segunda-feira, 7 de junho de 2010

565 - IMPÉRIO ROMANO



Wiki: Império Romano do Ocidente (1/2)
O Império Romano do Ocidente constituía a metade Ocidental do Império Romano após a sua divisão por Diocleciano em 286 d.C. e existiria intermitentemente em diversos períodos entre os séculos III e V, após a Tetrarquia de Diocleciano e as reunificações associadas a Constantino o Grande e seus sucessores. Considera-se que o Império Romano do Ocidente terminou com a abdicação de Rômulo Augusto em 4 de setembro de 476, forçada pelo chefe germânico Odoacro. Sua contraparte, o Império Romano do Oriente, sobreviveria por mais 1.000 anos.

Embora unido lingüisticamente - e, mais tarde, sob o cristianismo romano -, o Império Romano do Ocidente englobava, na verdade, grande número de culturas diferentes que haviam sido assimiladas de maneira incompleta pelos romanos, diferentemente do Império Romano do Oriente, que falava o grego e era culturalmente unificado desde as conquistas de Alexandre o Grande no século IV a.C.

Portanto, o Império Romano de fato era dividido em termos culturais, religiosos e lingüísticos. Se o Oriente helenístico sustentava-se em torno da cultura grega e da Igreja Ortodoxa, a unidade cultural do Ocidente foi gravemente afetada pelo influxo dos bárbaros. Em 410, Roma foi saqueada pela primeira vez em mais de 800 anos, pelos visigodos comandados por Alarico I, e aos poucos a parte Ocidental do império passou a ser governada pelas tribos invasoras. Apesar de breves períodos de reconquista pelo Império Romano do Oriente, o Império do Ocidente não conseguiria reerguer-se.

Índice:
1. Antecedentes
2. Rebeliões, levantes e consequências políticas
3. Estagnação econômica no Ocidente
4. Crise do terceiro século
5. Tetrarquia
6. Constantino
7. Segunda divisão
8. Divisão Final
9. Fatores econômicos
10. A conquista de Roma e a queda do Império Romano do Ocidente
11. Reconquista Bizantina
12. Legado
13. Lista de Imperadores Romanos Ocidentais
14. Ver também
15. Ligações externas



IMPERIVM ROMANVM PARS OCCIDENTALIS
Império Romano do Ocidente ←
395 — 476

Lema

Senatus Populusque Romanus


O Império Romano do Ocidente em 395.

Capital Milão
(395-402)
Ravenna
(402-476)
Língua(s) Latim
Religiões Religião Romana
Cristianismo
Forma de governo Monarquia
Imperador
- 395 — 423 Honório
- 475 — 476 Rómulo Augusto
Cônsul
- 395 Flavius Anicius Hermogenianus Olybrius,
Flavius Anicius Probinus
- 476 Flavius Basiliscus,
Flavius Armatus
Legislativo Senado Romano

Era Histórica Antiguidade Clássica tardia
- Divisão de Teodósio I 395
- Deposição de Rômulo Augusto 476
Área
- 395 4,410,000 km2

Moeda Soldo, Áureo, Denário, Sestércio, Asse

Precedido por

Sucedido por
Império Romano Reino de Odoacro
Reino Burgúndio
Reino Vândalo
Reino Suevo
Reino de Siagrio

Reino Visigodo
Reinos Anglo-Saxãs
Reino Merovíngio
Alamanos


1. Antecedentes
Enquanto a República Romana expandia-se, ela naturalmente alcançou um ponto em que o governo central em Roma não podia esperar um controle efetivo sobre suas províncias mais distantes. Isso ocorria devido à demora nas comunicações e aos métodos de transporte relativamente lentos da época. As notícias sobre uma invasão inimiga, uma revolta, a eclosão de uma epidemia ou de um desastre natural eram carregadas por navio ou pelo serviço postal montado (o Cursus publicus) e por isso demoravam certo tempo para chegar a Roma. A mesma quantidade de tempo era gasta para uma resposta ou reação. Devido a isso, as províncias eram administradas por governadores que comandavam de facto em nome da República Romana.

Logo após o estabelecimento do Império Romano, os territórios da República Romana haviam sido divididos entre os membros do Segundo Triunvirato, composto por Augusto, Marco António e Macus Aemilius Lepidus.

