quarta-feira, 9 de junho de 2010

778 - INVASÕES GERMÂNICAS

CARLAN, C. U. As invasões germânicas e o Império Romano:... 137
História: Questões & Debates, Curitiba, n. 48/49, p. 137-146, 2008. Editora UFPR
AS INVASÕES GERMÂNICAS E O IMPÉRIO
ROMANO: CONFLITOS E IDENTIDADES NO BAIXO
IMPÉRIO
The Germans invasions and Roman Empire: conflict
and identity in Late Antiquity
Claudio Umpierre Carlan*
RESUMO
O artigo começa com uma discussão das questões teóricas relativas ao
estudo das identidades no mundo antigo. Após uma discussão da teoria
social e de diferentes modelos interpretativos, enfatiza-se a importância
do uso de uma variedade de fontes: literárias, iconográficas, arqueológicas.
Foi usado um importante material numismático do acervo do Museu
Histórico Nacional, referente ao contato tardio entre romanos e germanos.
Palavras-chave: numismática; romanos; germanos; Antigüidade Tardia.
ABSTRACT
This papers stars with a discussion of the theoretical issues for the
study of identity in ancient world. Then, after introducing a discussion
of social theory and different interpretative standpoints, the papers
emphasizes the importance of using a variety of sources: literary,
iconography and archaeological. It also includes the analysis of an
important numismatics material kept in the National Historical
Museum, which refers to the contacts between Romans and Germans in
the Late Antiquity.
Key-words: numismatics; Romans; Germans; Late Antiquity.
* Doutor em História Cultural (Antiga) pela UNICAMP. Professor do Departamento de
História e Biblioteconomia da UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro). Pesquisadorassociado
do Núcleo de Estudos Estratégicos (NEE / UNICAMP), do Núcleo de Estudos da Antigüidade
(NEA / UERJ) e do Centro de Estudos Interdisciplinares da Antigüidade (CEIA / UFF).
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Introdução
Durante o século III1, o Império Romano é mergulhado em uma
crise sem precedência. Politicamente, podemos dividir esse período em dois
momentos distintos.
Um primeiro momento, chamado de Anarquia Militar (235 – 268), em
que os imperadores eram nomeados por seus soldados, sendo assassinados
logo depois. Alguns chegaram a governar poucos dias. As legiões
nomeavam seus generais como imperadores, na esperança de receber uma
recompensa. Na época, não existia Exército Nacional, como hoje. Cada legião,
cada exército era fiel ao seu comandante. Quando o comandante não
fazia o prometido, era assassinado por seus soldados. Segundo relatos da
época, alguns imperadores eram nomeados pela manhã e assassinados à
noite.
A outra fase é dos Imperadores Ilírios (268 – 284), sendo caracterizada
por um grupo de governantes originários da Ilíria (atual Europa Oriental,
perto da Albânia). Na tentativa de resolver os problemas socioeconômicos
criados durante a Anarquia Militar, eles tentaram realizar uma série de reformas.
Entre os anos 238 e 285, 19 imperadores ocuparam a púrpura. Nenhum
deles conseguiu atuar de forma ativa com o Senado, colocando Roma
em uma crise institucional. No meio desse caos, era necessária uma série de
reformas urgentes para salvar o Império.
Com Diocleciano, tem início um dos programas de reformas mais
importantes da História Romana, com o advento da restauração do Império.
O Estado foi transformado em uma monarquia absoluta, na qual o imperador
possuía a autoridade máxima, baseada na escravidão, na servidão dos camponeses
livres, na burocracia estatal e no exército. Como modelo, Diocleciano
copiou as monarquias orientais, nas quais tudo o que cercava o rei era
considerado sagrado2.
1 Todas as datas aqui citadas são referentes a depois de Cristo.
2 As monarquias orientais mais famosas são as do Egito (Faraó), Mesopotâmia (Patesi) e
Pérsia (Xá). Nesses reinos, o rei pode ser considerado um deus, ou a reencarnação do deus, no caso do
Faraó, ou simplesmente um representante do deus na Terra (sacerdote), como Patesi na região da Mesopotâmia
ou o Xá da Pérsia. Os imperadores romanos vão copiar o modelo persa. Mas, apesar disto, a maioria dos
imperadores são coroados Faraó do Egito (comum desde a conquista do Egito no século I a. C.). O último
Faraó oficial do Egito foi Juliano II, imperador romano de 361 a 363.
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Desde a crise do século III, os povos germânicos começam a invadir
as fronteiras do Império, procurando novas terras. Os imperadores do
período aceitaram pacificamente esses povos no início, desde que atuassem
como colonos, trabalhando na terra, exercendo a função de vigilantes
de fronteira, com uma força militar própria e praticamente independente,
comandada por seus chefes. São aceitos em um sistema de federado3. Aos
poucos, começam a ser assimilados pelo exército romano. Seus chefes chegam
a atingir as mais altas funções dentro do Império. Muitos chegam até a
controlar o imperador, como Estilicão, durante o governo de Honório (395 –
423)4.
