quinta-feira, 10 de junho de 2010

865 - FEUDALISMO

MA060207
FEUDALISMO
Frente: 01 Aula: 02
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Prof: SIDNEY SIDON
Susserania e Vassalagem
Os nobres e, acima de todos, também o rei,
confiavam terras (feudos) a um vassalo. Isso
estabelecia uma relação de fidelidade e aquele que
recebia a terra ficava obrigado à prestação de
serviços militares àquele que lhe cedeu, seu
suserano.
O feudo consistia na doação de um bem para
que o vassalo tirasse dele sua renda. O feudo mais
comum era uma porção de terra, mas existiam outros
tipos, como o direito de exploração de pontes ou,
ainda, o pagamento de uma quantia em dinheiro.
Criava-se entre susserania e vassalagem
uma relação de fidelidade e proteção: o vassalo
aconselhava o suserano, ajudava-o militar e
financeiramente; o suserano protegia o vassalo e o
feudo. Os vassalos também podiam tornar-se
suseranos de outros vassalos, cedendo-lhes um
feudo, menor que o seu. O termo feudo designa o
direito de desfrutar um benefício, podendo ser uma
terra, uma ponte ou outro bem material.
A Baixa Idade Média
A Baixa Idade Média corresponde ao período
entre os séculos XI e meados do século XV. Nesse
momento histórico, ocorreram inúmeras
transformações no feudalismo, como o renascimento
do mundo urbano e o reaquecimento das atividades
comerciais; o fim o trabalho servil; o surgimento da
burguesia; a centralização política nas mãos dos
monarcas; e as crises da Igreja Católica. Toda a
trama histórica levou o sistema feudal ao seu limite,
produzindo uma grave crise que desembocou na
transição para o capitalismo.
As transformações internas do
feudalismo
A passagem do século X ao XI foi um
momento de mudanças na Europa feudal. Com o fim
das invasões bárbaras (vikings e magiares), o mundo
medieval conheceu um período de paz, segurança e
desenvolvimento.
O primeiro dado importante refletindo esse
novo momento foi o aumento da população. O
crescimento demográfico foi ocasionado pelo fim das
guerras contra os bárbaros e pelo recuo das
epidemias, gerando uma queda da mortalidade. Além
disso, ocorreu uma suavização do clima,
proporcionando mais terras férteis e colheitas
abundantes.
Proporcionando um
aumento da população.
Esse crescimento
implicou maior demanda
de alimentos,
estimulando o
aperfeiçoamento das
técnicas agrícolas para
aumentar a produção.
Assim, o arado de
madeira foi substituído
pela charrua (arado de
ferro), facilitando o
trabalho de aragem; a
atrelagem dos animais foi
aperfeiçoada, permitindo o uso do cavalo na tração;
os animais passaram a ser ferrados; os moinhos
foram melhorados; e o sistema trienal se estendeu
por toda a Europa, proporcionando melhor qualidade
e maior quantidade de produtos agrícolas.
No entanto, todo esse inegável
desenvolvimento técnico foi limitado, não atendendo
ao crescimento da população e, portanto, do
consumo. Inicialmente, novas terras foram ocupadas
e desbravadas. Além disso, ocorreu um fenômeno
histórico novo para a Idade Média, o êxodo rural, ou
seja, parcelas consideráveis das populações rurais
dirigiram-se para as cidades.
Renascimento Comercial e Urbano
O reaquecimento das atividades comerciais
ocorreu ao mesmo tempo em que a produção
agrícola e manufatureira crescia e as cidades se
desenvolviam. O comércio, inicialmente, era o dos
produtos agrícolas e manufaturados e cumpria a
função de suprir demandas internas localizadas.
Logo depois, esse comércio foi substituído pelo
comércio internacional de longa distância, que
ocorria entre o Mediterrâneo oriental e a Europa.
As Cruzadas (expedições militares
estimuladas pela Igreja Católica e organizadas pelos
nobres cristãos, visando à libertação dos lugares
santificados – Jerusalém, por exemplo–, dominados
pelos muçulmanos) tomaram-se instrumentos
fundamentais para a ampliação dessas atividades
comerciais, pois elas restabeleceram as relações da
Europa com o Oriente, diminuídas com a crise do