Antonio recebeu todas as províncias do Leste, a Aquéia, Macedônia, Epirus (praticamente a Grécia moderna), Bitínia, Ponto, Ásia (praticamente a Turquia moderna), Síria, Chipre e Cirenaica. Essa parte havia sido previamente conquistada por Alexandre, o Grande no século IV a.C. , e uma grande porção da aristocracia era formada por gregos e macedônios em origem. A maioria das dinastias reais eram de fato descendentes de seus generais. Essa região havia assimilado em um grau extenso a cultura grega, e o grego era a língua franca na maioria das grandes cidades.

Augusto, por outro lado, havia obtido as províncias romanas do oeste: Itália, Gália (França moderna), Gália Belga (partes da Bélgica, dos Países Baixos, Luxemburgo) e Hispânia (Espanha e Portugal). Essa parte também possuía muitas colônias de origem grega e cartaginesa nas áreas da costa, mas a área havia sido culturalmente dominada pelas tribos célticas como os gauleses e os celtiberos.

Lépido ficou com a pequena província da África (moderna Tunísia) para governar. Após alguns desenvolvimentos políticos e militares, Augusto tomou a província Africana de Lépido e tomou posse da Sicília.

Após a derrota de Marco Antonio, o vitorioso Augusto tomou controle de todo o Império Romano a partir de Roma. Durante seu reinado, seu amigo Agripa temporariamente governou as províncias do leste como seu representante pessoal. Isso ocorreu novamente durante o reinado de Tibério que mandou seu herdeiro aparente Germânico para o leste.

O Império Romano apresentava muitas culturas diferentes, e todas elas eram sujeitas a um processo gradual de romanização. O grego também era falado no Ocidente da mesma forma que o Latim também era falado no Oriente. A cultura grega como um todo dificilmente era uma antagonista a cultura Latina, de fato ela contribuiu no processo de unificação cultural no Império Romano e ambas as culturas eram "parceiras" iguais no mundo greco-romano. Apesar disso, desenvolvimentos militares posteriores consolidados com as conseqüências políticas da divisão do Império Romano, e muito após com o Império Bizantino iriam reagrupar-se ao redor da cultura grega.

2. Rebeliões, levantes e consequências políticas
Em tempos de paz, era relativamente fácil governar o império de sua capital, Roma. Uma eventual rebelião era sempre esperada e acontecia de tempos em tempos: uma tribo conquistada poderia rebelar-se, ou uma cidade conquistada iniciava uma revolta. Como as legiões eram espalhadas ao redor das fronteiras, o líder rebelde teria, em circunstâncias normais, uma ou duas legiões sob seu comando. Legiões leais ao império eram destacadas a partir de outros pontos do império e ,eventualmente, afogava-se a rebelião em sangue. Isso acontecia ainda com mais facilidade nos casos em que ocorria um pequeno e local levante nativo, já que os rebeldes normalmente não tinham grande experiência militar.

Durante tempos de guerra, entretanto, poderiam desenvolver-se rebeliões e levantes, como a massiva Grande Revolta Judaica, e a situação se tornava completa e perigosamente diferente. Em uma campanha militar total, as legiões, sob o comando de algum general como, por exemplo, Vespasiano eram muito mais numerosas. Logo, para se ter certeza da lealdade do comandante, um imperador sábio ou paranóico poderia tomar algum membro da família do general como refém. Nero, por exemplo, tomou como reféns Domiciano e Quintus Petillius Cerialis, governador de Óstia, respectivamente o filho mais novo e o cunhado de Vespasiano. O reinado de Nero somente chegou ao fim com a revolta da Guarda Pretoriana que havia sido subornada em nome de Galba. A Guarda Pretoriana era uma "espada de Dâmocles" figurativa, cuja lealdade fora comprada e tornou-se incrivelmente gananciosa. Seguindo seu exemplo, as legiões nas fronteiras também aumentaram sua participação nas guerras civis.

Os maiores inimigos no Ocidente, sem dúvida, eram as tribos germânicas atrás dos rios Reno e Danúbio. Augusto havia tentado conquistá-las, mas falhou - elas eram muito temidas.



O Império de Pártia, o arqui-inimigo de Roma, em sua maior extensão, c. 60 d.C.
A Pártia, no Oriente, por outro lado, ficava longe demais para ser conquistada. Qualquer invasão pártia era confrontada e normalmente derrotada, mas a ameaça em si era basicamente impossível de ser destruída.