“Bárbaros” invasores ou aliados?
O termo “bárbaros”, nome utilizado pelos gregos e que significava
apenas estrangeiro, foi usado pelos romanos para designar os povos que
não partilhavam dos seus costumes, cultura e organização política. Os próprios
gregos chamavam os romanos de bárbaros, pois também eram considerados
estrangeiros.
Em um primeiro momento, essas migrações foram pacíficas; esses
povos, de origem germânica em sua maioria, foram aceitos nos limites do
Império. Os romanos necessitavam de um contingente de soldados próximo
as suas fronteiras.
Durante o século IV, o império já se encontrava dividido em duas
metades, Ocidente e Oriente, e faziam fronteira com várias culturas não
3 Federado, do latim foederati, utilizado desde os tempos da República Romana, designa
qualquer tribo, sujeitando-a a um tratado; não sendo uma colônia, nem possuíam a cidadania romana. Mas
em caso de necessidade, deviam enviar soldados para as legiões, num gesto de lealdade ao Império. Essa
palavra é a raiz do termo moderno de Federalismo. Entre os séculos IV e V, os federados em território romano
foram adquirindo várias propriedades rurais, em troca de serviços militares, formando os futuros feudos,
governados pelos senhores feudais (nobreza medieval). Com o enfraquecimento do poder imperial e a fragmentação
do Império, essas propriedades iam ficando cada vez mais sozinhas e independentes.
4 NELI-CLÉMENT, Jocelyne. Les beneficiarii: militares et administrateurs au service de
l’Empire (I a.C – VI p.C). Maison de l’ Archeologie / Université Michel de Montaigne – Bourdeaux III.
Bordeaux: Ausonius – Publications, 2000.
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romanizadas: na África, os Berberes e as tribos do Sudão, a norte, desde a
península escandinava em direção ao mar Negro; na região além do Reno e
o Danúbio, os Germanos. Em sua grande maioria, eram populações tipicamente
nômades.
Várias tribos germanas se instalaram pacificamente no interior do
Império, chegando mesmo a integrar o exército romano. Isso foi muito comum
após a crise do terceiro século. Por volta do ano 400, 30 ou 50 por cento
do exército romano era composto de mercenários germânicos. Sem outra
saída, alguns grupos bárbaros foram alistados no exército de Roma como
unidades inteiras para ajudar na defesa contra outros grupos. Isso foi muito
popular durante as guerras civis do século IV, quando aspirantes ao trono
romano precisavam levantar exércitos rapidamente. Essas unidades bárbaras
mantinham seus próprios líderes e não tinham a lealdade e a disciplina
das legiões5.
As relações entre bárbaros e romanos não se limitavam, contudo,
às esferas comercial e cultural. O próprio exército romano, um dos grandes
responsáveis pela romanização nas províncias, estava se transformando
num corpo profissional incorporado por mercenários que, sucessivamente,
substituíam as legiões e a aristocracia, chegando mesmo a ingressar na
família imperial — um filho de Teodósio II desposou a filha do vândalo
Estilicão. A promoção dentro dessas forças começa a ser realizada pela
competência militar e não pelo sangue.
Vegécio, historiador militar do final do século IV, defendia o retorno
aos antigos métodos de organização e treinamento das legiões, criticando a
utilização de mercenários no exército. O soldado mercenário, ao contrário
do cidadão, não lutaria pela pátria e sim pelo ouro. Acabando o ouro, ou o
outro lado pagando mais, o mercenário fugiria ou mudaria de lado6.
A sucessiva falta de mão-de-obra no campo obrigava o Império a
permitir a entrada destes povos, formando assim assentamentos caracterizados
distintamente: os federados, ligados a Roma por um contrato, aos
quais era permitida a preservação dos costumes, organização social e polí-
5 O’FLYNN, John Michael. Generalissimos of the Western Roman Empire. Edmonton /
Canada: The University of Alberta Press, 1983.
6 VEGÉCIO. A arte militar. Introdução de Paulo Matos Peixoto. Tradução brasileira de
Gilson César Cardoso de Souza. 1. ed. São Paulo: Editora Paumape S.A., 1995.
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tica, em troca da prestação de serviço militar. No decorrer do século IV, estes
tratados de federação aumentavam substancialmente, na tentativa de vencer
a crise que se aproximava.
Romanos e “bárbaros”: o confronto esperado
Entre os povos germanos invasores, podemos destacar os godos
(divididos em visigodos no ocidente e ostrogodos no oriente), os francos, os
suevos, os borgúndios, os anglos, os saxões, os alamanos, entre outros7.
