, o poder político estava fragmentado: o rei não tinha poder central, pois os feudos estavam por toda a parte e eram, na sua maioria, mais poderosos e ricos. O rei é suserano e tem vassalos que lhe juram fidelidade e dão apoio; depois de o ajudarem recebem recompensas: os feudos.
A sociedade estava hierarquizada e estratificada. Haviam três ordens principais, decididas pela Igreja. Oratores (clero), belatores (nobres) e laboratores (trabalhadores).
A economia era de subsistência e muito rudimentar.
A religião foi o único factor de unidade nesta época em que a divisão política era a norma. O Papa governava toda a Europa e a Igreja era a instituição mais poderosa e organizada do ocidente: tem um centro reconhecido – Roma – e um chefe supremo – o Papa; domina um território vasto e vincula todos os seus habitantes; possui meios humanos e materiais; rege-se por um código de leis próprias – o Direito Canónico.
No entanto, ao longo dos anos, também a religião se dividiu: o cristianismo romano ocupava a Maior parte da Europa (nomeadamente o ocidente), o cristianismo ortodoxo encontrava-se pela Europa Oriental e o islão encontrava-se no norte de África e Médio Oriente. Esta cisão do cristianismo deveu-se a uma questão de poder; o bispo de Constantinopla não se quis submeter ao bispo de Roma (também se deveu, obviamente, a diferentes interpretações da Bíblia, culturas e tradições).
O cristianismo ortodoxo era governado a partir de Constantinopla, pelo Patriarca, e o católico a partir de Roma, pelo Papa.
Para reconquistar o território cristão e combaterem nas guerras, os católicos partiam em Cruzadas. As Cruzadas eram ordenadas pelo Papa e era as ordens cristãs que combatiam. A Jihad é o mesmo, mas na versão muçulmana.
Entretanto, a agricultura iniciou a sua expansão. Os progressos técnicos (nomeadamente a criação de moinhos de água e de vento, que deu maior rendimento e libertou mão de obra; a utilização do ferro nos utensílios agrícolas, que levou à maior rentabilidade no trabalho; novos sistemas de atrelagem, que levaram ao melhor aproveitamento a força dos animais, e também o aumento da média de vida dos mesmos; e a rotação trienal, que dava maior rentabilidade aos solos) e as melhorias climatéricas (que levaram ao aumento da produção, o que levou à melhoria da alimentação, que por sua vez levou ao aumento da população, que obrigou à expansão agrária para alimentação, o que fez com que se desse o aumento da superfície cultivável, que aumentava através de arroteamentos (secagem de pântanos, ocupação de baldios e desflorestação)) levaram ao desenvolvimento urbano (que levou à criação de novas cidades, novas profissões e um novo grupo social: a burguesia).
Os burgueses eram pessoas do povo que ganharam um estatuto mais elevado do que o povo em geral, através dos bens móveis que possuíam. Na sua maioria, eram comerciantes e artesãos.
Estas pessoas viviam fora das muralhas da cidade, naquilo a que chamavam de burgo.
Com todos estes avanços, também os mercados e feiras foram dinamizados. Passaram a existir a Paz de Feira (ou seja, as guerras paravam se as feiras estavam a funcionar, e ninguém podia lutar enquanto a feira decorresse) e a Carta de Feira (o documento que criava uma certa feira, onde estavam indicados os direitos e privilégios, o local e a data). Em Portugal, passaram a existir as Feiras Francas.
Também novas rotas passaram a funcionar para o comércio externo, nomeadamente no Mar do Norte (Flandres e Liga Hanseática), Champagne, no Mar Mediterrâneo e em Gibraltar. A Hansa (que era constituída por cidades alemãs e pelo ponto mais a norte da Europa – Bergen) comercializava madeiras, peles, cereais, sal, azeite, vinho, especiarias, produtos do Oriente, cera e lãs. As cidades italianas (Mar Mediterrâneo) comercializavam seda e damasco, pedras preciosas, pérolas, alúmen, peles, madeira, peixe, especiarias. Flandres, por sua vez, comercializava vinho, sal, azeite, especiarias, cera e lanifícios.
Com o aumento do comércio, a moeda ganhou maior utilização e deram-se inovações nas técnicas de negócio (cambistas, associações de mercadores, cheques).
Mas os progressos dos séculos XI a XIII não duraram muito. No século XIV instalou-se uma crise, causada pelas alterações climáticas que originaram maus anos agrícolas que levaram à fome e, portanto, à diminuição demográfica.
Esta crise foi causada por três principais razões, às quais se chama de Trilogia do século XIV: fome, peste e Guerra dos Cem Anos (entre a França e a Inglaterra).
A peste durou vários séculos. Era transmitida pela picada da pulga do rato negro e não havia cura. Espalhava-se por todas as populações devido à falta de higiene típica daquela época.


¹ - Ainda chegaram a tentar a tetrarquia – dividiram o Império por 4 imperadores, 2 césares e 2 augustos, mas não funcionou.

² - O Oriente não caiu, pois por esta altura, já o Império estava dividido em 2 partes. Foi uma medida desesperada para tentar salvar o Império.

³ - Houve também um outro Império que tentou recriar o romano – o sacro-império romano-germano.




[Ok, pessoal, isto é só um resumo - muito sucinto, até! Aqui só estão mesmo narrados os temas principais, para dar uma ajudinha. Já sabem que isto não vai lá só a estudar por aqui, certo? ;)]






Publicado por Bode às 12:35 | Link do Post | Comentar



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