sexta-feira, 11 de junho de 2010

937 - FEUDALISMO

Jacquerie
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JACQUERIE, Resumo: Jacquerie | ---Jacquerie: A batalha de Meaux (ilustração de livro de Jean Froissart, de Flandres, no século XIV)--Série-História da França-França na pré-História-Gália céltica-Gália romana-Francos--Merovíngios-Carolíngios--Dinastia Capetiana-Dinastia de Valois-Guerra dos Cem Anos, Jacquerie-Dinastia de Bourbon e o Antigo Regime-Massacre da noite de São Bartolomeu-Império Francês-Revolução Francesa-Napoleão e as Guerras Napoleónicas-Guerra franco-prussiana-França de Vichy (1940-1944)-Categoria: História da França-A Jacquerie foi uma revolta camponesa que ocorreu no Norte de França entre 28 de Maio e 24 de Junho de 1358, durante a Guerra dos Cem Anos. (Leia o artigo completo "Jacquerie" abaixo)


JACQUERIE
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Jacquerie



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Jacquerie: A batalha de Meaux (ilustração de livro de Jean Froissart, de Flandres, no século XIV)

Série
História da França
França na pré-História
Gália céltica
Gália romana
Francos
Merovíngios
Carolíngios

Dinastia Capetiana
Dinastia de Valois
Guerra dos Cem Anos, Jacquerie
Dinastia de Bourbon e o Antigo Regime
Massacre da noite de São Bartolomeu
Império Francês
Revolução Francesa
Napoleão e as Guerras Napoleónicas
Guerra franco-prussiana
França de Vichy (1940-1944)
Categoria: História da França
A Jacquerie foi uma revolta camponesa que ocorreu no Norte de França entre 28 de Maio e 24 de Junho de 1358, durante a Guerra dos Cem Anos. A designação deriva de Jacques Bonhomme, o nome com conotação paternalista dado genericamente a um camponês da região. A revolta iniciou-se de forma espontânea, reflectindo a sensação de desespero em que viviam as camadas mais pobres da sociedade, depois da Peste Negra, numa altura em que França se encontrava num vazio de poder e à mercê das companhias livres, bandos de mercenários renegados que vagueavam pelo país. As elites acabaram por esmagar a revolta menos de um mês depois, matando no processo cerca de 20,000 homens, o que viria a contribuir para o agravamento das condições demográficas do país.

A palavra "Jacquerie" passou a ser sinônimo de rebelião camponesa, e por séculos a nobreza viveu sob o temor de uma repetição do episódio. Na memória popular, a JACQUERIE é vista como uma série de massacres feitos pelos camponeses contra a nobreza. Na realidade, porém, os servos rebeldes estavam mais preocupados com a pilhagem, a comida e a bebida dos castelos do que com o assassinato de seus ocupantes. Frequentemente, se esquece que padres, artesãos e pequenos mercadores ocasionalmente se juntaram aos camponeses durante estas rebeliões.

Índice
1 Antecedentes
2 A Jacquerie
3 Consequências
4 Referência
5 Ver também



Antecedentes
A situação política em França em meados do século XIV era política e socialmente caótica. O país fora gravemente afectado pela epidemia de Peste Negra que deflagrara em 1348 e custara a vida de cerca de um terço da população. A doença atacou em todas as classes sociais e dizimou os camponeses, comprometendo a produção agrícola, o que por sua vez causou fome e aumento de preços. Em 1356, ainda na ressaca desta epidemia, França perdeu a Batalha de Poitiers frente a Inglaterra de forma desastrosa. O condestável de França e seus dois marechais, bem como uma fatia importante da nobreza, perderam a vida no confronto, mas pior, o rei João II, o Bom, seu filho mais novo Filipe de Valois e muitos outros foram feitos prisioneiros e levados pelo Príncipe Negro. Todos estes personagens importantes deviam pagar um resgate pela sua libertação. O resgate do rei era uma fortuna que arruinava o país. Para além do peso económico, a falta do soberano lançou o país num vazio de poder, entregue à luta entre Carlos, o Delfim, herdeiro de João II e a burguesia de influência crescente. Para além de todos os problemas internos, o campo era assolado por bandos de mercenários, renegados e expropriados que pilhavam e devastavam aldeias e populações. A protecção dos camponeses de malfeitores era uma responsabilidade do senhor nobre que detinha as terras, mas nesta altura a nobreza estava igualmente despopulada devido à peste, às mortes em combate e à ruína devido aos impostos e resgates, sendo incapaz de prestar o auxílio necessário.


A Jacquerie
Ressentidos contra a falta de protecção e desencantados com o estatuto do nobre depois das derrotas humilhantes de Crécy e Poitiers, os camponeses revoltaram-se contra a classe dominante. A rebelião começou a 28 de Maio de 1358 na aldeia de St.Leu-sur-Oise, depois de uma reunião de camponeses. Os ânimos exaltaram-se, a indignação contra a classe nobre subiu de tom e os homens reuniram as armas que podiam e invadiram a casa do senhor local. A família foi assassinada e a propriedade incendiada. A violência propagou-se às aldeias vizinhas e dias depois o motim era generalizado, envolvendo milhares de camponeses em fúria. O cronista Jean Froissart registou mais de 150 propriedades destruídas nas regiões de Coucy, Soissons, Amiens e Laon sem que houvesse intervenção contrária aos camponeses. Em vez de reagir, os senhores locais fugiram para as cidades próximas com as famílias, abandonando as suas casas e bens à pilhagem. O clero foi também afectado e alguns mosteiros e igrejas queimados.