Império Romano do Ocidente e praticamente
paralisadas com a expansão árabe, e asseguraram a
algumas cidades européias a hegemonia do
comércio no Mediterrâneo.
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Havia dois eixos comerciais fundamentais que
dominavam o comércio marítimo: no sul, Veneza e
Gênova, que dominavam o comércio no mar
Mediterrâneo; e no norte, Flandres (Holanda e
Bélgica). Entre esses dois pólos surgiram inúmeras
rotas comerciais, fluviais e terrestres. O comércio
ocorria nas grandes feiras, e as que mais se
destacaram foram as da região de Champagne
(França), bem no centro da Europa.
Com a Guerra dos Cem Anos (1337-1453,
entre França e Inglaterra), o comércio terrestre foi
muito prejudicado. O comércio entre o norte da
Europa e o sul da França passou a ocorrer através
da navegação marítima, cruzando o estreito de
Gibraltar. Portugal começou a despontar, então,
como ponto de escala privilegiado, o que fomentou
suas atividades comerciais portuárias.
O Renascimento das Cidades
As cidades começaram a crescer, durante a
Idade Média, a partir do desenvolvimento agrícola,
que garantia o abastecimento, e as atividades de
troca do excedente (a sobra da produção agrícola,
resultado de uma quantidade maior de produtos do
que as necessidades de consumo imediato), ou seja,
do comércio.
O revigoramento do comércio transformou as
villas, as cidades portuárias e as antigas regiões das
feiras comerciais, que se tornaram permanentes.
Várias cidades desenvolveram- se junto dos castelos
e mosteiros fortificados, em razão da proteção
proporcionada por seus muros. Provavelmente surge
daí a denominação burgo para as cidades, pois essa
palavra significa fortaleza e castelo (do latim burgo).
Os que habitavam os burgos, exercendo atividades
comerciais e manufatureiras, constituíram um novo
segmento social, conhecido como burguesia. Como
inicialmente as cidades eram patrocinadas pelos
senhores feudais, os burgueses se submetiam à sua
autoridade. Todavia, com o crescimento do comércio
e o fortalecimento da burguesia, as cidades iniciaram
movimentos de independência (movimentos
comunais). Essas lutas ocorreram basicamente de
duas maneiras:
a) as cidades alcançavam sua liberdade de forma
pacífica, pela compra de cartas de franquia, que lhes
asseguravam autonomia política e administrativa;
b) ou, então, por meio da luta violenta, muitas vezes
com o apoio de alguns monarcas que procuravam se
fortalecer diante dos senhores feudais. Obtida a
liberdade, as cidades passavam a ser governadas
pelos setores mais enriquecidos do comércio e da
manufatura, que organizavam seus setores e
propiciavam o desenvolvimento econômico dos
centros urbanos. Cada setor artesanal organizava-se
de acordo com sua especialização (ferreiro, alfaiate,
marceneiro etc.), constituindo corporações de ofício
(também conhecidas como guildas ou grêmios). Sua
função era evitar a concorrência e, por isso, fixavam
os preços dos produtos e os salários, controlavam a
qualidade e a quantidade das mercadorias.
Em cada corporação havia uma rígida hierarquia,
organizada do seguinte modo:
• mestre (dono da oficina);
• jornaleiro (assalariado);
• e o aprendiz, que trabalhava em troca de
aprendizado do ofício, casa e alimentação.
No final da Idade Média, essa divisão se
acentuou com a monopolização da riqueza pelos
mestres, que começaram a explorar a mão-de-obra
assalariada. Portanto, lentamente o trabalhador servil
foi desaparecendo das cidades.
Os comerciantes também organizavam suas
corporações, conhecidas como hansas. A Liga
Hanseática, reunião de várias hansas, destacou-se a
partir de meados do século XIII (reunia inúmeras
hansas de cidades da região de Flandres). Mais ao
norte, a Hansa Teutônica foi muito influente nas
atividades comerciais, agrupando várias hansas na
região da Alemanha.


COPYRIGHT DEVIDO AO AUTOR DO TEXTO.

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