No caso de uma guerra civil romana, esses dois inimigos aproveitavam a oportunidade para invadir território romano realizando incursões e saques. As duas respectivas fronteiras militares tinham grande importância política devido ao grande número de legiões lá estacionadas. Os generais locais frequentemente rebelavam-se e iniciavam guerras civis. Entretanto, controlar a fronteira Ocidental a partir de Roma era razoavelmente fácil devido à proximidade relativa. Porém controlar ambas as fronteiras ao mesmo tempo durante períodos de guerra era tarefa difícil. Se o imperador estivesse próximo da fronteira Oriental, as chances eram de que um general ambicioso se rebelaria no Ocidente e vice-versa. Imperadores ficavam cada vez mais próximos às tropas, para poderem controlá-las, e, naturalmente, nenhum imperador conseguia estar nas duas fronteiras ao mesmo tempo. Esse problema era uma praga para o reinado dos imperadores, e muitos dos futuros imperadores seguiram esse caminho ao poder.

3. Estagnação econômica no Ocidente
Roma e a Península Itálica começaram a experimentar uma redução econômica já que as indústrias e o dinheiro começaram a mover-se para fora dela. A estagnação econômica da Itália foi vivenciada na ascensão dos imperadores provinciais, como Trajano e Adriano, em meados do começo do século II d.C. Os problemas econômicos aumentaram em força e freqüência.

4. Crise do terceiro século
A partir de 18 de março de 235, com o assassinato do Imperador Alexandre Severo, o Império Romano caiu em um período de 50 anos de guerra civil, conhecido atualmente como a Crise do terceiro século. A ascensão da dinastia guerreira dos Sassânidas na Pártia havia criado uma grande ameaça para Roma no Oriente. Como prova do perigo crescente, o Imperador Valeriano I foi capturado por Shapur I em 259. Seu filho mais velho, e herdeiro aparente, Galiano, o sucedeu e estava lutando na fronteira Oriental. O filho de Galiano, Saloninus, e o Prefeito Pretoriano Silvanus, estavam residindo em Colonia Agrippina (moderna Colônia, na Alemanha) tentando manter a lealdade dos habitantes locais. Apesar disso, o governador das províncias germânicas, Marcus Cassianius Latinius Postumus rebelou-se e tomou de assalto Colonia Agrippina, matando Saloninus e o prefeito.

Na confusão que se seguiu um estado independente conhecido como Império das Gálias emergiu. Sua capital era Augusta Treverorum (a atual Trier), e rapidamente expandiu seu controle sobre as províncias germânicas e gaulesas e por toda a Hispânia e Britannia. Tinha o seu próprio senado, e uma lista parcial de seus cônsules sobreviveu até hoje. Ele manteve a religião romana, língua, cultura e foi de longe muito mais preocupada com a luta contra as tribos germânicas que outros romanos. Entretanto, no reino de Cláudio II (268 a 270), grandes áreas do território do Império das Gálias retornaram ao comando romano.

Aproximadamente na mesma época, as províncias orientais declararam-se independentes, como o Império da Palmira, sob o comando da Rainha Zenóbia.

Em 272, o Imperador Aureliano finalmente conseguiu subjugar Palmira e reclamar seus territórios para o império. Com o Oriente seguro, ele voltou sua atenção para o Ocidente e, no ano seguinte, o Império das Gálias também caiu. Devido a um acordo secreto entre Aureliano e o Imperador das Gálias Tétrico I e seu filho Tétrico II, o exército das Gálias foi rapidamente derrotado. Em troca, Aureliano poupou suas vidas e concedeu aos antigos rebeldes posições importantes na Itália.

5. Tetrarquia


Escultura da Tetrarquia Romana.
As fronteiras externas ficaram na maior parte do tempo em paz pelo restante da Crise do terceiro século, embora que entre a morte de Aureliano em 275 e a ascensão de Diocleciano dez anos depois, ao menos oito imperadores ou aspirantes a imperadores seriam mortos, muitos assassinados pelas próprias tropas.

A divisão política do Império Romano teria início no reinado de Diocleciano. Em 286, com a criação da Tetrarquia, a parte Ocidental foi concedida a Maximiano, que recebeu o título de Augustus e Constâncio Cloro foi nomeado seu subordinado (Caesar) e também Galerius. Esse sistema efetivamente dividiu o império em quatro partes e criou capitais separadas, além de Roma, como uma forma de evitar agitação civil que havia marcado o terceiro século. No Ocidente, as capitais eram Milão, sob o controle de Maximiano, e Trier, sob controle de Constâncio. Em 1 de maio de 305, os dois Augusti seniores aposentaram-se e foram substituídos por seus respectivos Caesares.

