quinta-feira, 10 de junho de 2010

833 - HISTÓRIA DOS POVOS CELTAS

Celtas
Denominava-se celta um grupo que habitou as atuais ilhas britânicas. Foram anteriores aos vikings noruegueses, tendo se estabelecido no local em cerca de 11.000 a.C. (os vikings viriam a povoar e ocupar este território por volta de 2.000 a.C.), sua origem é indo-européia e habitavam anteriormente as proximidades do Reno e do Danúbio (Alemanha). Existe uma relação entre celtas e druidas, isso pode esclarecer de que modo os vikings também passaram a observar uma orientação religiosa amparada na figura do druida, no período que antecedeu o advento do cristianismo para ambos.


território ocupado pelos celtas
Após a penetração viking neste território, podemos observar três divisões a saber:

Celta-continental ou Gaulês, habitavam a região que atualmente compõe principalmente a França, centro da Europa, se estendendo até a Ásia Menor e compondo portanto Espanha, Itália, Gália e Galácia;

Celta Insular, ou Gaélico, habitavam a ilha de Mani, território da Escócia e Irlanda;

Celta Britânico, ou Câmbrico, saíram das ilhas britânicas.

Não podemos presumir de maneira definitiva as relações que mantiveram com os povos em seu redor, mas podemos encontrar muita evidência arqueológica em outras culturas. O primeiro encontro histórico gravado de alguém que indicou traços culturais associados aos Celtas, vêm do Norte da Itália e data de 400 a.C., quando eles teriam descido dos Alpes e deslocado os Etruscos do Vale Fértil do Pó, sendo assim não temos muito material conclusivo sobre o povo celta se não assimilarmos sua condição por meio das colonizações que lhe foram posterior. Eles seriam estudados pelos romanos que enviaram três batedores para avaliar a força e o poderio deste povo.

Segundo a avaliação de um romano sobre os celtas: "...supõe-se que seja um povo corajoso porque forçou os Etruscos a uma retirada necessária...". Se eles não tivessem se saciado com propriedades supérfulas que tomaram das mãos dos Etruscos, certamente viriam a fazer isso com os romanos e nisso não temeriam o combate, resumem a sua ideologia à frase: "Aos bravos pertencem todas as coisas".

Esta avaliação não causou desencorajamento a um grupo de romanos que por liderança de Quintas Fabius, acabou matando um líder de uma tribo celta. Os celtas exigiram uma retaliação e foram até Roma para que viessem a ser pesadas medidas contra todos os membros da família de Fabius, e que todos os três envolvidos no assassinato fossem entregues aos Celtas.

Isso trouxe problemas no senado romano porque a família de Fabius era muito poderosa e influente em Roma.A estrutura do partido não permitia que nenhuma medida de retaliação viesse a ser tomada contra um membro do senado, ou da aristocracia romana. A pena que ficou estabelecida para os envolvidos foi a condição de serviços militares pelo restante de suas vidas (era a pena maior que o senado poderia conceder a um de seus membros na época).




escudo celta



Escudo celta


influência posterior do cristianismo



Brennus
Os celtas viram isto como um insulto mortal e ficaram indignados com as atitudes de Roma, no que acabaram por invadir pelo sul de seu território com diversos batalhões que venceram os soldados romanos. Sete meses de combate conduziram à uma mesa de negociação, em que ficou estabelecido um triburo de mil libras de ouro, que o historiador Plínio, dizia ser muito difícil de ser arrecado em uma só cidade.

Quando o ouro era pesado, os romanos reclamaram dizendo que os celtas estavam fazendo trapaça com pesos adulterados. Neste momento, Brennus, líder celta jogou sua espada sobre o contra-peso e disse: "das palavras ao derrotado". Roma nunca teve de suportar uma derrota tão humilhante em toda a sua história.

Também parte do relato de um romano a descrição física dos celtas:

"...sua aparência é estarrecedora, são de grande estatura e seus músculos são proeminentes sob a pele branca desnuda. Seus cabelos são claros mas não naturais, são lavados no cal e puxados para trás de sua cabeça. Os cabelos ficam grossos como a crina de um cavalo. Alguns são raspados, mas os líderes mantém a pelugem em torno da boca, para que ao beberem e comerem, parte do alimento e da bebida permaneça em seu bigode. Desgastam camisas brilhantemente coloridas e bordadas, casacos presos no ombro, listrados porém de várias cores.

Seus capacetes de bronze são dotados de chifres, que eles inserem ficando mais altos ainda do que realmente são. Sua aparência corpulenta e bruta é de um selvagem.


capacete celta



gravura celta em bronze
Eram também chamados de Galli pelos romanos e Galatai ou Keltoi pelos gregos que significa bárbaro. A origem da palavra Celta vêm da expressão grega, Keltoi. A expressão ganhou diferença quando utilizada na Bretanha onde o latim britânico se distinguiu do latim original e percebeu a pronunciação do K em uma maneira mais leve de pronúncia que o tornou próxima ao S.

