domingo, 6 de junho de 2010

524 - IMPÉRIO ROMANO



Wiki: Império Romano (1/3)
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O Império Romano é a fase da história da Roma Antiga caracterizada por uma forma autocrática de governo. O Império Romano sucedeu a República Romana que durou quase 500 anos (509 a.C. - 27 a.C.) e tinha sido enfraquecida pelo conflito entre Caio Mário e Sulla e pela guerra civil de Júlio César contra Pompeu.[4]

Muitas datas são comumente propostas para marcar a transição da República ao Império, incluindo a data da indicação de Júlio César como ditador perpétuo (44 a.C.), a vitória do herdeiro de Otávio na Batalha de Áccio (2 de setembro de 31 a.C.), ou a data em que o senado romano outorgou a Otávio o título honorífico Augusto (16 de janeiro de 27 a.C.).[5]

Também a data do fim do Império Romano é atribuída por alguns ao ano 395, com a morte de Teodósio I, após a qual o império foi dividido em pars occidentalis e pars orientalis. A parte ocidental, o Império Romano do Ocidente terminou, por convenção, em 476, ano em que Odoacro depôs o último imperador Rômulo Augusto, ou mais precisamente até a morte do seu predecessor, Júlio Nepos, que se considerava ainda imperador (a assim era considerado por seu par oriental). Já o Império Romano do Oriente perdurou até a queda de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453.

Assim, Império Romano tornou-se a designação utilizada por convenção para referir ao estado romano nos séculos que se seguiram à reorganização política efectuada pelo primeiro imperador, César Augusto. Embora Roma possuísse colónias e províncias antes desta data, o estado pré-Augusto é conhecido como República Romana.

Índice:
1. Definição e conceito do Império Romano
2. Roma antes do Império
3. O surgimento do Império
4. Julio-Claudianos
5. Flavianos
6. Antoninos: Cinco bons imperadores
7. A crise do século terceiro (193 - 285)
8. Tetrarquia
9. O império cristão
10. A divisão do Império
11. O fim do Império Ocidental
12. Cronologia
13. Ver também
14. Referências
15. Bibliografia
16. Ligações externas



Senatus Populusque Romanus ("O Senado e o Povo Romano") ou Imperium Romanum[1]
Império Romano
Império


27 a.C. - 476 d.C. / 1453 d.C. →







Vexillum do Império Romano

Lema nacional
Senatus Populusque Romanus
(Senado e Povo de Roma)


Máxima extensão do Império Romano em 117 d.C.
Continente Europa, Bacia Mediterrânea da África e da Ásia
Capital Roma
(44 a.C. - 286 d.C.)
Constantinopla
(A partir de 330)
Língua oficial Latim, grego
Religião Politeísmo romano e depois cristianismo
Governo Autocracia
Imperador
• 27 a.C. - 14 d.C. Augusto
• 379 - 395 Teodósio I
• 475 — 476
1449 - 1453 Rômulo Augusto / Constantino XI
Legislatura Senado Romano
Período histórico Antiguidade clássica
• 31 a.C. Batalha de Áccio
• 27 a.C. Otávio é proclamado Augusto.
• 285 Diocleciano divide o Império entre Ocidente e Oriente
• 330 Constantino I declara Constantinopla como a nova capital do Império.
• 395 Morte de Teodósio, o Grande, selando a divisão permanente entre Leste e Oeste.
• 476 d.C. / 1453 d.C. Rômulo Augusto é deposto/ Queda de Constantinopla
Área
• 25 a.C.[2][3] 2 750 000 km2
• 50[2] 4 200 000 km2
• 117[2] 5 000 000 km2
• 390 [2] 4 400 000 km2
População
• 25 a.C.[2][3] est. 56 800 000
Dens. pop. 20,7/km²
• 117[2] est. 88 000 000
Dens. pop. 17,6/km²
Moeda Denário, sestércio, soldo
Atualmente é parte de
*Estado não-reconhecido