No meio da anarquia que caracterizava o movimento, surgiu Guillaume Cale, um homem da Picardia com carisma e capacidade de liderança suficiente para influenciar os seus pares. Cale organizou um conselho e procurou estabelecer uma hierarquia militar nas hordas de camponeses, organizando logística e batalhões militares. Adoptou ainda o grito de guerra Montjoie et St. Denis!, o grito do rei, para realçar o facto de que os Jacques não estavam contra a casa real, mas sim contra os nobres. Cale conseguiu ainda o apoio de várias cidades para a causa e a simpatia de vários sectores da burguesia, com alguns artesãos e comerciantes a juntarem-se pessoalmente à causa. De entre os apoiantes da revolta contava-se Etienne Marcel, Preboste de Paris e líder da oposição ao partido realista do Delfim Carlos.

Apesar do comando de Guillaume Cale e seus capitães, a massa de camponeses em revolta não estava unificada em nenhum ideal comum, para além da manifestação de desagrado. É incerto se entre os líderes da revolta havia planos ou não para uma mudança fundamenta na organização política.

A 9 de Junho, a horda de camponeses de cerca de 9000 homens dirigiu-se para a cidade de Meaux onde se encontrava a família real, incluindo o Delfim e a mulher Joana de Bourbon, as filhas do casal e inúmeras senhoras nobres que haviam procurado protecção junto do regente. Os dois líderes da cidade juraram "defender a honra" das damas presentes (ou seja, impedir que fossem estupradas pelos camponeses) mas não conseguiram oferecer resistência à ocupação da cidade pelos camponeses. A situação tornava-se mais desesperadora a cada dia e nem Cale tinha controlo sobre os seus homens.

É nesta altura que surgem o Captal de Buch e Gastão Febo, Conde de Foix, dois cavaleiros regressados de uma campanha na Prússia. Nenhum dos dois homens devia lealdade à casa de Valois, mas a ideia de inúmeras damas em perigo de estupro foi suficiente para entusiasmar-lhes o espírito cavalheiresco e tomarem a decisão de rumar a Meaux com os seus exércitos. Buch e Foix entraram na cidade com 120 homens e ocuparam a ponte que conduzia à cidadela. A horda de camponeses tentou forçar a entrada, mas a ponte impedia que fizessem uso da sua enorme superioridade numérica. O resultado foi a morte de centenas de Jacques e um dia de glória para os cavaleiros defensores. O evento motivou ainda o início de uma resposta concertada da nobreza contra a Jacquerie. Em breve foi pedida ajuda militar aos condados vizinhos da Flandres e Hainaut e ao Ducado de Brabante.

De entre os nobres que responderam à chamada para dominar a JACQUERIE encontrava-se o Rei Carlos II de Navarra, um homem conflituoso e envolvido há anos em confrontos diplomáticos com a coroa de França. A Carlos II interessava resolver a situação, não só porque isto lhe traria dividendos políticos, mas porque era Conde de Evreux, um dos territórios atingidos. A 10 de Junho o exército de Carlos II aproximou-se dos Jacques. Cale, que comandava esta horda, ordenou a retirada para Paris, mas os camponeses recusaram-se a obedecer. Os dois exércitos encontraram-se em Clermont e Cale ordenou formação para batalha, organizando as suas tropas em três batalhões e dispondo os archeiros numa posição defensiva. Surpreendido pela resistência organizada, Carlos II decidiu mudar de táctica e convidou Cale para negociações. O líder camponês aceitou, pensando que iria ser tratado com o respeito que o ideal cavalheiresco concedia a um inimigo. Mas para Carlos II, Cale era apenas um camponês e como tal não lhe eram aplicados os princípios de honra. Guillaume Cale foi preso e executado e seus homens perseguidos e massacrados.

Entretanto no Norte, os Jacques foram dominados pelo exército comandado por Enguerrand VII, Senhor de Coucy. A 24 de Junho mais de 20,000 camponeses haviam sido mortos e a região estava devastada.


Consequências
Depois da peste, fome e banditismo que tinham assolado a região, o principal tributo da repressão da JACQUERIE foi em termos demográficos. Os campos férteis do Norte de França perderam ainda mais mãos para os trabalhar, o que resultou em mais fome e pobreza. A classe camponesa não foi a única afectada: sem homens para trabalhar as suas terras os próprios nobres acabariam por perder muito do seu rendimento. Em Paris, a liderança de Etienne Marcel ficou seriamente comprometida pelo seu apoio à revolta. O preboste acabou assassinado pouco tempo depois, o que consolidou a posição do Delfim como líder nacional.


Referência
A Distant Mirror - The calamitous 14th century, por Barbara Tuchman (cap. VII)

Ver também
Revolta camponesa de 1381 - 23 anos depois, na Inglaterra, uma revolta dos caponeses em prol do fim da servidão e a favor da melhoria das condições de vida dos camponeses, também com uma componente de revolta religiosa associada ao movimento dos Lollard.
Guerra dos camponeses - Menos de 200 anos depois, na actual Alemanha, uma outra revolta de camponeses, desta vez no contexto da Reforma protestante. Martinho Lutero acabaria no entanto por se distanciar dos revoltosos.
Feudalismo
Stadtluft macht frei

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