A língua original dos celtas descende do UR e da língua tradicional indo-européia, sendo portanto o celta antigo mais próximo do italiano precursor do latim.

O grupo que migrou para as ilhas birtânicas é chamado de q-Celts e teriam falado o Goidelic, não se sabe exatamente, mas é possível que isso tenha ocorrido entre 2.000 e 1.200 a.C. Entre as diferenças que marcaram o idioma celta britânico e o celta original é a aplicação do "p" e do "a" em lugar do "o" original.

Uma segunda geração de celtas viriam a expressar o idioma celta como Brythonic, enquanto isso o goidelic dava origem à formação de três idiomas distintos que seriam expressos na Irlanda e na Escócia. O Brythoinic deu origem a outras duas línguas o galês e o cornish.
Para ter idéia do que representou e de como ficaram as diferenças entre os grupos, enquanto que um expressava a palavra cavalo como "equos", o outro exprime como "epos", onde o q é substituído pelo p.

Sua origem lhe conferiu certa facilidade de relacionamento com os bálticos e os povos dos Alpes, assim como na Ásia Menor.

Como a maior parte dos povos deste período sua sociedade era aristocrática e patriarcal.


jarro celta



lamparina celta de barro séc. IV a.C.
Sua instrução religiosa era amparada na figura do druida de quem não apenas seguiam como também assimilavam a idéia de religião e de divindade. Reuniam-se em bosques e nas florestas, sob o comando de um ou mais druidas.

Em 700/600 AC eram numerosos na Lorena e na Borgonha, no Jura. Na era de La Têne, séc. VI AC, houve grande expansão, florescendo sua civilização, atingindo as Ilhas Britânicas e a Gália Central. No séc. VI, cresceram e ocuparam a Armórica e o vale de Ródano e depois a Boemia. Em 393-386 AC no poderio etrusco fixaram-se na Planície do Pó. Século III AC, invadiram os reinos helenísticos e então instalaram-se na Galácia. Era o apogeu da expansão celta. Mas faltou o consenso, alguns queriam dominar sobre outros da mesma linhagem e do mesmo idioma, pretendiam ser mais poderosos do que outros onde deveria existir um grupo, faltou a união e veio a rápida decadência. Em 224 AC foram vencidos pelos romanos aos quais se renderam.

Alguns historiadores defendem que no advento da invasão de Alexandre o Grande, começou o desaparecimento dos Mistérios.

Os Celtas tinham a sua cidade flor, a cidade de maior prestígio e influência cultural, a cidade de Alésia, em 47 a.c. era famosa pelos seus rituais de iniciação onde até os jovens romanos eram destinados (40.000 jovens romanos participavam dos estudos sobre a iniciação, astronomia, ocultismo entre outros estudos praticados pelos druidas), era para muitos a antiga metrópole, onde ficou sepultado a iniciação druídica e a liberdade dos Gálias. No início do séculos do cristianismo, as cidades celtas passaram a ficar subjugadas por Roma, com pesados impostos, que conduziram a uma revolta popular. Foram esmagados pelo exército romano e degolados quase a totalidade dos habitantes de Alésia. O colégio sacerdotal dos druidas com todos os seus neófitos foi saqueado e destruído assim como a sua cidade. Muitos livros foram queimados e muito material foi derretido pelo valor de seu metal, ouro, prata, bronze, diamantes e outras especiarias.

Seu poderio sucumbiu com o advento das forças de Roma.

Se quisermos analisar esta cultura por um lado diferente, podemos interpretar pelo que se observa na origem de sua organização. Ela está amparada na figura do druida como foi visto.


armas celtas



Stonehenge
O druida possui conhecimentos astronômicos, matemáticos, físicos, científicos além dos estudos e instruções religiosas que lhe conferem capacidades ainda não resolvidas pelos estudiosos e pesquisadores modernos. A ciência evolutiva neste sentido, aplica uma barreira para o compreendimento de suas capacidades, dentre as quais se destacariam a possibilidade da levitação. É algo que deverá ser melhor explanado posteriormente, mas no momento ainda nos ateremos aos fatos comprobatórios.

Se a civilização celta tinha esta orientação já há 11 mil anos, é muito provável que seus conhecimentos não estivessem sob condição diferente da aquisição. Portanto civilizações como esta podem ter recebido conhecimentos ou o que é muito possível, que seus membros estivessem de algum modo relacionados a uma cultura mais desenvolvida no passado. No mesmo período em que esta civilização se desenvolvia, diversas eram as civilizações que estavam iniciando um processo de evolução, saindo de um bruto animismo cultural, haja visto que enquanto existiam druidas nas ilhas britânicas, egípcios no norte da África e outros povos que dariam origem aos gregos, em redor de todos eles, estavam tribos que não se diferenciavam dos que se observam atualmente no continente africano, com um sacerdote e ritos tribais.

A civilização celta, independente das aplicações diversas que podem ser esclarecidas e esmiuçadas sobre os rituais que faziam em Stonehenge por exemplo, tem evidenciada a sua origem à partir de uma cultura maior. Isso é algo que não pode ser ignorado.

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