1. Definição e conceito do Império Romano
As duas datas indicadas como início (27 a.C.) e fim (395) convencionais de um Império Romano unitário, como frequentemente sucede em definições de períodos históricos, são puramente arbitrários. Em particular por três razões: seja porque não houve jamais um fim verdadeiro e formal da Res publica romana, cujas instituições jamais foram abolidas, mas simplesmente transferido o poder efetivo ao imperador; seja porque nos 422 anos desse intervalo se sucederam duas fases de organização e legitimização do poder imperial profundamente diferentes, o Principado e o Dominato; seja porque mesmo depois da divisão do império em duas partes as instituições continuaram a sobreviver, uma até a deposição do último césar do Ocidente, Rômulo Augusto, em 476 (ou mais precisamente até à morte do seu predecessor, Júlio Nepos, que se considerava ainda imperador), a outra perpetuando-se por mais um milênio na entidade mais tarde chamada, por convenção Império Bizantino. O ano de 476 foi considerado, por convenção, como data de passagem entre a Antiguidade e a Idade Média.

Os historiadores fazem a distinção entre o principado, período de Augusto à crise do terceiro século, e o domínio ou dominato que se estende de Diocleciano até a queda do Império Romano do Ocidente. Durante o principado (do latim princeps, "primeiro"), a natureza autocrática do regime era velada por designações e conceitos da esfera republicana, manifestando os imperadores relutância em se assumir como poder imperial. No dominato (de dominus, "senhor"), pelo contrário, estes últimos exibiam claramente os sinais do seu poder, usando coroas, púrpuras e outros ornamentos simbólicos do seu status.

2. Roma antes do Império
Ver artigo principal: [[Roma antiga]]

2. 1. As origens da cidade de Roma
Ver artigo principal: [[Fundação de Roma]]

Descobertas arqueológicas indicam que a área de Roma já era habitada em 1400 a.C..

Os antigos povos que habitavam a região do Lácio, nas proximidades de Roma, desenvolveram uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade, nesta época, era formada por patrícios (nobres proprietários de terras) e plebeus (comerciantes, artesãos e pequenos proprietários). O sistema político era a monarquia: a cidade era governada por um rei, originalmente de origem latina, porém os últimos reis do período monárquico foram de origem etrusca.

Os romanos deste período eram politeístas, venerando deuses semelhantes aos dos gregos (embora com nomes diferentes). Os gregos também influenciavam, juntamente com os etruscos, as primeiras formas de arte realizadas pelos romanos deste período.

2. 2. A origem lendária
Ver artigo principal: [[Rômulo e Remo]]

Conforme a versão lendária da fundação de Roma, relatada em diversas obras literárias romanas, tais como a História de Roma, de Tito Lívio, e a Eneida, do poeta Virgílio, Eneias, príncipe troiano filho de Vénus, fugindo de sua cidade, destruída pelos gregos, chegou ao Lácio e se casou com uma filha de um rei latino.

Seus descendentes, Rómulo e Remo, filhos de Reia Sílvia, rainha da cidade de Alba Longa, com o deus Marte, foram jogados por Amúlio, rei da cidade, no rio Tibre. Mas foram salvos por uma loba que os amamentou, tendo sido, em seguida, encontrados por camponeses. Conta ainda a lenda que, quando adultos, os dois irmãos voltaram a Alba Longa, depuseram Amúlio e em seguida fundaram Roma, em 753 a.C.. A data tradicional da fundação (21 de abril de 753 a.C.[6]) foi convencionada bem mais tarde por Públio Terêncio Varrão, atribuindo uma duração de 35 anos a cada uma das sete gerações correspondentes aos sete mitológicos reis. Segundo a lenda, Rômulo matou o irmão e se transformou no primeiro rei de Roma.