Os vândalos arrasaram as Gálias, atacaram a Espanha e se dirigiram
ao norte da África, conquistando Cartago. Deste porto, se dedicaram à pirataria,
assolando todo o Mediterrâneo Ocidental. Os visigodos retiraram-se da
Itália e foram para o oeste. Estabeleceram o seu governo no sul da região, em
quase toda a Hispania (Península Ibérica). Os francos se deslocaram para o
norte das Gálias. Durante o governo de Clóvis (dinastía merovíngia), adotaram
o cristianismo tradicional8. Os saxões, aliados dos anglos e dos jutos, se
instalaram na Bretanha, com costumes diferentes dos romanos.
Como podemos notar, em sua maioria, os germânicos foram respeitosos
com a cultura romana, fundindo costumes romanos com seus próprios
costumes. A aristocracia germânica começou a utilizar o latim que, ao
longo dos séculos, vai se modificando, dando lugar às línguas românicas
ou neolatinas.
Estes numerosos cativos e grupos étnicos pedem asilo e são instalados
em território romano, a fim de repovoar e recultivar regiões em que a
mão-de-obra é rara. Trata-se dos chamados letos ou gentios, que a adminis-
7 Existiam mais dois grupos distintos: os eslavos, formados pelos poloneses, russos,
bósnios, sérvios, croatas, dálmatas, etc. E o grupo dos tártaros-mongóis, compreendendo os hunos, os
alanos, os avaros, os húngaros, os búlgaros e os turcos. Referência: FUNARI, Pedro Paulo A. e CARLAN,
Claudio Umpierre. Romanos e germânicos: lutas, guerras, rivalidades na Antigüidade Tardia. Revista
eletrônica Brathair / UFRJ. n. 13, agosto de 2007.
8 Nesse período, a maioria dos povos germânicos eram cristãos arianos (heresia do século
IV defendida pelo bispo Ário). Clóvis realizou uma aliança com o Papa, prometendo defender a ortodoxia
de Santo Atanázio contra o arianismo.
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tração deve manter sob vigilância, e cujos filhos são agora obrigados, como
filhos de soldados, a entrar no exército. Outros gozam do regime de federados
e fornecem contingentes organizados à sua maneira, comandados pelos
seus chefes.
Sofrendo vários abusos por parte das autoridades romanas, em
nome do Imperador, esses grupos se revoltam contra o Estado. Vários textos,
no período de Valente (Imperador do Oriente entre 364 – 378), descrevem
os altos impostos e o estado de miséria dessas populações. Muito eram
obrigados a vender seus filhos como escravos. A batalha de Andrinopla, em
378, onde a cavalaria goda aniquila o exército romano, não foi por acaso.
Valente deu combate aos godos, seguindo o conselho do seu comandante-
em-chefe, Sebastiano, diante de Andrinópolis, sem esperar a chegada
dos reforços de Valentiniano, seu irmão e imperador do Ocidente
Durante esse período, os imperadores empenham-se em anular o
privilégio de sangue, ou seja, os antigos líderes senatoriais são afastados
dos comandos das legiões – o que Constantino I, o grande (imperador de
307 – 337) consegue durante o seu governo, separando as funções civis das
militares. A principal conquista social do século III mantém-se no século IV,
isto é, a atribuição dos postos e a própria promoção baseadas apenas no
mérito. Essa mudança foi influenciada principalmente pela necessidade de
ser mantida a ordem política, pois temia-se que a ambição da classe senatorial
incentivasse a tropa contra o governante. Isso leva Constâncio II (imperador
de 337 a 361), filho e principal sucessor de Constantino, a nomear
apenas um único oficial para o comando da infantaria e da cavalaria no
Oriente, o magister equitum et preditum per Orientum.
Constâncio II utilizou várias vezes essa manobra. No ano de 350,
quando Magnêncio é aclamado imperador, Constâncio leva um rei alamano
a atravessar o Reno, numa manobra para despistar as tropas do usurpador,
que iria tentar a sorte na Panônia (atual Hungria ocidental) e na Itália.
Magnêncio é derrotado e morto em batalha.
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Identidades e representações na Antigüidade Tardia9
A palavra “bárbaro”, por si só, é considerada por muitos como
eurocêntrica e etnocêntrica. As representações desses povos no Baixo Império
seguem o mesmo padrão. Como modelo, usaremos alguns anversos e
reversos monetários, cunhados nos séculos IV e V.
Descrição da Iconografia
Anverso: DN CONSTANTIVS PF AVG
Busto de Constâncio II, face voltada a direita do observador, com o
diadema de três pontas, o manto imperial preso aos ombros.
Reverso: FEL TEMP REPARATIO / ALEA G
A imagem representa um soldado ou legionário romano (ou o próprio
imperador) derrotando um inimigo bárbaro, este pedindo misericórdia.