6. Constantino
O sistema de tetrarquia rapidamente foi desfeito quando o Imperador do Ocidente Constâncio Cloro morreu inesperadamente em 306, e seu filho Constantino foi proclamado Augustus do Ocidente pelas legiões na Britânia. Uma crise seguiu-se, já que vários reclamavam o reino da parte Ocidental. Em 308, o Augustus do Oriente, Galério, arranjou uma conferência em Carnuntum (atual Petronell-Carnuntum, na Áustria), na Panônia, o que reviveu a tetrarquia dividindo o Ocidente entre Constantino e um novato chamado Licínio. Constantino, mais ambicioso, estava muito interessado em reconquistar todo o império. Através de uma série de batalhas no Oriente e no Ocidente, Lícinio e Constantino estabilizaram suas respectivas partes do Império Romano em 314, e agora competiam pelo controle total do estado reunificado. Constantino sagrou-se vitorioso em 324 após a rendição e assassinato de Lícinio, em seguida à Batalha de Crisópolis.

A tetrarquia estava morta, mas a idéia de dividir o Império Romano entre dois imperadores havia sido provada boa demais para ser simplesmente descartada e esquecida. Vários imperadores fortes iriam reunir o império em um único comando, mas com a morte o Império Romano iria ser dividido de novo e de novo entre o Oriente e o Ocidente.

7. Segunda divisão
O Império Romano estava sob o comando de um único Imperador, mas com a morte de Constantino em 337, uma guerra civil surgiu entre seus três filhos, dividindo o império em três partes. O Ocidente foi unificado em 340, e uma reunificação completa de todo o império ocorreu em 353, com Constâncio II.

Constâncio focou a maior parte de seu poder no leste, e é frequentemente considerado como o primeiro imperador do Império Bizantino. Durante o reinado, a cidade de Bizâncio, somente recentemente renomeada de Constantinopla, foi como uma capital.

Em 361, Constâncio II adoeceu e morreu, e o neto de Constâncio Cloro, Juliano, que havia servido como o César de Constâncio II, tomou o poder. Juliano morreu dando continuação a guerra de Constâncio II contra a Pérsia em 363 e foi substituído por Joviano que governou somente até 364.

8. Divisão Final


A divisão do Império após a morte de Teodósio I, ca. 395 d.C. sobreposta em fronteiras modernas.
██ Império Romano do Ocidente.

██ Império Romano do Oriente.

Seguindo a morte de Joviano, o império caiu em um novo período de guerra civil similar ao da crise do terceiro século. Em 264, Valentiniano I ascendeu. Ele imediatamente dividiu o império mais uma vez, concedendo a parte Oriental ao seu irmão Valente. A estabilidade não foi mantida por muito tempo em nenhum dos lado já que conflitos com forças exteriores haviam se intensificado, especialmente com os Hunos e os Godos. Um problema sério no Ocidente foi a reação política causado pelo paganismo nativo contra os imperadores cristianizados. Em 379, o filho e sucessor de Valentiniano I, Graciano declinou o uso do manto de Pontifex Maximus, e em 382 ele reascendeu os direitos dos sacerdotes pagãos e removeu o altar pagão da Cúria Romana.

Em 388, um poderoso e popular general chamado Magno Máximo tomou o poder no Ocidente e forçou o filho de Graciano, Valentiniano II a fugir paro o Oriente e pedir ajuda ao Imperador Oriental Teodósio I que rapidamente o restaurou no poder. Ele também foi responsável pelo banimento do paganismo nativo que seria implementado no Ocidente em 391, reforçando o cristianismo.

Em 392, os francos e o Magister militum pagão Flávio Arbogastes assassinaram Valentiniano II, e um Senador chamado Flávio Eugênio foi proclamado imperador até ser derrotado em 394 por Teodósio I, que, tendo governado tanto o Oriente quanto o Ocidente por um ano, morreu em 395. Essa foi a última vez que um único governante controlou ambas as partes do Império Romano.

Um curto período de estabilidade sobre o reino do Imperador Flávio Augusto Honório (controlado por Estilicão) terminou com a morte de Estilicão em 408. Depois disso, os dois impérios realmente divergiram, e enquanto o Oriente começava uma lenta recuperação e consolidação, o Ocidente começava a colapsar completamente.

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