2. 3. Monarquia Romana (753 a.C a 509 a.C)
Ver artigo principal: [[Reino de Roma]]

A Realeza ou Monarquia romana é a expressão utilizada para definir o estado romano desde a sua fundação à queda da monarquia em 509 a.C., quando o último rei, Tarquínio, o Soberbo (último dos reis Tarquínios), foi expulso, instaurando-se a República Romana.[7] A documentação desse período é precária, e até mesmo o nome dos reis são desconhecidos, citando-se apenas os reis lendários, apresentados nas obras de Virgílio ("Eneida") e Tito Lívio ("História de Roma").

2. 4. República Romana (509 a.C a 27 a.C.)
Ver artigo principal: [[República Romana]]

República Romana (do latim res publica, "coisa pública") é a expressão utilizada por convenção para definir o Estado romano e suas províncias desde o fim do Reino de Roma em 509 a.C. (quando o último rei foi deposto) ao estabelecimento do Império Romano em 27 a.C..

3. O surgimento do Império


A extensão do Império Romano:
██ 133 a.C.

██ 44 a.C.

██ 14 d.C.

██ 117 d.C.

O império surgiu como consequência do esforço de expansão crescente de Roma durante os séculos III e II a.C.. Segundo alguns historiadores, a população sob o domínio de Roma aumentou de 4 milhões em 250 a.C. para 60 milhões em 30 a.C., o que ilustra como Roma teve o seu poder ampliado nesse período, de 1,5% da população mundial, para 25%.

Nos últimos anos do século II a.C., Caio Mário transformou o exército romano num exército profissional, no qual a lealdade dos soldados de uma legião era declarada ao general que a liderava e não à sua pátria. Este facto, combinado com as numerosas guerras que Roma travou nos finais da República (Invasão dos Cimbros e Teutões, Guerras Mitridáticas, entre outras, a culminar nas guerras civis do tempo de César e Augusto) favoreceu o surgimento de uma série de líderes militares (Lúcio Cornélio Sulla, Pompeu, Júlio César), que, apercebendo-se da força à sua disposição, começam a utilizá-la como meio de obter ou reforçar o seu poder político.

As instituições republicanas encontravam-se em crise desde o princípio do século I a.C., quando Sulla quebrou todas as regras constitucionais ao tomar a cidade de Roma com o seu exército, em 82 a.C., para se tornar ditador vitalício em seguida. Sulla resignou e devolveu o poder ao Senado Romano, mas no entanto, o precedente estava lançado.



Animação ilustrando a evolução territorial do Império Romano.
██ República romana

██ Império romano

██ Império Ocidental

██ Império Oriental

██ Herdando países do Império Bizantino

Esta série de acontecimentos culminou no Primeiro Triunvirato, um acordo secreto entre César, Pompeu e Crasso. Tendo este sido desfeito após a derrota de Crasso em Carrhae (53 a.C.), restavam dois líderes influentes, César e Pompeu; estando Pompeu no lado do Senado, este declarou César inimigo de Roma, ao que César respondeu, atravessando o Rubicão e iniciando a Guerra Civil. Tendo vencido Pompeu em Farsália (Agosto 48 a.C.) e as restantes forças opositoras em Munda (45 a.C.), tornou-se efectivamente a primeira pessoa a governar unipessoalmente Roma, desde o tempo da Monarquia. O seu assassinato pouco tempo depois (Março 44 a.C.), às mãos dos conspiradores liderados por Marco Júnio Bruto e Caio Cássio Longino, terminou esta primeira experiência de governo unipessoal do estado romano.

Por esta altura, já a República tinha sido decisivamente abalada, e após a derrota final dos conspiradores, o surgimento do Segundo Triunvirato, entre Octávio, Marco António e Lépido, e a sua destruição na Guerra Civil seguinte, culminando na decisiva Batalha de Áccio (31 a.C.), deixou Octávio como a única pessoa com poder para governar individualmente Roma, tornando-se efectivamente no primeiro imperador romano, fundando uma dinastia (Júlio-Claudiana) que só a morte de Nero (68 d.C.) viria a terminar.



