segunda-feira, 7 de junho de 2010

647 - DECLINIO E QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO

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Declinio E Queda Do Imperio Romano
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Coleção: COMPANHIA DE BOLSO
Autor: GIBBON, EDWARD
Editora: COMPANHIA DAS LETRAS
Assunto: HISTÓRIA






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ISBN: 8535907440
ISBN-13: 9788535907445
Livro em português
Brochura
1ª Edição - 2005


608 pág.



Publicado em seis volumes, entre 1776 e 1778, este estudo sobre o Império Romano é uma das principais contribuições para a interpretação da história de Roma, e a obra mais famosa da historiografia inglesa. Irônico e contundente, o historiador apresenta o que considerou o 'triunfo da barbárie e da religião sobre as nobres virtudes romanas. E relata mais um capítulo da história, a qual define como 'pouco mais do que o registro dos crimes, loucuras e desventuras da humanidade'.


Opinião do Leitor:

RODRIGO VILELA DE CARVALHO / Data: 26/1/2009
Conceito do leitor: | (opine)

excelente
totalmente histórico um livro para historiadores quanto para leitor leigo.


Saiu na Imprensa:

O Estado de S. Paulo / Data: 20/11/2005
Clássico de Gibbon ganha edição abreviada
Declínio e Queda do Império Romano revela-se ainda atual

Elias Thomé Saliba

Quando o historiador inglês Edward Gibbon escreveu e publicou - em seis volumes, entre 1786 a 1788 - sua obra prima Declínio e Queda do Império Romano - ainda não era muito comum o hábito de encher os livros com notas de rodapé. Por isto, além de ser considerada "a primeira e a mais completa história moderna da antiguidade romana", sua obra foi das primeiras a utilizar as notas. Mais do que referências às fontes, as notas de Gibbon aparecem como autênticos textos paralelos, cheios de fofocas e anedotas históricas que subvertiam o elegante decoro do seu estilo. A edição condensada, em apenas um volume, elimina - além de outras coisas importantes - as incríveis notas do historiador. Ainda assim, é um dos maiores clássicos da história, finalmente acessível a um público mais amplo e variado.

Como Voltaire e Montesquieu, Gibbon procurou desmistificar a visão teológica da história, construindo uma narrativa de cunho universal (embora eurocêntrica), seguindo conceitos puramente humanos e racionais. É conhecido um testemunho da época de Gibbon que o descreve como um romântico, contemplando melancolicamente as ruínas do Fórum Romano. Testemunho que foi logo contrariado pela não menos famosa resposta do historiador: "Eu descrevi o triunfo da barbárie e da religião." É uma referência correta talvez ao feito mais inédito da sua obra, o de tratar conjuntamente da história do Império Romano e do Cristianismo. A narrativa, épica e de largo alcance, abrange não apenas os limites de Roma mas de todo o Império; a edição abreviada começa com a "idade de ouro" dos imperadores Antoninos e vai até a queda do Império do Ocidente. É apenas uma amostra, bastante fiel, da edição original que tem quase 3 mil páginas e percorre 13 séculos de História, pois Gibbon estendeu sua periodização até o fim da Idade Média.

Se alguém espera aquele amontoado tradicional de fatos mal alinhavados, certamente vai se surpreender com a prosa elegante, com a vivacidade da narrativa, com as tiradas irônicas, de onde se desentranham os temas mais importantes da obra: a decadência dos romanos conjugada com a ascensão do cristianismo, a construção da "Europa dos Papas", a sobrevivência precária da civilização antiga em Bizâncio - temas que, posteriormente, tornaram-se comuns aos especialistas na matéria.

A leitura de Gibbon pode ajudar a não reduzir a história de Roma à alternância de conceitos como civilização, decadência e barbárie. Por trás da sua narrativa, sentimos que tais conceitos são mais complexos do que parecem, pois articulam-se com o rico movimento da história e a miríade de alternativas surgidas do fluxo da vida. Sua concepção do Império Romano fadado à autodestruição pelo próprio sucesso provocou um forte impacto na imaginação histórica moderna. Seria bom conferir. Porque mesmo o olhar racionalista de Gibbon, que admirava Roma como um modelo de civilização, manteve até o fim aquela desconfiança crítica do presente, ao vaticinar sobre o futuro: "Estou convencido de que nunca existiu uma nação assim e espero, pela felicidade da humanidade, que nunca volte a existir." O futuro das sociedades estava traçado - não por alguma lei inevitável de progresso ou decrepitude - mas pelo que os membros da sociedade decidiriam fazer dele. Para alguém que registrou isto há mais de 200 anos, parece, no mínimo, sincero, lúcido e surpreendentemente atual.




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