Em outros exemplares, notamos tratar-se de uma representação de um persa,
pois o uniforme estava mais destacado. A riqueza dos detalhes, como o
escudo, a lança, a espada do vencido caindo ao solo, o escudo sendo
9 As moedas aqui analisadas pertencem ao acervo do Museu Histórico Nacional, localizado
no Rio de Janeiro. O MHN possui a maior coleção de moedas da América Latina, desde as primeiras, cunhagens
na Lígia, até o euro.
10 FUNARI, Pedro Paulo Abreu e CARLAN, Claudio Umpierre. Arqueologia Clássica e
Numismática. Textos didáticos n. 62. Campinas: IFCH / UNICAMP, 2007.
FIGURA 1 - Primeiro Exemplo10
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pisoteado pelo vencedor demonstra a importância em destacar o fato: o
vencedor romano está humilhando o derrotado bárbaro. Na legenda FEL
TEMP (REPA) RATIO, que significa retorno aos tempos felizes, fica clara a
tentativa de salvar o Império das diversas crises, retornando ao passado
glorioso do principado de Augusto.
Observações:
Peça de bronze, estado de conservação: bem conservada (BC), de
diâmetro de 1,3 mm, peso de 2.77g, alto reverso 10 horas. Trata-se de um AE
½ centenionalis cunhado entre os anos de 345 e 347, em Alexandria.
Descrição da Iconografia
Anverso: D N AVITVS PERP AVG
Tremissis, moeda de ouro cujo o valor era inferior aos aureus e
solidus. Representa o imperador Avitus, de origem galoromana, que governou
entre 455 e 456. Diademado, encouraçado à direita.
Reverso: Não existem legendas. Notamos a união de dois símbolos
freqüentes no Império Romano dos século IV e V: a cruz cristã, comum
desde o período constantiniano, e a coroa de louros, homenagem a Júpiter,
presente desde a tetrarquia. Avito foi assassinado por Ricimero, general
visigodo, que assumiu o controle sobre o Império. Os visigodos, durante os
séculos VI e VII, cunharam exemplares semelhantes a esses.
FIGURA 2 - Segundo exemplo
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Observações: peça bem conservada (BC), de 1,40 mm de diâmetro e
2,2 g de peso. Alto reverso ou eixo 12 horas. Cunhada no ano de 455, em
Milão.
Conclusão
Durante o século IV, o exército tem uma função essencial no mundo
romano. Além do perigo sassânida no Oriente e das invasões germânicas no
Ocidente, havia o medo das sublevações (as quais haviam sido tão freqüentes
durante a Anarquia Militar). Não podemos esquecer também que o próprio
imperador provém, antes de mais nada, das tropas: no Baixo Império,
antes de ser um administrador, o César ou o Augustus precisa ser um chefe
guerreiro.
No início, os povos germânicos foram aceitos dentro das fronteiras.
Trabalhavam nas terras esquecidas pelos cidadãos romanos e completavam
o efetivo militar. Mas os altos impostos, as constantes explorações
sofridas pelos agentes imperiais e a fraqueza do Império levam esses povos
a atacar e dividir o mundo romano entre si. Nas moedas do período fica bem
claro como os “bárbaros” são retratados.
Essas representações são comumente alegóricas ou simbólicas e a
mensagem que transmitem vai, quase sempre, além dos traços visíveis. Encontram-
se com freqüência, nessas moedas, nomes de cidades, países, festivais,
monumentos famosos, divindades, membros de uma família, que auxiliam
na interpretação do seu significado e sentido.
Tratava-se de uma exposição de idéias, uma composição de emblemas,
como o barrete frígio, que tem o significado de liberdade; a cornucópia,
que remete à abundância; a concórdia representa a união dos esforços; o
véu, que pode indicar modéstia ou viuvez. Barretes e elmos, indicando campanhas
militares, a ornamentação com a coroa de louros (laureada), que
tendem a assimilar aqueles que as levam à divindade, também são comuns
nas representações monetárias.
Devemos deixar claro que qualquer sistema de símbolos é uma
invenção do homem. Os sistemas simbólicos que chamamos de linguagens
são invenções ou refinamentos do que foram, em outros tempos, percep146
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ções do objeto dentro de uma mentalidade despojada de imagens, tornando
a linguagem visual universal.
Agradecimentos
Aos colegas da Universidade Federal do Paraná, e em especial à
professora Renata Garraffoni pela oportunidade de trocarmos idéias, a Pedro
Paulo Funari, Maria Beatriz Florenzano, Ciro Flamarion Cardoso, Vera Tostes,
Rejane Vieira, Eliane Nery e Edinéa Carlan. As idéias são de responsabilidade
do autor.


COPYRIGHRT CLÁUDIO UMPIERRE CARLAN

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