A Batalha de Áccio, 2 de setembro de 31 a.C..
Uma vez que o primeiro imperador, César Augusto, sempre recusou admitir-se como tal, é difícil determinar o momento em que o Império Romano começou. Por conveniência, coloca-se o fim da República em 27 a.C., data em que César Augusto adquire este cognome e em que começa, oficialmente, a governar sem parceiros. Outra corrente de historiadores coloca o princípio do Império em 14 d.C., ano da morte de Augusto e da sua sucessão por Tibério.

Nos meios académicos, discutiu-se bastante a razão pela qual a sociedade romana, habituada a cerca de cinco séculos de república, aceitou a passagem a um regime monárquico sucessório. A resposta centra-se no estado endêmico de guerra civil que se vivia nos anos prévios a Augusto e no longo reinado de quarenta e cinco anos que se seguiu, notável pela paz interna. Com a esperança de vida média em cerca de quarenta e cinco anos, à data da morte de Augusto, o cidadão romano médio não conhecia outra forma de governação e estava já preparado para aceitar um sucessor.

3. 1. O reinado de Augusto


Estátua da Prima Porta, retratando o imperador Augusto.
O reinado de Augusto é considerado por todos os historiadores como um período de prosperidade e expansão.[8] A nova estrutura política criada por Augusto designa-se por "principado", sendo o chefe do império designado por princeps civium (o primeiro dos cidadãos) e ao mesmo tempo princeps senatus (o primeiro do Senado). O termo princeps está na origem da palavra "príncipe", que não era o título do chefe do Estado. O título era César e foi este que Augusto e seus sucessores adoptaram.

Augusto era também comandante-chefe do exército e decidia a guerra ou a paz e auto-nomeou-se "tribuno por toda a vida". Augusto, que não era especialmente dotado para a estratégia, mas tinha bons generais como Agripa na sua confiança, anexou oficialmente o Egipto, que já estava sob domínio romano havia 40 anos, toda a península Ibérica, a Panónia, a Judeia, a Germânia Inferior e Superior e colocou as fronteiras do Império nos rios Danúbio e Reno, onde permaneceram por 400 anos.

O império que Augusto recebeu era vasto e heterogêneo, com várias línguas e vários povos. O grego era a língua mais falada nos territórios orientais, e o latim progredia pouco nestes territórios, mas nos territórios ocidentais era a língua mais falada. Augusto passou a tratar todos os habitantes do império como iguais e visitou várias zonas para verificar quais os problemas de cada província, assim estas floresceram e atingiram o máximo do seu desenvolvimento.

3. 2. Fontes sobre a era de Augusto


Roma no tempo de Augusto.
A era de Augusto é mais pobremente documentada que o período republicano que o precedeu. Enquanto Lívio escreveu sua magistral história durante o reinado de Augusto, e sua obra cobriu toda a história romana até 9 a.C., somente sumários sobreviveram de sua cobertura da República tardia e do período de Augusto. Importantes fontes primárias deste período incluem:

Res Gestae Divi Augusti, a autobiografia (quase que um testamento político) de Augusto;
Historiae Romanae de Veleio Patérculo, um trabalho desorganizado que permanece como os melhores anais do período de Augusto.
Controversiae e Suasoriae de Sêneca, o Velho.
Embora registros primários deste período sejam poucos, trabalhos de poesia, legislação e engenharia deste período suprem importantes visões da vida romana. Arqueologia (incluindo a arqueologia marítima), pesquisas aéreas, inscrições em edifícios e moedas, têm também fornecido evidências valiosas sobre a economia e condições sociais e militares.

Fontes secundárias da era de Augusto incluem Tácito, Dião Cássio, Plutarco, Suetônio com sua Vida dos Doze Césares. Flávio Josefo, com suas Antiguidades Judaicas é uma fonte importante para a Judéia, que se tornou província romana durante o reinado de Augusto.

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